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NotíciasTranscrição
00:00O Rio Mais Agro em Foco subiu a serra, nós estamos aqui em Nova Friburgo e eu tenho a honra de bater um papo aqui com Antônio Carlos Célis Cordeiro,
00:10que é presidente da Comissão de Agronegócios, Alimentos e Bebidas da Firjan e também do Sindilat, Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado do Rio de Janeiro.
00:21Antônio Carlos, muito obrigado pela presença aqui no Rio Mais Agro em Foco, é um prazer bater esse papo contigo.
00:28Muito obrigado, Mário, pela oportunidade de voltar a estar aqui com vocês do Rio Mais Agro e do Terra Viva.
00:35É sempre importante esse movimento que vocês começaram no ano passado através da realização do Rio Agro, foi muito importante e estamos torcendo que as coisas continuem a evoluir.
00:44É isso aí. Bem, vamos começar batendo um papo aqui sobre o tamanho da indústria de laticínios no Estado do Rio e no Brasil.
00:52Como é que você vê o crescimento da indústria e a participação do Estado do Rio no mercado nacional?
00:59Bom, o segmento de leite é um dos poucos segmentos em que o Brasil não é exportador no agronegócio.
01:05Nós ainda somos importadores, o IBGE aponta uma produção acima de 30 bilhões de litros de leite,
01:11mas geralmente nós trabalhamos com o chamado leite inspecionado.
01:15O leite que é processado pelas indústrias que gira em torno de 25 bilhões.
01:20E isso atende a 90, 95% do mercado interno e essa diferença de 5% para 10%, dependendo do ano,
01:29que geralmente é importado e geralmente é origem do Mercosul.
01:34E essa participação que você vê do Brasil, você falou dessa participação de importados.
01:40A gente falava antes de começar a entrevista que o Brasil é um país muito mais importador que exportador.
01:47Embora nós estejamos entre os três maiores produtores de leite do mundo,
01:51você mesmo falou dos dados que são contabilizados pela indústria e pelos dados do IBGE.
01:58Eu queria que você fizesse um comparativo.
02:02Como é que o Brasil está hoje no mercado internacional de leite?
02:04Porque o Brasil é muito forte no mercado de carne, muito forte no mercado de grãos e no mercado de laticínios.
02:10No mercado de laticínios há alguma exportação, mas é muito pouco.
02:13Eu percebo que existem algumas exportações de pessoal para os Estados Unidos que mandam alguns produtos típicos aqui do Brasil,
02:20tipo queijo coalho e alguns outros produtos que as pessoas brasileiras que estão fora importam.
02:26E alguma coisa também que o pessoal já conseguiu mandar para a Rússia,
02:29mas quando você olha a balança comercial de lácteos, ela é totalmente importadora.
02:34Então, existe uma importação expressiva de alguns produtos lácteos, como leite em pó e queijos,
02:44mas alguns outros que também são importados com regularidade.
02:47Ainda falta um pouco para que a gente se torne exportador de leite,
02:51como somos exportadores de carne bovina e de frango, etc.
02:54Perfeito.
02:56E como é que você vê nesse mercado, quais são os principais desafios que o produtor de leite...
03:05Porque a gente quando fala de agro, a gente fala muito, a gente pensa muito da porteira para dentro.
03:10Mas se você pegar a produção do agro, a participação do agro no PIB nacional,
03:15que fica em torno de um quarto do PIB,
03:17você vai pegar um quarto desse, um quarto, seja em torno de 6% da porteira para dentro.
03:21E o leite é um belo exemplo disso, porque três quartos da produção do agro é da porteira para fora,
03:27a parte de industrialização.
03:29Como é que você vê o mercado hoje em termos de oportunidades e de desafios,
03:36não só para o produtor da porteira para dentro, mas também para a indústria de laticínios?
03:43Olha, a indústria de laticínios, ela dá parte industrial propriamente dita,
03:48você já tem plantas no Brasil de classe mundial.
03:51Vários, né?
03:52Então, eu não vejo assim na parte industrial que a gente esteja atrás dos principais players
03:59ou dos principais processadores de leite do mundo.
04:02Mesmo sendo importador, nós somos um dos grandes processadores de leite do mundo.
04:07Agora, o que a gente tem que ver é a questão da produtividade média do gado leiteiro.
04:14No Brasil, que realmente é baixa.
04:16Você, quando compara a produtividade média de uma vaca nos Estados Unidos, na Europa,
04:22ou mesmo na Nova Zelândia com o do Brasil, ou mesmo com a Argentina, que está aqui do nosso lado,
04:27ainda é bem baixa.
04:28Então, agora você não pode falar que isso é generalizado.
04:32O Brasil é um país grande.
04:34Hoje, você tem algumas áreas que estão, por exemplo, a região de Castro, no interior do Paraná,
04:39que eles chamam de Campos Gerais.
04:41É uma região que tem uma produtividade muito alta comparada às melhores produtividades que a gente vê,
04:47por exemplo, na Argentina.
04:49No entanto, quando você olha a média do Brasil como um todo, a produtividade de leite por vaca ano ainda é muito baixa.
04:56E na medida que nós não precisamos ter mais vaca, a gente só precisa ter mais produtividade.
05:00Na medida que essa produtividade for crescendo, aí você tem uma questão de qualificação do produtor rural e melhoria genética.
05:09Considerando que na parte de produção de alimentos para os animais, a gente tem uma condição invejável em relação a países de clima mais frio.
05:18Então, é só uma questão de realmente tempo, acredito, e que a gente possa trabalhar um pouco mais esse aspecto.
05:25que a médio prazo o Brasil tende a ser autossuficiente e tende a ser competitivo no mercado internacional,
05:31inclusive começar a exportar.
05:33Essa questão de desafios, o mercado brasileiro é bastante singular.
05:40O Brasil é um país de tamanho continental.
05:43Quais gargalos você enxerga como sendo impeditivos no crescimento mais rápido dessa produção?
05:53Você diz no setor de laticínios ou na área de alimentos como um todo?
05:57No setor de laticínios.
05:58É exatamente a questão de produtividade.
06:01A produtividade, aliás, o problema da produtividade não é só um problema da pecuária leiteira,
06:08é da indústria nacional.
06:09A produtividade brasileira é bem abaixo dos países desenvolvidos.
06:14Isso é também um dos temas que é fortemente abordado pela Firjan,
06:19a questão da produtividade da mão de obra no Brasil.
06:22Então, a gente tem que resolver essa questão da genética e da produtividade
06:25para poder ter custos compatíveis com o mercado externo
06:33e ser o que já aconteceu com a carne e com o frango, por exemplo.
06:37Em que a gente sai de uma posição lá de trás e hoje nós somos praticamente imbatíveis
06:43na questão de custo de produção e volume de produção.
06:47Perfeito.
06:48A gente vem acompanhando nos últimos anos o crescimento de algumas tecnologias,
06:54algumas inovações, de formas de manejo, metodologias de manejo,
06:59como, por exemplo, a integração lavoura-pecuária-floresta.
07:03Como é que você vê o Brasil em termos de inovação, em termos de pesquisa?
07:07Você falou de genética, da importância da genética, ou seja,
07:10todos esses conceitos, a implantação de todas essas tecnologias,
07:16como é que você vê isso em relação ao mercado mundial?
07:20Olha, eu vejo que no Brasil existe uma classe, um agronegócio que eu acho que é consciente,
07:26sabe que sem sustentabilidade não vai ter futuro para ninguém.
07:30Existe uma minoria de predadores que depredam o meio ambiente
07:35e que realmente não fazem parte da imensa maioria das produções rurais,
07:40dos produtores rurais.
07:42E essa questão da sustentabilidade é uma coisa que tem que entrar em pauta
07:46na questão de pecuária.
07:48Existe uma questão muito grande em relação à sustentabilidade,
07:53como é que você vai fazer, por causa da produção do metano.
07:55É uma questão bastante complexa para a gente desenvolver aqui.
07:58Mas existe essa visão e existe também a questão do conforto animal,
08:03chamado bem-estar animal, de como é que você pode produzir
08:07sem sacrificar demais os animais.
08:11Por exemplo, no setor de ovos, você já vê aquelas cage-free,
08:17que é o termo em inglês, que na verdade são galinhas livres.
08:19Então, o consumidor, ele conscientemente pode optar por um ovo de galinhas livres
08:24ou de um ovo de...
08:26Isso não é maioria isso, mas essa é uma tendência que está crescendo ao longo do tempo.
08:30Então, eu diria que sustentabilidade, bem-estar animal,
08:33e estaria bem em linha.
08:36Outro aspecto que eu acho que é muito importante destacar
08:39é que no caso do leite, o leite continua sendo praticamente imbatível
08:44junto com o ovo como alimento em termos nutricionais.
08:48Não há nada que é mais nutritivo para a alimentação humana,
08:53talvez o ovo, do que os produtos lácteos de uma maneira geral.
08:58E a capilaridade do leite também, você encontra leite basicamente,
09:04segundo o IBGE, em 98% dos municípios do Brasil.
09:07É uma característica do leite, ele está praticamente em todo o Brasil.
09:13No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, ele está presente praticamente em todos os municípios,
09:17mas nós temos uma lacuna imensa.
09:19O Rio de Janeiro consome 2,8 bilhões de litros de leite
09:23e produz apenas 400 milhões.
09:28Então, você tem uma lacuna de 2,4 bi.
09:31E essa é a oportunidade que nós entendemos que temos para que capturar
09:35no setor de lácteo do estado do Rio de Janeiro, especificamente.
09:40O pessoal costuma dizer que o Rio de Janeiro e o Uruguai, e é uma coisa que a gente procurar reverter,
09:48agropecuária dos catadores desse processo, porque a ação do petróleo do Rio de Janeiro,
09:5250% do Rio de Janeiro, ela está na indústria extrativa ou na indústria que trabalha em torno da indústria extrativa.
10:01Só que todos nós sabemos que isso é uma riqueza finita, que um dia isso vai acabar.
10:06E quando acabar, nós vamos viver de quê?
10:08Então, nós defendemos que essa riqueza que é gerada pelo petróleo,
10:14ela tem que ser fortemente investida em alternativas, principalmente no interior do estado,
10:19do Rio de Janeiro, que tem sido pouco contemplado com um olhar mais atento
10:26com relação a políticas públicas de desenvolvimento do seu agronegócio,
10:30para que a gente não fique totalmente dependendo do petróleo.
10:34Então, na verdade, hoje, o óleo e gás é um setor importantíssimo para o estado do Rio de Janeiro,
10:39mas a gente não pode descuidar dos outros setores,
10:42principalmente aqueles setores que, como você acabou de colocar,
10:46estão presentes em todos os municípios do estado do Rio de Janeiro.
10:48Quando você olha o mapa das principais fábricas de laticínios,
10:51você vai ver fábrica no Nono Oeste, fábrica no Norte, fábrica no Centro-Norte,
10:56fábrica ali em Três Rios, fábrica no Vale do Paraíba,
10:59praticamente em todas as regiões do estado, você tem as chamadas indústrias âncoras.
11:04Um exemplo, por exemplo, é a cooperativa de Macuca aqui perto,
11:08que está a 50 quilômetros daquilo, ela capta leite em 25 municípios,
11:12de 1.500 produtores.
11:13Então, esse é um exemplo de como é que existe essa capilaridade que você mencionou
11:18e essa distribuição de riqueza dentro do estado.
11:21Ela paga 12 milhões por mês aos produtores rurais pelo produto entregue.
11:27E esses 12 milhões são distribuídos por esses 25 municípios.
11:30Eu, particularmente, não conheço nenhuma atividade que faça essa distribuição de riqueza
11:34de uma forma tão pulverizada.
11:38Quando você olha o setor de óleo e gás, ele concentra a riqueza.
11:41Você tem um lugar como o Duque de Caxias, que tem uma refinaria poderosa,
11:45mas, ao mesmo tempo, o entorno da refinaria é todo pobre.
11:49Então, eu acredito que quando você desenvolve indústrias que distribuem essa sua riqueza,
11:55você tem um estado mais equilibrado, um estado mais saudável e com mais renda e emprego para todos.
12:02Antônio Carlos, estamos chegando ao final do nosso bate-papo, mas eu queria fazer uma colocação aqui.
12:06Você participou do primeiro Rio Mais Agro, foi palestrante, foi o primeiro Rio Mais Agro.
12:11E vem aí o segundo, a segunda edição, que cresceu.
12:13Nós saímos do Rio Centro, saímos do Campo Olímpico de Golfo, estamos indo para o Rio Centro.
12:18A expectativa é de três vezes o número de público.
12:25E queria saber de você a sua visão da importância do Rio Mais Agro,
12:31do Fórum Internacional do Desenvolvimento Agroambiental Sustentável,
12:35para o agro no Brasil, no Rio de Janeiro também, claro,
12:40e também, principalmente, no Cinturão Tropical.
12:42Olha, o Rio Mais Agro foi uma surpresa agradabilíssima em termos de repercussão,
12:49em termos de representatividade, em termos de qualidade dos palestrantes que vieram.
12:55Teve alguns palestrantes internacionais que realmente foram verdadeiras aulas de conhecimento.
13:01Aprendi muito, aprendi muito com o Rio Mais Agro.
13:05Eu acho que foi uma iniciativa muito importante, apesar de ele ser Rio Mais Agro,
13:09não é do estado do Rio, na verdade, ele tem um conceito, vamos dizer assim,
13:12parecido com a antiga Rio 92, que é um conceito quase global,
13:16de como é que você pode fazer a atividade do agronegócio ser sustentável.
13:21Então, eu faço votos que sejam um êxito retumbante, como foi o primeiro,
13:25que continue crescendo e nós estamos torcendo,
13:28e se puder colaborarmos de alguma forma, podem contar com a gente.
13:31É isso aí. O Rio Mais Agro acontece de 1º a 3º de outubro no Rio Centro
13:35e o Fórum Internacional do Desenvolvimento Agroambiental Sustentável
13:38vai ser muito maior esse ano.
13:39Ano passado nós tivemos 15 países participando
13:41e esse ano com foco no agrotropical, no cinturão tropical,
13:45que é toda aquela faixa entre o trópico de câncer e o trópico de capricórnio,
13:48são esperados, já estão confirmados mais de 60 países,
13:52mas são esperados mais de 80.
13:54E a gente espera você lá.
13:55Antônio Carlos, quero te agradecer muito por essa entrevista
13:58e eu deixo aberto aí para você fazer suas considerações finais.
14:01Nós é que agradecemos a oportunidade de falar um pouco sobre o nosso setor,
14:06especificamente da indústria de alimentos do Rio de Janeiro.
14:11Aqui no Rio de Janeiro nós temos parceiros importantes,
14:14como a Federação de Agricultura do Estado do Rio de Janeiro,
14:16através do Rodolfo, do Maurício,
14:18na Firjan a gente tem sempre o apoio do nosso presidente Caetano.
14:23Então, tem todo um time aí de pessoas que estão tentando reverter essa situação
14:27de que o Estado do Rio de Janeiro, especificamente, é um grande importador de alimentos.
14:33E nós somos um grande exportador de óleo e gás.
14:36Então, a gente entende que nós não devemos depender da indústria extrativa,
14:41não só por isso, mas pela capacidade que a indústria de alimentos como um todo,
14:45principalmente aquela que é o alimento que pode ser produzido pelo agricultor do Estado do Rio de Janeiro,
14:51ela tem de trazer renda e emprego em municípios pequenos, no interior do Estado,
14:56distribuindo melhor a população, levando mais conforto para aquelas pessoas
15:00que labutam de sol a sol, de domingo a domingo.
15:04É isso aí, gente. Esse aqui é o Rio Mais Agro em Foco.
15:07Foi um prazer ter vocês e aqui a gente volta na semana que vem.
15:11Rio Mais Agro, o melhor da nossa terra para o mundo.
15:14É isso aí, gente.