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TVTranscrição
00:00Música
00:00Ai, cadê meu pai que não chega?
00:10Pronto, essa aqui já está bonitona, ó
00:13Aí
00:15Música
00:30Eu queria que você fizesse isso para mostrar para os outros
00:41Música
00:42É, mas não consigo
00:59Eu não consigo quando eu ver de onde vem
01:01Eu não sei porque eu travo
01:02Mossa, ela está chegando aí
01:04Ai, benza, Deus, eu já estava ficando preocupada
01:07Pai
01:08Tati, minha filha
01:11Entra, Maria
01:17Gente, essa é a Maria
01:23Que linda
01:30Que isso?
01:35O que foi isso?
01:35Um copo quebrou, escorregou
01:38Estava na pontinha
01:39Marcelo, você não morre mais, rapaz
01:41Estava todo mundo falando de você
01:43A mamãe e a Tati estavam aflitas para você chegar
01:45Ai, filho, graças a Deus você já está em casa
01:48Maria, esse é o meu irmão, Roberto
01:50Todo mundo chama ele de Beto
01:52Como vai?
01:53Tudo bem?
01:54Tudo bem?
01:54Tudo
01:55Desculpa, eu estou assim
01:57Sem camisa
01:58Mas eu não sabia que você vinha, né?
02:00Não, tudo bem
02:01Estou acostumada
02:02Os meus amigos lá no circo vivem sem camisa
02:05Porque a gente está sempre treinando
02:06Muito calor
02:07Eu vi o seu número
02:09No tecido, na lira
02:10Espetacular
02:11Espetacular
02:12Puxa, obrigada
02:14Maria, essa é minha mãe, a Dalva
02:17Como vai?
02:21Bem, obrigada
02:22Mas no momento, para falar a verdade, bastante preocupada
02:25Preocupada com o que, mãe?
02:27Filho, a notícia sobre o depoimento que você deu falando dos mutantes
02:30Está nos jornais, na televisão, na internet, em todo lugar
02:34E o pior é que ninguém está acreditando em você, Marcelo
02:37Mutantes?
02:38Os meus pais me falaram da história dos mutantes da progênese
02:42É sobre isso que vocês estão falando?
02:44É, exatamente
02:44Eu acredito que todos esses crimes estão relacionados com pesquisas proibidas
02:50Feitas na progênese
02:51Experiências com mutantes
02:53Mas isso é uma loucura
02:54Agora eu me lembro que você me falou que a sua filha
02:59Então...
03:02É, é tudo verdade
03:04É, mas eu não consigo quando as pessoas duvidam de mim
03:06Deixa eu ver aqui
03:36Estou impressionada.
03:59Você, Maria, provavelmente também é uma mutante.
04:03Eu? Mutante?
04:19Ai, você está de noite. Onde é que ele está, meu Deus do céu?
04:26Maria, fica calma. Vamos rezar para o papai voltar logo.
04:29Olha, mãe, você mesmo não falou que meu pai se conhece mais como ninguém?
04:33Então vai ver que ele conseguiu fugir.
04:36Mas ele já devia ter voltado aqui. Ele já devia ter voltado.
04:41Ele estava sendo perseguido por bandidos.
04:44Estavam atirando nele, meu Deus.
04:46Chamei a polícia. E até agora nada, nenhuma notícia.
04:53Mãe, eu queria ter ido com aquele helicóptero da polícia.
04:58Assim eu podia tentar achar o papai, mãe.
05:01Eles têm binóculo, filha.
05:04Eu consigo enxergar muito mais qualquer binóculo, mãe.
05:07E como é que a gente ia explicar essa história para a polícia?
05:12Não sei, mãe. Eu queria, mãe.
05:15Eu queria ter achado o papai antes que fizesse algo mal para ele, mãe.
05:19É a vontade de sair correndo por cima do mar, mas...
05:23Eu não nado tão depressa como eu corro.
05:26E sem saber onde meu pai está, meu poder também não ia adiantar de nada.
05:30Se eu pelo menos tivesse conseguido enxergar o papai, eu não conseguia.
05:35Eu conseguia.
05:36Oh, filha. Oh, filha. A culpa não é sua, não.
05:41Olha só.
05:43Você fez o que pode.
05:46A culpa é nossa, sim, mãe.
05:48Se acontecer alguma coisa com meu pai, a culpa é nossa, tá?
05:50Não.
05:52Gente, por favor. Claro que não.
05:54Mas se a gente não fosse mutante, o papai não ia estar sendo perseguido agora, mãe.
05:58Não fala desse jeito. Eu estou ficando com medo já. Não aguento mais isso.
06:02Mas é isso, mãe.
06:03É isso, sim. Eles querem tirar do caminho todo mundo que souber demais.
06:07Eles querem acabar com os mutantes.
06:09Mas a senhora não viu a coitada da Ruth?
06:11Gente, escuta.
06:13Mas isso não faz de vocês culpados.
06:16Isso não faz.
06:18A culpa é de uma mente criminosa.
06:20Uma mente doentia.
06:22Que quer o mal das pessoas, gente.
06:24Por favor, olha.
06:26Não se culpem por isso, por favor.
06:28Por favor.
06:30O que adianta ser mutante?
06:31Se quando eu mais preciso do meu poder, eu não consigo usar.
06:35Consegui salvar o meu pai, mãe.
06:38Mãe.
06:40Eu estou com medo, mãe.
06:43Eu estou com medo de terem matado o papai, mãe.
06:46Mãe.
06:47Não.
06:48Não, filho.
06:49Não.
06:50Não.
06:51Não.
06:52Isso não.
06:54Oh, meu Deus do céu.
06:55Não.
06:57Meu marido, não.
06:59Meu marido, não.
07:01O que vai ser de mim?
07:02Não.
07:04Ah, não.
07:05Não.
07:06Meu Deus.
07:12Você é um bebê.
07:13Não.
07:14É um bebê de meses.
07:15E parece que já tem cinco anos.
07:18Como pode?
07:20Em tão pouco tempo, já falha e anda.
07:22Cris, onde você vai?
07:23Meu Deus.
07:24O que ele vai aprontar lá fora?
07:25Oh, Cris.
07:26O que você está fazendo aqui?
07:27Ele não pode sair do quarto.
07:28Ele não quer mais ficar no quarto.
07:29Não, não faz isso, Cris.
07:30Cris, coloque a Dra. Beatriz no chão.
07:32Ah, ele vai aprontar lá fora.
07:35O que você está fazendo aqui?
07:36Ele não consegue sair do quarto.
07:41Ele não quer mais ficar no quarto.
07:45Não, não faz isso, Cris.
07:50Cris, coloque a Dra. Beatriz no chão.
08:00Levitar é tão bom.
08:23Quer me passar o sal aí, Cassandra, por favor?
08:25Papai, o senhor sabe que não pode abusar do sal por causa da pressão.
08:29Mas é só um pouquinho aqui na salada.
08:32Papai, sal é veneno, retém líquido.
08:35Não sei.
08:37Veneno é outra coisa, Cassandra.
08:40Até a lágrima tem sal.
08:43E o mar também.
08:45É, engraçadinho.
08:48Sal faz mal pra saúde, viu?
08:50Incha.
08:52Essa casa fica tão vazia sem os meus netos aqui.
08:56É, eu também acho.
08:57Os dois foram jantar na casa dos Maia.
09:02Parece que a Janete engrenou esse namoro agora com o Tony, não é?
09:06É, ele é um bom rapaz.
09:09Mas eu não sei se gosto da Janete ficar enfiada naquela casa o tempo todo.
09:12O Lucas também é outro que não sai de lá.
09:14Agora os dois resolveram salvar o mundo.
09:16São jovens, não é?
09:20E especiais.
09:23Você sabe disso melhor do que qualquer pessoa, não é?
09:27Ter filhos superdotados, isso foi uma escolha sua.
09:31Eu sei, papai.
09:33E eu adoro os meus filhos.
09:35Mas se arrependimento matasse...
09:37Eu nunca pensei que essa história de mutação genética na Progênesis chegasse tão longe.
09:45Realmente, parece que a coisa saiu do controle, não é?
09:49Eu estou muito preocupada com a repercussão da divulgação dessa história e dos mutantes.
09:54A imprensa já está investigando por causa daquele policial federal, tal de Marcelo Montenegro.
09:59Também, coitado desse policial, com uma filha superdotada, sem ele ter sido consultado.
10:07Será que foi por isso que tentaram acabar com a vida dele e da filha também?
10:12Não sei.
10:13A menina dele parece que consegue mover objetos com a força do pensamento.
10:19Mas as coisas explodirem e pegarem fogo assim do nada.
10:22Mas ela não conseguiu provar nada, né?
10:25E ele caiu no ridículo.
10:26A imprensa já está debochando, ridicularizando.
10:34Parece que ninguém acredita que essa história dos mutantes seja real.
10:38É, mas está todo mundo curioso, né?
10:41O mistério atrai as pessoas.
10:44O dono e dois diretores da Progênesis foram assassinados, né?
10:49Uma briga de poder numa empresa milionária.
10:55Uma fortuna de herança em jogo.
10:58E Lucas garante que Maria Luz é inocente.
11:02Bem, pode ser mesmo.
11:06Agora, esse policial me parece do tipo que vai até o fim.
11:10Não desiste fácil, não.
11:12Pois se eu fosse ele, tomaria mais cuidado.
11:17Parece que, depois de tudo que já aconteceu, não é?
11:21O mandante desses crimes todos pode perfeitamente acabar com ele, a filha, a família inteira, se quiser.
11:29Quem você acha que está por trás desses crimes todos?
11:32Eu não sei, papai.
11:36Mas eu gostaria muito de saber.
11:40Você desconfia de alguém?
11:43É claro que eu desconfio.
11:48Desconfio de quem?
11:51Eu vou lhe dizer, papai, de quem eu desconfio.
12:02Alô?
12:15Alô, Lucinha?
12:17Oi, Simone.
12:18Tudo bem?
12:19Olha, eu tenho uma coisa muito importante pra te dizer.
12:22Uma coisa?
12:24Que coisa?
12:26Ah, Simone, não me deixe nervosa.
12:28Você sabe que eu sou curiosa, vai.
12:29É sobre o resultado do meu exame.
12:32Ai, meu Deus.
12:34O resultado do novo exame que você precisou refazer?
12:38Calma.
12:40Nervosismo não faz bem a ninguém, hein?
12:42Principalmente uma menina linda como você.
12:45Tá bom.
12:47Tá bom, eu tô preparada.
12:50Vai, fala logo, qual foi o resultado do exame?
12:54Tudo ótimo!
12:56Melhor impossível!
12:58Eu tô com uma saúde perfeita!
13:00Não tenho câncer nenhum!
13:02Ai, que maravilha!
13:05Foi um erro do laboratório.
13:07Eles trocaram mesmo os exames.
13:10Lucinha, eu tô com uma saúde de ferro.
13:13Fala, Carvalho.
13:25Quem é essa gente que tá fazendo tanta maldade com a minha filha?
13:28Bom, Donana, eu não posso acusar ninguém, né?
13:35Há muitas hipóteses sem respostas.
13:39Mas a única coisa que eu posso afirmar é que essas pessoas aqui, elas são as mais suspeitas.
13:47E quem são elas, Carvalho?
13:51Conta pra gente, Carvalho.
13:55O que que você pesquisou?
13:57Quem é a pessoa ou as pessoas responsáveis por tanta maldade?
14:03Impressionante, Dino.
14:10Pedi até reforço da Polícia Federal, mas nada.
14:14Mulher tava correndo, feito uma louca nas ruas da Liberdade e de repente desapareceu.
14:19Em algum lugar ela tem que tá, doutor.
14:21É.
14:22Mas olha o que eu consegui.
14:23A foto.
14:24Maria no meio da rua com o cara.
14:27Adivinha quem?
14:30Marcelo Montenegro.
14:32O Marcelo com a Maria nas ruas da Liberdade, conforme a gente já suspeitava.
14:36É, com certeza ele ajudou ela a fugir.
14:39É.
14:40Agora, é muita coincidência, né?
14:42Tá claro que os dois são cúmplices nesses crimes todos.
14:45Eu só precisava provar que eles têm alguma coisa um com o outro pra encerrar esse inquérito
14:49e encaminhar pro Ministério Público.
14:51Aí a denúncia vai ser feita e com certeza os dois vão ser julgados.
14:54Os dois vão ser condenados.
14:55Eles vão se ferrar.
14:57Passar muitos anos na prisão.
15:02Sabe você o que é o amor?
15:05Não sabe, eu sei.
15:08Sabe o que é o trovador?
15:10Não sabe, eu sei.
15:14Sabe andar de madrugada
15:17Tendo a moda pelo amor
15:21Sabe gostar, não sabe nada
15:24Não sabe, não
15:27Ah, você
15:29Não sabe, não
15:33Não sabe, não
15:39Esse Marcelo Montenegro é um cara de pau, impressionante.
15:46Não, percebeu que esse Marcelo tá enrolado nessa história desde a morte da mulher dele.
15:49Imagina, imagina.
15:51Jurou que não era cúmplice da Maria, jurou que era inocente nessa história.
15:55Vem a sorte e me dá esse presente aqui.
15:57E que presente, doutor?
15:58A foto que comprova a ligação dos dois.
16:01Os dois, abraçadinhos, dois pombinhos.
16:04Dá até pra botar num cartão postal isso aqui.
16:07E qual é o próximo passo?
16:08Eu quero dar uma olhada na casa do Marcelo Montenegro, ver o que ele tá escondendo lá.
16:13Já pedi pro juiz uma ordem de busca e apreensão.
16:16É, doutor.
16:18Você tá certo.
16:19É um bom lugar pra encontrar provas contra ele e contra a Maria.
16:23Quem sabe encontrar algo quente sobre o envolvimento dos dois, o motivo do crime.
16:26O motivo é a grana.
16:28Isso tá claro.
16:29Os dois organizaram todos os crimes pra Maria ficar com a herança do Sócrates.
16:33E o Marcelo inventou essa história de mutantes pra confundir.
16:36Pra desacreditar a progênese.
16:38E pra jogar atenção no povinho da mansão, que são os outros herdeiros da empresa.
16:43Agora a gente tem que agir rápido.
16:44Porque senão esses dois vão matar mais gente.
16:47Até ficarem com a empresa só pra eles.
16:48Vão ficar aí pelo mundo, cheios da grana.
16:51Sentados na grana, viajando pelo mundo, felizes pra sempre.
16:54Mas eu não vou deixar.
16:56Agora com a sua foto, tô esperançoso, Taveira.
16:58Lá na casa do Marcelo a gente vai encontrar umas provas contra ele.
17:01Muito mais do que provas.
17:03Tem alguma coisa me dizendo que é lá que eu vou botar a mão na massa.
17:07Será que esse federal não teve a infeliz ideia de levar a Maria lá pra casa dele?
17:12Será?
17:12Eu não duvido nada.
17:14Ah, nenhum dos dois percebeu que tava sendo fotografado.
17:18O Marcelo não sabe que a gente tá na cola dele.
17:20Se essa bandida estiver lá, é flagrante.
17:23A gente prende a bonitinha e o Marcelo tá enrascado.
17:26Eu diria muito mais do que enrascado.
17:29Eu vou acabar com o Marcelo.
17:32Eu juro.
17:32Bom, vamos então aos suspeitos dos crimes, um a um.
17:46Primeiro a família Maier.
17:47Dona Irma Maier, viúva do Platão Maier, irmão do doutor Sócrates Maier.
17:55Dona Irma lutou incansavelmente pra ser inventariante.
17:59E pelas informações que eu tenho, é extremamente obcecada com o destino da herança do doutor Sócrates.
18:06Qual a cara de peru, né?
18:09Olha a estampa.
18:11Isso aqui, cara, só quer poder.
18:13Só tá afim de dinheiro, de riqueza.
18:14Esse aqui é o nosso segundo suspeito.
18:19Doutor Aristóteles Maier.
18:23É irmão do Platão e do doutor Sócrates.
18:26É o irmão caçula, né?
18:28É o diretor administrativo da empresa.
18:32O doutor Ari, ele também quis ser o inventariante, né?
18:36Do processo.
18:37E com a morte dos dois irmãos, é o herdeiro com mais chances de ter empresa pra ser.
18:41E a fortuna também, né?
18:42Pelo que eu tô vendo, cara, essa família Maier,
18:45ela só quer, só tá querendo a grana do parecido.
18:49Tem família, né, cara?
18:50É, Pepe.
18:51E o envolvimento dele com todos esses crimes misteriosos
18:54é uma das pistas que eu vou continuar a seguir.
18:57É?
18:57É.
18:58Escuta, e esse aqui?
19:00Esse playboyzinho bigodudinho aqui?
19:02Que se mal liçola, né?
19:04Esse aí é o Rodrigo Maier.
19:06É filho do Aristóteles.
19:08O Rodrigo também pode estar por trás de tudo isso
19:11pra ter o controle da empresa pra si.
19:13Ele é tão jovem, rapaz.
19:15Será que um cara assim, com tanta vida pela frente,
19:19seria capaz de planejar tantas mortes assim?
19:22Uma sangue frio?
19:23É, jovem e ambicioso.
19:26Você não ouviu o que o doutor Carvalho falou?
19:28Olha, esse bigodinho com essa cara aqui,
19:31esse cara aqui tá afim.
19:33Cada vez mais é de poder.
19:34E de poder pra si.
19:36Só si.
19:37Sabe?
19:40A gente tem aqui também, ó, mais duas suspeitas, né?
19:44Elas não são da família,
19:45mas também tem tanto interesse na empresa como os outros.
19:49Dona Cassandra Martinelli.
19:52Ela faz parte da diretoria da Progênese.
19:56É filha de um dos sócios do doutor Sócrates.
19:58E sempre participou ativamente na empresa.
20:00Essa aqui é aquela viúva daquele que apareceu enrolado no tapete?
20:05Do Josias.
20:06Josias, né?
20:07Mulher chique, hein?
20:08Parece até uma atriz dessas famosas aí da televisão.
20:12Mas o que uma mulher tão elegante,
20:15aparentemente bem-nascida,
20:18ganharia,
20:19mandando matar o sócio do próprio pai,
20:22o pior,
20:24o marido também.
20:25Eu acho muito difícil
20:31acreditar que eu
20:33que eu possa ser uma mutante.
20:36É difícil, né?
20:37É difícil acreditar
20:38que você é diferente dos outros.
20:43Eu...
20:44Eu me lembro que aquele bandido,
20:47quando ele foi atrás de mim lá no circo,
20:50ele me perguntou...
20:51Eu quero me enfrentar, é a garota.
21:06Você vai se dar mal, hein?
21:08Quem vai se dar mal é você.
21:09Ah!
21:10Você é um mutante.
21:28O quê?
21:29Não sei.
21:30O que eu quero saber é quem é a moça e tudo bem.
21:33Fala!
21:35Infelizmente, ele não me falou quem era o chefe dele,
21:38porque na hora chegou um outro bandido.
21:41Mas eu me lembro que ele me perguntou
21:42se eu era um mutante.
21:44Eu acho que você é.
21:46Não.
21:48Será possível?
21:50Do jeito que você luta, Maria.
21:51Sua força, sua agilidade, seu equilíbrio.
21:54Mas isso tudo é por causa do meu treinamento no circo.
21:57Você pode até não acreditar,
21:59mas sendo filha do doutor Sócrates...
22:01Mas a gente ainda não tem certeza disso, Marcelo.
22:03Não saiu o exame,
22:05o teste do DNA ainda não saiu.
22:07Mas vai sair.
22:08E antes de sair,
22:09a gente já sabe que você é filha do doutor Sócrates
22:12por tudo que o bandido falou pra você
22:13lá na sala dos espelhos.
22:17Aqueles idiotas da polícia
22:18caíram direitinho na armadilha.
22:20Ninguém acreditou no que você contou.
22:25Eu fui na mansão no dia da festa,
22:27botei a paradinha na tua água.
22:29Depois eu deixei você junto do presuntão do doutor Sócrates.
22:33Ah, o doutor Sócrates, ele era o teu pai.
22:38Depois teve o Josias,
22:40que eu deixei o corpo na frente do teu trailer.
22:43E todo mundo pensou que fosse você
22:46a culpada pelos clientes, Maria.
22:49Sacanagem, né?
22:50Faz tudo amado pela chefia,
22:52que pensou nos mínimos detalhes, Maria.
22:55É verdade.
22:58Depois daquilo,
22:59não dá pra ter a menor dúvida.
23:02Eu acho
23:03bem provável que você tenha
23:05alguma mutação bonitica.
23:06Ou seja,
23:08é possível, então,
23:09que eu realmente
23:10seja uma mutante.
23:12Mas isso é...
23:14Isso é uma loucura.
23:15Eu vou ter que
23:17me acostumar com essa ideia, né?
23:19Maria,
23:20por enquanto você pode ficar escondida aqui em casa,
23:23mas
23:23eu vou ter que sair pra ir à luta,
23:26pra
23:26tentar provar a sua inocência
23:28e a minha inocência também.
23:30Peraí, peraí.
23:32Deixa eu ver se eu entendi direito.
23:34A moça me desculpe,
23:35mas, Marcelo,
23:36a Maria tá sendo procurada pela polícia.
23:39E você quer que ela se esconda aqui na nossa casa?
23:41Mãe.
23:43Não, Marcelo, a sua mãe...
23:44Sua mãe tá certa.
23:46É melhor eu procurar um outro lugar mesmo
23:48pra ficar, porque aqui é...
23:49Não, Maria.
23:50Você vai ficar.
23:52Mãe, a Maria é inocente.
23:54Se ela for pra prisão,
23:55ela tá correndo risco de vida.
23:57Filho, e o risco que todos nós
23:59corremos com ela aqui?
24:01Não se esqueça que o delegado,
24:02o doutor Taveira,
24:03ele tá achando que você é cúmplice dela
24:04nesses crimes todos.
24:05Mãe, isso é um absurdo.
24:07A Maria é inocente.
24:08Eu tenho certeza disso.
24:10O bandido, ele confessou.
24:12Eu ouvi da boca dele.
24:13A Maria não tem culpa de nada.
24:14Foi tudo uma armação contra ela.
24:16Tudo bem, você sabe disso,
24:18nós sabemos.
24:19Mas o problema é que
24:20ninguém tá acreditando em você, Marcelo.
24:22Você agora também é suspeito.
24:24Tudo bem.
24:24Imagina se a polícia chega
24:25e encontra a Maria aqui em casa.
24:27Mãe, a gente vai arranjar
24:28outro esconderijo pra Maria.
24:29Isso daqui é só uma situação provisória.
24:32Mas hoje não tem perigo.
24:33A Maria precisa de um lugar
24:34pra ela se sentir segura.
24:36E a gente precisa de tempo
24:37pra conversar,
24:38pra pensar num plano,
24:39pra tentar encontrar
24:42um jeito
24:42da gente sair dessa, mãe.
24:44Ver por onde a gente começa.
24:46Mãe, o Marcelo tem razão.
24:47Deixa ela ficar.
24:48Deixa ela ficar.
24:50Você deve estar cansada, né?
24:52Com tanta correria, assim.
24:54Precisa descansar, né?
24:55É, a avó também acha
24:56que a Maria merece ficar.
24:58Desde quando você acha
24:59alguma coisa, Tati?
25:00Desde quando minha mãe
25:01morreu no meu lugar.
25:02Desde quando eu fui perseguida
25:04lá em Miami.
25:04E desde quando eu sofri
25:05a minha vida e a da senhora
25:07quando invadiram a nossa casa.
25:10Meu pai tem razão.
25:11Se a Maria é inocente
25:12e tá correndo perigo,
25:14a gente tem que ajudar a Maria.
25:16Até parece uma adultinha falando.
25:20É, mãe.
25:21Sempre foi assim.
25:22Sempre parecendo uma adulta.
25:25Sempre me surpreendeu
25:26com a maturidade.
25:28Posso não ser adulta, pai.
25:30Mas já passei por muita coisa
25:31na sua vida.
25:33Maria, por mim você fica.
25:36Quer um copo d'água?
25:39Quero sim.
25:41Eu vou buscar pra ficar.
25:47É, mãe.
25:49A Maria fica.
25:50Você vota vencida.
25:52Bem.
25:56Seja bem-vinda, minha filha.
26:00E seja o que Deus quiser.
26:04O que está acontecendo aqui?
26:06Doutora Júlia,
26:07o Cris quis passear.
26:09Eu já disse que esse menino
26:10não tinha que sair do quarto dele.
26:14O que tem que ver?
26:15Cris.
26:16Agora coloque a tia Beatriz no chão.
26:18Pai, por favor, faz isso, Cris.
26:22Por favor, minhas senhoras.
26:24Entre no quarto, senhoras, por favor.
26:28Esse menino precisa ser sedado.
26:30Ele não pode ficar solto na clínica.
26:31Eu avisei a Marlene que o Cris
26:33não podia sair do quarto.
26:34Mas ele já cresceu.
26:35Não pode ficar preso.
26:37Mas eu preciso conter esse menino.
26:39Se ele ficar por aí
26:39levitando coisas, vai ser um caos.
26:41Isso vai sair na imprensa.
26:43Vocês já imaginaram
26:44o que vai acontecer com a clínica?
26:46Outro escândalo?
26:48Isso não pode acontecer.
26:49Chega de escândalos.
26:51O que a senhora vai fazer com ele,
26:52Doutora Júlia?
26:52Eu vou botar esse menino pra dormir.
26:59Tadinha do Cris.
27:02Meu menino.
27:04Marlene, você vai levar esse menino
27:06pro quarto?
27:06Já?
27:07Desse jeito eu vou ter que arranjar
27:09mais segurança,
27:10botar trancas,
27:11botar chaves
27:12pra que esse menino
27:13não saia do quarto.
27:14fora do quarto ele é um perigo.
27:17Ele vai ter que ir pra ilha
27:18imediatamente.
27:19Não, Doutora Júlia.
27:21Por favor, não leve o Cris pra ilha.
27:27Tão tarde.
27:31Nada do teu voltar.
27:35Oh, paizinho.
27:38Volta pra casa.
27:40Eu sei que você tá vivo, pai.
27:42De que que adianta eu poder
27:47enxergar tão longe
27:48se eu não sei onde é que tá o meu pai?
27:52Mãe,
27:54você precisa comer alguma coisa.
27:57Quero não, filho.
28:00Não tenho fome.
28:06Alô.
28:07Tá, só um minuto.
28:08Da polícia.
28:10Eles querem falar com você.
28:14Alô?
28:15Sim, sou eu mesma.
28:19É o meu marido.
28:22Sim.
28:28Acharam?
28:29Ai, mãe, encontraram meu pai.
28:32E o meu marido?
28:35Você tem alguma notícia do meu marido?
28:36Como assim?
28:46Vazia?
28:47Não, mãe, não acharam meu pai?
28:49Foi encontrada vazia.
28:52Abandonada.
28:54No meio do mar.
28:58E sem sinal dele.
28:59O que que houve com meu pai, mãe?
29:03Ele não vai voltar, né?
29:04Ai, Feliz, a gente não pode perder a fé, não.
29:07Eu ainda acredito que o papai vai voltar.
29:11Obrigada.
29:15Por favor,
29:17se vocês...
29:19Se vocês tiverem alguma notícia,
29:23alguma coisa sobre o meu marido,
29:25sim.
29:35Obrigada.
29:41Eles não sabem nada do teu.
29:45Eles acham que ele pode ter se afogado.
29:47Quem quer fazer alguma coisa dessa com meu pai?
29:54Mãe,
29:55o papai vai voltar.
29:57Eu vou ficar esperando ele.
29:58Eu já...
29:59Não, filha.
30:01Não.
30:02Não, pode ser perigoso.
30:09Enfim, essa armadilha com seu pai pode...
30:12Pode vir atrás da gente.
30:14Eu nunca pensei que esses nossos poderes
30:21pudessem colocar toda a minha família em risco.
30:25E agora, mãe?
30:26O que que a gente vai fazer?
30:28Eu não sei, mas a gente tem que fazer alguma coisa.
30:32Vamos fazer o que o seu pai falou.
30:35A gente vai ter que se esconder.
30:37A gente vai ter que fugir daqui.
30:40Mãe, vai se fugir?
30:42O papai vai voltar, mãe.
30:43Ele não vai encontrar a gente aqui.
30:45Como é que a gente vai fazer?
30:45A gente não pode fugir, mãe.
30:49Eu não...
30:49Eu não desisti do seu pai, filha.
30:52Eu não perdi a fé.
30:56Mas...
30:57Vocês dois correm perigo.
31:01Somos só nós três, por enquanto.
31:03Eu não permito...
31:05Pela minha vida...
31:07Que alguém faça algum mal pra vocês.
31:15É por isso que a gente vai ter que fugir daqui.
31:18A gente vai ter que sair.
31:23Pai.
31:26Pai.
31:26Eu não sei o que eu faço.
31:34Eu morro de pena do vovó, mas eu fico preocupado em deixar esse menino ficar aqui em casa.
31:37Eu não acho que seja uma boa ideia.
31:39Não, lá em casa não tem lugar.
31:40Eu moro com a minha mãe, com a minha irmã e com a minha sobrinha numa casa que é um morro.
31:44Sabe como é que é, né?
31:45Salário de professor aqui no Brasil.
31:47Ah, é uma vergonha o que pagam pros professores nesse país, né?
31:50E depois elas não iam entender de jeito nenhum.
31:52Imagina, se ele não pode ficar aqui na sua casa, é pior ainda.
31:56Que situação, hein, Guiga?
31:58Dá medo mesmo deixar ele ficar aqui.
32:00Pode ser perigoso, mas ele é só uma criança.
32:03Ele não tem família, ele não tem pra onde ir.
32:06Eu tenho medo que ele morde as meninas.
32:07Esse menino já me disse que mordeu uma porção de gente.
32:10Você não acha muita coincidência ele parar justamente aqui?
32:13Não é todo dia que a gente encontra um mutante como as tuas filhas.
32:16Será que ele tava na tal clínica?
32:18Você sabe o que é aqui perto?
32:20É, pode ser.
32:20Eu vou perguntar pra Beatriz, aquela minha amiga médica que trabalha lá.
32:27Tem alguém vindo aqui.
32:29Como é que é?
32:31Que tem alguém vindo aqui, o que é, rapaz?
32:36Viu só, não tem ninguém aqui.
32:40Não te falei?
32:41É que ela ainda tá chegando.
32:43É uma mulher.
32:45Ela tem espaço mais leve.
32:47Mas ela tá andando rápido.
32:48Pode ser a minha sobrinha, a Leonora.
32:50Ela tá grávida, precisou fazer um exame na clínica, mas ainda tá cedo pra ela chegar.
32:54Não sei se é ela.
32:55Mas tem uma mulher chegando.
32:56Como é que você sabe?
32:58Porque eu escuto e sinto o cheiro de longe.
33:00Que legal, vovó.
33:01Tá vendo, pai?
33:02Ela é diferente igual a gente.
33:04Vovó vai poder ficar aqui?
33:05Você já decidiu?
33:07Por favor.
33:08Prometo que eu vou ser bonzinho.
33:10Tá.
33:10Tudo bem.
33:12Agora vocês vão me prometer que vão trancar a porta do quarto.
33:15Agora é só essa noite.
33:16Tá, a gente tranca, pai.
33:18Obrigada, tia Guido.
33:19Obrigada mesmo.
33:21Vamos brincar, papá.
33:23Olha só como a benguinha linda.
33:25Parece uma bolinha de algodão.
33:27Ela chegou.
33:28Ela vai tocar a campainha.
33:30Gente, mas será que ele tá ouvindo alguma coisa mesmo?
33:32Tem alguma dúvida?
33:38Impressionante.
33:40Opa!
33:40Leonor!
33:42Vamos entrar, vamos entrar.
33:43Deixa que eu levo, deixa que eu levo.
33:44Ah, obrigada.
33:45Opa!
33:46Minha prima.
33:47Legal.
33:50Leonor, deixa eu te apresentar.
33:52Essa daqui é a Erika, minha namorada.
33:54Tudo bom?
33:55Prazer.
33:56Prazer.
33:57Oi, sou o Vavá.
33:59Prazer, eu sou o Leonor.
34:00O Vavá é o nosso novo amigo.
34:01Vamos sentar.
34:02Que gracinha.
34:02Vamos sentar, vamos sentar.
34:04E aí?
34:07Deixa eu ver essa barriga.
34:09É, mostra a barriga, prima.
34:10Mostra.
34:11Só tem a barriguinha.
34:12Quando tiver o neném, vai ficar magrinha de novo.
34:14Tio Guido, eu preciso muito de falar.
34:17Fala?
34:18Você não imagina, tio.
34:20Tô muito assustada.
34:22Mas...
34:22O...
34:23O meu filho...
34:24Mas o que que houve?
34:26Calma, meu amor.
34:27O que que aconteceu com o seu filho?
34:29Ai, tio.
34:30Ele é diferente dos outros.
34:35Ele brilha.
34:36Brilha?
34:37Que legal!
34:39É um menino de luz.
34:40Meu amor, quem é essa sua médica?
34:45Meu amor, quem é essa sua médica?
34:49Meu amor, quem é essa sua médica?
34:53Meu amor, quem é essa sua médica?
35:10É a doutora Júlia.
35:11Conhece?
35:12Conheço.
35:13Então, ela...
35:15Ela me ofereceu dinheiro pra eu engravidar.
35:17Me deu toda assistência.
35:19Disse que eu ia ter tudo que eu precisasse.
35:22Você disse que seu filho ia nascer superdotado.
35:25Como é que você sabe, tio?
35:26Porque ela fez a mesma coisa comigo.
35:29Então, as meninas...
35:30As meninas são especiais?
35:32São muito especiais.
35:33Eu li nos jornais as acusações contra a progênese.
35:37Eu também li a história do policial federal.
35:40Isso, ele acusou a doutora Júlia de criar mutantes na clínica.
35:44Então, o meu filho...
35:46O meu filho vai ser um mutante?
35:48Eu não, eu tudo indica que sim.
35:50O pior de tudo é que a doutora Júlia, ela tentou me enganar.
35:54Ela falou que estava tudo normal com o meu filho.
35:58Digo, eles trocaram a outra do meu bebê por outra.
36:02Eu não.
36:03Ela faz isso pra esconder das pessoas a história dos mutantes.
36:07Mas, fica calma.
36:08Provavelmente, todos os sócios e herdeiros têm o mesmo interesse.
36:12Eu estou muito assustada.
36:14Eu sei.
36:15Mas, não fica.
36:17Você vai ter um filho.
36:19E, com certeza, vai nascer por saúde.
36:22Uma criança que brilha.
36:23Procure se controlar.
36:25Tio, eu estou apavorada.
36:26Eu sei.
36:28Vai tudo, vai dar certo.
36:29Não fica assim.
36:31Olha pra mim.
36:33Não fica assim.
36:35Tá?
36:37Tá verdade, papai.
36:47Eu desconfio de todo mundo.
36:49Como assim de todo mundo?
36:51Ah.
36:52Aristóteles e Irma, por exemplo.
36:54Agora são herdeiros de toda a fortuna.
36:57Podem muito bem ter contratado alguém pra matar o Sócrates, o Platão e...
37:02E até o Josias, que acabou descobrindo tudo.
37:06Mas eles são inimigos?
37:08Ah, até a página 20, né, papai?
37:11É muito dinheiro em jogo.
37:13É muito interesse em jogo.
37:15Eles podem...
37:16Até não ser cúmplices.
37:18Um só dos dois pode ser ocupado.
37:23Gente conhecida nossa.
37:26É horrível, desconfiado, né?
37:28É.
37:29Tem também aquele Rodrigo.
37:32Ele é muito ambicioso.
37:35Vai ter muito interesse na herança e na direção das empresas.
37:39Não, não é possível.
37:41Não é possível.
37:43Rodrigo, eu sempre achei que ele era um bom vivão, irresponsável.
37:50Mas, ao ponto de ser criminoso, isso não.
37:53Tem a doutora Júlia também.
37:56A doutora Júlia tá aqui, ó.
37:58Talada na minha garganta.
37:59Você ficou brava porque ela não apoiou você ir pra presidência, né?
38:03Oh.
38:04Talvez tenha sido bom.
38:07Talvez Deus escreva certo por linhas tortas.
38:10Eu ia pegar aquela empresa mesmo assim numa situação tão crítica.
38:13Mas por que você desconfia dela?
38:15Pensa bem, papai.
38:16A doutora Júlia tem o maior interesse em abafar esse caso dos mutantes.
38:22E o doutor César.
38:24Esse daí que, de repente, virou inventariante e se autonomeou presidente.
38:31Isso sem falar na malha.
38:33Aquela secretária lá.
38:35Que sabe de tudo que acontece na progênese.
38:39Pode muito bem estar metida nesses crimes todos aí.
38:42Oh, Cassandra.
38:44Não sobra um?
38:46E o Lucas ainda fica desconfiando de mim.
38:49Isso é o que mais me dói.
38:53Meu próprio filho.
38:54Não deve ser só ele, não, Cassandra.
38:56Assim como você desconfia de todo mundo, eles também podem desconfiar de você.
39:02Mas isso é um absurdo.
39:03Não é tanto assim se você pensar.
39:06Você sempre foi ambiciosa.
39:08Sempre quis mais poder na empresa, não é?
39:10Não era o seu sonho bom?
39:12Não era esse o seu sonho?
39:13Papai, eu não acredito.
39:17O senhor está desconfiando de mim.
39:19Nada disso, Cassandra.
39:20Eu só estou dizendo que você tinha tanto interesse quanto os outros.
39:24É isso.
39:26Não.
39:29Era só o que me faltava, não é?
39:30Ai, Simone, eu não estou acreditando.
39:38Você não tem nada, nadinha?
39:41Ai, eu vou ter um troço de tanta alegria.
39:44Ai, meu Deus, muito obrigada.
39:46Muito obrigada.
39:48Você está boa.
39:49Você vai viver ainda há muitos anos.
39:51Ai, eu não acredito.
39:53Eu precisava dividir com você essa felicidade, minha querida.
40:01Lucinha, lindinha, o carnaval ainda está longe, meu bem.
40:04Só um minutinho, Simone.
40:06Dá?
40:07A minha amiga não está doente.
40:08Foi um erro médico.
40:10Ela achava que estava terminando, mas ela não está.
40:12Ela está longe.
40:13Ai, que ótimo, que ótimo.
40:15Querida, dá uns parabéns para ela.
40:16Querida, parabéns, hein?
40:18Agora, sem dar licença que eu preciso passar meus creminhos.
40:20Mas vai, gostoso.
40:21Adorei, adorei, adorei.
40:23Ai, amiga, que felicidade.
40:28Ó, a gente precisa comemorar, hein?
40:30Com certeza, você merece um brinde.
40:33Um não, vários brindes.
40:37Ai, você não pode imaginar como eu estou feliz de você estar bem, com saúde.
40:42E eu, então?
40:43Como é que você acha que eu estou me sentindo?
40:46Eu nasci de novo, isso é o mínimo que eu posso dizer.
40:49Ai, Simone, eu preciso te confessar uma coisa.
40:53Teve uma hora que eu cheguei a duvidar da minha própria fé.
40:56Eu ficava me perguntando como uma mulher tão legal, que ama tanto a vida, tinha que passar por uma coisa dessas.
41:02Ai, Lúcia, minha querida.
41:05Você não pode nunca perder a sua fé, viu?
41:09Porque esse é o bem mais importante da vida, junto com o amor.
41:13Você vê que eu, mesmo com aquele diagnóstico desfavorável, eu nunca perdi a minha esperança.
41:20Não é que procurei sempre levar a minha vida com muita alegria?
41:23Eu sei.
41:25Eu via isso todos os dias.
41:27E até porque, Lucinha, todos nós vamos passar por isso um dia, né?
41:32Esse é o verdadeiro teste da fé.
41:35É.
41:36Mas pra quem ama a vida como você, eu imagino que seja muito bom saber que a sua hora ainda está longe, muito longe de chegar, não é mesmo?
41:45Com certeza.
41:47Tudo indica que houve um erro horrível do laboratório.
41:52Ai, que trocaram o meu exame com o de outra paciente.
41:55Agora, eu fico aqui pensando, Lucinha, coitada, né, dessa outra paciente.
41:59E aí, você vai processar o laboratório?
42:03Eu acho bom você pensar nesse assunto, hein?
42:05Olha, Lúcia, eu até quero.
42:08Porque eu acho até que é um direito meu.
42:11Ai, ainda bem que foi a Progênese que descobriu esse erro, hein?
42:14A empresa é grande, mas é muito competente.
42:16E eu não tô falando isso porque eu namoro danal, hein?
42:19Eles fizeram muito bem o trabalho deles.
42:22Eu acho que você tem que processar esse laboratório, sim.
42:25Isso não se faz, Simone.
42:27Sem dizer que você vai ganhar uma baba, um dinheirão.
42:31E você tem que lutar pelos seus direitos.
42:33Eu sei.
42:34Pois é, Lucinha, eu ainda vou fazer uns exames complementares e aí, com a certeza,
42:38de que houve erro, de que trocaram realmente os exames,
42:42então, claro, eu vou ter direito a uma boa indenização.
42:46Até porque você tá precisando, né?
42:48Com essa estágia e você achar que vai passar dessa pra melhor,
42:51você gastou uma fortuna, se endividou toda.
42:53E agora?
42:54Bom, daqui pra frente, eu vou começar a pensar no futuro.
42:58É porque até então eu só tava pensando no aqui e no agora.
43:02Ai, Simone, é tão bom saber que você vai continuar por aqui.
43:09Maravilhosa.
43:11Eu te amo muito, viu?
43:14Ai, fofíssima do meu coração.
43:16Sabe como é que eu tô me sentindo, Lucinha?
43:19Assim como se, de repente, eu tivesse recebido de presente muitos e muitos anos de vida.
43:27Dá tempo, muito tempo, que eu vou poder usar pra minha felicidade.
43:33Você é uma mulher muito especial, Simone.
43:35Eu ainda quero aprender a ter essa sua força e seu desprendimento.
43:40É só começar.
43:42Não há nada impossível nessa vida.
43:45Eu não aguento mais o Eric com essas maldades.
43:54Eu tô morrendo de medo.
43:57Eu sei que eu sou uma pecadora, mas eu tô precisando da sua ajuda, meu Deus.
44:01Por favor, não permita que o Eric faça mal a ninguém.
44:07Não permita que ele faça mais crimes, que ele não cometa mais nenhuma maldade.
44:12Coitado desse pescador que ele foi atrás.
44:15Homem de família.
44:17Um pobre coitado.
44:20Proteja ele do Eric, meu Deus, por favor.
44:25Pode parar de rezar aí, ô.
44:28Beijão.
44:28Tua resta não adiantou de nada, seu idiota.
44:33Você é um estúpido mesmo, né?
44:35Já chega em casa assim, me esculachando.
44:37Se fosse qualquer outro marido, eu ia chegar e ia falar
44:39Oi, meu amor, tudo bem?
44:40Mas você não, né?
44:42Você já chega e já me esculacha logo.
44:44Você sabe ser grosso comigo.
44:46Vem, cara.
44:46Tu fica o dia todo rezando pra eu me ferrar.
44:48Por que que eu chego em casa, cheio de carinho?
44:50Oi, meu amor, como vai?
44:51Tudo bem?
44:51Ai, se catar, Helga.
44:53Eu, hein?
44:53E aí?
44:54Só pra tu saber.
44:55O pescador já foi, hein?
44:57Tá lá, em alto mar.
44:58Sim.
45:00Ramon, me conta.
45:01O pescador morreu, foi isso?
45:04O pescador levou um teco, Helga.
45:07Desapareceu no mar.
45:09Desapareceu no mar?
45:10Como assim desapareceu?
45:11Então ele pode não ter morrido.
45:13Não pode não ter morrido.
45:13Desapareceu, levou um teco, caiu, morreu.
45:15Desapareceu, tá?
45:17Morreu.
45:18Não morreu, Ramon?
45:20Aham.
45:21Ué, mas se não tem o corpo, como é que vocês podem saber se ele morreu?
45:23Para de falar besteira!
45:25Olha aí, ó.
45:29Chefia.
45:30Não vai gostar nada disso, tá, Ramon?
45:32E a culpa é sua, viu?
45:37Chefia!
45:39Missão cumprida.
45:40Então.
45:45Pois é, é...
45:46Pois é, o corpo caiu para fora do barco.
45:51É.
45:52Não, não.
45:54Não, claro, Chefia.
45:56Claro, não.
45:57Mas pode ter certeza, ele morreu.
46:00Não, eu sei.
46:01Eu procurei.
46:02Eu procurei, mergulhei até.
46:04É, mas ele levou um tiro no peito, atingiu em cheio.
46:08Não tem como ter sobrevivido.
46:11Não, eu sei.
46:13É, é claro.
46:15Não dava para ficar mais lá.
46:16Ele acionou o alerta pelo celular.
46:21Claro, claro, claro que o melhor teria sido achar o corpo.
46:24Mas, mas, infelizmente, eu não sei.
46:27A correnteza deve ter levado.
46:28Ele caiu do barco e foi levado pela correnteza.
46:32Claro.
46:35Claro.
46:36Claro, claro.
46:37Com certeza.
46:40Quem?
46:41A mulher dele.
46:42A Rosana Magalhães, a enfermeira.
46:46Vou deixar, Chefia.
46:47Pode confiar em mim.
46:49Ok.
46:51Até logo.
46:51A Chefia ficou irada, viu?
46:55Também não é para menos.
46:57Tinha teu corpo, Ramon.
46:58Para ter certeza que o cara empacotou.
47:00Está vendo?
47:01Está vendo?
47:02A minha super reza pode ter dado certo.
47:04O cara pode estar vivo.
47:04E super reza?
47:05O quê?
47:06Tu começa a rezar para não perder a paciência contigo, Sushin?
47:08Super reza?
47:10Ibecil.
47:11Eu aqui, Ramon.
47:12Tu vacinou outra vez comigo, tá?
47:15Tu me complicou com a Chefia.
47:16Para com isso, Eric.
47:17Me deixa.
47:19Esquece isso, caramba.
47:20Ah, tá bom.
47:20Tá bom, esquece.
47:21Esquece, já esqueci.
47:24Até porque você vai ter uma nova chance
47:26de fazer as coisas do jeito certo.
47:29O que é esse de nova chance?
47:31O que é isso?
47:31A mulher do Teófalo.
47:33Rosana Magalhães.
47:37Ela é nosso próximo alvo.
47:39Sabe você o que é o amor?
47:46Não sabe, eu sei.
47:50Sabe o que é um trovador?
47:53Não sabe, eu sei.
47:57Ah, você não sabe não.
48:09E aí?
48:10O que é isso?
48:12Ou haste!
48:25Nossa Deus.
48:25E aí?