As incertezas criadas por Donald Trump e suas medidas causaram turbulência nos mercados. Flávio Conde, da Apimec, analisou em entrevista ao Jornal Times Brasil os impactos sobre juros, dólar e tecnologia.
Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://tinyurl.com/guerra-tarifaria-trump
🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!
Siga o Times Brasil nas redes sociais: @otimesbrasil
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, TCL Channels, Pluto TV, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
#CNBCNoBrasil
#JornalismoDeNegócios
#TimesBrasil
Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://tinyurl.com/guerra-tarifaria-trump
🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!
Siga o Times Brasil nas redes sociais: @otimesbrasil
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, TCL Channels, Pluto TV, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
#CNBCNoBrasil
#JornalismoDeNegócios
#TimesBrasil
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00As declarações de Trump, somadas às medidas tomadas por ele, provocam grande incerteza nos mercados.
00:07A semana que passou foi mais uma de perdas para os principais índices americanos.
00:12O Dow Jones e o Nasdaq caíram mais de 2% e o SP500 encolheu 1,5%.
00:18Aqui no Brasil, o Ibovespa B3 teve desempenho melhor e fechou a semana com alta, de 1,54%.
00:26Sobre o movimento dos mercados e as perspectivas, eu converso agora com o Flávio Conde,
00:32coordenador setorial da Comissão de Economia da APMEC,
00:36a Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais do Brasil.
00:41Flávio, boa noite para você.
00:42Eu queria começar essa entrevista te perguntando exatamente sobre essa nova ofensiva de Donald Trump contra a Powell.
00:48Nova porque não é a primeira, mas enfim, ele voltou à carga agora.
00:52E o que é que representa para o mercado esse fator, um presidente da autoridade monetária
00:58que tem um mandato que vai até maio do ano que vem e, de repente, a gente vê o governo discutindo
01:04se existe uma forma de derrubar, de demitir esse presidente durante o seu mandato.
01:09Para o mercado, o que é que isso representa?
01:11Boa noite a todos, boa noite a todos.
01:14Isso daí é muito negativo.
01:16O Donald Trump, ele já está prejudicando a credibilidade americana na parte comercial.
01:24Se ele conseguir tirar o Paulo, ele vai jogar para baixo a confiança na moeda americana, no dólar.
01:32Então, isso não é bom e os mercados estão reagindo de acordo.
01:37Porque o Banco Central americano é considerado o banco central mais, digamos, com maior credibilidade do mundo
01:46e ele dita as regras para os outros bancos centrais.
01:51Quando ele começa a subir juros, os outros bancos vão olhar a situação, se seguem ou não.
01:58Quando ele começa a reduzir juros e assim vai.
02:01O Banco Central americano tem dois objetivos.
02:05O primeiro e o maior, que é manter a inflação dentro da meta.
02:09A meta de inflação nos Estados Unidos é de 2% no ano.
02:15O segundo objetivo é que, uma vez cumprido o primeiro,
02:20é ficar de olho na atividade econômica,
02:23de modo que o PIB dos Estados Unidos não entre em recessão
02:29e que também o emprego seja gerado num nível adequado.
02:35Então, tirar o Paulo, porque o Trump quer que ele reduza a taxa de juros,
02:42seria péssimo para a credibilidade do Banco Central americano, óbvio,
02:47e também da moeda norte-americana, você poderia ter um flight to college,
02:54ou seja, você poderia ter vários investidores, principalmente estrangeiros,
02:59tirando dinheiro dos Estados Unidos e indo para outros mercados.
03:05Isso já começou a acontecer desde 2 de abril,
03:10quando o Trump veio com tarifaço em vários países.
03:15Já começou, já teve um movimento, se a gente pegar a moeda norte-americana
03:19de 2 de abril para cá, contra as moedas fortes,
03:24houve uma queda de valor.
03:26E isso também seria negativo para o mercado acionário.
03:30Então, a gente espera que ele desista dessa ideia de tentar tirar o Paulo.
03:37Flávio, a gente viveu isso há muito pouco tempo aqui no Brasil,
03:41da mesma forma que Trump critica e pressiona Jerome Powell nos Estados Unidos.
03:46A gente teve também o governo Lula, o próprio presidente em particular,
03:49também fazendo o mesmo tipo de crítico, o mesmo tipo de pressão,
03:53na mesma direção para que os juros fossem reduzidos,
03:56contra o então presidente do nosso Banco Central, Roberto Campos Neto,
04:00que agora deixou o cargo, deixou porque, de fato, terminou o mandato dele
04:03e assumiu o Gabriel Galípolo, esse sim, indicado pelo governo atual.
04:08Ou seja, a gente vê esse tipo de pressão acontecendo.
04:12Agora, para o mercado, e não só para o mercado, para o ambiente econômico em geral,
04:17o ideal é que o Banco Central seja autônomo,
04:19que ele fique blindado das interferências políticas
04:22para que tenha uma atuação eminentemente técnica, não é isso?
04:26Exatamente.
04:30Inclusive, no projeto de independência do Banco Central americano,
04:34que ditou o projeto do resto do mundo, inclusive do Brasil,
04:38o mandato do presidente do Banco Central,
04:42ele não coincide com o mandato do presidente do país.
04:48Tem uma diferença de dois anos.
04:49Então, quem indica o presidente do Banco Central,
04:55ele vai viver dois anos com esse presidente,
04:58e o presidente da República seguinte também vive dois anos.
05:02É uma maneira do presidente do Banco Central ser sempre independente
05:09e não ficar escutando o que o presidente na primeira parte do mandato
05:15ou o presidente na segunda parte do mandato está falando.
05:19O que ele ouve muito são os técnicos do Banco Central e os diretores
05:24que estão todo dia estudando o que deve ser feito.
05:28E no discurso dessa semana, que o Trump não gostou do Jeremy Powell,
05:35o que ele falou?
05:36Ele falou que continua, ele e o Banco Central, analisando os dados todo dia,
05:42mas não existe ainda dados relevantes e confiáveis que vão perdoar
05:51sobre o impacto das tarifas.
05:53Isso é fácil entender.
05:55A gente está no dia 19, as tarifas foram no dia 2 de abril,
06:01e ainda teve o adiamento por mais 60, 90 dias da maioria das tarifas,
06:09com exceção de China.
06:10Então, um Banco Central, seja dos Estados Unidos ou de outro país,
06:16já tomar uma decisão é um pouco de precipitação,
06:21e os bancos centrais têm como característica positiva não se precipitar,
06:27nem para cima, nem para baixo.
06:29e só tomar decisões importantes quando tem um conjunto de dados relevantes
06:37e que fique claro que a situação está igual, melhorou ou piorou.
06:44Flávio, a gente vem acompanhando como essa guerra comercial está afetando
06:48mercados pelo mundo, em especial nos Estados Unidos,
06:51e de uma forma mais aguda o setor de tecnologia.
06:54E o governo Trump fez um movimento de retirar das tarifas
07:00semicondutores, chips, smartphones, computadores,
07:04mas dias depois ele impôs uma barreira à venda de chips dos Estados Unidos para a China.
07:11É uma medida que afetou em especial a americana Nvidia.
07:14Ou seja, ele, num momento, se mostrou, vamos dizer,
07:18sensível às empresas de tecnologia que vinham sofrendo muito,
07:23mas três, quatro dias depois volta a tomar uma medida que afeta,
07:26que impacta diretamente esse setor.
07:29Essas medidas que acontecem para além do tarifácio geral,
07:32essas decisões que Trump vai tomando,
07:35vão criando novas camadas de incerteza,
07:37porque a gente já não está mais falando só de uma tarifa para o país tal.
07:40Existem medidas no micro, em alguns setores, em alguns mercados,
07:45que vão aparecendo durante essa disputa comercial
07:48e impactando os setores da economia também, né?
07:52É verdade, ele já saiu, no caso da China,
07:58com a parte de celulares, eletroeletrônico,
08:02no caso do mundo inteiro, aço e alumínio,
08:06e também que havia exportado para os Estados Unidos,
08:09ele tem tarifas diferentes.
08:11Em primeiro lugar, ele foi sensível aos empresários americanos
08:18ao tirar a taxa para celulares e outros produtos,
08:25porque os empresários americanos chegaram lá e falaram,
08:29olha, o iPhone sai 1.700, ele vai pular para 5 mil dólares
08:34se continuar a sua tarifa.
08:36Ele foi sensível e zerou.
08:39Entretanto, na questão da NVIDIA,
08:42ele mostrou um movimento que eu considero muito importante,
08:49a guerra pela inteligência artificial.
08:53O Trump e os Estados Unidos estão muito preocupados,
08:57porque sabem que a inteligência artificial,
09:00quem ganhar essa corrida vai ter um avanço
09:05em termos de market power,
09:09em termos de influência em vários países muito grande.
09:14E o Trump está tentando brecar o desenvolvimento da China
09:19em inteligência artificial.
09:21Isso é claro para mim.
09:23Mas é uma pena, porque tudo isso cria uma incerteza,
09:27como você colocou bem, muito grande.
09:31Flávio Conde, coordenador setorial da Comissão de Economia da APMEC,
09:35Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento
09:38do Mercado de Capitais do Brasil.
09:40Muito obrigado, Flávio, por nos atender nesse sábado à noite.
09:43Uma boa Páscoa para você e bom fim de semana.
09:45Obrigado a você, todos e a todos.
09:48Boa Páscoa e bom fim de semana.
09:50Obrigado. Um abraço.