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O CEO da Eccon Soluções Ambientais, Yuri Marinho, analisou como a nova regulamentação do mercado de carbono pode integrar o Brasil ao mercado global. Com potencial para transformar florestas e áreas degradadas em ativos, o país se prepara para um salto bilionário com a COP30 em Belém.

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Transcrição
00:00No fim do ano passado, o comércio de carbono foi aprovado pelo Congresso.
00:04De que forma isso já impacta o combate ao aquecimento global no Brasil?
00:07A gente vai conversar sobre isso com o Yuri Marinho, que é CEO da Econ Soluções Ambientais.
00:12Boa noite para você, Yuri. Seja bem-vindo.
00:14Boa noite, Marcelo. Obrigado.
00:15Eu queria entender se essa regulamentação que foi aprovada,
00:18ela já é suficiente para mudar o panorama do comércio de carbono no Brasil
00:21ou se, na sua opinião, ainda falta legislação, se ainda falta regulamentação?
00:26Marcelo, essa lei saiu no ano passado, no finalzinho, em novembro,
00:30e ela prevê algumas etapas de implementação.
00:33Então, primeiro, nós temos uma lei federal, foi publicada de Brasília,
00:37ela vale para todo o país, e ela vai ter desdobramentos em todos os estados,
00:41em todos os municípios do Brasil, e ela vai criar um cenário,
00:44inclusive, de conexão do Brasil com o mercado internacional.
00:47Então, ali estão previstas algumas regras, alguns limites de emissões
00:51e algumas regras que precisam ser implementadas por uma agência que não existe ainda.
00:56Ela vai ter que ser implementada, criada também.
00:58Vai ser, por exemplo, uma agência nacional de crédito de carbono.
01:01Exatamente, uma agência, eventualmente uma agência de mudanças climáticas,
01:04uma agência de mercado de carbono, o nome ele ainda, a lei chamou de órgão gestor,
01:09mas é um nome que ainda vai ser pensado e criado, e depois funcionários vão ser nomeados.
01:15A gente estima que serão mais de 100 funcionários, então eles vão ter que ser empossados,
01:19vão ter que criar um time, vão ter que analisar metodologias
01:22para diferentes tipos de projetos de carbono, de mercados no Brasil.
01:27Então, tem agricultura, tem pecuária, tem floresta, tem restauração.
01:31Então, tem um bastante complexo técnico e esse órgão vai levar um certo tempo
01:35para conseguir lidar com isso.
01:36Eu imagino.
01:37Agora, assim, falando bem na prática, que tipo de impacto positivo
01:41o comércio de carbono já teve no Brasil e no mundo
01:44para melhorar esse panorama do aquecimento global?
01:46Marcelo, a mudança climática é enfrentada, em grande parte, pelos tratados internacionais.
01:52Então, os países se reúnem ali sob a proteção, sob a égide da ONU,
01:57que é uma organização internacional, e ali, ano a ano,
02:02os países vão tentando encontrar soluções em conjunto.
02:06O mercado de carbono vem para apoiar esse movimento,
02:09que é um movimento lento, complexo, com muitas questões geopolíticas,
02:12e o mercado é mercado, ele é privado, ele anda um pouco mais rápido,
02:16Então, a ideia é que o mercado de carbono apoie essas iniciativas da ONU
02:21e dos países para a gente encontrar mercados.
02:23Então, é uma possibilidade, é um instrumento econômico.
02:26O Brasil movimentou alguns milhões de dólares nos últimos anos,
02:29não são bilhões, são milhões.
02:31Então, o nosso PIB é 10 trilhões de reais por ano.
02:34Se você pensar em alguns milhões, não é tão impactante para a nossa economia
02:38e nem para as outras economias.
02:40Mas, conforme a gente regule e traga isso, de fato, para a nossa estrutura
02:44de país, de produção do nosso PIB,
02:46aí sim a gente pode ir para cifras maiores.
02:49COP30 vem aí em Belém, fim do ano, muita expectativa em torno disso.
02:53Você acha que esse pode ser um palco também para o Brasil fazer avançar
02:58projetos ligados ao crédito de carbono?
03:00Eu entendo que sim.
03:01Acho que lembrando que o Brasil foi sede do primeiro encontro,
03:05a Rio 92.
03:06Ali a gente assinou a Convenção do Clima,
03:08assinou a Convenção de Diversidade Biológica e alguns outros tratados.
03:11Depois, o Brasil foi palco mais uma vez, em 2002.
03:15Então, o Brasil é... em 2012.
03:16O Brasil tem uma presença global muito forte,
03:20sempre é a delegação que mais chama atenção, que mais trabalha.
03:24Então, acho que a COP30 vem com bastante expectativa
03:26e o Brasil vem com bastante experiência na área.
03:28Então, eu entendo que vai ser uma COP bastante estratégica, sim.
03:31A COP do Azerbaijão, a 29, ela trouxe uma certa frustração,
03:35porque esperava-se uma promessa de investimento de mais de um trilhão de dólares
03:40para combater os efeitos do aquecimento global
03:42e veio uma promessa de pouco mais de 300 milhões.
03:46Você acha que esse resultado pode ser mais robusto agora em Belém?
03:50Pode ser que sim, mas acho que depende de como os países vão se movimentar,
03:55as lideranças, quais vão ser os movimentos durante o ano.
03:58Os países, somando os gastos do governo e do mercado,
04:04eles vão atingindo algumas cifras por ano,
04:06que foram subindo de 100 bilhões para 200.
04:09Agora, em Baku, no Azerbaijão, a expectativa ou a promessa foi subir para 300.
04:14Agora, os países querem chegar em 1,3 trilhão de dólares por ano.
04:18É bastante dinheiro.
04:19Mas se você colocar isso frente aos custos dos desastres naturais,
04:24se torna pouco dinheiro.
04:26Então, a gente vê esse desastre na Espanha, teve na Califórnia, teve no Brasil.
04:30Quando você faz as contas, facilmente você chega a 100 bilhões de dólares,
04:34200 bilhões de dólares para um único evento climático.
04:38Sem contar outros que não são necessariamente desastres de um furacão, de um fogo,
04:42mas são perdas de rotina.
04:45Então, quando você faz essa conta e compara com 1,3 trilhão,
04:49começa a não ser um exagero e você entende que é uma necessidade.
04:53Então, foi feito um roadmap de Azerbaijão para Belém, como se fosse uma passada de bastão.
04:59E a ideia foi pensar em como a gente chega nesse compromisso de 1,3 trilhão de dólares por ano.
05:04Agora, mesmo sem o crédito de carbono estar completamente implementado no Brasil,
05:09como você disse, tem algumas fases ainda para acontecer.
05:12Já tem um setor da economia todo organizado já para fazer isso acontecer.
05:18Inclusive, você faz parte desse setor.
05:20Eu queria que você explicasse para a gente o que envolve isso em termos econômicos no Brasil.
05:25O Brasil é um dos principais países de conservação de biomassa com as nossas florestas.
05:30É um tipo de projeto de carbono que se chama conservação.
05:33O Brasil também tem muita área a ser recuperada.
05:36A gente chama de áreas degradadas.
05:37Nós temos pelo menos 40 milhões de hectares que podem ser recuperados.
05:42E isso significa bastante, uma oportunidade muito grande, bastante dinheiro,
05:46bastante projeto que pode ser desenvolvido para captar gases da atmosfera.
05:50Então, o Brasil...
05:52E ele também tem experiência com biocombustíveis, com agricultura,
05:56com uma série de modelos que você, do ponto de vista climático, tem muitos ganhos.
06:01Então, a gente já tem experiência para desempenhar esse papel.
06:04Temos muito território, seja para restaurar, seja para conservar e para ter uma produção agropecuária
06:09de alto padrão, de alto nível.
06:12E nós temos uma experiência agora justamente de ter regulado e de termos tido alguns projetos.
06:17E a nossa bolsa, onde provavelmente os créditos vão ser comercializados,
06:21também já está se posicionando, se organizando para receber esse mercado de crédito de carbono,
06:26que é um valor imobiliário.
06:27E o Brasil é um dos principais sistemas financeiros do planeta.
06:30Então, a nossa posição é bastante estratégica, a nossa experiência é grande,
06:34mas também nós somos responsáveis por emissões.
06:36O Brasil é um emissor devido ao desmatamento.
06:40A gente ainda precisa desmatar ou ainda desmata para produzir.
06:43Nós podemos repensar isso, criar instrumentos para conservar,
06:47segurar as florestas onde tem água, onde tem biodiversidade,
06:50que é o que é necessário para a gente produzir e o que nos faz um grande produtor também.
06:55Então, a gente precisa de um plano mesmo nacional para organizar isso tudo
06:58e fazer com que o mercado de carbono compõe o nosso PIB de uma forma robusta.
07:02Sim.
07:02E, Olimarinho, muito obrigado pela sua participação.
07:04Obrigado, Marcelo.
07:05Boa noite.
07:05Boa noite.

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