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Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, participou de uma audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, abordando temas como a política monetária, a valorização das reservas internacionais e os impactos da taxa de juros. Ele explicou os efeitos da marcação a mercado e a relação com o custo da dívida pública, além de discutir a estratégia de emissão de títulos. Galípolo também esclareceu dúvidas sobre a efetividade das medidas diante da crise global.

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Transcrição
00:00E a gente acompanha, neste momento aqui no Money Times, a audiência da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado
00:06que ouve o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
00:10Neste momento, o Galípolo fala, após pontos colocados ali pelo senador Fernando Farias,
00:15do presidente da Comissão, Renan Calheiros, e também de uma pergunta enviada de forma online por um cidadão
00:23que questiona como manter a efetividade da política monetária em meio aos efeitos do tarifato de Trump.
00:29Então, vamos ouvir.
00:30E é necessário esclarecer numa linguagem que seja mais acessível.
00:34O caso, por exemplo, das reservas.
00:36O Brasil não compra reservas, o Banco Central não compra reservas desde abril de 2012.
00:4127 de abril de 2012 foi a última vez que a gente comprou reservas.
00:44A confusão ali surgiu claramente porque essas reservas sofrem marcação a mercado.
00:49O que é isso, para a gente poder explicar para as pessoas?
00:52O valor dos ativos, eles são marcados a mercado.
00:55Eles sofrem uma valorização ou desvalorização em função do que acontece com o preço no mercado.
01:00Isso está lá, disponível.
01:01Se o senhor abrir, o senhor vai ver que as reservas cresceram 13 bilhões nesse período que o senhor está colocando.
01:083 bilhões é uma valorização do ouro e 10 bilhões são fechamento da taxa.
01:13Porque como a gente compra reservas, a gente compra títulos americanos, por exemplo, Treasuries.
01:17Se a taxa caiu, a taxa de juros fechou, futura, o valor do título subiu.
01:22Porque você, na verdade, para tentar fazer uma explicação aqui,
01:25se por acaso você tem um título que está pagando 10 e agora tem um título no mercado que paga 20,
01:30ninguém vai topar comprar o seu título pagando 10.
01:33Então, você vai ter que dar um desconto no valor do seu título
01:35para equiparar a taxa que está disponível no mercado para um título com uma duração parecida.
01:40O inverso é verdadeiro.
01:41Se por acaso as taxas fecharem, você tem uma oportunidade de poder vender mais caro.
01:45Então, ali o que está colocado foi um processo de valorização que gerou a confusão de parecer
01:52quem está comprando, mas a última vez que está lá nos dados do portal de transparência
01:57dos dados abertos do Banco Central, mas queria só reforçar.
02:02Todas as vezes, o senador Mauro sabe disso bem, que tiver alguma questão de dúvida nesse sentido,
02:08alguma coisa que está mal explicada, por favor, senador, não é mais que a nossa obrigação,
02:12mas nós estamos sempre à disposição para esclarecer.
02:15Ou, numa reunião, e depois até expresser de novo, se for necessário, publicamente,
02:20a gente entende perfeitamente, porque às vezes é necessário fazer essas duas colocações
02:24e nós estamos à disposição para fazer esse esclarecimento.
02:29Mas, só para reforçar, as reservas, então, variaram em função da marcação ao mercado
02:34e, obviamente, o Brasil funciona com o regime de câmbio flutuante.
02:38Todas as vezes, quando nós discutimos carry ou qualquer questão relativa à política internacional,
02:44nós estamos pensando sempre como é que isso se dá com um mecanismo de transmissão
02:47para a inflação, como eu acho que ficou claro para todos que estão acompanhando aqui a fala.
02:53Quanto ao custo da dívida e à questão do limite para a dívida,
02:59eu acho que tem um tema bastante interessante a ser colocado.
03:04Perceba que, no Brasil, quando o custo da dívida começa a ficar mais correlacionado
03:11com a taxa básica de juros, é porque o Tesouro passou a emitir mais LFT.
03:16LFT é uma letra, um título público, que paga taxas que vão variar de acordo com a taxa básica de juros.
03:25O que é uma coisa estranha, porque, pelo mecanismo que eu acabei de falar de marcação ao mercado,
03:30o que acaba acontecendo nos mecanismos de transmissão de política monetária é
03:34quando o juros sobe, geralmente, o estoque de riqueza cai, pela razão que eu acabei de explicar.
03:40Se você tem um título que pagava 10 e amanhã os juros passaram a ser 20,
03:44quem detém o título vai ser obrigado a vender esse título com desconto, com deságio,
03:48para conseguir achar um comprador.
03:50Então, elevações na taxa de juros, geralmente, implicam uma desvalorização do estoque de riqueza existente.
03:57Porém, se você tem um título como esse, você não perde valor, porque você vai receber mais juros.
04:02O seu papel está indexado com mais juros.
04:04Aí, a pergunta é, por que é que o Tesouro, então, emite esse título?
04:08Por que ele concentra mais, em um dado momento, nesse título?
04:11Provavelmente, porque ele está entendendo que esse é o título que melhor lhe serve naquele momento,
04:16comparativamente a outros títulos que vão pagar IPCA mais alguma coisa,
04:20ou vão pagar uma taxa de juros nominal fechada, como é o caso do MENIT-NF.
04:25Portanto, esta taxa de juros que está linkada à taxa básica de juros,
04:29está se apresentando como a taxa mais competitiva e acessível para o Tesouro se financiar.
04:34A alternativa seria mais cara do que esta.
04:37Este é um ponto relevante a ser colocado.
04:41Se ele concentrou em LFT, por que ele não emitiu NTN-B ou uma NTN-F?
04:44Porque ele está apresentando para ele que a LFT está pagando,
04:47ou ele espera que vá pagar com aquilo um custo inferior da dívida
04:51do que ele pagaria com outro tipo de papel.
04:54Nesta lógica, o que a gente precisa entender é,
04:57ao restringir o financiamento do Tesouro...
05:01Quem não conseguir vender?
05:08Se não tiver LFT, você está dizendo?
05:10Isso, perfeito, nós estamos concordando.
05:11O que eu estou dizendo para o senhor é o seguinte,
05:12se o senhor criar uma limitação sobre os instrumentos do Tesouro para se financiar,
05:18a gente corre um risco muito maior, muito, infinitamente maior.
05:22Então, a gente não deveria criar limitações para o Tesouro se financiar,
05:27porque se você criar limitações para o Tesouro se financiar,
05:29você vai dizer que o Tesouro não vai acessar dinheiro.
05:32De outro lado, se criar, e foi uma discussão que foi feita agora recentemente pelo Powell,
05:37inclusive, alguém perguntou se o Powell devia considerar limites para a taxa de juros
05:42em função do tamanho da dívida.
05:45Ele foi bastante claro, só vou terminar e eu passo para o senhor, deputado,
05:49ele foi bastante claro em dizer o seguinte,
05:51olha, a minha meta é a meta de estabilidade monetária.
05:57Eu tenho meta de estabilidade monetária.
06:00Se se criar algum tipo de limitação para que o Tesouro não possa emitir
06:06acima de uma certa taxa de juros,
06:08ele não vai conseguir acessar o mercado de capitais para se financiar.
06:12E se ele não conseguir se financiar, aí sim nós estamos num problema.
06:15Por isso que eu volto ao que eu falei para a senadora Zenaide,
06:17o dinheiro mais caro que existe é o dinheiro que eu não consigo acessar.
06:21Esse é o mais caro que existe.
06:23Os títulos que o Tesouro está negociando são títulos decorrentes de leilões
06:26que ocorrem toda terça e quinta.
06:28E os credores que compram esses títulos têm alternativas a esses títulos.
06:31Eles podem comprar em outro lugar.
06:33Hoje a livre mobilidade de capital garante que ele possa comprar em qualquer outro lugar.
06:37Restringir a disponibilidade de acesso a recursos ao Tesouro é que me parece ser temerário.
06:42Por isso que eu acho que sempre quando vai se acessar qualquer coisa nesse sentido,
06:45precisa se entender, eu acho que atacar o efeito não me parece ser a solução mais adequada.
06:54Sabe?
06:54Dizer, bom, então vamos proibir, vamos acabar com a maioridade penal e eu acabo com a delinquência juvenil.
06:59Não adianta eu tentar olhar por este lado que eu acho que a gente vai criar um problema para o Tesouro.
07:05O Tesouro está pagando a taxa que ele consegue rolar a sua dívida.
07:09Ele está rolando a sua dívida com leilões toda terça e quinta.
07:12Se limitar, talvez, provavelmente, quem está financiando vai buscar uma alternativa.
07:20Diga.
07:20O que está sendo proposto não é limitado a taxa de juros.
07:24O que está sendo proposto é dívida.
07:27Dívida é consolidada ali, só que você não vai ter lixo.
07:29Aí o Banco Central vai ter um mix, o Tesouro vai ter um mix de decidir.
07:33Então...
07:33Os Estados Unidos têm isso, a Alemanha tem isso, os países têm isso.
07:37Todo ano a lei orçamentária americana tem lá e tem o chantão que o senador Rogério,
07:42que eu acabo de falar.
07:43Isso, e aí quando chega nesse limite, geralmente...
07:45E é de longo prazo.
07:46E é de longo prazo.
07:47Isso.
07:49A minha sugestão, é lógico, é uma discussão que o Legislativo deve fazer,
07:53e como foi me perguntado, por isso estou tomando a liberdade de falar que
07:55a minha sugestão é restringir instrumentos de emissão por parte do Tesouro.
08:01Não me parece que o Tesouro hoje paga a taxa de juros que ele paga pela ausência de um teto.
08:08Me parece que é por outras razões, a minha posição.
08:11Mas acho que é uma questão que o Banco Central está totalmente disponível para discutir
08:15e eu só alerto para esse ponto específico aqui que eu acho que valeria a pena eu falar.
08:23Não sei se deixei para trás alguma coisa aqui ou se eu conseguir responder tudo.
08:27Ah, o senador Rogério Carvalho falou sobre um tema que a gente já tinha comentado antes,
08:31que eu acho muito importante, que é hoje existe uma discussão global sobre onde se deve fazer
08:39a nivelação, o nivelamento, numa tradução livre aqui, do ambiente regulatório e de supervisão.
08:48Eu acho que o Banco Central tem uma oportunidade de fazer uma atualização e um catching up
08:54para que a gente possa ter um nível de supervisão mais disseminado, considerando que hoje sim
09:01surgiram novos agentes e boa parte da liquidez fluiu dos bancos para outras instituições.
09:07Obrigado, presidente. Desculpa se eu falei demais.
09:09Senadora Leila.
09:11Rapidinho, presidente Galípulo.
09:13Só para entender...
09:16Bom, acompanhamos aqui a participação de Gabriel Galípulo nesse comparecimento que é periódico, né, Felipe?
09:23De tempos em tempos o presidente ou os presidentes do Banco Central comparecem ao Senado para responder
09:28perguntas, tirar dúvidas, dizer, né, fazer análise ali do momento, o que ele pensa sobre os temas.
09:35Uma reunião pro forma, vamos dizer.
09:36É isso.

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