Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais da ESPM, analisou as negociações entre China e Estados Unidos em Genebra (SUI). Segundo ele, o encontro é um avanço importante, apesar da ausência de propostas concretas. Tarifas, eleições e cadeias produtivas entraram no debate.
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NotíciasTranscrição
00:00Voltamos a falar das negociações tarifárias entre autoridades dos Estados Unidos e da China em Genebra.
00:06Sobre isso eu converso agora com o economista Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da ESPN.
00:12Boa noite, professor. Seja bem-vindo.
00:15Boa noite, Marcelo. Boa noite a todos que nos escutam.
00:18Professor, no primeiro dia do encontro ninguém deu nenhum detalhe sobre as negociações,
00:22no máximo que a China falou, que é um primeiro passo importante,
00:25mas dá para a gente considerar que só o fato de estar havendo esse encontro já é um progresso?
00:31Sem dúvida. A gente pode de alguma forma, porque havia toda uma situação em que os dois lados esperavam o outro piscar primeiro.
00:42E de algum modo parece que o governo americano tomou a iniciativa de chamar as negociações com um forte apoio internacional.
00:50Eu acho que a palavra mais certa veio da presidente Ocundo, da presidenta da OMC, da Organização Mundial do Comércio,
00:59definindo as conversas como necessárias, obrigatórias e otimistas.
01:05Então, é exatamente isso. De algum modo era preciso que alguma conversa se estabelecesse.
01:12Que isto vá chegar a um acordo rápido, nenhum dos dois lados afiançou isso.
01:18Nem Stephen Bannon, nem o vice-primeiro-ministro chinês chegaram a essa posição.
01:25Os dois deram a mesma resposta quanto ao tempo.
01:29Esse é só o primeiro contato.
01:32Na verdade, quando a gente olha para isso, esse primeiro contato, é para que cada lado...
01:38Essa visão é bem importante.
01:40Para que cada lado saiba o que o outro quer.
01:44É exatamente isso.
01:45Talvez esse fim de semana seja apenas esse primeiro contato.
01:49Mas ele é muito importante.
01:51Sem dúvida.
01:52O presidente Trump, um pouco antes desse encontro, ele disse que aceitaria baixar as tarifas para 80%.
01:57Mas isso, obviamente, continuaria sendo um desastre para a relação bilateral.
02:02Parece que é apenas uma questão de não entrar no encontro já fazendo concessão demais como uma estratégia de negociação.
02:11Com certeza, Marcelo.
02:1480% inviabilizaria completamente.
02:17As tarifas, normalmente, nos Estados Unidos, a gente pensa que...
02:22A gente está discutindo esses números.
02:23Esses números são absolutamente inviáveis.
02:27As tarifas eram de 2,5%, 3,5% em alguns produtos, alguns mais sensíveis, 4%, a grande maioria de 2% a 2,5%.
02:37De 2,5% para 145%, então é evidente...
02:42E mesmo que vá de 2,5% para 80%, os dois lados sabem que não é esse o caminho que está proposto.
02:4980% continuaria inviabilizando as negociações.
02:52É evidente que ainda estamos naquele estudo.
02:57Cada lado está estudando exatamente o que é que pode propor de algum modo.
03:02O fato real é que há diferentes indústrias, diferentes setores econômicos norte-americanos, até mesmo, de prestadores de serviço.
03:13Tem repetido os alertas, claro, o governo Trump, de que a situação é inviável.
03:19Em outras palavras, as cadeias produtivas americanas dependem, precisam do contexto chinês.
03:26Mas essa situação é, sem dúvida nenhuma, o grande empurrão para as negociações.
03:32Professor, o Felipe Machado vai fazer uma pergunta agora.
03:35Tudo bem, professor? Boa noite.
03:37Vou falar com o senhor mais uma vez.
03:39Professor, o presidente Donald Trump anunciou, com um certo estardalhaço, o acordo comercial com o Reino Unido.
03:44Foi o primeiro acordo aí.
03:46O Scott Bessinger já disse que tem 70 propostas de acordo.
03:49A gente sabe que esses acordos podem levar muito tempo, porque às vezes eles podem até depender, de repente, do poder legislativo de cada país.
03:57Tem que levar essas propostas para o judiciário, para o legislativo, enfim.
04:00Podem ter um caminho muito mais longo do que simplesmente o desejo ali do governo americano.
04:07O que a gente pode esperar do comércio internacional com essa quantidade de acordos que está para ser fechada?
04:13Temos alguma expectativa de prazo para isso?
04:15Isso pode influenciar, por exemplo, as eleições de midterm do ano que vem nos Estados Unidos, se não forem fechados a tempo?
04:23Sem dúvida nenhuma, Felipe. O fecho da tua fala é o X da história.
04:28Há um teto para tudo isso, que é eleições do midterm nos Estados Unidos, novembro do ano que vem.
04:36Porque, sem dúvida, essas eleições, com bolso vazio, significará uma derrota brutal.
04:43Uma sociedade com um alto poder de consumo, como é a sociedade norte-americana,
04:49ela não vai se conformar, para usarmos a expressão do presidente Trump,
04:53deixa as suas crianças sem boneca nesse Natal.
04:57Isso não é assim.
04:59Mesmo para os trumpistas mais convictos.
05:03É verdade que nós temos aquela pesquisa do professor David Autor, do MIT,
05:11que é muito interessante.
05:13O que é que ele fez na pesquisa?
05:15Ele pegou os que mais sofreram nas tarifas impostas por Trump no primeiro mandato
05:22e foram medir agora em quem esses que sofreram mais lá, quatro anos depois, em quem votaram.
05:29O que ele encontrou?
05:31Maciçamente, os que sofreram, votaram em Estados republicanos, votaram novamente no Trump.
05:37Então, você pode chegar à seguinte conclusão.
05:41Ah, então não.
05:43Há um trumpismo de raiz, para usar uma expressão bem nossa,
05:48que garantiria uma posição.
05:50Com cautela a isso.
05:52Porque esse trumpismo de raiz ainda não enfrentou uma recessão para valer.
05:56Alguns analistas americanos dizem que você pediu um prazo,
06:02que talvez o próximo verão já deixe as coisas muito mais complicadas.
06:09Sabe por quê?
06:10Porque 85% dos aparelhos de ar-condicionado dos Estados Unidos são feitos na China
06:17e vendidos e comprados pelos produtos chineses.
06:21Como é que vai fazer no verão?
06:22Então, quando o verão esquentar de fato e você, de algum modo, perceber que a falta do produto,
06:30porque é inviável, mesmo com 80%, como dizia o Marcelo, é inviável.
06:34Então, quando você olhar para esta realidade, talvez, não necessariamente apenas o bolso,
06:40o bem-estar e, principalmente, a ameaça ao emprego.
06:44Se nós efetivamente chegarmos a um ciclo recessivo,
06:47a ameaça ao emprego fará as eleições em meio de termos terem outro peso.
06:53Todo esse conjunto talvez acelere os acordos com os chineses.
06:57Professor Leonardo Trevisan...
06:58Tudo isso, de uma vez, a conferir.
07:01Tá certo.
07:02Professor Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da SPM,
07:06queria agradecer muito a sua participação hoje no Jornal Times Brasil e te desejar uma boa noite.
07:11Eu agradeço o convite de vocês.
07:13Conversa excelente.
07:14Muito obrigado e boa noite a todos.
07:16Obrigado.