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La Promesa Capitulo 598

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Transcrição
00:01Nós nos casaremos amanhã.
00:05Amanhã?
00:07Sim, na intimidade mais estricta.
00:10Você realmente está de acordo com isso ou não?
00:12Só quero o melhor para minha filha e meus filhos.
00:15Eugênia.
00:17Ela teve mais um dos seus ataques.
00:19Meu Deus.
00:20Começou a desvariar sem que ninguém esperasse.
00:22Um brote pode levar a outro.
00:24Talvez tenhamos sorte e ela fique em um episódio isolado.
00:27Agora estou perfeitamente.
00:31Devemos deixar ela descansar.
00:35O que aconteceu com ela?
00:37O capitão e a senhora Leocadia estavam falando de algo que deixou sua mãe nervosa.
00:43E por um instante perdeu o controle.
00:45Ela teve a desgraça de me acusar de culpar meus erros.
00:49E de que estou amargando a vida de todo mundo.
00:52É que algo disso existe.
00:54Eu não sei para que te conto nada.
00:57Está bem.
00:58Tudo o que a mulher te disse é verdade.
01:00E me alegro que tenha feito porque alguém tinha que te dizer.
01:03Já encontraremos alguma ocupação que eu tenha aqui.
01:06Eu já me acabei de uma.
01:08Ah, sim? Qual?
01:10Continuar com os planos de casamento.
01:12Sim, mas não temos nenhuma necessidade de correr.
01:15Mas Martina, isso nos coloca em uma espera indefinida que eu não sei se...
01:19Eu acho que as coisas tem que ser feitas bem.
01:21Mas Tonho, se queremos ter alguma oportunidade de recuperar esse dinheiro ou até mesmo de atrapar os ladrões, temos que ir ao quartel.
01:25Para a primeira tomada de contato, não acho que seja necessário que você se mova até lá.
01:29Mas Tonho, não...
01:30Não, não, olha...
01:31Amanhã, na primeira hora, eu vou colocar a denúncia.
01:34E assim agilizamos tudo.
01:36Você tem razão, isso tem que ser resolvido o mais cedo possível, não?
01:39Sim, você tem razão.
01:40E por que não quer dizer sim?
01:42Bem, realmente não quero abenagrar a casamento do Sr. Baeza com...
01:47com minha presença, senhorita.
01:49Vocês dois sempre mantiveram uma boa sintonia.
01:52Eu considerava vocês bons amigos.
01:53Eu não acreditei.
01:55Eu não acredito em você.
01:57Porque se, como você diz, tivessem roubado alguns valentes,
02:00também teriam tirado a cadeira de ouro que você tem no coelho.
02:08Então, diga-me a verdade.
02:10Conte-lhe a verdade à sua mãe.
02:12Eu sei que todo o dinheiro que você perdeu nesse casamento foi dado a você por me cortar a cinza do cavalo.
02:17Você tentou me matar.
02:20Eu vim para falar.
02:23Então, agora guarde a cinza de uma vez.
02:33Como ele muda todo o fio de uma cinza?
02:39O que parecia irrenunciável não é.
02:43E talvez um possa pensar que ele tenha tensado a corda demais,
02:46mas já está para aflojar.
02:48Então...
02:49E se ele não fizer nada?
02:50Tenha certeza que ele vai acabar com seus rostos na prisão.
02:54Você é uma banda de mocosos.
02:56Com agalhas, mas uns mocosos.
03:04E por isso estou disposto a ajudar-vos.
03:06Sempre e quando me devolverem o meu dinheiro.
03:24Este é o seu dinheiro. O resto são minhas próprias dêudas.
03:31Há algumas semanas, você acudiu à promessa.
03:35É assim.
03:36Você se fez passar por um moço de quadra.
03:38Não é difícil para mim fazer isso. Eu me dedico aos cavalos.
03:41Houve uma carreira entre curro e outro ginete.
03:43Eu cortei a cinza do seu amigo.
03:45Ele quase me matou.
03:47O curro caiu do cavalo por sua intervenção.
03:49Fique atento contra ele.
03:51Se eu souber, não lhe aconteceu nada mal, certo?
03:54Digo isso porque o cavalo está aqui esta noite,
03:56no casino, tentando me enganar.
03:58Tive sorte, suponho.
03:59Só queremos saber por que fez isso.
04:02Não tenho nada contra este jovem, eu assuro-lhe, senhorita.
04:05Nem a favor.
04:07Sou certo.
04:10Então, por que fez isso?
04:11Por dinheiro.
04:14Não o vê?
04:15Sou um mercenário.
04:18Vou fazer um encargo.
04:20O cumpro.
04:21E o cobro.
04:23Não há mais?
04:25Não.
04:27Há algo que não me encaixa.
04:31Como sabia que montaria cavalo?
04:33Não sabia.
04:34Claro.
04:35Porque a carreira foi uma sugestão de última hora.
04:39Ou talvez isso seja o que nos faz pensar.
04:41A senhorita é muito inteligente e tem razão.
04:44Poderam enganá-lo.
04:46Tinha tudo controlado.
04:48Mas não foi o caso.
04:49Além disso,
04:51se dependesse de mim, teria executado o encargo de outra forma.
04:55Surgiu a carreira de cavalo e tive que improvisar.
04:57Para me atender às circunstâncias.
05:00E agora espera que lhe felicitemos.
05:02Não, por favor.
05:04Não, não, não.
05:06Não, não, não.
05:08Não, não, não.
05:09Felicite-nos.
05:10Não, por favor.
05:13Eu vi uma oportunidade e não duvidei.
05:16Este cavalo castanho parece-me um exemplar espetacular.
05:20Boa eleição, senhor.
05:22O outro branco para o lacalho, então?
05:26Bem, se me desculpem, acho que mudei de opinião.
05:29Acho que preferiria o branco.
05:31Sempre que ao meu oponente não lhe pareça inoportuno, claro.
05:35Não, absolutamente não.
05:37Como você goste, senhor.
05:40Não.
05:49Ele disse que é um mercenário.
05:51Que lhe fazem encargos e que os cumprem.
05:54Não sei o que eu vejo.
05:55Quem lhe fez o encargo?
05:57Não sei.
05:58Como você não sabe?
05:59Eu não sei.
06:00E agora nós temos que acreditá-lo, não?
06:01Olha, amigo.
06:02Aqui ninguém te faz um encargo dando a cara.
06:06Sempre tem que valer-se um terceiro.
06:10Não.
06:13Se você pedir respostas,
06:15eu encontrarei a joia.
06:20Como?
06:21Uma joia?
06:23Posso garantir-lhe que naquela joia é onde tudo se cozinha.
06:39O que é isso?
07:10Tranquilo.
07:12Tranquilo, porque no final tudo foi bem.
07:15Eu ainda não sei como.
07:17Eu sim que sei.
07:19Porque o Lope joga muito bem nas cartas.
07:22Obrigado.
07:25Angela, é que quando aquele desgraçado disse
07:27que te afetava como parte do mercenário,
07:29eu...
07:30Não sei.
07:31Me...
07:32Me queimou todo o corpo.
07:35Sim.
07:36Acho que todo mundo notou.
07:38Que para ser inglês eras...
07:40de sangue muito quente.
07:46Bem, se algo tem que reconhecer a tal Basílio,
07:48é a iniciativa.
07:49Com certeza.
07:54A iniciativa.
07:56E você ali?
07:57Tão brava.
07:58Acepta a aposta como se fosse você que estava jogando.
08:01Olha, tão brava também.
08:02Que por dentro estava como um plano.
08:03Pois por fora não se notava em absoluto.
08:05E isso é um reproche.
08:06Não.
08:08Não, não é.
08:10Agora é só que...
08:15E senti que te perdi e...
08:18E me deu muito medo.
08:23Bem.
08:30Então...
08:34Tinha medo de perder-me?
08:36Não?
08:39Ou seja, quem poderia dizer que...
08:42você passou mais medo do que eu?
08:46E se você quiser rir de mim porque estou envergonhado?
08:49Não.
08:52Te asseguro que eu não me envergonho de você, Curro.
08:55Eu também me puse muito nervosa, mas...
08:58Não sei, suponho que...
09:00Eu confiei em você.
09:01Em que sabia o que fazia.
09:04Vamos deixar que tudo saia bem.
09:08Ah, que bom.
09:10Saiu tal e como planejamos.
09:11E isso é algo que...
09:12não acontece com você e eu.
09:17Não sei, Angela.
09:19Continuo pensando que esse Basilio é capaz do pior.
09:22E quando colocou a faca no seu lado, eu...
09:27Olha...
09:30Se algo ruim acontecer com você por minha culpa...
09:33Eu nunca me desculparia.
09:35Mas não precisa pensar nisso.
09:36Porque tudo saiu bem.
09:38E estou bem.
09:40Olha para mim.
09:42Você pode ver com seus próprios olhos.
10:06Suponho que você gostaria de se mudar.
10:09Para um dia muito intenso.
10:36É melhor eu deixar você sozinha.
10:38Eu volto quando você sair.
11:07Muito obrigado, Candela.
11:08E já sinto incomodá-la tão cedo.
11:10O que vai incomodar você, Don Manuel?
11:13Digo sério.
11:14Mas se eu não almoço nessas horas,
11:15Simona vai me enganar por não levar nada para o estômago.
11:18E muito bem que faz.
11:19A primeira comida do dia não tem que ser feita por ninguém.
11:24Aqui tem seu café recém-feito.
11:27E sua moto também precisa de combustível, Don Manuel?
11:31Obrigado.
11:32Mas se eu sou sincero,
11:33ultimamente meu motor está agarrotado.
11:35Agarrotado?
11:37Os motores também se agarrotam?
11:43E o Tonho também começa a trabalhar tão cedo como você?
11:47Hoje...
11:48Ele virá um pouco mais tarde para o hangar.
11:50Ele foi ao quartelinho da Guarda Civil denunciar o roubo.
11:56O que acontece?
11:58Não sei.
11:59O que acontece?
12:01Não sei se isso será verdade, Don Manuel.
12:04Mulher.
12:05Se não denunciar o roubo,
12:06nunca estarão com os ladrões.
12:10Candela.
12:13Como você acha que Tonho se sentiria
12:15se soubesse que desconfiamos tanto dele?
12:17Eu suponho que mal.
12:19Por isso mesmo.
12:20Eu entendo isso.
12:21Eu sei que você passa muito tempo com o Tonho no hangar,
12:24mas eu passo mais tempo com sua mãe na cozinha.
12:27E o que você quer dizer com isso?
12:29Simona está lá, Bolo.
12:31A decepção que ela levou com o Tonho foi um palo muito grande.
12:34Você entende?
12:35Muito grande e muito inesperado, Don Manuel.
12:40Bom, mas essa decepção está por vir.
12:42Simona, a coisa está bem clara.
12:43Sim, mas tem que estar para as autoridades.
12:49Candela.
12:51Simona decidiu não confiar em seu filho, certo?
12:53Verdadeira ou errada?
12:54Bom, eu decidi confiar nele.
12:57E eu decidi não esquecer o mal que ele está passando, Tonho.
13:01Pelo amor de Deus, ele perdeu sua família.
13:03Mas isso não é um passaporte, Don Manuel.
13:06Não, eu não digo isso, mas...
13:08Não sei, se estivesse em sua pele, suponho que precisaria,
13:11gostaria que alguém se colocasse do meu lado.
13:15Sobretudo minha mãe.
13:16Aí você tem razão.
13:18Bem, parece que eu sou o único que o faz.
13:21E isso honra o Don Manuel.
13:22E eu espero que ele se sinta bem.
13:25Espero.
13:28Candela, posso lhe fazer uma pergunta?
13:30Claro que sim, a que você queira.
13:32A ocasião a pinta em carvão.
13:34Sabe se a Simona...
13:37lhe doliu muito...
13:38já não ser a madrinha da minha irmã Catalina?
13:41Não.
13:43Você está segura?
13:44Com certeza.
13:45Ela estava encantada com ser.
13:47Mas ela também entendia que em circunstâncias normais,
13:50isso a ela não toca.
13:51Ela, com que a senhora Catalina esteja feliz,
13:54parece que ela doeu.
13:55É exatamente como sua filha.
13:57Então você se cuide.
13:58Sim, senhor Manuel.
13:59Que não há caso.
14:01E você se preocupe com esse tema, que não acontece nada.
14:05E Tereza, tem que retirar as esculturas e as lâmpadas.
14:08Também os colchões.
14:09De acordo, senhora Arcos.
14:11E vocês, terminem de despejar essa zona também.
14:15Estamos preparando a festa da senhora Catalina
14:17e tem que colocar as asas.
14:19E como eu já lhe disse,
14:21não podemos exceder-nos na decoração.
14:23A senhora Catalina não é de gostos recarregados.
14:26É um compromisso comum, não é?
14:27Por quê?
14:28Porque preparar sem que se notem custa mais
14:30que preparar sem manimar.
14:32Maria tem razão.
14:33Como vamos de tempo? Vamos tranquilas?
14:35Tranquilas nada.
14:36Sem atolondraros, mas mais depressa que despacio.
14:38Porque a cerimônia é no meio dia.
14:40Ai, mãe.
14:41Mas também não vamos mal, não é?
14:42Ainda faltam muitas coisas por fazer.
14:44Tem que polir o sol a consciência, terminar de colocar os armazéns,
14:47por não olhar para o céu.
14:48Polir o sol a consciência, terminar de colocar os armazéns,
14:50por não falar das janelas, as velas duras, os corredores e o pó.
14:54Não se preocupe, assim faremos.
14:56Não me cabe dúvida, Teresa.
14:57Mas essa é a parte de limpar.
14:59Depois fica a parte de decorar.
15:01Ai, mãe.
15:02Não é para tanto, Maria,
15:03que já disse que a senhora Catalina é pouco ostentosa.
15:06Bom, e o que tem que fazer? De decorar, digo.
15:09Pôr alguns centros de flores por as mesas,
15:11umas jornalas,
15:13mas nada, nem muito chamativo, nem muito perfumado.
15:16Como eu disse sobre a namorada, que afinal é a que se casa.
15:19A decoração pode ser qualquer coisa,
15:21menos cargante.
15:23Eu não sei se me aclaro com tanta sutileza, Dona Petra.
15:26Pois já somos duas, Maria, o que você acha?
15:28Esta não é uma casamento luso e eu também estou um pouco desvistada.
15:32Bom, o importante é que a senhora Catalina se case por fim.
15:35Que a pobre vem de onde vem.
15:37Sim.
15:38A ver se a pobre se casa já,
15:40que já são várias as tentativas.
15:42Sim, mas isso não tem nada a ver com o Conde Daniel.
15:44E isso por quê?
15:45Pois porque o Conde Daniel foi uma surpresa para todos.
15:49E para a senhora, a primeira.
15:52Aquilo foi um chasco, isso é verdade,
15:54mas um imprevisto a todas as luzes.
15:56Tanto pior, não acha?
15:57Sim.
15:58Sim, porque esta vez a senhora Catalina estava disposta a casar-se escondida.
16:02E a Adriana não saiu correndo.
16:06Mas essa não é nossa encomenda, não é?
16:08Não, senhora Arcos.
16:11Mas quando uma se casa, o importante é fazê-lo
16:13rodeado do amor dos seus.
16:17E pode parecer que há outras coisas mais importantes.
16:20E as há, mas...
16:22o que realmente importa é que esse dia se comparta com quem é...
16:27com quem é de verdade que quer.
16:30E eu vou atrás das flores, que no final termino falando de mais.
16:35A Maria Mandorá está falando da importância do amor.
16:37Olha a marinheira, quem a viu e quem a viu.
16:39Parece outra pessoa, não é?
16:41Nem quando era amável comigo, estava tão feliz.
16:45Ninguém acredita nisso.
16:47Bem, eu já não sei nem o que pensar.
16:50Vá, coloque isto.
16:52Burro!
16:56Você está feliz com o que aconteceu ontem, não é?
17:01Conseguimos a informação que queríamos,
17:03não perdemos nem uma pesada de dinheiro que nos deixou ver a Angela.
17:08Bem, está logo que bem acaba.
17:10Isso eu posso te dizer, Lope.
17:12O que você quer dizer?
17:14O que você quer dizer?
17:16O que você quer dizer?
17:18O que você quer dizer?
17:20O que bem acaba.
17:21Isso eu posso te dizer, Lope.
17:23O que bem acaba.
17:24E esse tomo de perdão?
17:26Não sei.
17:28Talvez arrestemos muito, não acha?
17:31Porque, diz-me, quem em seu santo juízo se apuntou para se apostar com a Angela?
17:34Burro, lembro-te que não fui eu que decidi isso, foi o Basilio.
17:37Já, mas você não o impediu.
17:41Sabe, eu fiz pesadelos com isso, esta noite.
17:45É que, nem se passe pela cabeça o que poderia ter acontecido se você perdesse.
17:49Pois não.
17:51Sabe por quê?
17:52Porque é um inconsciente, não?
17:53Não.
17:55Porque não podia perder.
17:58Lope,
18:00se até você mesmo disse que não as tinha todas contigo.
18:03Sim, mas não me referia a isso, Curro.
18:05Me referia a que não tinha claro se Basílio ia cair na minha trampa.
18:09O que dizes?
18:10Curro, escute-me, porque o pôquer não conhece nem os rodimentos.
18:13Olha, sei o suficiente como para saber que o que fizeste...
18:15Não, não, não...
18:16Não sabe nada. Por favor, escute-me.
18:20Quando Basílio propôs apostarmos em Ángela,
18:23as cartas já estavam em cima da mesa.
18:25Certo?
18:27Sim, e o quê?
18:28Como o quê e o quê?
18:29Que tinha uma escadaria, Curro.
18:31Basílio não podia ter uma mão melhor que a minha.
18:34Não havia maneira de perder.
18:36Entendi.
18:37E se o tal Basílio tivesse uma escadaria de cor, o quê?
18:40Pois nem.
18:41Porque tinha uma escadaria real.
18:44E era a melhor mão possível.
18:46Não podia perder.
18:47Com certeza?
18:48Sim, com certeza.
18:50Além disso, foi Ángela quem aceitou.
18:52Sim, mas ela não sabia o que você tinha.
18:54Pois não, não sabia. Arriscou.
18:57Mas você não acha que, nesse caso, eu teria dito algo para não aceitar essa aposta?
19:01Curro, estávamos em um casino, não em uma tumba.
19:03Se tivesse havido uma mínima possibilidade de perder,
19:06não teria permitido essa aposta.
19:10Mas então você estava atuando um pouco, não?
19:12Claro que estava atuando.
19:14No pôquer, a atitude é muito importante.
19:16O que eu queria era que Basílio entrasse no trapo e fizesse uma grande aposta.
19:24Ouça-me.
19:27Não havia possibilidade de perder.
19:30Muito bem.
19:32Mas nem se você tiver que jogar com a vida de Ángela de novo.
19:35Por favor.
19:41Perdemos.
19:43Perdoe-me.
19:48Não há nada a perdoar.
19:52Bom, não sei.
19:58Mas que bonito você é, Andrés.
20:01Você é muito bonito.
20:06E por que não teve sorte com os pais que estão tocando na vida?
20:09Bem, o gordo da loteria.
20:11Obrigada, obrigada.
20:41Está bem, tia?
20:43Sim.
20:47Não, não parece?
20:50Você já viu que não, mas digamos que sim.
20:55Tia, seja clara comigo, está bem ou não está bem?
20:58Sim e não.
21:01Momentos como esses me fazem sentir alegria e pena ao mesmo tempo.
21:06Não posso evitar.
21:12Isso é maravilhoso.
21:16Mas quanto mais me parece, mais consciente sou do que perdi na vida.
21:23E perdi para sempre.
21:31Durante todos esses anos que fui recluída nesse lugar horrível,
21:36eu deixei de viver como meu filho Cúr cresceu.
21:41Me sinto muito.
21:43Te asseguro que isso foi o pior.
21:47E tinha onde eleger.
21:49Tinha muito onde eleger.
21:51Te asseguro.
22:07Mas reconheça que foi em homenagem à partida que eu joguei.
22:10Eu só tenho um pé, Lope.
22:11Tem pé que vai deixar.
22:20Eu ia perguntar sobre a partida, mas sua sorriso e o de Lope falam por si mesmas.
22:24É assim. No final tudo saiu bem.
22:27Menos mal.
22:28Sim, a última hora e depois de passar os canutas.
22:30Não só que Lope joga tão bem no pôquer como cozinha.
22:33Pois isso já é jogar bem.
22:35Você deveria ter visto isso.
22:36Um saber-estar, um domínio do jogo, um aplomo.
22:40Mas então ele ganhou.
22:41Sim.
22:43E graças a isso, conseguimos uma informação de vital importância.
22:47E o que descobriu?
22:48Confirmamos que aquele Vasílio, o tipo com um olho de cada cor,
22:51me cortou a cincha do cavalo e provocou meu acidente.
22:55Mas por que fez tal coisa?
22:58Por dinheiro.
22:59Admitiu que é um mercenário e que se vende o melhor postor para fazer as coisas que ninguém quer fazer.
23:04Mas então ele disse a você quem enviou o trabalho?
23:07Não, ele não sabe.
23:09É por isso que nos disse.
23:10Mas acho que esta vez não nos mentiu.
23:12Disse que as ordens que recebia, não sabia quem as dava.
23:17Mas sabemos o origem dessas ordens.
23:21Onde fazê-las e quando fazê-las.
23:23E tudo passa pelo mesmo lugar.
23:28A joia Jop.
23:30Brau.
23:32Isso é muito estranho, não é?
23:34Sim, eu sei. É muito estranho.
23:37E agora o que vamos fazer?
23:40Está claro.
23:42Não está tão claro porque eu não o vejo.
23:50Temos que ir à joia Jop.
23:53Que Deus nos assista.
23:59Vamos.
24:02Tudo irá bem.
24:08Que mal corpo me deixou a pobre Dona Eugênia.
24:11Sim, a mim também.
24:13É que essa sensação de...
24:16De tempo perdido.
24:18E enquanto fazem a vida impossível a base de banhos gelados e...
24:23E píldoras em um horrível sanatório.
24:27Quando a Dona Eugênia estava falando sobre tudo isso, eu consegui...
24:31Evitar de pensar no lugar onde me encerraram graças a Yala.
24:35Porque era exatamente igual ao que ela estava contando.
24:40Pois é horrível.
24:44Sim.
24:45Mas a diferença é que eu estive lá...
24:48Por algumas semanas que se tornaram eternas.
24:51E ela estava presa por anos.
24:54É que eu nem consigo imaginar o que ela teve que sofrer.
24:57O que ela teve que fazer.
25:03Mas...
25:06Por isso mesmo temos que aproveitar os bons momentos.
25:09Enquanto possamos, porque não sabemos quanto vão durar.
25:12Então, toma.
25:14Sim.
25:15Vou avisar.
25:17De que venham a peinar-se.
25:19De que venham a peinar-se.
25:21Porque hoje você se casa.
25:24Coloque isto também.
25:26Obrigada.
25:27Obrigada.
25:49Dona Eugênia, não acha que seria melhor que nos arrumássemos para a festa?
25:54Não vou demorar.
25:55Tenha cuidado.
25:58Se quiser, pode subir.
25:59Não, não, espero.
26:01Na verdade, eu prefiro, Emília.
26:04Obrigada por me acompanhar.
26:06Prometo que não vou demorar.
26:20Você está bem, Eugênia?
26:23Parece triste.
26:26Estou.
26:29Vim ver a Catalina e seus filhos.
26:33Não me entenda mal.
26:34São criaturas adoráveis.
26:37Anjos que nunca se cansam de olhar.
26:43Então, por que seu estado de espírito?
26:48Me faz consciente.
26:49Dolorosamente consciente.
26:52Do que eu deixei de viver durante todos esses anos de confinamento.
27:03Nunca te perdoarei pelo que me fez, Lorenzo.
27:08Não te bastou com usar a força contra mim.
27:11Como apenas um covarde sabe fazer.
27:13Não vou te conceder...
27:14Quem é você para conceder ou censurar nada?
27:16Não acredita mais em sua covardia?
27:20Em seu valor, ao contrário.
27:23Só se sabe que diz ter.
27:28Você é um valente desalo.
27:31E você sabe isso.
27:34Me privou de tudo.
27:37Me separou do que mais queria.
27:39Para me encerrar nesse inferno, disfarçado de tudo.
27:42Não podia fazer nada que me ajudasse a me sentir viva.
27:46Desperta.
27:48Olhe para mim.
27:51Me tiveram postrada em uma cadeira.
27:54Reduzida a meus próprios pensamentos, que não eram muito lucidos.
27:58Você sabe por que.
28:02Que me encerrasse ali...
28:04Deveria ser o suficiente para justificar o que aconteceu.
28:07Que me encerrasse ali...
28:10Deveria ser o suficiente para justificar o aborrecimento que tenho por você.
28:16Mas não te bastou com isso.
28:18Você se decepcionou com que me reduzissem a um despojo inofensivo e sem vida.
28:24Fazendo tudo o que fosse necessário.
28:31Os banhos gelados.
28:34Os banhos gelados.
28:36A cada instante.
28:39Me dispensaram todas as torturas disponíveis.
28:43E sempre...
28:45Sob a sua bendição.
28:48A consígnia era fácil.
28:51Que nunca este lo bastante bien para salir.
28:55E a cumpriram a raja tabla.
29:03Espero que você sofra a metade do que eu sofri.
29:11Se está vivo...
29:13Melhor.
29:15E se não...
29:19Não tenho dúvida...
29:21Que o inferno te espera.
29:34Você ouviu o que eu disse, não é?
29:47Por que você sabia que eu estava nos jardins?
29:50Porque eu te vi por uma das janelas.
29:52O Don Manuel está me esperando no hangar. Eu tenho que ir.
29:55Ele pode esperar uma amiga.
29:57Ele me disse que você foi ao quartel denunciando que foi roubado.
30:00Sim, é o que acontece nesses casos.
30:01É o que eu digo.
30:03O que eu não entendo é o que isso tem a ver com o que você quer falar comigo.
30:07O que você denunciou à polícia foi o que aconteceu.
30:11E isso não deixa lugar a dúvida de que foi roubado de verdade.
30:14Espero que tenha venido a confessar a verdade.
30:16Simona, nós estávamos falando...
30:18Cale-se, Candela!
30:20Eu ainda não acredito nem uma palavra em tudo o que você nos contou.
30:24Resulta que te roubaram tudo.
30:27Que nada era seu.
30:29E você está alguns dias desaparecido.
30:31E quando apareces,
30:33vem como vem.
30:35E contando um conto chino.
30:38Pelo menos você teve a decência de tirar a cadeira de ouro.
30:41Mulher, desculpe-nos um momento. Você é a desconfiança de primeira?
30:43Cale-se, Candela!
30:45Não se mexa.
30:47Que já choveu ou esqueceu.
30:49A ver se você se desculpa, menino, porque eu não.
30:54Você vai continuar a se comportar como um crioulo?
30:57Ou vai dar-lhe na cara
30:59e admitir que tudo o que você nos contou foi um invento?
31:01É o mesmo, mas quantas vezes você vai me repetir?
31:03Não, não se apresse.
31:05Esta é a última vez.
31:07E só te vou dizer uma coisa.
31:09Isso sim que você pode fazer.
31:11Deixe de fazer dano a D. Manuel.
31:13Eu lhe peço.
31:15E se você tiver um pouco de dignidade,
31:17o melhor que você pode fazer é ir embora e nunca mais voltar.
31:31Não se mexa.
31:49Está tudo pronto para a festa?
31:51Sim, tudo e todos.
31:54Entendido.
31:56Incluído o Sr. Baeza,
31:57que nem se adigou a me dizer a palavra quando me viu.
32:01Não tenha noção, mulher.
32:03Não posso evitar isso.
32:05Claro que pode.
32:07Me custa, Ricardo, me custa.
32:09E o passo mal com essa distância absurda
32:12que impõe entre nós.
32:14Além disso, não me acostumo a que ele volte a cara
32:17cada vez que nos encontramos.
32:19Claro.
32:21O homem está doido, o que vamos fazer?
32:23O homem está doido.
32:25É assim.
32:27O homem está doido.
32:29E sabe por quê?
32:31Porque ele tem muito afeto por o Sr. Baeza.
32:33Sim, porque eu tenho muito afeto por ele.
32:35Faço muito tempo trabalhando ao seu lado
32:38e sempre senti como se ele me protegesse.
32:42Isso não precisa mudar.
32:44Isso já veremos.
32:46Eu sempre confiei nele,
32:48mas também é verdade que sempre o tive a meu favor.
32:50Assuro-lhe que agora não o tem contra.
32:52Isso está por ver.
32:54Não, mulher, isso é simplesmente
32:55uma questão de tempo.
32:57Nem é importante a parte de quem tem a razão.
32:59O Rômulo pode continuar confiando em você
33:01e você deve continuar confiando no Rômulo.
33:04Bem, isso é o que eu quero pensar.
33:06Que talvez o tempo solucione as coisas.
33:09Já é bastante difícil lidar com uma chefe de serviço
33:13mais retorcida que uma parra,
33:16como para lidar com dois.
33:18Bem, Petra ultimamente está como uma malva,
33:21coisas como essas.
33:22E o Sr. Baeza como um zarzal,
33:24o mundo ao revés.
33:26Bem, veja assim.
33:28Se o Rômulo se relacionou de uma forma tão hostil
33:31quando o tema de Emília foi retirado,
33:33talvez seja porque ainda sente algo por ela.
33:35Sabe algo que você não me contou?
33:38Eu não, não.
33:40Bem, sei que é conhecimento popular
33:42que o Rômulo e a Emília tiveram uma relação no passado,
33:46mas isso é tudo.
33:48Sim, mas ele quebrou com a relação.
33:49E ainda assim você acha que ele ainda sente algo por ela?
33:52Cada vez tenho menos dúvidas.
33:54Mas então por que ele se enfende como um garoto pequeno?
33:57Que seja sincero de uma vez.
33:59Não, qual é o problema?
34:01Que ele seja sincero com ela, que ela seja sincera com ele
34:04e pronto, acabou o problema.
34:06Já.
34:08As coisas não são tão fáceis, por desgraça.
34:12Às vezes nos complicamos.
34:16Quando se fala de afeitos verdadeiros,
34:20as coisas são mais difíceis do que parecem de fora.
34:25Isso não vai de afeitos,
34:27vai de comunicação
34:29e confiança no outro.
34:33E se o Sr. Baeza confiasse em Emília...
34:36Emília não deixaria de estar casada.
34:43Talvez se o Rômulo o doeresse tanto,
34:46ele teria perdido a oportunidade de estar junto a ela.
34:49É porque ele sabe que tudo foi por sua culpa
34:54e que nunca mais terá essa oportunidade.
34:59Sim, mas se o Rômulo não fala com a Emília,
35:04não sabe se tem um espaço
35:07no seu coração.
35:09Sim, talvez tenha razão.
35:11Se aclarissem as coisas entre os dois, isso ajudaria bastante, sim.
35:14Mas você também tem razão.
35:17Não sempre é o suficiente.
35:20Não, não é.
35:28E agora, unam suas mãos.
35:45Chegaram até aqui movidos pelo amor e pela fé,
35:50diante de Deus e diante de seus seres queridos.
35:53E vocês estão a ponto de unir suas vidas por meio do sacramento do casamento.
35:59Que este compromisso seja testemunho
36:02de sua entrega mútua
36:04e de sua confiança no caminho que hoje
36:07decidem viajar juntos.
36:09Podem manifestar seu consentimento diante de Deus e de sua Igreja?
36:15Eu, Adriano,
36:19te quero a ti, Catalina,
36:21como esposa.
36:24E me entrego a ti
36:27para ser fiel
36:31às alegrias e às penas,
36:34à saúde e à doença,
36:38e a vida.
36:40Na saúde e na doença,
36:45todos os dias da minha vida.
36:52Eu, Catalina,
36:55te quero a ti, Adriano,
36:57como esposa.
36:59E me entrego a ti.
37:02E prometo ser fiel
37:04às alegrias e às penas,
37:07à saúde e à doença,
37:10todos os dias da minha vida.
37:14Agora é o momento dos anéis.
37:39MÚSICA DE ORQUESTRA
37:41MÚSICA DE ORQUESTRA
37:43MÚSICA DE ORQUESTRA
38:08E se alguém colocar algum impedimento para a celebração deste casamento,
38:11que fale agora ou caia para sempre?
38:14MÚSICA DE ORQUESTRA
38:32O que Deus uniu,
38:34que não o separou o homem.
38:36Catalina,
38:38Adriano,
38:40declaro-vos marido e mulher.
38:49Catalina,
38:51pode beijar seu marido.
38:53E você, Adriano,
38:55pode beijar sua esposa.
38:57MÚSICA DE ORQUESTRA
39:09MÚSICA DE ORQUESTRA
39:39MÚSICA DE ORQUESTRA
40:03Bem, não me tomei por engano, mas isto é absolutamente necessário.
40:06Queria agradecê-lo por ter assistido à minha festa.
40:09Para mim era importante tê-lo lá.
40:11E para mim, estar.
40:13Ele sabe perfeitamente, senhora.
40:16E quer que mande baixar porções de tarta para a planta de serviço.
40:20Vamos, se é que sobrou algo, claro.
40:22Não, já o pedi.
40:24E se eu vim, além de trazer-lhe seu pedaço,
40:26era para mostrar-lhe minha gratidão.
40:28Não precisa agradecê-lo.
40:31Eu me sinto muito honrado,
40:33tendo assistido ao seu casamento.
40:34Já tem seu marido,
40:36e seus filhos,
40:38que são uma bendição.
40:40Sim, é verdade.
40:42O que mais pode pedir?
40:44Bem, olhe, eu coloquei-os a pedir.
40:46Sim, que pediria algo mais.
40:48Bem, por pedir.
40:50Agora já está que o Altíssimo se o quer conceder ou não.
40:52Bem, isto não tem a ver com o Altíssimo,
40:54mas com você, Romulo.
40:58Gostaria de vê-lo com seu humor de sempre.
41:00Não entendo muito bem por que diz isso agora, senhora.
41:06Porque sei que...
41:08que há um tempo que não há quem o toque.
41:11E que a razão tem a ver com...
41:14Emília.
41:16Lamento que este chisme chegou até você.
41:18Bem, mas já, que chegou.
41:20Bem, eu preferiria não falar disso, senhora.
41:24Vamos, Romulo, que sou eu.
41:27Você sabe de todas as coisas.
41:28Você sabe de todas as minhas debilidades.
41:32Não seria justo que, por uma vez, compartilhasse as suas comigo?
41:40Pode contar com que de mim não sairão.
41:43O garanto.
41:49Emília e eu nos amamos muito.
41:53Tudo o que se pode querer a alguém neste mundo.
41:56Faz muito disso?
41:58Demais, sim.
42:01E o que aconteceu?
42:04Perdê-la é uma espada que tenho tão dentro do meu coração que...
42:10que não pude falar disso durante todo esse tempo.
42:14Ainda dói.
42:16E é por isso, só por isso.
42:18Por não ter falado disso com ninguém até agora.
42:21E eu gostaria que não se voltasse a falar disso em Palácio.
42:26Por desgraça.
42:28Bem, a mim não gosto de estar em boca do serviço,
42:30menos por um assunto tão íntimo.
42:35Sou maiordomo.
42:37Não posso permitir isso.
42:43Desde então, foi uma cena muito estranha.
42:45Bem, pouco tradicional, sim.
42:47Sim, sim, sim.
42:48Para começar, um salão não é uma igreja.
42:50E depois estava o cura aí como deslocado, o pobre homem.
42:54Não sei, é como se não pintassem nada ali.
42:57E olha, no entanto...
42:58O mais importante é que estava presente.
43:00Exatamente.
43:02O amor.
43:04Sim, está claro que a Catalina e o Adriano se amam muito.
43:08Sim, eu estou segura de que eles e seus dois filhos vão formar uma família muito feliz.
43:14Eu também acredito.
43:16E me alegro muito por minha prima Catalina.
43:19Porque nesses últimos meses não o passou precisamente bem.
43:22E antes de tudo isso, também sofreu o seu com todo o tema do Pelayo.
43:28Sim, o tal Pelayo teve que ser uma loja.
43:31Bem, agora chegou a vida da minha prima, que deixou uma ferida muito difícil de curar.
43:36Sim, mas olhe, talvez o Pelayo não tivesse estado tão mal, na realidade.
43:42Não sei se acabas de me dizer que o que o vejo muito feliz com o Adriano.
43:46Sim, sim, sim, o sigo pensando.
43:47O que acontece é que, sendo muito sincero,
43:49não se pode comparar um conde com um campesino, e aí você estará de acordo comigo.
43:54Mas a minha prima nunca se importaram com esse tipo de distinções.
43:57Sempre foi como um verso solto.
43:59E se o Adriano o faz tão feliz, então talvez seja o que ela precisava, não?
44:05Sim, sim, sim, suponho.
44:10O que acontece?
44:13Não, nada.
44:14Nada, é que estava pensando que...
44:17Por que acontecem coisas tão estranhas aqui?
44:20E não me refiro somente à feira, me refiro a tudo em geral.
44:25É algo que sentir desde que coloquei um pé na promessa, é uma sensação como... como estranha.
44:30Não sei, no início não sabia o que era exatamente.
44:34Não sei se estou entendendo a verdade.
44:37Sim, é que com o passar do tempo é como que...
44:41Vejo com mais claridade.
44:44O quê?
44:49Bem, não me mal interprete, minha vida, mas...
44:54Sinto que este palácio emana uma energia estranha.
44:59E me parece uma energia mais negativa que propícia.
45:04É que, Martina, minha vida com frequência me vejo recordando os dias que passamos juntos, longe daqui, e...
45:11De verdade, acho que foram os dias mais felizes da minha vida.
45:16Foram dias maravilhosos.
45:19Sim, os dias de... de vinho e rosas, como o poema de Dawson, não?
45:26É que, uau, se me colocaram os cabelos de ponta.
45:30Te digo, era como... como se tocasse o céu com as gemas dos dedos.
45:35Era.
45:38Era.
45:41É que aqui estamos discutindo o tempo todo.
45:45Mas, ao mesmo tempo, não queremos irmos.
45:48Suponho que... assim é a promessa.
45:51Não te parece?
45:57É que a mim me...
45:59Me custa julgá-la porque cada vez a sinto mais como a minha casa.
46:09Mas o importante é que continuamos amando.
46:13Não?
46:30Não, não se pode dizer que tenha sido uma cerimônia ao uso, não é, Sr. Baeza?
46:34Não, na litúrgia católica não parece estar feita para os amantes.
46:38Não, não, mas pelo menos o Padre Samuel a respeitou escrupulosamente.
46:42Isso é verdade.
46:43Para mim, o importante realmente não é tanto onde se celebra o sacramento,
46:47mas que... mas que os rituais se cumprem.
46:50E, sinceramente, acho que o Padre Samuel está na altura de algo muito importante.
46:55E, além disso, a cerimônia foi bonita?
46:57Sim, eu acho que sim, sim.
46:59A mim pareceu que o Sr. Manuel e o Sr. Marquês se emocionaram durante a cerimônia.
47:06Sim, sem dúvida. Eu também me dei conta.
47:10Depois de tanto dolor, esta cerimônia é um respiro para a família Luján. Um respiro.
47:16Sim, sim.
47:17Eu também me dei conta.
47:19Depois de tanto dolor, esta cerimônia é um respiro para a família Luján. Um respiro.
47:24Sim, sim, sim.
47:26Essas lágrimas apenas contenidas, essas olhadas,
47:31eu acho que tinham um significado importante para o Sr. Manuel e para a Dona Alonso.
47:39Pois uma pena não ter podido assistir todo o serviço para presenciar um momento tão emotivo.
47:45Era inviável.
47:47Infelizmente.
47:49Bom, o importante é que tudo saiu extraordinariamente bem.
47:53E o que me parece extraordinário é que o serviço se sinta com o direito de participar de um acontecimento assim.
48:00Quando, na verdade, é algo que deve ser privativo dos senhores.
48:06E, certamente, a culpa principalmente disso é dos precedentes que se sentaram nesta casa.
48:12Com a casamento de Don Manuel e Dona Jana.
48:14Ou com a mesma casamento anulado de Sra. Catalina e Don Pelaio.
48:22E agora me desculpe, ainda tenho muitas coisas a fazer.
48:42E agora me desculpe, ainda tenho muitas coisas a fazer.
48:52Tudo saiu tão bem que ainda é difícil para mim acreditar.
48:54E para mim?
48:57Será a costuma de que as coisas se entorpecem no último momento.
49:01Sim, mas esta vez não.
49:03E não digo apenas por causa da casamento.
49:05A comida estava deliciosa.
49:08Ah, sim?
49:09Sim.
49:10Eu sinto muito o amor que você tem pelas cozinhas desta casa.
49:14Eu gosto de pensar que é por isso.
49:16Mas eles sempre cozinham bem.
49:17Seja a nossa casamento ou não.
49:19Sim, mas esta vez eles se envergonharam mais.
49:23De fato, agora que estou passando mais tempo aqui na promessa,
49:30me dei conta do preço que eles te têm no serviço.
49:35O preço, sincero, de verdade.
49:40No começo, quando conheci você, não acreditava que fosse verdade.
49:44A desconfiança própria do homem de campo, não?
49:47Bem, tinha que ser falso.
49:51Não sei.
49:53O desejo de querer agradar a filha do marquês.
50:00Mas não.
50:01Eles te querem como se fossem de sua própria família.
50:06As lágrimas de Dona Simona o demonstram.
50:11O amor é recíproco.
50:15Essa é uma das coisas das quais não tenho dúvidas.
50:19Sim.
50:25E sobre que fim ela tem?
50:29Bem, sobre tudo o resto.
50:32Começando pelo fato de que a casamento sairia bem, por exemplo.
50:36Sim.
50:37Ainda não.
50:39É difícil para mim acreditar que chegamos até aqui.
50:44Você e seu homem de campo.
50:48Sim.
50:58Boas noites.
51:01Pia.
51:02Me alegro de que você ainda não se retirou do dormitório.
51:07Se eu sou sincero, não tenho muitas ganhas de subir ao meu quarto.
51:13A casamento da Catalina me...
51:18Me fez lembrar da Jana.
51:22E não tenho forças para...
51:25Senhor, se quiser, falaremos com a senhora Arcos para que prepare outro quarto.
51:30Há mais disponíveis na promessa e o mesmo está mais confortável em outro lugar.
51:34Não se preocupe.
51:36Estou bem onde estou.
51:40Veja, o dor ainda existe, mas ao mesmo tempo me reconforta.
51:48Sentir esse dor é como lembrar o quão felizes fomos.
51:54Sei que é algo que não tem sentido, mas bem.
51:57Me desculpe, estou dizendo tudo isso e nem perguntando porque está me procurando.
52:01Não se preocupe.
52:02Suponho que não é para me dar boas noites.
52:05Me engano?
52:06Não.
52:07Veja...
52:09Um garoto me trouxe essa nota para você, quando eu estava de noite.
52:14Não coloca nada no envelhecimento, mas me disse que era para você.
52:17Uma nota?
52:20Nessas horas não podem ser boas notícias.
52:32Acontece algo.
52:35Acontece algo.
52:44Dona...
52:50Ela se foi.
52:56Me surpreendeu que levaram os bebês para a celebração.
52:59Bem, foi onde esse explícito de Catalina que queria tê-los perto em um dia tão importante.
53:05Bem olhado tem sentido.
53:07Os bebês são pequenos, se não o lembrarão, mas quem o fará serão a Catalina e seu marido.
53:12E, sem dúvida, será um lembranço doce.
53:16Bom, e menos mal que não se puseram a chorar durante a celebração.
53:21Seria algo impróprio dessa educação exquisita.
53:24Não acha?
53:31Por que me olhas assim?
53:32O que está pensando, Martina?
53:40É que também me ingressaram em um maricômio.
53:43E, bem, apenas foram algumas semanas e foi seu filho, Curro, que me levou de lá, graças a Deus.
53:48Primeira notícia.
53:50Não sabia nada disso, Martina.
53:53Então também não saberá que a pessoa que me encerrou ali foi a mesma que liberou você.
53:58O Conde de Ayala.
54:02Mas foi uma história tão desagradável que, agora mesmo, também não me apetece falar dela.
54:07Já lhe explicarei com calma.
54:09Simplesmente lhe disse porque quero que saiba que...
54:12que sinto muito que tenha passado tantos anos encerrada em um lugar como esse.
54:16E que eu estou aqui para qualquer coisa que precise.
54:20Obrigada.
54:21Sei que você é uma boa garota.
54:24Por isso me doí que fossem contra você.
54:28Contra mim?
54:30Sim, não precisa se esconder.
54:32Sei que toda a família se envergonhou com você quando foi à prisão visitar a minha irmã Cruz.
54:38Bem, mas pedi perdão e tudo se arrumou.
54:43Eu entendo.
54:45Eu também entendo.
54:46Pedi perdão e tudo se arrumou.
54:51Eu entendo o que você fez.
54:53Entendo sua motivação.
54:55E admiro sua determinação, Martina.
54:57Obrigada.
55:00De fato, quero pedir-lhe algo.
55:05Eu decidi ir ver a minha irmã.
55:10E você é a única pessoa que pode me ajudar a fazer isso.
55:17Eu poderia estar atento a Vitor para que minha mãe não esteja perto do capitão da mata.
55:22Sim.
55:23Não quero culpar o capitão diretamente pela crise que sofreu minha mãe, mas não me estragaria.
55:29Esse homem tira de suas casas qualquer, especialmente a minha mãe.
55:33Me chamo Jorna, comportamento indigno de meu filho.
55:36Senhora, você não tem que pedir perdão por nada.
55:39Se o Tonho foi embora, sua razão está aqui.
55:42Não, não.
55:43Ele não decidiu.
55:45Eu o pedi.
55:47Porque meu filho é um ladrão desgraçado que está descarregado por muito tempo.
55:51Você se vê brilhante, e isso é o que mais importa.
55:54Não posso estar mais.
55:56A plenitude que senti esta manhã ao ver a Adriana ao meu lado foi imensa.
56:02Lamento que tenhas tido que recorrer um caminho tão longo e tortuoso para chegar até aqui.
56:06Agora só resta fazer o público.
56:08A essa joiaria iremos Lope e eu.
56:10Temos um plano.
56:11E quando vai ir?
56:12Não é fácil para um lacaio e um cozinheiro ter o tempo suficiente para sair quando quiserem.
56:16Deixe isso comigo.
56:17Vou me aproximar para ver a senhora Martínez.
56:20Veja como ela está.
56:21Se refere a oferecer-lhe seu apoio.
56:23E a que vou me referir se não?
56:25Não, claro, claro.
56:26A que vai se referir?
56:27Eu lhe pediria que não fosse dura com ela, por favor.
56:32É o momento para apoiá-la, e não para fazer sangue.
56:35Ontem estive falando com a senhora Eugenia.
56:37E ela me pediu ajuda para ir à prisão em Veracruz.
56:39E você deixou bem claro que não pode ser, não?
56:42Bem...
56:43Martina, não queira fazer mal ao Marquês.
56:46Talvez tenha sido a coisa do destino que nossos caminhos se cruzassem e que você trabalhe em uma joiaria.
56:51Meu bom amigo, o primogênito do Marquês de Velarde, acabou de chegar de ultramar com sua família.
56:55E está interessado em fazer-se com uma joia para sua prometida.
56:58Então traga seu amigo qualquer dia, e eu mesma me encarrego de fazer isso.
57:02O que você acha dessa tarde?
57:03Não vejo nenhum problema.