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O pesquisador do Insper Agro Global Leandro Gilio concedeu uma entrevista ao Jornal da Manhã deste sábado (17) para analisar o avanço da gripe aviária no Brasil, seguindo as decisões da Argentina, Chile e União Europeia de suspender a importação de frango.

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Transcrição
00:00E para entendermos melhor o impacto do maior exportador de frango do mundo, nós recebemos aqui no Jornal da Manhã
00:06o Leandro Gilil, professor e pesquisador do INSPER AgroGlobal.
00:11Leandro, seja muito bem-vindo. Já começo te perguntando se é possível, com base em casos semelhantes em outros países,
00:17estimar um tempo de retomada total da venda de frangos.
00:22Olá, bom dia. Primeiramente, é um prazer aqui estar participando com vocês aqui.
00:27Um bom dia para a audiência de vocês.
00:30Olha, essa suspensão é quase imediata. Na verdade, existia essa doença muito transmissível.
00:38Ela é disseminada principalmente através das aves migratórias.
00:44E era um vírus bastante resistente também.
00:46Então, existia talvez a iminência disso chegar ao Brasil.
00:50Lembrando que é a primeira vez que isso é registrado no Brasil dentro de uma venda comercial.
00:54O Brasil era um dos poucos países do mundo em que não existiam casos na produção comercial de gripe aviária.
01:02Isso daí está disseminado há bastante tempo no mundo inteiro.
01:05Existiu essa suspensão quase automática da China, da União Europeia, como foi comentado aí no VT.
01:12Agora, da Argentina também.
01:13Inicialmente, veio essa suspensão aí de 60 dias, né? Bloqueio para o país inteiro, né?
01:20Só que isso, é claro, pode ser flexibilizado, né?
01:23Até porque esses casos não foram registrados no país inteiro, né?
01:27Foi numa cidade ali do Rio Grande do Sul.
01:29O governo está tomando, né?
01:31O governo, os controles sanitários do país estão tomando aí todas as medidas, né?
01:35De acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal, né?
01:38De acordo com protocolos internacionais, né?
01:41Então, estão isolando a área, estão ali pesquisando, né?
01:44Ao raio ali de mais ou menos 10 quilômetros, a região toda ali do estado.
01:48Então, a ideia é que isso daí venha aí a um futuro próximo, justamente ser isolada, talvez, a região onde houve essa ocorrência, né?
01:56E é claro que o Brasil estar aí preparado, né?
02:00E comprovar que isso daí não vem se espalhando para outros lugares também, né?
02:04Então, tendo um isolamento ali da região, esse fluxo provavelmente vai acabar regionalizado, né?
02:10Esse bloqueio vai acabar regionalizado ali para a região ali do Rio Grande do Sul e não abranger o país inteiro, né?
02:17Até porque também é de interesse aí desses países, justamente, importar também a carne brasileira, né?
02:23Mais ou menos 50% aí do mercado chinês, das importações chinesas, né?
02:27Elas são abastecidas pelo Brasil, né?
02:30E a própria China, né?
02:31E esses outros países, eles importam de países com ocorrências também de gripe viária, né?
02:36Então, provavelmente aí dentro de alguns dias, né?
02:40Dentro de alguns meses aí, justamente vai ocorrer essa questão da regionalização com relação a esse bloqueio.
02:47Professor, eu acho que a preocupação maior é que esse caso não se torne um alarde, né?
02:51Principalmente relacionado ao Rio Grande do Sul.
02:53Nós conversamos aqui no Jornal da Manhã de hoje, já com os nossos comentaristas,
02:56relacionados a como o produtor gaúcho tem sofrido, né?
02:59Primeiro, a questão das chuvas no estado gaúcho, a questão da seca, que pouco tem se falado,
03:03mas a seca que, enfim, assola o Rio Grande do Sul nesse ano de 2025 também afeta o produtor.
03:09Agora, esse caso de gripe aviária.
03:11Queria que o senhor desse um esclarecimento para a gente relacionado ao consumo de frango.
03:15Que resposta concreta a gente tem, explicação concreta, para que a nossa população,
03:20nosso público não crie um alarde relacionado ao consumo de frango e que esse consumo não apresenta risco?
03:26Não apresenta risco.
03:29Realmente, a transmissão dessa doença para humanos, ela vem muito mais da manipulação com os animais infectados.
03:36Então, com os animais mortos, né?
03:38Ou com os animais infectados com a doença, né?
03:41Quem ali está manipulando esses animais, aí corre risco de infecção.
03:45Essa infecção via alimentação, né?
03:49Seja da carne, seja dos ovos, ainda mais da carne preparada, né?
03:52Os ovos preparados ali, onde ocorre a cocção, né?
03:55Ocorre o manejo adequado ali do alimento.
03:57Não há esse risco de transmissão.
03:59Então, não é necessário esse alarde, esse necessário de...
04:02Essa diminuição do consumo.
04:04Esses países, eles acabam bloqueando, né?
04:06O produto justamente para impedir um pouco essa disseminação
04:08até dentro das suas próprias produções locais, né?
04:12Mais uma questão de controle sanitário, do que justamente um risco aí à saúde humana
04:17com o consumo dessa carne ou desse ovo aí proveniente, eventualmente aí com algum tipo de infecção.
04:23E lembrando também que esse é o primeiro caso de registro no Brasil,
04:27numa granja específica numa cidade do Rio Grande do Sul, né?
04:31Todas as medidas sanitárias estão sendo tomadas.
04:33Essa área já foi isolada, está sendo aí pesquisado ali num raio ali envolvendo essa área também, né?
04:39Envolvendo também o raio da cidade, né?
04:41Então, esses animais ali remanescentes, eles estão sendo abatidos, né?
04:46Para que não ocorra essa transmissão.
04:47E o Brasil tem controle sanitário bastante rígidos, né?
04:50Em termos de produção aí de frangos, né?
04:54Então, assim, não há com que a população se preocupar em termos de transmissão dessa doença.
04:59Bom, nós seguimos aqui com a entrevista com o Leandro e agora incluindo o nosso time de comentaristas,
05:04começando pela Mônica Rosenberg.
05:06Professor, bom dia.
05:07Eu sou uma otimista e eu queria entender como vai ser o processo de retomada da normalidade dessas importações.
05:14Tem aí um processo, um prazo de 28 dias para uma primeira análise pelas nossas autoridades sanitárias.
05:19Como que é esse processo?
05:21O que precisa acontecer para a gente voltar a poder exportar a nossa carne aviária?
05:26Olha, o que precisa acontecer, primeiro, é o que já está um pouco acontecendo, né?
05:32Então, assim, isso houve ali aquela situação de emergência, né?
05:37As autoridades sanitárias, elas estão agindo para justamente comprovar ali que o Brasil está conseguindo ali isolar, né?
05:43Essa questão.
05:45Então, esse é o principal, né?
05:46Para a gente garantir essa transparência nesse processo e garantir que os nossos controles sanitários
05:51são suficientes para controlar essa situação.
05:53A questão é isso não se espalhar aí para outros lugares do Brasil.
05:58Então, assim, quanto mais isso daí foi isolado, quanto mais transparência existe nesse processo
06:04e quanto mais a gente passar aí para esses países importadores que a gente consegue controlar essa situação,
06:10aí é melhor, né?
06:11Justamente aí passado esse, como você falou, esse prazo de 28 dias, 30 dias, mais ou menos,
06:15o Brasil vai conseguindo demonstrar que consegue controlar a situação,
06:22que conseguiu isolar a questão dentro ali daquela área, né?
06:25Que não se espalhou aí pelo país inteiro.
06:29Então, isso daí vai, pouco a pouco, aí garantindo segurança para os outros países
06:33que estão importando a nossa carne, né?
06:35Então, garantindo aí essas questões de padrões sanitários,
06:40essas questões de controle, os países vão reavaliando aí essas questões desses embargos.
06:44A Cássio Miranda também participa da entrevista com a gente nessa edição do Jornal da Manhã.
06:49A Cássio, sua pergunta.
06:51Professor, bom dia.
06:53É possível nós determinarmos quais serão os impactos disso no bolso do consumidor final brasileiro?
07:01Se isso vai acabar aumentando o preço do frango
07:04ou até terá um efeito contrário, diminuindo o valor do frango para o consumo interno?
07:09Olha, de imediato, na verdade, a gente tem um efeito de diminuição do preço, né?
07:17Porque essa oferta que seria disponibilizada a esses países, né?
07:20Lembrando que o Brasil é o maior exportador mundial de frangos, né?
07:2435% das exportações globais de frango, elas são provenientes do Brasil, né?
07:28Então, com essa restrição de alguns países, notadamente aí China, União Europeia, né?
07:35Que são mercados relevantes, né?
07:3615% aí do que a gente exporta vai para a China.
07:40Então, com esse bloqueio, né?
07:41A gente acaba tendo uma oferta maior, uma disponibilidade maior de produto aqui no Brasil, né?
07:46Lembrando que esses países restringiram a produção do Brasil inteiro,
07:50não só ali daquela cidade do Rio Grande do Sul ou do Rio Grande do Sul.
07:52Então, houve a restrição geral de toda a produção do Brasil.
07:56Então, num primeiro momento, essa oferta maior, essa disponibilidade maior de produto,
08:02ela tem uma tendência de reduzir o preço da carne de frango aqui no nosso mercado interno.
08:07É claro que se existe algum tipo de evolução dessa doença, né?
08:12Como é feito o controle dessa doença?
08:14Isolamento de áreas e abate desses animais infectados, né?
08:18Isso daí é o controle principal, né?
08:20Então, se existir uma evolução dessa doença e esse abate, né?
08:24Um pouco mais excessivo desses animais, né?
08:26Isso daí faz com que a nossa produção se reduza
08:29e aí, eventualmente, num segundo momento, a gente pode ter uma elevação desses preços, né?
08:33Como ocorre aí, por exemplo, agora com os Estados Unidos, né?
08:37A gente viu recentemente que os Estados Unidos estão tendo aí um problema grave aí de gripe aviária
08:41e tiveram que reduzir a produção, né?
08:44A gente viu até pelo preço dos ovos aí no mercado americano, né?
08:48E também aí o preço da carne de frango ali nos Estados Unidos.
08:51Então, quando ocorre aí um abate um pouco maior desses animais,
08:55acaba reduzindo a produção no segundo momento.
08:57Então, nesse primeiro momento, onde a gente provavelmente vai ter uma disponibilidade maior de carne,
09:02existe uma tendência de redução de preço.
09:06Bom, nós seguimos aqui com o Leandro.
09:08A Paula vai fazer uma pergunta.
09:09Perfeito, Leandro.
09:10A gente não falou ainda das aves, do risco das aves, né?
09:13Isso é em questão de um impacto ambiental global.
09:16Como que você vê, como que você avalia esses animais morrendo, tendo que ser retirados aí de granjas?
09:26Isso é uma tentativa de fazer um controle disso, né?
09:29Como eu mencionei no início, né?
09:31É bastante difícil ter esse controle.
09:33A disseminação dessa doença ali, ela vem pelo mundo inteiro, né?
09:36Uma crise, digamos assim, de ordem um pouco global que a gente está vivendo, né?
09:40Existe um espalhamento dessa doença pela Ásia, pelas Américas, né?
09:44Como eu bem mencionei, os Estados Unidos estão vivenciando isso.
09:46Os vizinhos do Brasil aqui já tinham registros de gripe aviária também, né?
09:51Então, o Brasil estava, digamos assim, se segurando, né?
09:54Já haviam registros de aves silvestres aqui no Brasil, né?
09:58Alguns anos atrás, ali em 2023, já houve registros dessas aves, né?
10:02Com gripe aviária, né?
10:04Porque justamente para fazer esse controle sanitário,
10:07os controles sanitários, eles vão testando as aves silvestres, né?
10:12E vão tentando controlar esses fluxos migratórios, né?
10:15E a partir daí, essa doença ocorre esse espalhamento, né?
10:18Para a produção comercial, né?
10:21Então, é realmente uma situação bastante complicada e não tem como, né?
10:25A gente tem que fazer, dentro do controle da produção,
10:28tem que existir aí esse abate desses animais,
10:30esse isolamento dessas áreas, justamente para não se espalhar aí
10:33da produção em outros lugares, né?
10:35Então, é por isso que, eventualmente, num segundo momento,
10:39pode ocorrer, sim, até a alta desse preço com a menor produção, né?
10:43Mas, realmente, isso tem que ser feito.
10:46Isso daí está espalhado em vários países do mundo
10:48e, na verdade, é feito o controle até que essa doença aí seja minimizada, né?
10:52Então, não tem muito como o que fazer aí nesse momento, né?
10:57Nesse momento, justamente, é justamente trazer aí essa garantia aí
11:00desses controles sanitários.
11:02Pois é, mas há muitas narrativas também em torno desse tema
11:05quando surge alguma doença, como, por exemplo, da vaca louca
11:07que a gente teve recentemente também,
11:08que prejudicou bastante o mercado, né?
11:10E agora, esse caso de gripe aviária,
11:12claro que merece atenção,
11:14mas também há uma questão que os produtores dizem
11:17que demora muito para ter uma resposta, novamente, dos países.
11:22Porque, recentemente, a gente teve a visita do presidente Lula à China
11:26justamente para tratar sobre acordos bilaterais,
11:30para otimizar as exportações
11:32e agora a gente tendo esse caso aqui no Brasil.
11:35Então, realmente, prejudica todo o setor, né?
11:38É, prejudica.
11:39E essa demora é um pouco natural, né?
11:41Porque os países, eles têm que ter a garantia
11:43de que esse controle está sendo feito, né?
11:46Então, a partir do que o caso é notificado, né?
11:48É feito ali as ações de controle
11:51e não tem como isso ser retomado do dia para a noite, né?
11:54Porque, justamente, pode ser identificado um caso
11:56em algum outro lugar ali nas proximidades, né?
11:59Enfim.
12:00Então, tem que...
12:01O governo, né?
12:02As autoridades sanitárias têm que fazer
12:04com que, justamente, isso seja passado
12:07às autoridades dos outros países
12:09e que haja essa garantia aí
12:10de que a gente está fazendo a nossa lição de casa
12:12e o nosso controle, né?
12:13Claro que tem a questão diplomática também
12:15que deve ser um pouco trabalhada
12:16com relação às relações de comércio
12:18para tentar agilizar esses processos
12:21ou até mesmo regionalizar, né?
12:23Como a gente citou logo no início, né?
12:24Forve o embargo aí do país inteiro, né?
12:27O que não é uma questão necessária, né?
12:29A própria Organização Mundial de Saúde Animal
12:31não recomenda, assim,
12:33que seja feito o embargo do país como um todo, né?
12:35Mas um embargo regionalizado de início, né?
12:37Então, a gente tem que aí
12:39tentar trabalhar essas questões
12:41justamente para tentar agilizar esses processos, né?
12:43Mas o Brasil aí, garantindo
12:45essas condições de controle sanitário,
12:47isso daí tende justamente a ser flexibilizado, né?
12:50Até porque, como eu já mencionei, né?
12:53A China...
12:54Os Estados Unidos vivenciam
12:56uma questão de gripe viária.
12:57A China importa aí.
12:58O segundo maior mercado fornecedor
13:01aí de carne de frango para a China
13:02é justamente os Estados Unidos, né?
13:04Então, existe essas...
13:05Hoje em dia, existe essa flexibilização
13:07até porque essa doença está espalhada aí
13:09pelo mundo como um todo, né?
13:11No caso aí da vaca louca,
13:13era um pouquinho diferente, né?
13:14Era um caso pontual ali, né?
13:15Um caso mais genético, né?
13:17Então, o Brasil tem o controle
13:18dessa doença.
13:20Então, acabou não...
13:21Acabou não gerando ali
13:23uma restrição mais de longo prazo, né?
13:24E, claro, também existem as questões de mercado, né?
13:26Os países acabam ali
13:28trabalhando um pouco disso, né?
13:31Justamente também se aproveitando
13:33um pouco dessa situação aí sanitária, né?
13:35Então, por isso que cabe aí
13:36o Brasil trabalhar
13:38tanto essa questão sanitária
13:39como também essa questão comercial
13:40e diplomática com os outros países.
13:42É, sem dúvida.
13:43Até porque atrapalha bastante
13:44e a reclamação dos produtores
13:46é justamente essa.
13:47Sobre o tempo de espera
13:49e aí vai se prolongando.
13:50Tomara que essa situação
13:51seja resolvida o quanto antes.
13:53Nós conversamos com o nosso especialista,
13:57o especialista, pesquisador, professor
13:59do INSPER Global, Agro Global
14:01o Leandro Gilil
14:03a que eu agradeço demais
14:03a presença aqui
14:04no Jornal da Manhã.
14:07Muito obrigado.
14:08Bom dia.
14:09Bom dia.

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