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A China classificou como um passo importante o início dos primeiros diálogos comerciais com os Estados Unidos após o acirramento da guerra tarifária anunciada pelo presidente americano Donald Trump. O economista Otaviano Canuto comenta os possíveis impactos dessa reaproximação.

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Transcrição
00:00E ainda sobre este assunto, sobre este cenário que gera impactos para a economia global,
00:07a gente conversa agora com o economista Otaviano Canuto, ex-vice-presidente do Banco Mundial,
00:13ex-diretor executivo também, um currículo extenso que a gente pode repercutir aqui na Jovem Pan,
00:20a quem eu agradeço por conversar com a Jovem Pan neste final de semana.
00:23Reuniões importantes, esses anúncios, essas reuniões em Genebra, na Suíça também.
00:30O que esperar em relação a este avanço, a essas informações da ala comercial para o impacto global?
00:39O que esperar para os próximos dias?
00:42Ótima tarde e muito bem-vindo à Jovem Pan.
00:45Boa tarde, boa tarde para vocês também e feliz dia das mães para as mães.
00:50Não dá para esperar muito, tem que ser realista que essa primeira reunião tem um caráter muito mais simbólico.
01:01O máximo que se pode esperar amanhã é algum tipo de declaração,
01:06do tipo os dois países quando baixarem tarifas baixarão ao mesmo tempo.
01:14Mas, a rigor, é muito difícil esperar que já haja agora uma saída do impasse.
01:23É um jogo de truco, não é?
01:24É um jogo de truco.
01:26E o presidente Trump, por exemplo, quando ontem menciona uma tarifa de 80%,
01:34é evidente que isso ainda é extremamente alta.
01:41Não vai ser isso que vai, digamos assim, induzir os chineses a baixar por sua vez.
01:50Então, esse é apenas o começo de um processo.
01:53Quando houve uma negociação China e Estados Unidos no primeiro governo Trump,
01:58ela levou quase dois anos para se completar.
02:00Aí, para vir a primeira fase de um acordo e que depois a pandemia e tudo que veio com a pandemia
02:08e depois a derrota do Trump nas eleições, acabou jogando na prateleira.
02:13Então, é melhor ter a reunião do que apenas se ficar nas agressões bilaterais,
02:23mas não tenho muita esperança de se já ter qualquer coisa muito concreta amanhã.
02:32Posso estar enganado, mas duvido muito.
02:34O que tira essa esperança é justamente essa rapidez do encontro.
02:40Não foi um encontro tão longo e o que se fala que não é coisas tão grandes
02:46quanto se esperava, quanto se imaginava?
02:50Ou seja, nesse caso, a expectativa está sendo muito maior do que uma realidade?
02:56Eu acho que as pessoas que conhecem o assunto e que acompanham
03:02não estão com expectativas muito diferentes, não.
03:06É evidente que é um sinal melhor do que não haver nada,
03:12é um sinal melhor do que simplesmente se ficar nos ataques duplos,
03:18mas, olha, a China está meio que se preparando para isso.
03:26O fato é que eles vão acionar políticas fiscais e monetárias
03:35para compensar o efeito, o impacto que a queda nas exportações para os Estados Unidos
03:41já está provocando na própria China.
03:44E os efeitos sobre os próprios Estados Unidos ainda vão se sentir com mais força
03:49apenas nos próximos meses.
03:51Os americanos, digamos assim, compraram antecipadamente,
03:58fizeram compras de importação antes das tarifas nos primeiros meses do Trump,
04:04mas o impacto sobre os preços domésticos aqui nos Estados Unidos
04:11só vão começar a ser sentidos claramente quando as tarifas começarem a morder mesmo para valer,
04:17que é nos próximos dois meses.
04:19A inflação vai subir, vai ter um choque de preços.
04:23Esse choque de preços vira alguma coisa que contamine expectativas de inflação na outra história,
04:31mas joga contra qualquer esperança de que o Federal Reserve Bank iria reduzir as taxas de juros.
04:39Então, tem dor do lado e tem dor do outro.
04:41Mas, ao mesmo tempo, por uma questão até política,
04:48os chineses vão ter que demandar reduções significativas das tarifas chinesas.
04:55E aí é uma dúvida enorme sobre a extensão em que o presidente Trump vai, de fato, aceitar reverter o que fez,
05:06até porque existe uma possível explicação para o caráter excepcional das tarifas colocadas sobre a China,
05:18que é um desejo, pelo menos esse é parte do desejo de alguns que fazem a política econômica do Trump.
05:29O Trump tem dois braços.
05:34Um é o cara que está lá, na Suíça, o Scott Bassett, que é o secretário do Tesouro,
05:40que soa, que sempre falou, que se espera que seja transnacional.
05:46Ele é quem o tempo inteiro dizia que as tarifas para o Trump iam ser apenas um instrumento de negociação
05:51para outros objetivos e assim por diante.
05:53Mas tem a malta, um deles está lá, que é o USTR, que é o representante comercial,
06:02mas tem também o Peter Navarro e tem o Howard Lutnick,
06:06que esse pessoal sonha mesmo em separar, em literalmente eliminar, suprimir as exportações da China para os Estados Unidos.
06:18Qual dessas duas vai prevalecer é uma coisa que a gente só vai ver ao longo desse suposto processo de negociação.
06:29O Scott Bassett é quem, o que é o transnacional, esse que está lá na Suíça,
06:36chefe da missão, o secretário do Tesouro?
06:38Há umas duas semanas atrás, aqui, durante a reunião de primavera,
06:41numa apresentação que ele fez no Instituto de Finanças Internacionais, eu estava lá,
06:48ele disse que o andar da carruagem, aquilo que estava acontecendo com cada lado subindo tarifas, etc. e tal,
06:56era uma coisa insustentável.
06:59Então, ele é o próprio...
07:00Agora, os chineses, por sua vez, querem ver qual é a extensão em que o lado americano realmente está disposto
07:08a reverter, em termos de tarifas, o que chegou até 145%,
07:16somando as tarifas do primeiro mandato do Trump e que foram mantidas na era Biden.
07:21Então, é como eu disse, um pôquer, ou um truco, em que o que está em jogo aí...
07:30E os chineses, já, de certa maneira, já desde o primeiro mandato do Trump,
07:35eles já vêm deslocando as partes finais de muitas das cadeias de valor para outros países, está certo?
07:44Com uma maneira de tentar contornar as restrições nos Estados Unidos, né?
07:48Fizeram isso usando o próprio México, o Vietnã, a Malásia e outros países.
07:56Mas agora, é evidente que o governo Trump também vai querer estabelecer barreiras
08:04a essa possibilidade de contornar pela China através desses outros países.
08:10Tem países europeus também servindo de destino de investimento chinês.
08:14Agora, veja, o acordo Estados Unidos-Reino Unido, ou começo de acordo,
08:21anunciado na quinta-feira, que já vinha sendo trabalhado imediatamente após o dia da liberação,
08:29o dia das tarifas recíprocas lá em cima,
08:32ele é um modelo, um template, que sugere que os Estados Unidos não estarão dispostos
08:39tanto a reduzir tarifas.
08:42Olha que o Reino Unido tem um superávit comercial com a Inglaterra,
08:47por isso só recebeu os 10% de tarifas de reciprocidade, né?
08:54Mas, a rigor, essa negociação manteve os 10%.
08:58Ele eliminou as tarifas sobre o Reino Unido em aço,
09:04dentro de cotas, ele baixou as tarifas sobre carros e autopeças também,
09:10dentro de cotas do Reino Unido.
09:12E olha, e o próprio Trump disse que os outros países não esperassem algo tão bondoso,
09:17nas palavras dele.
09:19Então, é muito difícil imaginar, particularmente com a China,
09:25que os americanos estejam dispostos a oferecer e a negociar quedas nas tarifas
09:33mais pronunciadas do que os 80% que o Trump falou.
09:39Há quem considere, quem estime, que para o comércio ainda ter alguma significância
09:47entre os dois países, essas tarifas têm que cair para patamares abaixo de 60%.
09:53A ver, isso nós não sabemos ainda.
09:58A gente vai acompanhar, eu agradeço muito essas explicações,
10:02tentando nos ajudar a entender esse cenário, como fica entre China,
10:06entre os Estados Unidos e as repercussões, o impacto aqui dentro do nosso,
10:12da nossa área também, do mercado dentro do Brasil.
10:15Otaviano Canuto, economista.
10:17É bom que essas tarifas sejam negociadas,
10:21porque a gente também precisa que a China continue crescendo bem, está certo?
10:25Porque importa os nossos produtos.
10:28Tem muita gente com a fantasia de que o Brasil pode pegar brechas nessa guerra,
10:32mas em guerras desse tipo sobra para todo mundo.
10:35Claro, não resta dúvida.
10:37A gente vai ficar de olho e voltamos a conversar logo mais.
10:40E vai Corinthians.
10:41Vai Corinthians, sim.
10:43Obrigado.
10:44Vamos juntos aí.

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