O IPCA subiu 0,56% em março, indicando desaceleração da inflação, mas ainda com forte pressão dos alimentos. Já o IBC-Br, prévia do PIB, avançou 0,4% em fevereiro, impulsionado pelo agronegócio. Análise com o economista José Ronaldo Souza Júnior, do IBMEC-RJ.
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NotíciasTranscrição
00:00Hora de dois importantes índices de atividade econômica que foram divulgados hoje.
00:05O IBC-BR, considerada prévia do PIB, divulgado pelo Banco Central,
00:09demonstra um avanço em fevereiro.
00:12Já o IPCA, divulgado pelo IBGE, aponta desaceleração da inflação.
00:18Assunto para o repórter Eric Klein, que participa ao vivo e traz mais detalhes para a gente agora.
00:23Oi, Klein, boa tarde para você.
00:26Oi, Natália. Muito boa tarde para você também.
00:29A todos que estão conosco no Money Times, é o IPCA, o Índice de Preço ao Consumidor Amplo,
00:34que é a referência da inflação, fechou março com uma alta de 0,56%.
00:40Uma desaceleração é verdade, já que em fevereiro o IPCA fechou em 1,31%,
00:45mas mesmo assim é a maior variação para o mês de março desde 2023.
00:51E só para a gente ter uma ideia, em março do ano passado, por exemplo,
00:55o IPCA fechou em 0,16%.
00:59No ano, a inflação já acumula 2,04%.
01:03E essa referência de março, esse aumento de 0,56% foi impulsionado pelo preço dos alimentos.
01:12Novamente, os alimentos puxando a inflação com uma alta de 1,17%,
01:18muito por conta do encarecimento do tomate, dos ovos e também do café moído.
01:24E vale aí ressaltar que o governo até lançou mão de algumas medidas para tentar baixar o preço dos alimentos,
01:31como retirou as tarifas de importação para o açúcar e café, por exemplo,
01:36mas ainda não viu o impacto na prática.
01:38Também ligou o alerta ao governo federal, já que nós estamos no começo do plantio para a próxima safra.
01:46O Brasil importa muito fertilizante, principalmente na Rússia,
01:50e com o dólar voltando para a casa dos R$ 5,90, isso pode encarecer a produção
01:54e esse custo maior para o produtor pode ser repassado ao consumidor.
02:01Em relação ao IBC-BR, que é a prévia do PIB, o PIB subiu 0,4% em fevereiro,
02:09acima do que o mercado esperava, entre 0,15% e 0,3%, impulsionado pelo agronegócio,
02:17que teve uma expansão de 5,6% e o serviço também com uma leve alta de 0,2%.
02:24Nos primeiros dois meses do ano, o PIB já acumula uma alta de 3,8% em comparação ao mesmo período do ano passado.
02:33Viu, Natália? Volto com você aos estúdios do Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC.
02:38Obrigada, Klein, pelas informações. Bom trabalho para você aí, direto de São Paulo.
02:43Bom, e a gente vai falar mais sobre esses indicadores econômicos.
02:46Eu converso agora com José Ronaldo Souza Jr., que é professor de Economia do IBMEC do Rio de Janeiro.
02:51Eu e Felipe Machado já estamos aqui conectados com o professor. Tudo bem? Boa tarde, seja bem-vindo ao Money Times.
02:57Tudo bem, boa tarde.
02:59Professor, bom, vamos começar falando do IBC-BR. Então, ele registrou uma alta de 0,4% em fevereiro.
03:07Qual é a sua interpretação desse desempenho em relação à expectativa do mercado?
03:11E o que ele diz sobre a atual saúde da economia brasileira? Por favor.
03:15Bom, a gente está tendo essas surpresas aí, muito por conta do agro.
03:21Mas, na verdade, o agro, a gente já tinha uma expectativa muito boa.
03:25Então, se você analisa a época da colheita, que é onde registra essa produção no PIB,
03:35Então, a produção agrícola é mais forte no início do ano e ela tem, então, esse peso maior no início do ano.
03:41A gente tem uma super safra de soja, de milho.
03:45Então, isso tem sido o principal fator para o crescimento do IBC-BR no início do ano,
03:51embora nesse mês agora a gente tenha tido também sinais positivos de serviços e comércio.
03:57Certo. Felipe, sua pergunta.
03:59Professor, boa tarde.
04:00Professor, a gente viu aí o índice do IPCA, 0,56.
04:04Isso aí sugere uma desaceleração da inflação, né?
04:07Você acha que já é uma tendência marcante, quer dizer, já podemos dizer que tem uma tendência de desaceleração,
04:13ou ainda é muito cedo?
04:15Na verdade, infelizmente, não, por conta de que no mês passado houve um repique inflacionário
04:23por conta de um item específico lá da energia.
04:25Então, na verdade, aquilo ali é que foi um ponto fora da curva e esse valor,
04:31essa inflação do mês ainda foi muito elevada, ainda teve uma participação de inflação de alimentos muito grande.
04:38Então, a gente ainda tem uma situação preocupante, principalmente quando a gente lembra
04:42que a gente teve essa avaliação cambial recente agora,
04:45que prejudica ainda mais que a gente estava antes com um cenário mais benigno em relação a isso
04:50e agora voltou a piorar, né?
04:52Então, infelizmente, não parece ser algo muito, uma tendência de melhora mais significativa, não.
05:02E, professor, queria trazer para a conversa a história das tarifas e da guerra tarifária
05:08entre China e Estados Unidos.
05:10A gente está mais quietinho, não está sendo diretamente afetado, estamos aí com os 10%,
05:18mas, de alguma maneira, tudo isso que está acontecendo pode respingar e afetar as perspectivas econômicas aqui para o Brasil?
05:26Qual é a sua visão para o momento mundial e para a gente nesse contexto?
05:31Bom, sim, de forma geral, independentemente, como você mencionou, da tarifa específica para o Brasil,
05:40a gente pode sim ser afetado e deve ser afetado, né?
05:44Em caso de haver uma desaceleração mundial mais forte,
05:48o próprio preço das commodities já está sendo alterado por conta disso, né?
05:54Embora agora a gente tenha mais expectativas do que fatos concretos,
05:58porque cada dia é uma notícia nova, uma mudança em relação a isso,
06:02mas também temos de concreto algumas coisas, como, por exemplo, o aumento da tarifa
06:07sobre o aço brasileiro, que foi maior do que esses 10%,
06:12e os próprios 10% representam uma alta, porque os Estados Unidos tinham tarifa média muito baixa,
06:17aliás, mais baixa que o Brasil, né?
06:20Então, assim, isso pode impactar, de certa medida, as nossas exportações,
06:26lembrando que os Estados Unidos são um dos principais mercados
06:29para as nossas exportações de bens industrializados.
06:33A gente exporta muito mais commodities, produtos agrícolas, minerais,
06:38e para eles a gente consegue exportar alguns produtos industrializados.
06:41Felipe, mais uma.
06:42Professor, em relação à inflação, né?
06:46A gente sabe que tem muitos elementos, muitos produtos que causaram essa inflação,
06:51mas, principalmente, o que todo mundo tem falado foi a alta nos alimentos,
06:55nos preços dos alimentos do ano passado, que ainda vem acontecendo.
06:59Com essa safra recorde que vem sendo anunciada, né?
07:01Já começamos a sentir esses impactos.
07:03O senhor acha que pode ter um impacto maior na inflação e ter uma queda generalizada
07:09devido, no índice geral, devido à queda no preço dos alimentos?
07:14Bom, a safra, o crescimento da safra é óbvio que é uma boa notícia, né?
07:18Para o preço dos alimentos, de forma geral.
07:20No entanto, o que impacta o PIB nem sempre é o mesmo que impacta a inflação, né?
07:27Então, vamos entender.
07:29O que impacta mais o PIB, a produção, é a produção de soja, a produção de milho,
07:34que são as principais culturas.
07:36Porém, a inflação é afetada por feijão, por ovos, enfim, por outros alimentos
07:44que participam mais diretamente na mesa do consumidor, tá?
07:49E essas commodities que estão tendo esse crescimento muito forte com a soja e o milho,
07:55elas têm cotação internacional e são influenciadas pela produção no Brasil,
07:59então, isso atenua, tá?
08:01Mas não necessariamente a gente vai ter uma queda expressiva de preço de alimentos
08:05por conta do aumento da safra.
08:07Isso é importante, tá claro?
08:09Porque esses produtos são vendidos internacionalmente.
08:12Então, o mercado é o mercado internacional, tá?
08:15E aí, não necessariamente essa composição, ela favorece diretamente o impacto no IPCA.
08:21E, bom, professor, e para a gente finalizar, olhando mais, né, para esses dados,
08:27a indústria apresentou uma retração, enquanto os serviços avançaram ali um pouquinho, né?
08:32Como que esses desempenhos, olhando para cada setor, né, distintamente,
08:36podem influenciar a estratégia econômica do Brasil nos próximos meses?
08:40E o que eles nos dizem do momento?
08:42Hoje está tendo muita oscilação dos indicadores mensais de indústria, comércio e serviços.
08:47Nós estamos vendo oscilações bastante, que não mostram uma tendência muito clara, né?
08:53Uma tendência, na verdade, mais de desaceleração da economia.
08:57O que está se contrapondo a isso agora, na verdade, é o agro mesmo, como a gente mencionou, né?
09:03Então, o que esperar para os próximos meses?
09:05Acho que ainda essa certa desaceleração da economia é o que está aparecendo mais como uma tendência, eu acho.
09:13Tá certo.
09:14Quero agradecer, então, José Ronaldo Souza Júnior, professor de Economia do IBMEC, Rio de Janeiro,
09:19participando mais uma vez ao vivo aqui com a gente do Money Times.
09:22Obrigada, boa tarde, professor.
09:24De nada, boa tarde.
09:26Bom fim de semana.