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Em entrevista ao Real Time, o economista da CM Capital, Matheus Pizzani, analisou os dados da PNAD Contínua divulgados pelo IBGE. A pesquisa mostrou como o desemprego se comporta nos estados brasileiros e o que isso sinaliza para a economia do país.

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Transcrição
00:00E o IBGE divulgou na manhã de hoje os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínuos, o PNAD,
00:10e que é referente, os números divulgados, são referentes ao desemprego nos estados.
00:18Queria chamar a atenção para a gente ver esses números juntos, principalmente porque em alguns estados
00:25a alta do desemprego foi bastante expressiva. Vamos olhar para a região norte e nordeste.
00:31Então, os maiores e menores índices de desocupação, aqui nós fizemos um escalonamento por estado.
00:40Pernambuco, claro, referente ao primeiro trimestre de 2025, alta de 11,6% na desocupação.
00:49Bahia, quase 11%, 10,9%. Em terceiro aqui, Piauí, com 10,2%.
00:57E no outro eixo, na parte de baixo da tabela, as maiores baixas em desemprego,
01:05desocupação também no primeiro trimestre de 2025.
01:09O Mato Grosso, com 3,5%. Rondônia, 3,1%. Santa Catarina, 3%.
01:17A minha cheia aqui agora.
01:22Então, para a gente... Ah, tem mais uma arte, perdão.
01:26Vou pedir, então, aqui a próxima arte.
01:29Falha minha, perdão.
01:31É o seguinte, agora vamos olhar para os outros estados.
01:35Tem aqui maiores e menores também taxa de informalidade.
01:39Nós temos no Maranhão, quase 60% da população economicamente ativa está na informalidade.
01:49Seguido do Pará, com 57,5%.
01:53E o Piauí, com quase, quase não, mais da metade da população economicamente ativa,
02:0154,6% na informalidade.
02:04E as maiores baixas, quando o mercado formal de trabalho acabou crescendo.
02:11São Paulo, 29,3%.
02:14Distrito Federal, capital Brasília, 28,2%.
02:17Santa Catarina também aparece aqui, com 25,3%.
02:21E um saldo geral do Brasil, nós temos 38% da população economicamente ativa
02:27na informalidade, sem a chamada carteira assinada.
02:32Eu queria, para a gente discutir os resultados da pesquisa nacional por amostra de domicílios
02:41contínuos, chamado PNAD, nós vamos falar com o economista da CM Capital, Matheus Pizzani.
02:48Bom dia, Matheus.
02:49Obrigado por participar aqui do Real Time.
02:52Eu, além de saudá-lo, quero saber o seguinte.
02:56Quais fatores explicam o aumento do desemprego em 12 estados brasileiros?
03:02Aqui, nas telas, nós tínhamos os maiores destaques.
03:06Mas é importante, então, deixar todo mundo na mesma página.
03:09Houve um aumento do desemprego, da desocupação em 12 estados brasileiros no primeiro trimestre.
03:19Dá para a gente pré-definir que isso tem muito a ver com o trabalho temporário,
03:25que é muito grande no final do ano, por causa das festas de final de ano,
03:28ou tem um fenômeno completamente novo?
03:30Bom dia, obrigado mais uma vez aqui por participar da nossa programação.
03:36Muito bom dia para você, Favale.
03:38Muito bom dia para toda a audiência do Times.
03:41Agradeço o convite, é um prazer estar aqui.
03:43Já queria começar, inclusive, falando que essa pesquisa, advogada pelo IBGE hoje,
03:50ela é muito rica para nós economistas, porque ela traz, como vocês mostraram
03:54nos dois quadros que foram apresentados aí,
03:58um grau de detalhamento muito interessante sobre o nosso mercado de trabalho.
04:03indo para a sua pergunta, Favale, queria destacar já desde o começo que o aumento da taxa de desemprego no Brasil
04:14nos primeiros meses do ano é um fator que nós chamamos já de, nós conhecemos como sazonal,
04:19ou seja, todo ano nós já esperamos que isso ocorra, sim, principalmente nos primeiros meses do ano.
04:28Isso tem a ver, sim, com a sua colocação, de que você está no momento de transição,
04:33então, no final do ano, as empresas do setor de serviços, do setor de varejo,
04:39elas demandam muito mais trabalhadores, muito mais mão de obra, por conta das compras, das festividades,
04:46e essa mão de obra vai sendo, muitas vezes, dispensada, são contratos temporários,
04:51ou ela vai sendo, de fato, dispensada nos primeiros meses do ano.
04:55Essa sazonalidade ficou ainda mais forte depois da implementação da reforma trabalhista,
05:01que ajudou a modificar ali, e principalmente a deixar mais claro,
05:05alguns tipos, algumas modalidades de trabalho que, enfim, até antes da reforma,
05:10elas acabavam, muitas vezes, se confundindo, eu quero informar o que não era.
05:13Agora, eu queria chamar a atenção também, e acho que vocês acertaram em colocar
05:17a segmentação entre os estados, por quê?
05:21Primeiro, falando sobre aquele primeiro quadro do desemprego a nível regional,
05:27percebam que os estados com maior nível de desemprego, eles são estados que,
05:33primeiro, eles têm um mercado de trabalho maior, por conta do tamanho da população,
05:38e são estados que são majoritariamente apoiados, a sua economia se apoia majoritariamente
05:46no setor de serviços.
05:47Então, é onde esse fenômeno que a gente comentou, de transição do final do ano
05:52para o começo do ano, ele se faz sentir de maior forma.
05:55E a gente não está falando só das compras relacionadas às festividades,
05:58mas também do turismo, por exemplo.
06:01Então, tem essa modificação, e é natural que esse desemprego ocorra,
06:06em estados que têm uma maior dependência do setor de serviços.
06:11Por outro lado, quando a gente olha para as maiores baixas,
06:14é quase como se nós multiplicássemos por menos um,
06:16porque você tem estados que têm mercado de trabalho mais enxuto,
06:21um mercado de trabalho mais reduzido, novamente, por conta do tamanho da população,
06:25e, quando a gente olha para Mato Grosso, Rondônia,
06:28nós estamos falando de estados que têm, na agropecuária, no agronegócio,
06:33o seu principal vetor de crescimento.
06:35E aí é um movimento contrário do que acontece no setor de serviços.
06:40O agronegócio tem, nos primeiros meses do ano, maior dinamismo,
06:45por conta da produção, do escoamento da safra e tudo mais.
06:48Então, você tem ali diferentes movimentos ocorrendo nas diversas partes do Brasil,
06:53que, quando combinados, geram esse aumento na taxa de desemprego que a gente acabou de falar.
06:59Só encaminhando aqui para o final também, Favali, a questão da informalidade,
07:04é um cenário muito parecido com esse que eu acabei de descrever,
07:07no caso dos estados que dependem mais do setor de serviços.
07:11Invariavelmente, quando você tem economias mais robustas
07:14e que dependem mais também do setor de serviços,
07:17cria-se todo um ecossistema no entorno dessas economias
07:22que contempla tanto vagas que são formais quanto vagas que não são formais,
07:28que são vagas informais para atender o conjunto da população que está empregada,
07:33que muitas vezes demanda uma cesta mais diversificada de bens e de serviços.
07:38Então, também algo relativamente comum.
07:40A gente não deveria, não é o ideal,
07:43porque a gente sabe também dos problemas que acompanham a informalidade no mercado de trabalho,
07:47mas é relativamente comum que você tenha, sim,
07:50um maior nível de informalidade em ambientes que você tem
07:53uma economia mais heterogênea, mais diversificada
07:56e com poder de compra mais elevado da população.
07:59Agora, Matheus, a gente fatiou aqui e falamos de setor de serviços,
08:05falamos do agronegócio,
08:07a reação desses números em diferentes partes e diferentes estados brasileiros,
08:11mas eu queria, a tua ajuda, para olharmos para o macro.
08:1538% da população brasileira na informalidade,
08:20das pessoas que estão ali naquela faixa chamada economicamente ativa.
08:24Agora, este dado está melhor com relação aos índices passados?
08:29A gente tem levado mais gente para a formalidade
08:32ou a informalidade ainda continua crescendo, Matheus?
08:35Ele, na margem, ele está um pouco melhor, sim.
08:43Novamente, a gente tem o impacto de questões estruturais aqui,
08:48reformas e tudo mais.
08:49Tem um movimento no pós-pandemia também
08:52que modificou um pouco a característica do nosso mercado de trabalho,
08:56mas o fato dele estar um pouco melhor na margem
08:59não significa que a situação está realmente positiva.
09:0438% é um número bem elevado,
09:07especialmente quando a gente considera o contingente de trabalhadores
09:10que estão no nosso mercado de trabalho,
09:13e ele reflete problemas que são estruturais
09:17e que a gente só vai conseguir resolver no médio e longo prazo.
09:21E aí, quando se trata de mercado de trabalho,
09:23a produtividade da nossa mão de obra,
09:26dos nossos trabalhadores é questão fundamental
09:28para a gente conseguir melhorar esse número,
09:32torná-lo cada vez menor.
09:35Então, respondendo diretamente a tua pergunta,
09:37sim, ele está um pouco melhor por fatores pontuais,
09:41mas ele não é um número confortável.
09:45Acho que muito pelo contrário.
09:47Ele está aí evidenciando alguns problemas
09:49que a gente ainda tem no nosso mercado de trabalho
09:51e que eles devem ser enfrentados, sim,
09:53no médio e longo prazo.
09:54Agora, Matheus, eu acho,
09:58claro, como você mesmo falou,
09:59o PNAD e o trabalho que o IBGE fez agora,
10:03muito rico, com dados muito plurais,
10:06a gente está pegando só os extremos
10:07para deixar todo mundo aqui no escopo desse estudo,
10:11mas eu acho importante esses fenômenos
10:13para a gente, talvez, desmitificar,
10:17tirar o mito que acontece,
10:20às vezes um inconsciente coletivo,
10:21de que os estados que têm maior informalidade,
10:27maior desemprego,
10:29são estados em que tem uma espécie de colchão social do Estado,
10:34estou falando da federação,
10:36em auxílios.
10:37A exemplo do Bolsa Família.
10:39Isto é um fenômeno direto,
10:41porque a gente, às vezes, olha o número cru
10:43e chega a conclusões não baseadas em premissas corretas.
10:50Eu estou criando esse arcabouço
10:52para chegar numa pergunta um pouco mais complexa,
10:54que é a seguinte, Matheus,
10:55como é que as políticas públicas
10:57podem influenciar essas variações regionais
11:01de desemprego, empregabilidade?
11:04E, de novo, aí eu faço uma pergunta 1.2,
11:07que é a seguinte,
11:08essa ajuda do Estado
11:11impacta negativamente na geração de emprego?
11:18Perfeito.
11:20Acho que é importante, inclusive,
11:21começar a resposta para essa pergunta,
11:24fazendo um disclaimer,
11:25que realmente,
11:27enfim,
11:29eu peço licença aqui,
11:32até desculpas,
11:32mas o que você chamou de mito,
11:34eu invariavelmente não posso atribuir outro nome,
11:37a não ser ignorância,
11:38porque você faz, como você colocou,
11:41correlações completamente espúrias,
11:43com base em fatos que você não encontra
11:46qualquer respaldo nos dados,
11:48em pesquisas,
11:49no trabalho de pessoas que estão ali
11:51no dia a dia dessa temática
11:55e que acompanham a fundo por vários anos.
11:58Realmente, a gente não tem a existência
12:01dessa relação entre
12:03questão de pagamento de benefícios sociais,
12:05informalidade,
12:06tampouco em termos de desemprego
12:07ou algo do tipo.
12:08O que a gente tem realmente é que
12:10quando você tem um sistema,
12:13um ecossistema econômico mais robusto,
12:16a capacidade dele criar
12:17vias de informalidade,
12:19ela é muito maior,
12:20porque o poder de compra das pessoas,
12:21ela acaba sendo muito maior
12:23e isso,
12:25enfim,
12:25caso você não tenha nenhuma modificação,
12:27nenhum fator exógeno
12:28que atue sobre isso,
12:30a tendência é que isso vá se propagando
12:33de maneira desenfreada ao longo do tempo.
12:35As políticas públicas,
12:37elas podem ajudar nesse sentido?
12:38Com certeza.
12:39Porque na minha resposta anterior,
12:41eu citei a questão da produtividade
12:42da mão de obra,
12:43que é um fator essencial
12:45para a gente conseguir
12:46reduzir essa informalidade
12:47e várias outras coisas.
12:49Você tem um crescimento econômico
12:51que organicamente ele é mais saudável.
12:54As políticas públicas,
12:55elas podem ajudar de diversas formas
12:56nesse sentido, Favalli,
12:57como, por exemplo,
12:58você investindo mais em educação
13:00e você conseguindo formar estudantes
13:03com capacidade, enfim,
13:05de atuar em diversas áreas,
13:07áreas, por exemplo,
13:08que a gente tem maior dificuldade
13:09na atual conjuntura,
13:11questão de tecnologia e tudo mais.
13:13Essas políticas,
13:14elas podem ajudar, por exemplo,
13:15no sentido mais do cotidiano mesmo,
13:17de prover recursos
13:18para que os estudantes,
13:19as pessoas,
13:20elas consigam se manter
13:22e elevar o seu grado de produtividade
13:25a partir de uma alimentação melhor,
13:27de uma melhor moradia,
13:30no caso das políticas públicas
13:31voltadas para a habitação,
13:33do acesso ao saneamento básico,
13:34por exemplo.
13:35Todos esses fatores,
13:37às vezes, eles são ignorados,
13:38mas todos eles contam
13:39quando a gente trata
13:40de produtividade,
13:41especialmente quando a gente trata
13:42de produtividade
13:44no médio e longo prazo.
13:45Então, você tem que ter
13:47não só uma política pública,
13:49mas existe um leque,
13:50um guarda-chuva de políticas
13:51que ele tem que ser montado
13:53para que você consiga melhorar,
13:56atacar diretamente
13:57essa questão da produtividade.
14:00Isso pode ajudar o ambiente
14:01de negócios?
14:02Com certeza.
14:03Porque à medida em que você tem
14:05uma mão de obra
14:06mais bem qualificada,
14:07a tendência é que ela seja
14:08incorporada pelo setor privado,
14:10até é recomendável que seja,
14:12já que é um dos objetivos
14:16de você formar melhores profissionais
14:19e isso cria um ambiente
14:20de negócio mais saudável,
14:22isso cria um ambiente
14:22de negócio mais estável.
14:25Se você tem uma economia,
14:26pode ser uma economia baseada
14:28no setor de serviços,
14:28não precisa ser necessariamente
14:30no agronegócio
14:31ou no setor industrial,
14:32mas que são serviços
14:33de maior valor agregado
14:35e que você tem uma perspectiva
14:38de uma demanda por esses serviços,
14:39que ela seja mais rígida,
14:41mais segura ao longo do tempo,
14:45certamente você vai encontrar
14:46um volume de investimentos
14:48do setor privado
14:48que ele também vai ser maior.
14:50Então, isso tudo caminha junto sim
14:54e acho que são fatores
14:55extremamente necessários
14:56e que a gente deveria,
14:58como país, como economia,
14:59trabalhar bastante daqui para frente.
15:02Queria agradecer a conversa
15:03que eu tive com o Matheus Pizzani,
15:05que nos ajudou a entender
15:06a complexidade desses números.
15:09Às vezes a gente faz
15:11uma conclusão muito rasa
15:13e chegamos a definições equivocadas.
15:18Muito obrigado, Matheus Pizzani,
15:19que é economista da CM Capital.
15:22Até uma próxima oportunidade.
15:24Tiago, bom final de semana
15:25que está chegando aí.
15:26Tchau.
15:27Tchau.
15:28Tchau.

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