Carla Agenta, economista-chefe da CM Capital, analisou em entrevista ao Agora até quando as incertezas sobre o tarifaço de Donald Trump devem impactar a economia global e os mercados ao redor do mundo.
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NotíciasTranscrição
00:00E o novo embaixador do Japão nos Estados Unidos declarou estar extremamente otimista em relação a um possível acordo comercial com os Estados Unidos.
00:10Por outro lado, o ministro das Finanças também no Japão, Katsunobu Kato, está preocupado com os impactos que as tarifas podem causar.
00:19E essa indefinição dentro de um mesmo governo sobre o tarifaço retrata o que a gente pode encontrar no mundo todo sobre política econômica de Donald Trump.
00:28É uma das dúvidas que a gente vai tirar agora com a Carla Argenta, que é a economista-chefe da CM Capital.
00:36Carla, de imediato já agradeço a sua participação ao vivo aqui nesse feriado, nessa sexta-feira santa com a gente aqui no Agora.
00:43E a minha pergunta é a seguinte, empresas japonesas são consideradas os maiores investidores nos Estados Unidos e o Japão é um aliado estratégico de Washington.
00:53Como que você avalia o que ocorreu aí nesse encontro, apesar de não ter havido, de não ter existido um alívio tarifário imediato?
01:03Bom dia para você.
01:05Bom dia, Paula.
01:06Um prazer imenso estar aqui mais uma vez.
01:09Bom, essa conjuntura que se impôs recentemente, ela traz impactos distintos sobre o grande universo da economia.
01:17Eu acho que a gente pode segmentar dessa forma.
01:21Se no mercado financeiro os impactos são muito rápidos, porque o mercado financeiro absorve isso de uma forma muito imediata,
01:27no universo do mundo produtivo, no universo do mundo real, as coisas são um pouco mais lentas.
01:33E esse grau de incerteza elevado, apesar de um último movimento apontar para um arrefecimento tarifário,
01:40apontar para um ambiente de negócios um pouco melhor,
01:43em última instância ele só gera uma coisa, que é dúvida.
01:47Então é por isso que a gente vê essa divergência em relação às próprias autoridades do Japão,
01:52em relação à operação do mercado financeiro e em relação ao mundo também.
01:57Hoje o que para, hoje o que prevalece é dúvida.
02:00Dúvida e incerteza.
02:01E para quem investe, para quem precisa ter alguma sensibilidade sobre retorno de algum tipo de investimento,
02:08planta produtiva, volume de recursos alocados dentro da economia,
02:11a decisão imediata que se tem é evitar que esse tipo de investimento seja levado a cabo.
02:17Então isso é válido para o Japão, isso é válido para outras nacionalidades também,
02:21e apesar dos porta-vozes trazerem essa sensibilidade,
02:27trazerem para o público esses elementos que são carregados de um certo otimismo,
02:33a verdade é que o ambiente geral é muito desestimulativo para qualquer tipo de investimento
02:41e ele é muito ruim para o comércio global.
02:43Então é isso que em última instância ainda prevalece dentro das empresas
02:48e que deve digitar o ritmo da economia nesse primeiro momento.
02:51Isso vale para as empresas que têm exposição nos Estados Unidos e isso vale para outras empresas também
02:56e o Japão está inserido nesse contexto.
02:58Perfeito.
02:59Carla, bom dia.
03:00Queria entender, a gente viu o Japão durante anos operar com taxas de juros negativas
03:07e aí depois de um tempo voltou a ficar estável e aí até aumentar um pouquinho.
03:12Como que essa mudança no posicionamento tarifário, na questão dos juros, aliás, do Japão,
03:18como que isso reflete no mercado como um todo, principalmente nesse cenário agora
03:23um pouco mais conturbado da política global, da política econômica global,
03:27já que Trump está causando com todo mundo, né Carla?
03:32Exatamente.
03:33Bom, em relação ao taxa de juros dos Estados Unidos,
03:35acho que ele acabou sendo um granifiador do comércio global.
03:38Então, os outros países, as empresas, acabavam tomando juros por lá para conseguir se financiar.
03:45Isso acaba sendo um desestímulo para investimento em capital fixo, para investimento em produtivo,
03:50enfim, acaba sendo um desestímulo para as empresas que tinham acesso a esse crédito.
03:55Vale lembrar que não é qualquer empresa que consegue tomar crédito no Japão, né?
03:59A estrutura precisa ser uma estrutura muito robusta, muito grande.
04:03Então, a maior parte do comércio, a maior parte da dinâmica global,
04:06de fato, não tinha esse acesso ao crédito japonês.
04:09Então, esse é o primeiro elemento direto sobre o nível da atividade.
04:12O segundo elemento, que é mais uma vez,
04:14ele enverbera de forma mais intensa no mercado financeiro,
04:16é o fato de o Japão ser o país mais endividado do mundo, né?
04:20A dívida dele é superior a 200% do PIB.
04:24Então, quando essa taxa de juros volta a subir,
04:26os juros que o Japão precisa pagar para o mercado
04:29e para esses financiadores, de modo geral,
04:31acabam ficando muito elevados.
04:33E quando um país é muito endividado,
04:35levanta-se o questionamento sobre a solvência desse Estado.
04:39No primeiro momento, quando o Japão iniciou esse processo lá atrás,
04:44inclusive ele precisou parar o processo de aperto monetário
04:47por conta desse receio que se estabeleceu sobre o mercado.
04:50Depois, com um pouco mais de calma,
04:53o próprio Banco Central do Japão,
04:55as autoridades japonesas mencionaram que
04:57o impacto que havia sido provocado sobre os ativos foi tão grande
05:01que era melhor parar esse processo de aperto monetário necessário,
05:07esperar os ativos encontrarem certa estabilidade
05:10para que depois o Japão retomasse esse processo de aperto monetário
05:13que é conjuntural, né?
05:15Que se impõe por um período curto de tempo.
05:18Ele não é estrutural, né?
05:20Ele é um remédio pontual.
05:22Então, esse movimento foi feito
05:24e o mercado acabou ficando um pouco mais calmo
05:28em relação a essa alta nos juros por lá.
05:30Mas no curto prazo é isso que acontece, né?
05:32Um desestímulo às empresas ao nível da atividade de modo geral
05:36e levanta o questionamento sobre a capacidade do Japão
05:39se tornar, né?
05:41Ou se manter um país solvente
05:42diante de um processo de alta nos juros consistente ao longo do tempo,
05:45já que sua dívida é muito maior do que o seu produto.
05:49Agora, Carla, a gente está falando especificamente aí do Japão,
05:51mas a gente sabe que esse tarifácio de Trump
05:54e todas essas medidas que ele tem tomado
05:57e os anúncios que ele tem feito
05:58estão deixando o mundo todo amedrontado, né?
06:02Não é só com o Japão, claramente.
06:04Agora, depois de ontem ainda,
06:07com as ameaças do Trump contra o Powell,
06:10isso vai aumentar, já está aumentando muito mais
06:13a incerteza política e econômica como um todo, né?
06:16É global.
06:19Exatamente.
06:19Bom, quando a gente fala dos Estados Unidos,
06:21a gente nunca fala de uma escala regional, né?
06:24Os Estados Unidos são o maior mercado consumidor do mundo,
06:26os Estados Unidos possuem o mercado financeiro
06:28mais desenvolvido do mundo.
06:30Então, os efeitos que qualquer política que acontece lá
06:33acaba transbordando para os outros países
06:37são muito elevados.
06:39E, nesse contexto, o Fed acaba sendo uma instituição
06:42absolutamente irrelevante.
06:43Qual é a racionalidade do mercado por trás dos elementos
06:46que aconteceram recentemente?
06:48Bom, os Estados Unidos é um dos países mais importantes
06:50do circuito financeiro global e da economia global.
06:53Quando você tem uma economia dos Estados Unidos muito forte,
06:56você tem também um Banco Central norte-americano,
06:59o Fed, levando a cabo uma política monetária
07:02um pouco mais restritiva, com taxas de juros
07:04um pouco mais elevadas, o que fortalece o dólar
07:06frente às demais moedas do mundo.
07:07Esse é o racional básico por trás desse gerente.
07:09Quando os Estados Unidos apresentam um crescimento econômico,
07:12um nível de atividade que não é tão elevado assim,
07:16e que não promove uma inflação tão elevada,
07:19bom, aí é espaço para uma taxa de juros um pouco mais baixa,
07:22um nível de estímulo para a economia, né?
07:24E esses recursos acabam migrando para o resto do mundo.
07:27Agora, quando um nível de incerteza é muito elevado,
07:30quando existem questionamentos sobre uma recessão global
07:34que é encabeçada pelos Estados Unidos,
07:36isso significa risco, isso significa incerteza.
07:39E nesse caso, o mercado como um todo,
07:42e os agentes do mercado financeiro e do mercado econômico global
07:46procuram ativos considerados mais seguros,
07:49eles fogem do risco, eles procuram liquidez.
07:53E quem tem capacidade para oferecer isso
07:55acaba sendo os Estados Unidos, né?
07:57Por conta justamente do seu desenvolvimento do mercado financeiro.
08:01Então, os recursos, por mais que o fato gerador seja norte-americano,
08:05acabam migrando para lá e prejudicando os demais países do mundo
08:09de forma semelhante.
08:11Então, acho que é essa a racionalidade por trás de todo esse movimento.
08:15Tudo que acontece nos Estados Unidos tem um impacto imenso
08:18sobre o resto do mundo.
08:19E hoje nós estamos migrando entre essas duas últimas esferas
08:22que eu acabei de mencionar.
08:23O nível de atividade mais fraco, que levaria um FED a conduzir
08:27uma política monetária um pouco mais branda,
08:29um pouco mais positiva em termos de taxa de juros.
08:32E o nível de atividade preocupante que isso sinta o risco
08:36da recessão global encabeçada pelos Estados Unidos
08:40e que torna o mundo a ver só o risco.
08:43E é justamente essa colatividade que tem feito com que os ativos
08:46oscilhem dessa forma tão intensa.
08:49Agora, falando, me alongando um pouco,
08:51inclusive já peço desculpa, mas do FED especificamente,
08:53o FED tem um mandato que é muito claro,
08:55que é a contenção da inflação.
08:56As políticas tarifárias, elas reverberam de uma forma muito intensa
09:00nessa inflação.
09:01Então, o FED é obrigado a responder a elas.
09:04Quando o Paulo, quando os membros do FED vêm a público
09:07e trazem esse elemento para tratar da economia,
09:11inevitavelmente eles vão mencionar que a situação está positiva para o FED,
09:15que eles têm um objetivo que está sendo dificultado
09:19para ser alcançado por meio das políticas que estão sendo impostas.
09:22Então, o mercado tende a reagir de uma forma um pouco mais intempestiva e pior.
09:28Nesse caso, porque é o mandato do FED, é o que o FED precisa buscar
09:31e essas políticas vão na contramão de toda a sua meta.
09:35Perfeito.
09:36Carla, muito obrigada, viu, pela sua gentileza de participar com a gente
09:40aqui nesse feriado.
09:41Carla Argenta, vocês telespectadores ouviram aí,
09:45ela que é a economista-chefe da CM Capital.
09:48Um ótimo dia para você e um bom feriado, viu?
09:50Muito obrigada, ótimo dia a todos.
09:53Tchau, tchau.