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A Klabin lucrou R$ 446 milhões no 1º trimestre de 2025, queda de 3% na comparação anual. Em entrevista ao Money Times Brasil, o CFO Marcos Ivo explicou os principais fatores que influenciaram o desempenho.

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Transcrição
00:00Tá certo, obrigada pela análise de vocês e a gente segue aqui agora falando do IBGE que divulgou nessa sexta-feira o índice nacional de preços ao consumidor amplo, considerando a inflação oficial do país.
00:11O índice subiu 0,43% em abril, mostrando uma desaceleração.
00:17O grupo alimentação e bebidas é o maior destaque mais uma vez e agora com alta de 0,82%, o impacto de 0,18% no índice.
00:28O acumulado dos últimos 12 meses subiu de 5,48% em março para 5,53% em abril, valor que continua acima do teto da meta, de 4,5%.
00:41A gente vai entender melhor o que essa alta da inflação representa, o que a gente pode esperar nos próximos meses, conversando agora ao vivo com o André Perfeito, que é economista-chefe e sócio da PCE.
00:53Tudo bem, André? Boa tarde, bom te receber aqui no Money Times.
00:56Boa tarde, Natália, um prazer falar com vocês.
01:00Prazer o nosso. O Felipe Machado, nosso analista, também está comigo nessa entrevista.
01:04André, começando então com os dados do IPCA divulgados, a gente fala de uma desaceleração de 0,43% em abril.
01:14Para falar dessa desaceleração, o que está por trás dela? O que a gente tem de fator contribuindo para esse movimento?
01:20Bem, olha, de maneira bastante objetiva, o que recuou foi o preço de transportes, particularmente gasolina e combustíveis, né?
01:29De forma geral, teve um impacto realmente negativo, trouxe para baixo.
01:32E a gente também teve, talvez assim, o fim do pior do grupo alimentação, né?
01:37A gente viu aí recentemente itens como café, tomate, batata, né? Subindo muito forte, né?
01:44Agora está subindo ainda, mas numa velocidade menor.
01:46Isso daí também contribuiu para um IPCA que cai na margem, né?
01:51Isso, de um lado, é uma boa notícia.
01:52Mas quando você abre os dados, eu confesso que eu não estou tão entusiasmado com o número como um todo.
01:58Porque os núcleos que a gente olha com muita atenção, particularmente o núcleo de serviços, né?
02:04Tem se mantido num patamar elevado.
02:07E isso é importante porque o Banco Central brasileiro e o mercado como um todo, né?
02:12Olha com muita dilupa esse número, porque é isso que vai determinar os aspectos mais dinâmicos
02:18e a transmissão da política monetária para a inflação, ou seja, no sentido de controlá-la.
02:22Então, ainda não está tão bom esse índice.
02:24Eu acho que o Banco Central deveria ter subido 0,75 na reunião dessa semana, né?
02:29Ter subido só 0,50.
02:32Entendo por que eles fizeram isso, mas seria, acho que, desejável uma alta um pouco mais forte.
02:37Uma intervenção um pouco mais forte, né?
02:39Felipe, sua pergunta para o André.
02:41André, boa tarde.
02:43André, a gente viu mais uma vez os alimentos aí como vilão do IPCA, né?
02:47Mas a gente tudo leva a crer que a gente vai ter uma safra já, talvez para o próximo trimestre,
02:52uma safra mais positiva.
02:53Você acha que daí a gente vai finalmente conseguir ver ali a inflação meio que estabilizada?
02:58É, xalá aconteça essa transmissão mesmo, né?
03:02Porque às vezes não é tão automático essas relações, mas sim, a perspectiva é de uma inflação
03:07relativamente mais fraca do grupo alimentação por um motivo muito simples, né?
03:11A notícia boa que está ruim, ou seja, já subiu demais isso daí, né?
03:14Não tem como subir a taxas crescentes sempre, né?
03:18A não ser uma situação de completo descontrole, que nem de perto é o caso aqui no Brasil.
03:23Agora, o que a gente tem aí, a minha preocupação não é tanto o grupo alimentação, apesar de
03:28ser a coisa que mais impacta o dia a dia das pessoas, né?
03:33Nossa compra no supermercado, coisa do tipo.
03:35O que eu vejo é a persistência de dados, de serviços mais fortes.
03:40Isso daí sim me preocupa.
03:41Mas grupo alimentação, de fato, a gente pode ter uma boa notícia, como também a gente pode ter uma má notícia.
03:47Só quero falar rapidamente disso, porque a questão da variância climática está gigantesca.
03:52A gente está dando de barato, que agora vai estar aí tudo bem.
03:55Também sugiro cautela, não sei se é tão simples assim, não.
03:57André, eu vou pedir licença um minutinho, que você continue com a gente, para vermos juntos na tela os números,
04:05um gráfico com a nossa inflação e daqui a pouco a gente continua com o André.
04:11E aí está na tela, né?
04:12A gente tem a inflação oficial mês a mês com esse recorte do período de um ano, Felipe.
04:18É, exatamente.
04:19O que a gente vê aqui, que o mês de fevereiro foi um mês atípico, mas foi um mês que teve um impacto muito grande
04:26nesse período de 12 meses.
04:28Quando você olha para a inflação nos 12 meses, que a gente está com 5,53, ou seja, praticamente 1% acima do teto da meta.
04:39Então você vê que se a gente não estivesse com esse mês de fevereiro tão acima da meta,
04:43a gente estaria talvez conseguindo chegar perto do topo da meta.
04:47Mesmo assim, claro que são números preocupantes, como o próprio André falou,
04:50essa questão do núcleo de serviços, que serviços têm impacto muito grande,
04:54que é a maior parte da população, tem impacto grande nessa área de serviços.
04:58Então, realmente, a gente fica preocupado, porque se a gente fosse ver em relação aos outros índices,
05:06estavam índices que estavam aí seguindo uma certa média,
05:09mas ali no mês de fevereiro realmente saiu muito da curva.
05:12André, só lembrando ali mês de fevereiro, essa subida ali bem brusca tem a ver com a questão do bônus de Itaipu?
05:19Tem alguns componentes. A gente teve o bônus de Itaipu, sim, entra nessa conta.
05:25E também, às vezes, você tem algumas questões sazonais.
05:27A gente vê a inflação no Brasil sazonalizada, ou seja, a gente não tira os efeitos típicos de alguns períodos.
05:35Por exemplo, é natural que você vê a inflação caindo, na média, no meio do ano,
05:41porque você não tem outras altas típicas que são de início de ano.
05:44Você tem material escolar, colégio, tem um monte de imposto para a gente pagar.
05:50Então, é natural que tenha essa sazonalidade, mas sem esse efeito do bônus de Itaipu também, que nem se colocou, Natália.
05:54Tá certo. E, André, bom, esse acumulado do IPCA 15 muito acima do teto da meta da inflação,
06:01queria que você explicasse, você que é super didático nas explicações, para a nossa audiência inteira entender
06:06qual que é a implicação disso para a política monetária do Banco Central
06:09e como é que você vê ou espera ver o cenário inflacionário para o restante de 2025?
06:14Bem, vamos lá. Para a política monetária, eles já estão fazendo há algum tempo um processo de aperto
06:23das condições monetárias relevantes. Apesar de eu ter dito que eu acharia que seria adequado
06:2875 pontos base de alta na última reunião e foi 50, francamente, não é 25 pontos base
06:34que a diferença toda disso, já está subindo forte. E deve continuar em um patamar elevado. Por quê?
06:40A gente ainda está com as expectativas de inflação, elas acima do teto da meta.
06:45A boa notícia é que parou de piorar, ou seja, parou de subir ou piorar as expectativas de inflação,
06:50que já é um bom sinal. Mas o efeito da política monetária vai se dar mais no meio desse ano para frente.
06:57Por que eu estou falando isso? Eu acho que o Banco Central, desculpa, não o Banco Central, o mercado,
07:03vai errar a projeção de PIB para esse ano para mais, para mais do que vai ser.
07:07O mercado errou recentemente a projeção para menos, falou que o PIB ia ser pequeno e veio mais forte.
07:13Agora eu acho que vai ser ao contrário o erro. Vai projetar para mais e vai ser menos.
07:17Por que eu estou falando isso? Porque a gente está com uma Selic que está em 14,75,
07:20deve ir para 15% e se isso gera um constrangimento gigantesco dentro dos gastos do governo,
07:27a gente vê pagamento de juros de patamar recorde, etc.
07:30Mas o orçamento de famílias e de empresas está implodindo por dentro.
07:34O nível de endividamento de famílias e empresas está gigantesco no Brasil.
07:39Então eu acho que vai desacelerar mais rápido ainda do que o mercado imagina.
07:44Mas seja como for, esse processo de controle da inflação necessariamente é doloroso.
07:50A gente acha que subir a taxa de juros é um processo suave?
07:52Não. Na verdade, é o Banco Central construindo uma recessão de laboratório
07:57e jogando no tecido econômico, para desacelerar na força mesmo.
08:00Então, quando eu vejo notícias ruins ou pessimistas, eu falo,
08:04nossa, está fazendo o efeito que se espera.
08:06Espero que seja o mais rápido possível esse ajuste.
08:09Ainda vai ficar um pouco alta a inflação no curto prazo, particularmente os serviços,
08:13mas se eu tiver certo a respeito da atividade, o desemprego começa a piorar um pouco mais,
08:18isso daí pode acomodar o salário e segurar esse canal de transmissão que o Banco Central olha.
08:24Certo. Felipe, mais uma sua para a gente finalizar.
08:26Tá legal. André, como é que você vê a influência do dólar nessa possível inflação daqui para frente?
08:33A gente vê que a moeda está meio desacelerando, está um pouco desvalorizada em relação a outras moedas,
08:38inclusive o real. Como é que você vê que isso pode ajudar aí na questão da inflação brasileira?
08:43Então, Felipe, é uma questão fundamental. O real tem...
08:47Na verdade é o seguinte, eu acho que não é o real que está ficando forte, é o dólar que está ficando fraco.
08:50Por quê? Porque o Trump está fazendo tudo o que está fazendo e, enfim, isso tem esses efeitos.
08:54O cenário externo é uma grande incógnita. A própria autoridade monetária no seu comunicado, divulgado essa semana,
09:01coloca como uma fonte de incerteza grande e, de fato, é isso. Não tem como pensar de outra forma.
09:06Eu fico curioso para ver, sabe o quê, Felipe? A China e os Estados Unidos, parece que teve aí,
09:11o Trump vai cravar em 80% as tarifas sobre a China.
09:15O que a China vai fazer com esse excesso de produto deles?
09:18A impressão que eu tenho é que a gente fez o imposto das blusinhas aqui, vai ter que inventar o imposto dos carros daqui a pouco, entendeu?
09:25Porque o que vai ter de carro elétrico vindo para cá vai estar fora do gibi, tá?
09:31Então, isso para dizer o quê? Esses efeitos externos, eu estou curioso para ver,
09:36mas tendem a ser mais deflacionistas, ou seja, inflação para baixo, do que propriamente para cima.
09:42Seja porque o real tende a continuar nesse patamar até se apreciar quanto o dólar,
09:46e também seja porque a China pode exportar uma onda de deflação de bens industrializados
09:51que eles mandavam para os Estados Unidos.
09:53Mas isso aí, de novo, tem que ver no dia a dia, não dá para antecipar muito isso agora.
09:57Tá certo. André Perfeito, economista-chefe e sócio da PCE,
10:01muitíssimo obrigada pela participação com a gente aqui no Money Times.
10:04Boa tarde, volte sempre.
10:06Eu que agradeço, um abraço a todos.
10:08Até.

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