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  • 12/04/2025
Celulares, chips e computadores foram retirados da lista de tarifas contra a China, aliviando gigantes como a Apple. Juliana Inhasz, professora do Insper, e Mariana Almeida analisaram o impacto nas cadeias globais e na classe média americana.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://tinyurl.com/guerra-tarifaria-trump

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Transcrição
00:00O governo dos Estados Unidos isentou celulares, computadores e chips das tarifas recíprocas.
00:07Isso beneficia as empresas de tecnologia como a Apple, que fabricam a maior parte dos seus produtos na China,
00:15que sofreu uma sobretaxação de 145% pela Casa Branca.
00:21Smartphones e computadores serão isentos das tarifas recíprocas do presidente Donald Trump,
00:27de acordo com novas orientações da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos.
00:33A orientação vem depois que Trump impôs tarifa de 125% sobre produtos da China,
00:40uma medida que estava prestes a afetar empresas de tecnologia como a Apple,
00:45que fabricam a maior parte de seus produtos na China.
00:49A nova orientação tarifária também inclui exclusões para outros dispositivos e componentes eletrônicos,
00:55incluindo semicondutores, células solares, telas de TV de tela plana, pendrives, cartões de memória
01:03e unidades de estado sólido usadas para armazenar dados.
01:07A Casa Branca disse no sábado que as isenções foram feitas porque Trump quer garantir que as empresas
01:14tenham tempo para transferir a produção para os Estados Unidos.
01:19O país fabrica 80% dos iPads e mais da metade dos computadores Mac.
01:24Nos dias que se seguiram ao anúncio da tarifa de Trump, a Apple perdeu mais de 640 bilhões de dólares
01:32em valor de mercado.
01:34O custo de um iPhone sob o plano tarifário de Trump poderia ter aumentado para 3.500 dólares,
01:41sob algumas estimativas.
01:43Desde o anúncio das tarifas de Trump, as ações caíram acentuadamente,
01:48à medida que a incerteza e a volatilidade em Wall Street aumentaram.
01:52Aqui comigo no estúdio a nossa analista Mariana Almeida.
01:58Mariana, mais um recuo de Trump.
02:01A gente teve uma saraivada aí de sobretaxações.
02:05A China recebeu pelo menos quatro novos ciclos de sobretaxação.
02:11Depois, uma queda de 10% para a esmagadora maioria dos países.
02:14Mas a sobretaxação ainda para a China foi mantida.
02:18E a surpresa nesse sábado, que produtos pilares para indústrias de alta tecnologia,
02:24como a reportagem mostrou a Apple,
02:27e essenciais para a sobrevida dessas empresas,
02:30empresas que valem mais de um trilhão de dólares em valor de mercado na Bolsa de Nova York.
02:35Agora, o que significa essa decisão?
02:38O dinheiro falou mais alto?
02:40O capital político do Trump foi arranhado?
02:42Os magnatas, será que começaram a ligar para o Salão Oval pedindo uma resposta?
02:47Estes mesmos magnatas que colocaram dinheiro na campanha,
02:50estiveram lado a lado do presidente na cerimônia de posse?
02:54Qual que é a sua avaliação?
02:56Boa noite mais uma vez.
02:57Boa noite, Favali.
02:58Um prazer estar aqui com você no Jornal Times.
03:02Bom, olha, sabe que os economistas sempre brincam
03:04que é uma coisa difícil de falar, que quase que serve como mecanismo para humilhar o economista,
03:10é o câmbio.
03:11Mas com o Trump, eu acho que tem um novo fator aí,
03:13que sempre está aí para poder deixar os economistas de saia justa, né?
03:17Que é isso.
03:17Como adivinharam o que realmente mobilizou a tomada de decisão?
03:21É difícil, mas vamos lá, vamos arriscar.
03:23O que significa essa nova medida do sábado, né?
03:25Esse capítulo que a gente está assistindo hoje.
03:28significa que o fator tempo de ajuste,
03:31que é um fator que todos os agentes de mercado,
03:33os mais favoráveis, inclusive, ao que o Trump quer fazer,
03:38ao diagnóstico do Trump,
03:40quem confia no diagnóstico,
03:41quem entende que vale a pena fazer um movimento de renacionalização da indústria norte-americana,
03:47sempre falou, mas precisa de tempo.
03:49Então, muitos dos que estavam no entorno do Trump, que ou apoiam,
03:52vinham com esse questionamento exatamente de que é para fazer,
03:56mas tem que dar tempo de ajuste.
03:58Então, acho que a notícia de hoje basicamente é essa,
04:01de que, olha, o tempo está entre as ferramentas disponíveis ali para anúncios de Trump,
04:06não só para países, porque teve um retrocesso das tarifas por 90 dias nos países,
04:14e agora também para um setor em relação à China.
04:16Então, China que não tem retrocesso de tempo para as tarifas,
04:20tem para um setor de eletrônicos.
04:22E aí, o que fica é a pergunta de, tá, mas tempo para ajustar o quê?
04:25Bom, acho que o caso da Apple, que foi o mais comentado ao longo da semana,
04:30vale a pena a gente trazer para cá,
04:31porque a Apple produz na China, mas além de produzir na China,
04:35ela também vende muito, tanto para a China quanto para os Estados Unidos.
04:40Ambos têm um volume muito significativo de consumo.
04:43Então, transportar para os Estados Unidos toda a produção,
04:46suponhamos que fosse possível fazer isso rápido,
04:47significa passar a exportar iPhones para a China.
04:52Será que isso faz sentido?
04:53O que a Apple tem que fazer?
04:54Ela já vem perdendo espaço na China, inclusive para algumas empresas nacionais.
04:59Será que o caminho vai ser abrir mão do mercado?
05:01Como é que ficam as remessas de lucros que eram tão importantes
05:03para compor o todo do balanço da empresa?
05:06É um monte de decisão que a Apple e as outras empresas de eletrônicos
05:09acabaram de ter tempo para pensar sobre isso.
05:12E no jeito que está nesse mar revolto que a gente tem,
05:16poder dormir com a faca um pouquinho mais longe do pescoço
05:19é sempre uma boa notícia, não é, Favali?
05:21Bom, quem foi dormir com a faca mais longe do pescoço
05:25é a Apple e outras empresas ali, irmãs,
05:29que dependem desses produtos que foram isentados.
05:32Mas será que outros itens também podem sonhar com essa isenção?
05:36Porque eu fico imaginando agora
05:38como é que está a agitação do mercado automobilístico,
05:43que também é importante dentro dos Estados Unidos
05:45e que, claro, vamos falar de Stellantis, General Motors e Ford
05:49que produzem carros fora dos Estados Unidos,
05:52mas não fazem carros na China e mandam para os Estados Unidos.
05:56Mas peças, principalmente do componente eletrônico,
05:59do cérebro dos carros modernos,
06:02os chamados chips, semicondutores,
06:04que entraram nessa isenção,
06:06muitas dessas peças de fato vêm da China.
06:08E a gente olha para a indústria dos Estados Unidos,
06:12outra joia da coroa é a indústria automobilística,
06:15historicamente falando.
06:16Será que outros produtos podem entrar nessa lista?
06:18Eu imagino que outros setores também estejam se movimentando
06:22para cobrar da Casa Branca.
06:24Olha, se houve uma isenção dessa lista,
06:27por que não também colocarmos outros itens
06:29que me beneficiam em outra lista, senhor presidente?
06:32Sendo que eu também ajudei o senhor a ser eleito.
06:35Pois é, Favali.
06:35Essa pergunta é boa porque traz de volta a questão
06:38de tentar adivinhar o que é que mobiliza a tomada de decisão.
06:42Se for, por exemplo, o lobby,
06:43aí vamos ver quem fala mais alto,
06:45mas aí virou uma grande mesa de negociação,
06:47que é o que o Trump tem falado,
06:49mas tem falado para os países,
06:51para sentar e negociar.
06:53Mas podem ser outros aspectos.
06:54E aí, o que é a questão?
06:56Tem a joia da coroa, como você estava dizendo,
06:57do papel quase simbólico da indústria automobilística
07:00ali para os Estados Unidos.
07:03Mas ela também é um bom exemplo do quanto você não isola mais
07:06a nacionalidade das indústrias.
07:09Os insumos são todos trazidos de outros lugares.
07:12A relação, inclusive, dos Estados Unidos com o Canadá e México,
07:15nesse sentido, é o mesmo carro.
07:17Tem algumas peças que vêm do Canadá,
07:20vão para os Estados Unidos, saem dos Estados Unidos,
07:21voltam para o Canadá, para o Canadá exportar o carro final para os Estados Unidos.
07:25E essa mescla toda da economia super integrada
07:29é o que dificulta a tomada de decisão também, caso a caso.
07:32Porque cada vez que ele toma uma decisão de um setor,
07:35não só ele chama a atenção de outros que também vão querer se beneficiar,
07:38como ele vai afetando as cadeias de preço do conjunto.
07:41E algumas coisas não são visíveis.
07:43O livre comércio, quando defendido,
07:46é justamente porque a tomada de decisão em livre comércio,
07:49ela permite várias negociações
07:51que não são todas elas super organizadas dentro de uma planilha
07:55para você tomar a melhor decisão.
07:56Os agentes mesmo vão tomando as decisões
07:58e tentando ocupar os espaços mais efetivos
08:02a partir do que é mais eficiente, mais barato.
08:06Quando entra um fator central, Trump,
08:08para dizer como que vão ser todos os custos de tudo,
08:11com essas cadeias tão grandes e tão amplas,
08:13fica difícil de prever o que vai acontecer.
08:15Será que ele vai ter informação suficiente?
08:17É possível agregar todas as informações organizadas
08:20e uma pessoa acertar plenamente?
08:22Historicamente, os economistas sempre disseram
08:24que não.
08:26Então, outros setores vão querer, pode ser que ganhe.
08:28A gente segue na incerteza e essa incerteza,
08:31infelizmente, tem trazido para uma ideia de grande volatilidade
08:36que é o que a gente assistiu.
08:37Obrigado pelos esclarecimentos.
08:39A Mariana é da volta na nossa programação aqui no Times Brasil.
08:43Como a nossa primeira conversa, a minha e a da Mariana,
08:45ainda deixaram muitas lacunas,
08:48essa nossa conversa ainda deixou algumas lacunas,
08:50quero continuar nesse assunto,
08:52para a gente entender um pouco melhor o movimento
08:54desse conflito comercial e tudo mais que vem pela frente.
08:58Vamos conversar agora com a professora de Economia do INSPER,
09:00a Juliana Inhaz.
09:02Boa noite, Juliana.
09:02Um prazer te reencontrar aqui nas telas do Times Brasil,
09:06licenciado exclusivo CNBC.
09:07Estava conversando com a Juliana, com a Mariana Almeida.
09:10Perdão, Juliana.
09:11Eu acho que você estava ouvindo a nossa conversa.
09:14A gente estava olhando muito mais para o macro.
09:15Eu queria olhar um pouco mais para o micro,
09:18das fronteiras dos Estados Unidos,
09:19um pouquinho para dentro,
09:20porque nós estamos falando de uma população
09:22de 300 milhões de habitantes,
09:24daí para cima, com alto padrão de consumo,
09:26e que agora está orbitando a ideia,
09:28primeiro, de inflação,
09:29e quem sabe, mais a médio prazo,
09:31uma alta na taxa de juros.
09:33Como é que essa situação hoje
09:36tem afetado aí os planos da classe média,
09:39principalmente a classe média baixa dos Estados Unidos?
09:43Boa noite, mais uma vez.
09:43Muito obrigado por participar aqui da nossa programação.
09:47Oi, Marcelo.
09:48Boa noite.
09:48É um prazer conversar com você.
09:50Boa noite a todos que nos assistem.
09:52A Mariana também.
09:53Acho que o panorama que você e a Mariana
09:56estavam traçando é muito assertivo,
09:59e ele mostra, no final das contas,
10:01que nesse quesito, em certeza,
10:03a classe média e a classe baixa americana
10:06também tem, claro, levado em consideração
10:09todas essas informações para repensar aí
10:13o seu perfil de consumo.
10:15A gente tem hoje uma economia americana aquecida, né?
10:19A economia americana tem um desemprego baixo,
10:22uma economia que está empregando.
10:25Então, nesse aspecto,
10:27o impacto, nesse primeiro momento,
10:29pode parecer ainda um pouco discreto,
10:33mas a gente sabe que se essas incertezas
10:35elas continuarem acontecendo,
10:38se elas se aprofundarem dentro desse contexto,
10:41a gente vai ter aí empresas diminuindo,
10:44talvez freando um tanto a sua produção,
10:47os seus planos de investimento,
10:49isso tudo afeta diretamente aí o bolso
10:52desse trabalhador, que também é um consumidor.
10:54Então, se a gente realmente enxergar
10:58esse contexto, esse cenário que a gente desenha,
11:02se solidificando,
11:03uma economia americana que freia
11:05o seu nível de atividade,
11:07que eventualmente entra numa recessão,
11:10parece que realmente a inflação
11:12é uma realidade já muito próxima
11:16e quase que certa para a economia americana,
11:19se todas essas tarifas realmente forem colocadas.
11:23Aí aqui a gente abre esses parênteses
11:25que inclusive você e a Mariana falavam há pouco,
11:28é muito difícil saber o que se passa,
11:30qual é de fato a motivação.
11:33A gente tem várias teorias
11:35para todas essas tarifas
11:36e esse momento que a economia americana passa,
11:39mas fato é que se tudo isso se solidificar,
11:42talvez a gente esteja vendo aí
11:43uma redução do consumo,
11:46o aumento da incerteza,
11:47fazendo com que a confiança do consumidor
11:49ou do investidor fiquem piores
11:51e isso, claro, retroalimenta esse processo
11:55de uma economia mais devagar,
11:58de uma economia que tem um processo
12:00de crescimento muito mais lento
12:02e de uma economia que no final das contas
12:04gera aí menos bem-estar,
12:06especialmente para quem está aí
12:07nas classes menos favorecidas.
12:09e aí

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