O governo brasileiro intensificou diálogos com EUA e China para conter impactos da guerra comercial. A tarifa sobre produtos brasileiros pode cair, mas depende de concessões. A reunião entre Geraldo Alckmin e o ministro chinês Wang Wentao marcou um avanço estratégico. Julia Lindner e Vinicius Torres Freire analisaram no Radar.
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NotíciasTranscrição
00:00A grande incerteza sobre o futuro próximo da nossa economia vem da guerra comercial
00:05deflagrada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
00:08O governo brasileiro vem conversando com a Casa Branca em busca de uma solução negociada
00:13para as tarifas sobre produtos que os dois lados transacionam.
00:17Mas o Brasil também fala com o outro polo dessa guerra, a China.
00:21Hoje, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin,
00:27participou de uma reunião por videoconferência com o ministro do Comércio da China, Wang Wentao.
00:33Eles conversaram sobre a guerra tarifária e defenderam que é preciso respeitar as regras do comércio multilateral.
00:40Nosso repórter Eduardo Geyer tem os detalhes para a gente ao vivo de Brasília.
00:44Boa tarde, Geyer.
00:47Oi, Turce. Boa tarde para você. Boa tarde a todos que nos acompanham.
00:52Em meio a essa guerra tarifária que a cada dia escala mais,
00:55o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços,
01:02teve hoje uma reunião de alto nível com a China,
01:04que é a principal adversária dos Estados Unidos nessa guerra comercial.
01:09O contato de Geraldo Alckmin via videoconferência, como você disse,
01:13foi com o ministro do Comércio Chinês, o Wang Wentao.
01:17E, de acordo com a vice-presidência, os dois trocaram impressões sobre o tarifácio,
01:20conversaram sobre o próprio comércio bilateral entre o Brasil e a China.
01:26E, ainda de acordo com a vice-presidência, Alckmin e seu contraparte chinês
01:30convergiram sobre a necessidade de melhorar o multilateralismo
01:35e ter um comércio internacional baseado em regras,
01:38com o fortalecimento da Organização Mundial do Comércio, a OMC.
01:42A debilidade da OMC, se vamos lembrar, é justamente um dos grandes desafios
01:47para melhorar, para desanuviar o ambiente tenso da guerra comercial,
01:52porque a OMC não tem mostrado força para deter o protecionismo de Donald Trump.
01:57Essa é uma grande preocupação de vários especialistas no setor
02:00e, também, por parte do governo brasileiro.
02:03De acordo, ainda com a vice-presidência, a reunião foi pedida pelo governo chinês.
02:07Vamos lembrar que os Estados Unidos aplicaram uma tarifa de 145% sobre a China.
02:13A tarifa sobre o Brasil é menor, é de 10%.
02:16E a tendência é que o Brasil cada vez mais se aproxime da China,
02:20até por conta desse isolacionismo dos Estados Unidos.
02:23O Brasil tem se aproximado muito da China nesse terceiro mandato do presidente Lula.
02:27Vamos lembrar que, em novembro do ano passado,
02:30o Xi Jinping, presidente da China, fez uma visita de Estado ao Brasil.
02:33Teve uma recepção até ampla aqui em Brasília, por parte de todos os chefes de poder,
02:38incluindo, claro, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
02:41E, agora, no dia 13 de maio, é o presidente Lula quem vai para a China.
02:45Estará em Pequim para a cúpula CELAC-China,
02:48que vai, então, reunir o principal país asiático com os 33 países da América Latina e do Caribe,
02:55o que mostra essa aproximação cada vez maior entre esses blocos,
02:59esse bloco da CELAC e a própria China, que tem uma dimensão continental.
03:04Então, a tendência é que essa aproximação fique cada vez maior
03:07e, claro, diante do tarifaço, isso vai se acentuar, Turci.
03:11O Gair, e também teve conversa entre negociadores brasileiros e americanos sobre as tarifas?
03:19Foi, Turci.
03:20Continuam as conversas para tentar diminuir a tarifa de 10% imposta sobre as exportações todas brasileiras.
03:28Tem essa alíquota geral de 10% que funciona para as exportações,
03:32tem algumas exceções, como o petróleo, que não tem a tarifa de exportação,
03:36e o aço e o alumínio tem aquela tarifa já que é maior, de 20%.
03:39E as conversas continuam.
03:41Ontem houve uma conversa até muito reservada,
03:44a imprensa só descobriu hoje,
03:46entre técnicos do Itamaraty e do Ministério das Relações Exteriores
03:50com técnicos do USTR,
03:52que é o representante do comércio dos Estados Unidos na seara internacional.
03:56Mais uma vez, não houve nenhuma deliberação,
03:59não significa que haverá uma redução de taxa nos próximos dias,
04:03mas é uma conversa que continua,
04:05uma conversa que está em andamento,
04:07e na visão do governo brasileiro,
04:08a própria disposição do governo americano de seguir em contato com o Brasil,
04:12é algo muito positivo, é algo que deve ser valorizado,
04:15e que isso significa que, possivelmente,
04:17pode-se pensar numa redução de tarifas para o Brasil,
04:21se não zerar realmente essa tarifa de exportação
04:24que foi aplicada pelos Estados Unidos.
04:27Até porque o tarifaço vai ter custos para a população americana também.
04:31Então, as conversas continuam.
04:33Ontem foi mais um dia,
04:34e deve haver conversas também numa outra frente,
04:36Turci, porque o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado,
04:40o senador Nelsinho Trad, do PSD de Mato Grosso do Sul,
04:44está organizando uma comitiva para ir aos Estados Unidos,
04:47uma comitiva de parlamentares brasileiros,
04:49que devem ir a Washington conversar com parlamentares americanos,
04:52justamente para tentar diminuir as tarifas,
04:54buscar apoio dentro dos Estados Unidos
04:56para reduzir a tarifação imposta sobre o Brasil.
04:59É realmente numa outra frente,
05:00isso não tem nada a ver com o Itamaraty.
05:02O Nelsinho Trad afirmou,
05:04numa conversa que eu tive com ele,
05:05que a viagem será custeada pelo Congresso Nacional,
05:09não tem relação com o governo,
05:10mas é o mesmo objetivo,
05:12intensificar os contatos para tentar melhorar o ambiente da guerra comercial.
05:17Ainda não tem data definida para essa viagem,
05:19mas ela deve acontecer ainda nesse semestre.
05:22Vamos ver se, com a atuação também de um outro setor,
05:25agora do Congresso Nacional,
05:26rompendo os muros da diplomacia e do governo federal,
05:30os Estados Unidos afrouxam em relação ao Brasil,
05:33mas, por enquanto, a perspectiva é de tudo continuar do jeito que está,
05:36viu, Turci?
05:37Vou com você.
05:38Obrigado, Gair, pelas informações.
05:40A gente segue acompanhando daqui com a nossa analista,
05:44Júlia Lindner,
05:45esses dias ao vivo, presencialmente,
05:47aqui no estúdio em São Paulo.
05:48Tudo bom, Júlia? Boa tarde.
05:49Tudo bem, Turci.
05:50Boa tarde para você e a todos que nos acompanham também.
05:53Júlia, a gente comentou aqui, então, há pouco,
05:55sobre essa conversa, por meio de videoconferência,
05:58que o vice-presidente Geraldo Alckmin
05:59teve hoje com o Wang Benthal,
06:02ministro do Comércio da China.
06:03Como é que foi essa conversa?
06:06É, então, ainda não tem muitos detalhes.
06:08O que eu ouvi é que não tem algo muito conclusivo da conversa,
06:11mas demonstra o quanto o governo brasileiro está aberto,
06:13justamente para essa eventual aproximação ainda maior com a China.
06:18O governo brasileiro já tem deixado claro
06:20de que, independente dessas rusgas entre China e Estados Unidos,
06:23eles não vão se furtar de intensificar as negociações com a China,
06:27inclusive aproveitando a oportunidade do cenário atual
06:30para até tentar ampliar parcerias, cooperações,
06:33inclusive exportações também para esse país.
06:36Então, o ministro e vice-presidente Geraldo Alckmin
06:39prontamente atendeu a esse pedido do governo chinês,
06:42teve essa conversa hoje ainda preliminar.
06:45O que eu ouvi no Ministério da Indústria
06:47é que realmente foi uma conversa inicial,
06:49eles esperam algo mais conclusivo
06:50nas reuniões posteriores que vão ter do BRICS,
06:53eles acham que no bloco também vai ser possível
06:55avançar em conversa sobre essa questão atual,
06:58especialmente com essa intensificação da guerra tarifária,
07:02guerra comercial entre Estados Unidos e China,
07:05mas já foi esse gesto, uma nova aproximação,
07:08ainda vai ter a viagem do presidente Lula ao país
07:11e assim seguem as tratativas justamente
07:14para o Brasil continuar tendo essa aproximação,
07:17como já vem fazendo há alguns anos
07:18e vai seguir fazendo, pelo menos essa é a sinalização do governo
07:22e hoje, mais uma vez, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.
07:27Obrigado, Júlia.
07:29E o Vinícius Torres Freire esteve em contato hoje
07:31tanto com o governo brasileiro quanto com o USTR,
07:35o representante de comércio da Casa Branca,
07:38o representante do governo americano
07:41lidando diretamente com essa guerra tarifária.
07:44Vinícius Torres Freire está aqui então
07:45para trazer para a gente as informações que ele apurou.
07:47Tudo bem, Vinícius? Boa tarde.
07:48Tudo bem, pessoas próximas ao USTR,
07:51como se diz, pessoas envolvidas no assunto.
07:53Seguinte, hoje teve uma reunião,
07:56aliás, quando tem bem havendo reuniões,
07:58mas agora foi uma, assim, era uma espécie de
08:00em que pé nós estamos na relação Brasil comercial,
08:05Brasil-Estados Unidos, depois do 2 de abril.
08:09E que o Brasil tentou especialmente descobrir exatamente
08:13quais eram os problemas, quais eram as restrições,
08:16quais eram as tarifas, o que poderia ser negociado.
08:19O Brasil estava perguntando o que pode conseguir,
08:23qual é a preocupação americana
08:24e perguntando, olha, a gente pode voltar
08:27a fazer acordos parecidos com o de 2018, 2019, etc.,
08:32que era tentar arrumar cota para o alço,
08:34essas coisas, etc.
08:36A posição americana é a seguinte,
08:39segundo pessoas envolvidas, próximas do governo americano,
08:42que é a gente não tem nenhuma proposta brasileira.
08:46Enquanto não houver alguma proposta de concessão brasileira
08:50muito específica e não apenas direcionada
08:54a essa ou aquele problema comercial,
08:57no caso do Brasil é aço, no caso do americano é etanol,
09:00a gente não vai avançar na conversa.
09:02É claro que a gente está lidando com um governo,
09:05com o Trump, que faz uma reviravolta,
09:07inclusive na política geral dele de impostos de importação,
09:11como a gente viu essa semana.
09:12Agora, eles não estão interessados em fazer
09:15nenhuma concessão específica ou avançar especificamente
09:18em nenhuma negociação se não vier concessão.
09:20E o Brasil não tem um plano de concessões.
09:22Uma coisa que preocupa especialmente os Estados Unidos
09:25é o caso do etanol, que para eles é o mais revoltante
09:28há muito tempo, o que mudou de uma hora para outra,
09:30e porque é muito, o imposto de importação é quase
09:32oito vezes maior, sete vezes maior do que o americano.
09:36Isso incomoda, incomoda desde 2016,
09:39é uma reclamação que tem um lobby fortíssimo entre eles,
09:41mas só que não para por aí.
09:43Os americanos querem um plano, uma proposta,
09:46um grupo de reduções de tarifas e facilitações de comércio,
09:51o que não vão só para tarifas,
09:53para poder ter uma contraproposta para o Brasil
09:56e chegar a algum acordo.
09:57Então, as reacusações estão mal paradas,
09:59porque o Brasil está esperando uma concessão americana
10:01e não tem um plano de concessão organizado nenhum ainda.
10:05E os americanos estão dizendo,
10:07olha, por aí eles falam, isso é um non-starter,
10:09por aí não vai.
10:11A gente tem percebido o quanto eles estão prezando,
10:15valorizando essas propostas colocadas sobre a mesa.
10:19A Casa Branca já informou, inclusive,
10:20são cerca de 20, a gente já recebeu propostas
10:23de aproximadamente 20 países.
10:26Quer dizer, inclusive para, vamos dizer assim,
10:27mostrar um avanço, mostrar aquilo que eles estão entendendo
10:30e divulgando como um avanço na política comercial deles,
10:34é contabilizar o número de propostas que estão recebendo.
10:37Então, é muito condizente com a narrativa que está trazendo.
10:39Eles estão fazendo esse carnaval.
10:42Agora, eles não apresentam, não dizem que houve propostas desse tipo,
10:46que você não vê em lugar nenhum.
10:48Inclusive, para alguns países que publicam comentários sobre as negociações,
10:53assim, não tem nem a área, nem o tipo, nem o formato da proposta.
10:58Mas, eles não querem avançar nenhuma negociação,
11:01eles foram muito claros hoje, se não tiver concessão.
11:05Então, a notícia que a gente vai ouvir vai ser, em algum momento,
11:08se as coisas andarem, foi, Estados Unidos e Brasil chegaram a algum acordo.
11:12Mas, esse acordo significa que o Brasil apresentou alguma coisa,
11:16alguma redução de tarifa.
11:18Etanol é uma coisa que pega, mas eles insistem.
11:20Etanol é só um exemplo.
11:22Talvez eles queiram fazer força por aí para conseguir o etanol.
11:25Talvez eles estejam falando, olha, a gente precisa de mais coisa
11:28para parecer que a gente esteja negociando,
11:30e para parecer que a gente não esteja cedendo, especialmente para o Brasil,
11:34quando a gente está em guerra com o México.
11:36Eles citaram exatamente esse exemplo.
11:38A gente está com problema, nós estamos sendo muito duros com o México,
11:41porque o México não está atendendo as reivindicações americanas,
11:44de segurança, especialmente, eles insistem nisso.
11:48E o Brasil está apresentando o quê?
11:50E só falando, o Brasil não está apresentando, por enquanto, nada.
11:55Essa é a questão.
11:56Por outro lado, é curioso também, porque o Brasil vem conversando
11:58com os Estados Unidos faz um tempo, já foram algumas conversas.
12:03Não havia ainda essa diretriz de que, olha, tem que ter um papel,
12:06tem que ter um documento, tem que ter proposta, tem que ceder.
12:08A proposta tinha, porque a gente estava em uma negociação muito específica.
12:12Quer dizer, a negociação existia e a conversa existia, papel não.
12:16O papel nesse estágio não adianta nada e é perigoso,
12:19porque a gente estava em uma negociação muito intensa sobre aço.
12:23Mas, desde que começou, a gente falava que, eu falava brincando,
12:27olha, parece que é meio pessimista, mas o Itamaraty está pessimista, não sou eu.
12:33Agora, o negócio é mais amplo.
12:34A gente passou no 2 de abril.
12:36E o Trump, agora, ele tem um esquema,
12:38claro que o Brasil não vai manchar a grande estratégia do Trump,
12:42mas a estratégia geral é o seguinte.
12:45Tem 10% para o mundo inteiro.
12:47A gente recuou nas tarifas adicionais,
12:51mas, olha, isso é uma concessão por 90 dias.
12:54A gente está mostrando boa vontade para que vocês venham e apresentem alguma coisa.
12:58Senão, isso pode voltar a ser mais de 10% e, talvez, não baixe de 10%.
13:02É preciso apresentar alguma coisa.
13:04Esse é o estágio atual na negociação e é a proposta geral.
13:08Então, não vai ter desvio específico para algum país.
13:11Ainda mais para o Brasil, que tem uma importância tão pequena para o comércio americano.
13:15Obrigado, Vinícius.