Há sete anos em Brasília, a galeria Karla Osorio chega a São Paulo com uma coletiva que reúne seis artistas representados pelo espaço, entre eles Verena Smit e Moisés Patrício.
Categoria
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CriatividadeTranscrição
00:00Música
00:00A primeira exposição da Galeria Carlos Ouro em São Paulo
00:21chama Desdobrar o Tempo.
00:24E desdobrar o tempo é um pouco justamente pela história que a gente quer contar,
00:27pela história que a gente significa.
00:30Eu trabalho com arte há 25 anos, mas só há 7 anos tenho essa Galeria,
00:35um exército situado em Brasília.
00:36E é a primeira vez que eu estou em São Paulo,
00:38significa um desdobramento dessa história,
00:41que traz consigo vários artistas que, inclusive, não têm outra representação em São Paulo.
00:46Então é, assim, muito importante para a gente fazer essa primeira exposição
00:50contando um pouco dessa história e mostrando a diversidade do programa da Galeria.
00:55Eu trouxe dois trabalhos dessa série de porcelana e eu trouxe dois neons,
01:05o Change Chance e o Sinto Muito Amor.
01:08Essa série de porcelana é uma série inédita, como se fosse uma nuvem, uma nuvem de palavras.
01:15São meio pensamentos.
01:17Eu escrevo bastante, são sempre frases e palavras que vêm um pouco do meu cotidiano, da minha vida.
01:24Tenho muito uma investigação pessoal, assim, que fala muito de mim,
01:28mas, ao mesmo tempo, reverbera muito no outro.
01:31Acho que as pessoas se identificam muito com o que eu escrevo.
01:39A Galeria sempre teve, desde o início, um foco na questão da geometria, do minimalismo
01:44e nessa questão das minorias.
01:48Então a gente se preocupa muito com os temas da raça, a poesia, a questão do feminino.
01:53E essa exposição aqui, ela tem três artistas negros que nós representamos,
01:58um de Brasília, um do Rio, um de São Paulo.
02:01É Moisés Patrício, o Mateus Nabu e o José Ivacy.
02:04Tem um artista chamânico, que é um artista de Belém, portanto, da floresta, lá da Amazônia.
02:10Bené Fonteles, um grande artista brasileiro, um dos únicos artistas que esteve seis vezes na Bienal de São Paulo.
02:17Selva de Carvalho, que é um artista paulista, mas que só nós representamos,
02:20cuja obra faz uma fusão desses universos do feminino com a questão da natureza.
02:27E, finalmente, a gente tem também a Verena Smith, que é uma artista que trabalha com poesia.
02:33Todos eles, no fundo, dialogam entre si, apesar de terem linguagens e técnicas totalmente diferentes.
02:40Na minha pesquisa, eu trabalho a memória, a memória ancestral.
02:52Na cosmovisão yorubá, o tempo é espiralá.
02:56Então, o meu movimento é de ir para o passado, ir para o futuro, ir para o presente,
03:01numa constante dança.
03:03Eu venho de uma cultura matriarcal.
03:06Então, eu trago o amarelo, que é de Oxum, que é essa divindade das águas.
03:11Eu trago o marrom, que é da terra.
03:14Eu trago o preto, no fundo, que é do próprio universo.
03:18E aí, assim, eu vou construindo as narrativas, né?
03:21E os personagens, as pessoas que eu trago são parte da minha família,
03:25parte da minha imaginação, parte do cenário cultural pro brasileiro.
03:33Legenda Adriana Zanotto