Richard Harary, CEO da MacroBaby, analisou os efeitos da pausa de 90 dias nas tarifas entre EUA e China. A empresa, com produção concentrada na Ásia, suspendeu containers e renegociou com fornecedores. Apesar dos riscos, não repassou aumentos ao consumidor.
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NotíciasTranscrição
00:00Muitas empresas estão vendo como um alívio o acordo entre Estados Unidos e China,
00:05daquela pausa de 90 dias, sobre as tarifas recíprocas.
00:08É o caso da Macro Baby, empresa de produtos para bebês sediadas na Flórida.
00:13O empresário brasileiro e CEO Richard Harari está de volta ao Money Times
00:18para comentar essa situação das tarifas e todas as expectativas em torno disso.
00:24Tudo bem, Richard? Bem-vindo de volta.
00:25Tudo ótimo. Obrigado, tudo ótimo, sim. Agora sim, agora está tudo tranquilo.
00:31Respirando um pouquinho mais tranquilo, né?
00:33Quero saber tudo. O Felipe Machado também participa da entrevista.
00:36Bom, Richard, queria saber como é que foram essas últimas semanas para você,
00:41no período que a gente estava falando dessa guerra comercial, com tarifas altíssimas.
00:47Como é que vocês estavam lidando com isso? Chegou a traçar planos?
00:51Conta para a gente como é que foi.
00:52Sim, existia uma grande instabilidade no ar, né? A gente não sabia o que ia acontecer.
00:58A gente sabia que não podia ficar daquele jeito, isso a gente já sabia.
01:01Mas a gente começou a segurar todos os nossos containers que estavam vindo para os Estados Unidos
01:06devido a essa incerteza do que iria acontecer.
01:10Então, não podia chegar aqui e ter que pagar todas essas tarifas que iam se tornar inviável.
01:15Então, a gente acabou segurando alguns planos, né?
01:17A gente sabia que estava em negociação, a gente também estava colocando bastante pressão em lobby,
01:23em Washington, especialmente para os produtos de bebê.
01:26Então, a gente estava esperando alguma coisa que fosse sair.
01:31Certo. Felipe, sua pergunta para o Richard.
01:33Legal, Richard. Boa tarde.
01:34Richard, explica um pouquinho como é que funciona assim a sua produção.
01:38Só para a gente entender.
01:39Você fabrica os produtos na China, eles vão para os Estados Unidos, eles vêm para o Brasil.
01:43Você monta, depois exporta para os Estados Unidos.
01:45Não importa muita coisa pronta, eu acho, né, Richard, também?
01:48Como é que funciona, Richard?
01:49Então, a gente compra de mais de mil fornecedores, marcas próprias desses fornecedores,
01:55mas a gente também tem as nossas marcas.
01:57As nossas marcas que a gente desenha nos Estados Unidos,
02:00mas, em grande maioria, a gente fabrica na China.
02:03A gente lida com mais ou menos 150 fábricas
02:06que fabricam exclusivamente para nós, com as nossas marcas.
02:10Então, isso, sim, está afetando bastante diretamente.
02:13A gente, daí, exporta as nossas marcas para o Brasil e para outros países.
02:18O Richard, e comportamento do consumidor?
02:21Eu sei que você tem muitos clientes, né, que são brasileiros que moram na Flórida,
02:26americanos, muitos brasileiros que vão fazer as compras, montar enxobal.
02:31O que você percebeu desse movimento, desse comportamento, do ticket médio?
02:36Mudou nesses últimos meses e semanas, né?
02:38Para ser mais precisa?
02:39Mudou, sim.
02:40A gente notou que, nessas últimas semanas, como tinha uma incerteza
02:43de quantos preços iriam subir aqui nos Estados Unidos,
02:47principalmente para o consumidor local, americano, hispano,
02:51mas local que mora aqui,
02:53eles começaram a comprar rápido, com medo que fosse subir.
02:56Então, houve um aumento muito grande no consumo nessas últimas semanas,
03:00devido ao medo.
03:01Então, de qualquer jeito, uma pessoa que precisa de um carrinho de bebê,
03:04ela vai ter que comprar alguma hora.
03:06Então, eles compravam antes, com medo que fosse subir os preços.
03:10E agora, já está tudo mais calmo, a gente já tem as novas listas de preços de muitas fábricas,
03:16a maioria não vai subir, ele vai agulir essa diferença aí das tarifas.
03:21Lembrando que as tarifas não estão indo do zero para os 30%.
03:25Já existia uma tarifa, só que as tarifas eram de acordo com diferentes categorias.
03:30Na indústria de bebê mesmo, carrinhos, por exemplo, eram mais ou menos 5%,
03:35alguns outros produtos eram 10%, 15%, e agora vão para 30%.
03:39Então, não era que era zero para 30%.
03:41Então, já existia uma tarifa.
03:43Muitas dessas tarifas, nas nossas marcas, que a gente fabrica,
03:47a gente vai engolir isso e não vai repassar para o consumidor final.
03:51Olha só.
03:51É legal.
03:52Desafiador.
03:53Não, é legal, Richard, você dar esse depoimento,
03:54porque eu acho que dá para a gente, a gente acaba explicando muito um pouco dessas tarifas
03:58na prática com alguém, como um empresário localizado nos Estados Unidos como você.
04:02Você, que já é um empresário experiente,
04:05qual é a diferença de preço entre os fornecedores chineses e americanos?
04:10E também quero saber, é muito comum, então, as empresas americanas,
04:13empresas como a sua, importarem da China?
04:15Quer dizer, elas vão ser muito afetadas e todas vão conseguir,
04:18claro que depende de caso para caso,
04:20mas você acha que todas vão conseguir segurar os preços
04:22ou muita coisa vai ser repassada para o público americano, para o cliente americano?
04:28Uma ótima pergunta.
04:30Muitas delas vão absorver essa diferença,
04:32algumas não conseguem quando elas não têm uma margem de lucro que consegue isso.
04:37Mas, de novo, lembrando, quando a gente está falando de tarifas,
04:40a gente está falando de tarifas no preço de custo.
04:42Então, como um exemplo, uma marca de tênis, por exemplo,
04:46fabricam tênis na China por 15 dólares,
04:49e eles talvez têm uma margem muito alta, estão revendendo aqui por 100 dólares.
04:53A tarifa não vai ser sobre o preço final, ela é sobre o preço de custo.
04:57Então, mesmo se fosse 140%, ela ia estar aumentando o preço de custo
05:02e também não inclui o frete, não existe tarifa sobre o frete.
05:05Então, o consumidor no final nunca ia ver essa tarifa tão grande.
05:09Então, não é que quando a gente estava falando de uma tarifa de 140%,
05:12o preço final vai aumentar em 140%.
05:15Não, o preço está aumentando a tarifa sobre o custo.
05:18Então, produtos que têm muita margem de lucro,
05:20talvez o cliente final nem ia observar tanto isso,
05:24ele ia observar mais a diferença no preço final.
05:27Então, quando a gente está falando de 30% do preço de custo,
05:30não é muito alta essa tarifa,
05:32porque existem produtos que têm muita margem.
05:34Agora, produtos com baixa margem,
05:37aí sim o cliente vai observar uma diferença no preço final.
05:41O Richard, agora é importante a gente falar que a gente está falando
05:44de um novo contexto, dessas novas porcentagens,
05:48mas com um caráter ainda temporário,
05:50chamada de uma pausa de 90 dias.
05:53E o tempo do comércio internacional,
05:57então o tempo de você fazer o pedido,
05:59esse pedido ser feito e voltar,
06:01leva meses.
06:03Eu queria entender como é que anda esse compasso para você
06:05e esse planejamento a médio, a longo prazo,
06:09como é que faz?
06:11Exato.
06:12A gente sempre se planeja com seis meses a um ano.
06:15Quando a gente começa a desenhar um novo produto,
06:17a gente está falando de seis meses até um ano
06:19do produto final chegar aqui.
06:22Então, a gente tem que se planejar hoje,
06:25baseado no que está acontecendo hoje.
06:27O que a gente tem visto é que não tem como fazer
06:29grandes planos a longo prazo,
06:31porque a gente não sabe o que vai acontecer.
06:33mas a gente estima que não vai mudar muita coisa
06:36daqui a 90 dias, quando passar isso.
06:40A gente não acha que isso vai mudar muito.
06:43E respondendo a uma pergunta anterior,
06:44é sobre o quanto a gente se baseia na China,
06:47nos produtos que a gente tem aqui.
06:49Eu posso dizer que em grande maioria,
06:5190, 95%,
06:52a cadeia de produtos,
06:55não que apenas a nossa empresa,
06:58mas com todas as empresas de vários segmentos
07:00que eu trabalho,
07:01a gente está falando aí de 90, 95%
07:04vem da China
07:05ou de alguns outros países
07:06da Ásia,
07:08de modo geral.
07:09Então, assim, com certeza afeta.
07:11E se a gente pensar em fabricar
07:13nos Estados Unidos,
07:14é inviável,
07:15devido ao custo da mão de obra.
07:18Não existe mão de obra sobrando
07:20aqui nos Estados Unidos,
07:20não existe uma grande taxa de desemprego.
07:22Então, se fosse pessoas
07:23que trabalharem nas fábricas,
07:25elas vão ter que vir
07:26de alguns outros empregos
07:27que elas já estão ganhando bem atualmente,
07:29para valer a pena de trabalhar
07:30em piso de fábrica.
07:32Então, se fosse uma mão de obra,
07:33é uma mão de obra muito cara
07:35e a matéria-prima,
07:36eventualmente,
07:37vai vir de outro país.
07:38Porque se você quiser fabricar
07:39um carrinho nos Estados Unidos,
07:41as rodas,
07:42o frame do carrinho,
07:43o tecido,
07:44não tem nos Estados Unidos.
07:45Você vai ter que importar
07:46a matéria-prima de qualquer jeito.
07:48Então, não é viável fabricar
07:50em sua grande maioria
07:51os produtos dos Estados Unidos.
07:53Quando a gente fala
07:53da indústria automobilística,
07:55algumas outras indústrias,
07:56pode ser que sim,
07:57mas definitivamente
07:59não na indústria infantil
08:01de bebê
08:01e em inúmeras outras categorias também.
08:05Certo.
08:05Felipe, mais uma sua.
08:07Richard,
08:07como é que você tem contato
08:09com os empresários brasileiros?
08:10Como é que vocês
08:11estão se relacionando
08:12com o Brasil?
08:13Quer dizer,
08:14mesmo você não repassando
08:15para o público americano,
08:16você também,
08:17para o brasileiro,
08:18você não repassaria também?
08:19Como é que está a sua ligação
08:20nessa triangulação
08:21China-Estados Unidos-Brasil?
08:23Não,
08:24a gente também não repassa
08:25igual,
08:26mesmo para o Brasil,
08:27a gente não está repassando
08:28esses custos adicionais
08:30que tem para nós
08:32no momento
08:32devido a tarifas
08:34e o que a gente está fazendo
08:35é negociando mais para a China.
08:37Então,
08:37com as fábricas
08:38que a gente compra
08:39devido a essas novas tarifas,
08:41a gente tem negociado
08:43acordos mais agressivos
08:45para que a gente consiga
08:47um custo mais baixo
08:48na compra
08:49para não ter que repassar
08:50essas tarifas.
08:51Então,
08:51não estamos repassando
08:52nem para o público brasileiro
08:53e nem para o público local.
08:56E ainda assim,
08:57para o público brasileiro
08:58é muito mais barato
08:59comprar-se aqui
09:00em sua grande maioria
09:01e devido a vários fatores
09:03e também muitos produtos
09:04que a gente tem aqui
09:05em sua grande maioria
09:06não se encontra no Brasil
09:08de qualquer jeito.
09:09Então,
09:10você continua tendo
09:11essa demanda?
09:12Eu queria entender
09:13como que é
09:13esse perfil
09:14do seu cliente?
09:16Quantos por cento
09:16são brasileiros
09:17que moram aqui no Brasil mesmo
09:19e que compram
09:20ou ainda fazem
09:21o enxoval
09:22nos Estados Unidos?
09:23Porque essa é uma realidade
09:23que mudou muito,
09:25vai seis,
09:26sete anos
09:27para cá,
09:28Richard.
09:29Exato,
09:31assim,
09:31nós temos muitos clientes
09:32brasileiros
09:33que vêm para cá
09:34fazer o enxoval completo,
09:36então,
09:36isso continua
09:37da mesma forma.
09:38Para a gente,
09:38representa talvez
09:3940%,
09:4030%,
09:4140% das vendas
09:42ainda,
09:43o nosso público
09:43mais forte
09:44é o público local,
09:45tanto pela venda
09:46na internet
09:47quanto venda
09:47em loja física,
09:48mas é muito
09:50significante,
09:51não apenas
09:52para a Macrobaby,
09:53mas para outras lojas,
09:54até para a Disney,
09:55é muito importante
09:56o público brasileiro,
09:57obviamente.
09:58Com certeza,
09:59está certo.
10:00Tendo qualquer novidade,
10:01atualização,
10:02por favor,
10:03volta aqui ao Money Times
10:04para compartilhar
10:04com a gente,
10:05combinado,
10:06Richard?
10:07Um prazer.
10:08Richard Harari,
10:10que é CEO da Macrobaby,
10:11participando,
10:12então,
10:12aqui ao vivo.
10:13Boa tarde para você.