O Banco Central elevou a Selic para 14,75%, maior patamar desde 2006. Em entrevista, Roberto Padovani, economista do Banco Votorantim, analisa os sinais do Copom, o cenário de inflação desancorada e o peso da política fiscal e global nas decisões monetárias.
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NotíciasTranscrição
00:00Acaba de sair a decisão do COPOM, Comitê de Política Monetária do Banco Central,
00:04sobre a taxa básica de juros aqui no Brasil.
00:07E a taxa foi elevada em meio ponto percentual, portanto ela passa de 14,25% para 14,75% ao ano.
00:18Essa taxa vem subindo desde setembro do ano passado,
00:21numa tentativa do COPOM de controlar a inflação, que continua estourando o teto da meta,
00:26continua no acumulado em 12 meses, passando de 4,5% ao ano.
00:31E essa taxa de 14,75% é a mais alta para o Brasil desde julho de 2006.
00:39Desde julho de 2006 o Brasil não tinha uma taxa básica de juros tão alta.
00:44Acabou de sair o comunicado do COPOM, a gente vai passar por ele agora então,
00:48para ver se ele nos traz alguma indicação, esse é um dos pontos principais do dia de hoje,
00:52alguma indicação sobre o que é que vem pela frente.
00:54Vamos ler aqui então juntos.
00:56O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura
01:02e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial
01:06e seus efeitos.
01:07A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global,
01:11notadamente acerca da magnitude da desaceleração econômica
01:14e sobre o efeito heterogêneo do cenário inflacionário entre os países,
01:20com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária.
01:23Além disso, o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos também têm sido afetados
01:29com fortes reflexos nas condições financeiras globais.
01:33Tal cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes em ambiente de maior tensão geopolítica.
01:40Aqui, basicamente falando de toda a incerteza por ocasião da guerra comercial.
01:44Em relação ao cenário doméstico, olhando agora para o Brasil,
01:48o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho
01:51ainda tem apresentado dinamismo, mas observa-se uma incipiente moderação no crescimento.
01:58Copom está usando exatamente as mesmas palavras que ele usou no comunicado anterior de março.
02:03Um crescimento, uma moderação incipiente no crescimento.
02:06Ou seja, a economia está desacelerando muito pouquinho, muito pouquinho.
02:11Nas divulgações mais recentes, a inflação cheia e as medidas subjacentes
02:16mantiveram-se acima da meta para a inflação.
02:19As expectativas de inflação para 2025 e 2026, apuradas pela pesquisa Focus,
02:24permanecem em valores acima da meta, situando-se em 5,5% e 4,5% respectivamente.
02:29A projeção de inflação do Copom para o ano de 2026, atual horizonte relevante de política monetária,
02:36situa-se em 3,6% no cenário de referência.
02:40Lembrando que 3,6% é acima da meta, que é de 3%, mas está dentro do intervalo de tolerância,
02:46que vai até 4,5%.
02:48Vamos já subir um pouquinho a tela aqui enquanto eu continuo a leitura.
02:51Os riscos para a inflação, tanto de alta quanto de baixa, estão mais elevados do que o usual.
02:58Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação,
03:03destacam-se, um, uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado.
03:08Dois, uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada,
03:13isso em função de um hiato do produto mais positivo, ou seja, atividade econômica ainda aquecida.
03:19E três, uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que têm um impacto inflacionário
03:25maior do que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada,
03:30dólar mais caro.
03:32Entre os riscos de baixa, ressaltam-se, um, uma eventual desaceleração da atividade econômica doméstica
03:38mais acentuada do que a projetada, tendo impactos sobre o cenário de inflação.
03:44Dois, uma desaceleração global mais pronunciada, decorrente do choque de comércio
03:49e de um cenário de maior incerteza.
03:51E três, uma redução nos preços das commodities com efeitos desinflacionários.
03:56A conjuntura externa, em particular os desenvolvimentos da política comercial norte-americana
04:01e a conjuntura doméstica, em particular a política fiscal, contas do governo,
04:06têm impactado os preços de ativos e as expectativas dos agentes.
04:10O comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal
04:15impactam a política monetária e os ativos financeiros.
04:18O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas,
04:24resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho.
04:29Tal cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista
04:34por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta.
04:39O COPOM decidiu elevar a taxa básica de juros em meio ponto percentual para 14,75% ao ano
04:45e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação
04:50para o redor da meta ao longo do horizonte irrelevante.
04:53Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços,
04:58essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica
05:03e fomento do pleno emprego.
05:05Para a próxima reunião, cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste
05:12e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária
05:19e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação.
05:24Portanto, o COPOM não está dando indicação do que é que vem pela frente.
05:27O comitê se manterá vigilante e a calibragem do aperto monetário apropriado
05:31seguirá guiada pelo objetivo de trazer a inflação à meta no horizonte relevante
05:35e dependerá da evolução da dinâmica da inflação,
05:39em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária,
05:43das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
05:49Aí vem aqui a lista de quem votou por essa decisão e a gente vê que foi uma decisão unânime.
05:55Todos os diretores do COPOM votaram a favor desse aumento de meio ponto percentual.
06:01Nosso analista Vinícius Torres Freire volta aqui para o estúdio agora para a gente falar dessa decisão.
06:06Vinícius, vem na linha com o que o mercado esperava, aumento de meio ponto percentual
06:10e sem indicação se vai continuar subindo ou não.
06:14Olha, Fábio, o que deu para ler até agora do comunicado é o seguinte,
06:18tem que pensar um pouquinho, de que acabou, isso aí está quente na cabeça.
06:21Mas, primeiro, eles fizeram uma ênfase muito grande de incerteza, como o Fed fez,
06:27eles se estenderam nas incertezas, disse que os riscos estão elevados tanto de inflação,
06:31tanto para cima quanto para baixo, mantiveram, puseram 14,75 como todo mundo esperava.
06:36Como você acabou de dizer, não deram nenhum sinal de que, qual vai ser a taxa de juros,
06:41o que eles pretendem fazer com a taxa de juros na próxima reunião.
06:44Mas disseram lá que a coisa está aberta, tem que esperar para ver o efeito da política monetária
06:52que é bastante restritiva na inflação e na atividade, o que vai ser da política fiscal,
06:56se ela vai continuar afetando ou não indicadores financeiros, que em geral é o dólar,
07:00e tem que ver como é que o mundo vai andar.
07:02Então, eles deixaram tudo aberto e disse que a próxima decisão depende de dados.
07:06E, por último, eles projetaram a inflação para o final do ano que vem,
07:10ou no horizonte relevante, daqui a 18 meses, que é quase o final do ano que vem, em 3,6%.
07:15Só lembrando que no FOX, a projeção de inflação para o final do ano que vem é 4,5%.
07:21Então, é uma distância razoavelmente grande.
07:23Quando você pega a expectativa de inflação, todos os indicadores econômicos,
07:28joga no caldeirão do modelo matemático do BIC, o que esse modelo matemático cospe?
07:33Uma inflação de 3,6%, que não é lá muito longe da meta.
07:37Acima da meta, mas 3,6% no Brasil, é uma inflação muito baixa.
07:41Tem essa perspectiva de que a inflação vai cair segundo o modelo do BIC.
07:44Mas eles deixaram a decisão da próxima reunião em aberto,
07:48mas não deram sinal de que vão encerrar o ciclo.
07:52Vinícius, obrigado.
07:546,47%, agora 6,48%.
07:57A gente vai seguir aqui na análise dessa decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central
08:02com o Roberto Padovani, que é economista-chefe do Banco BV.
08:09Vamos continuar falando aqui sobre essa decisão que acabou de sair.
08:12A gente passou agora pelo comunicado e vai conversar, então, com o Padovani.
08:17Padovani, boa noite para você.
08:18Obrigado pela disponibilidade em participar aqui do Radar e analisar a quente essa decisão.
08:24Padovani, a gente acabou de comentar aqui que o comunicado não diz se a taxa de juros vai continuar subindo ou não.
08:31Mas o Vinícius observava que o comunicado se alonga ao falar das incertezas e das preocupações.
08:38Tem um tom rockish, vamos dizer, do comunicado?
08:42Tem um tom bastante preocupado com a situação da economia no Brasil e no mundo hoje?
08:47Bom, Fábio, boa noite. Obrigado pelo convite.
08:51Eu acho que o primeiro aspecto é que ele não deu nenhum sinal que vai parar o ciclo.
08:55Muita gente no mercado achava que ele subiria meio ponto, encerraria o ciclo,
08:59e ele deixa as portas abertas.
09:01E o comunicado também mostra preocupações inflacionárias relevantes.
09:05Ele sugere ali que as expectativas de inflação...
09:07Sugere não, ele diz que as expectativas de inflação estão desancoradas,
09:11que a atividade econômica segue aquecida, a inflação de serviços preocupa.
09:15Você tem também uma dinâmica cambial influenciada tanto pelo cenário global,
09:19que é indefinido, quanto pela dinâmica fiscal interna.
09:22Quer dizer, aparentemente, não dá para dizer que na reunião de junho
09:25esse ciclo vai ser encerrado.
09:27Eu acho que a gente está mantendo o cenário aqui no banco
09:30de uma alta adicional de meio ponto.
09:33Eu acho que é compatível com o que ele disse.
09:35Agora, ele vai esperar dados.
09:36Então, tem muita coisa que está acontecendo na economia global.
09:39Nos últimos quatro meses, mostro que o cenário doméstico
09:42vem sendo dominado pelos temas externos.
09:45Então, a gente vai ter que acompanhar a evolução do quadro,
09:47principalmente na economia norte-americana,
09:49para avaliar quais são os próximos passos.
09:52Mas, Fábio, visto de hoje, a minha leitura é de que teremos
09:55uma alta adicional de 25% chegando a uma taxa básica de 15%.
09:59Vinícius Torres Freire também participa dessa entrevista.
10:03Vinícius.
10:04Padre Vani, deixa eu ver se eu entendi o que você falou.
10:06Você disse que está aberto, que não encerra.
10:08É o que eu li também, que não encerra o ciclo de modo algum.
10:11Agora, você acredita numa alta moderada, bem pequenininha, mínima,
10:15para ir continuando empurrando a coisa com a barriga,
10:17de 0,25 ou mais do que isso?
10:20Não, eu acho que 0,25.
10:21Eu acho que ele está sinalizando ali,
10:23eu acho que a informação importante do comunicado
10:25é de que a taxa de juros está elevada
10:29e a gente tem que aguardar um pouco os efeitos
10:31dos aumentos realizados nos últimos meses.
10:34Então, a gente precisa aguardar mais informações
10:37para que o aperto monetário surta efeito
10:40sobre a atividade econômica e inflação.
10:42Já que é isso, já que você já fez um esforço monetário grande,
10:46eu acho que agora o Banco Central tem que tatear.
10:48E tatear, no meu entendimento, são altas de 0,25.
10:51Talvez uma última alta de 0,25,
10:53mas se o cenário de crescimento e inflação
10:56continuar impressionados, talvez altas adicionais.
10:58Mas o fato é que o Banco Central está num terreno agora
11:01em que ele vai ter que ser muito cuidadoso nesses ajustes.
11:04Portanto, eu acho que faz sentido falar no ritmo 0,25.
11:09Agora, no último Focus, pela primeira vez,
11:12é só a mediana, mas tinha o ciclo se encerrando em 14,75.
11:17Você acha que tanto no Focus, como, aliás, principalmente no mercado,
11:20vai ter uma elevaçãozinha de juros de curto prazo?
11:24Ah, claramente.
11:25Eu acho que tinha muita aposta num encerramento do ciclo hoje,
11:29porque prevalecia, Vinícius,
11:30antes de que a economia mundial entraria numa recessão,
11:33portanto, seria desinflacionária.
11:35A gente tem aí preço do petróleo recuando um pouco
11:37em virtude dessa menor demanda global.
11:40Então, isso vinha alimentando a tese
11:42de que o risco inflacionário no Brasil poderia cair.
11:45Agora, está muito cedo para dizer isso.
11:48A gente vê hoje a própria decisão do Banco Central norte-americano
11:50indicando que não é claro se a gente vai ter um cenário inflacionário,
11:54um cenário desinflacionário.
11:56Se a gente olhar os indicadores que, de fato,
11:59estão vindo aqui na economia brasileira,
12:00a gente tem uma inflação acelerando,
12:02expectativas de inflação convergindo muito lentamente.
12:05Hoje, saiu dado de produção industrial forte,
12:07todo mundo revisando o PIB para cima.
12:09Portanto, não parece ser um cenário
12:11que o Banco Central esteja tranquilo
12:13a ponto de antecipar uma decisão de encerrar o ciclo.
12:17Acho que ele vai ter que aguardar mais informações,
12:19como é o caso do Fed,
12:21mas, no nosso caso, como a inflação está se acelerando,
12:23provavelmente com altas adicionais.
12:25Padovani, vou pedir para você a gentileza de aguardar um instantinho.
12:29A gente vai para o intervalo bem rápido
12:30e já volta para continuar essa análise,
12:32a quente aqui da decisão do Copom.
12:34Fique com a gente aqui no Times Brasil,
12:36licenciado em...
12:37Líder mundial em negócios agora no Brasil.
12:40Até já.
12:40O Copom, Comitê de Política Monetária do Banco Central,
12:44que acabou de anunciar um aumento de meio ponto percentual
12:47na taxa básica de juros do Brasil,
12:49que passa para 14,75% ao ano.
12:53É o patamar mais alto desde julho de 2006.
12:57E sobre esse assunto, eu retomo aqui a entrevista com o Roberto Padovani,
13:00economista-chefe do Banco BV.
13:03Padovani, tem um ponto no comunicado que eu gostaria de colocar para você também,
13:07para a gente tentar entender.
13:09O Copom projeta, para o fim do ano que vem,
13:11uma inflação oficial, o IPCA, de 3,6%.
13:16Pelo boletim Focus, divulgado essa semana pelo próprio Banco Central,
13:21colhido junto às instituições financeiras que fazem as suas projeções,
13:25a mediana do mercado indica uma inflação de 4,5%.
13:294,5% da parte do mercado e 3,6% da parte do Copom.
13:36Uma diferença bem significativa.
13:38Quem é que está mentindo nessa história?
13:39Bom, a gente não sabe dizer porque ninguém consegue antecipar o futuro,
13:45mas eu acho que o ponto importante aqui, Fábio,
13:48é de fato essa divergência de leituras.
13:50Os modelos do Banco Central indicando uma inflação mais baixa,
13:53mercado um pouco mais cauteloso,
13:55num cenário global absolutamente incerto, muito indefinido.
14:00Isso, para mim, essa divergência, que não é comum,
14:03só reflete a dificuldade de leitura que a gente está tendo.
14:05Hoje, de novo, o próprio presidente do Banco Central norte-americano
14:08se disse incapaz e leu o cenário à frente.
14:10Não dá para dizer se a gente tem pressão inflacionária no mundo,
14:13se a gente tem um quadro de desaceleração global.
14:16Portanto, nesse ambiente de incerteza,
14:17é natural que os modelos e as hipóteses reflitam coisas diferentes.
14:22A gente vai ter que esperar mais tempo para ver quem está certo,
14:25mas não é comum.
14:26Você tem razão que tem uma diferença importante de visão de risco inflacionário.
14:30Na sua leitura, na leitura do Banco BV, nos cálculos de vocês,
14:34a projeção nesse momento, com toda a dificuldade que existe,
14:37está mais para qual lado?
14:38Mais para os 3,6% ou mais para os 4,5%?
14:41Não, a gente está achando que o Banco Central está numa luta
14:44para conseguir alcançar o teto do intervalo da meta de inflação,
14:47que é 4,5%.
14:49A gente vê ainda pressões importantes, a economia muito aquecida,
14:53o governo estimulando ainda mais o crescimento doméstico,
14:56pressão no mercado de trabalho, inflação de serviços segue em alta.
15:00A gente não consegue imaginar um quadro de desaceleração
15:03tão otimista quanto o Banco Central tem visto.
15:07Padovani, uma possível frente de alívio na pressão inflacionária
15:11viria de uma desaceleração econômica, que pode ser global, inclusive.
15:16Agora, o que o Copom usa como descrição do momento que o Brasil está agora
15:22são exatamente as mesmas palavras que ele usou dois meses atrás,
15:25ou um mês e meio atrás, por conta da reunião anterior.
15:28Ele fala de uma moderação incipiente do crescimento, ou seja, o Copom,
15:33a julgar pelas palavras que usa, não viu muita diferença no tamanho da freada
15:37da economia brasileira da última reunião para cá.
15:40Dessa frente, de fato, a economia continua mostrando resiliência na sua leitura
15:45e não está vindo ainda um alívio na pressão inflacionária daí?
15:50Exatamente.
15:51Os dados de atividade que a gente tem colecionado, Fábio, ainda são muito fortes.
15:55Você pode ter os dados de confiança de abril de alguns setores um pouco mais frágeis,
16:00mas de maneira geral, a gente tem uma leitura ainda de uma economia bastante robusta
16:06e acho que muito influenciada pela super safra agrícola no Brasil.
16:09A gente vai ter que esperar mais alguns meses para avaliar o quadro.
16:13O que tem de consenso é que a economia brasileira em 2025 vai crescer menos do que em 2024.
16:19A dificuldade nossa dos economistas e do Banco Central é saber quão menos iremos crescer.
16:24Eu acho que está com cara de um crescimento entre 2% e 2,5%.
16:28Se a gente olhar os dados de mercado de trabalho, as projeções e os indicadores de renda,
16:35produção industrial, comércio, todos indicando uma atividade ainda forte,
16:38embora com uma desaceleração contratada.
16:41Mas o ponto que eu acho que é importante é que dificilmente, Fábio,
16:45nas próximas semanas a gente vai ter um cenário claro.
16:47Falar, olha, a economia realmente desacelerou de maneira importante,
16:50ou a economia não desacelera.
16:52A gente vai continuar tendo indicadores mistos,
16:55que eu diria que hoje muito mais viesados para a economia aquecida.
16:59Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV.
17:02Padovani, muitíssimo obrigado pela sua análise aqui
17:05do resultado da decisão do Copom que acabou de sair.
17:08Obrigado por dividir com a gente aí os seus pensamentos
17:11e até uma próxima. Valeu.
17:13Eu que agradeço. Obrigado, Fábio.
17:15Valeu, um abraço.
17:16Obrigado, Fábio.