Com as novas demandas, segundo Fernando, o Brasil hoje conta com mais de 20% da matriz energética oriunda da Energia Solar.
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00:00Diário de obras de hoje, vamos falar sobre energia solar e o potencial do Nordeste para gerar esse tipo de energia.
00:08Com ele, Fernando Figueiredo. Muito boa tarde, Fernando. Seja bem-vindo ao programa Olho Viva.
00:13Boa tarde, Fernando. O Nordeste tem um sol para cada um, né, meu irmão?
00:17Rio para todos. Boa tarde, Priscila, Zanete.
00:21Esse tema vinha sendo postergado, né? O pessoal vive me cobrando justamente porque estamos no Nordeste.
00:27E aqui não só o sol é forte, como tem uma incidência durante o dia todo.
00:34Então, é sol toda hora, a hora toda.
00:37E aí, esse é um dos nossos potenciais, mas hoje a gente vai abordar alguns temas que eu vejo, o pessoal costuma não falar tanto.
00:48Primeiro, que é a industrialização desse setor.
00:52cresceu muito. Hoje, lá em 2010, antes de 2010, na verdade, né?
01:00Porque foi implementado em 2010 e começou a utilizar em 2012 o sistema on-grid, que é interligação de rede.
01:10Antes era com bateria.
01:11Então, se você pegasse o maior especialista de energia solar no Brasil, antes de 2010, ali por volta de 2005, recente, né, esse período,
01:21era inacreditável o que aconteceu hoje.
01:25Porque antes era o investimento era para se armazenar em baterias.
01:30E claro que isso se provou ser ineficiente.
01:33Então, quando conseguiu fazer um sistema que é parecido com o que se usa na Alemanha, de integração na rede, aí expandiu.
01:41Baixou o imposto também, com relação a isso que hoje já estão querendo colocar o imposto para cobrar até a energia do sol,
01:48mas se expandiu de uma forma absurda.
01:52Hoje, só para você ter ideia, a gente tem mais de 20% da matriz energética, ela é oriunda da energia solar.
01:58Isso é um dado fantástico para o país, inclusive para o Brasil, que era a matriz energética daqui,
02:06era praticamente exclusiva de hidrelétrica e das termoelétricas, que era a base de combustível, né?
02:12Queima óleo diesel para produzir energia quando as hidrelétricas não supriam essa demanda, principalmente nas épocas de seca.
02:22Aqui a gente já viu os apagões lá da década de 2000, o iminente apagão que teve também na década passada,
02:30é justamente por conta dessa, da baixa diversificação de matriz, e a energia solar supri essa demanda.
02:38O Nordeste, ele entra como um dos principais pontos de formação, de criação de energia solar?
02:45Sim, não só de energia solar, até essas energias renováveis, né?
02:50Eu não gosto de usar o termo energia limpa porque não existe, né?
02:53Simplesmente esse termo não existe.
02:55A energia não é limpa para produzir esses painéis que vocês estão vendo aí, esses painéis fotovoltaicos.
03:01É uma industrialização, uma indústria poluidora, então se causa poluição não é limpa.
03:08Ela é eficiente, claro, se comparada às demais, somado a isso, a disponibilidade de energia solar que tem no Nordeste,
03:17então ela é uma energia mais eficiente para o setor onde estamos inseridos.
03:22E sim, o Nordeste tem um potencial imenso, tanto na energia solar quanto na energia eólica.
03:28Inclusive, uma das pessoas mais ricas do mundo é um cearense daqui do Crato, de Oroes,
03:36de alguma cidade aqui próximo, que tem a Fábrica dos Ventos, que é uma empresa que investiu pesado
03:41na produção de energia eólica, mas o setor de energia solar também é um forte no Nordeste.
03:48E cabe uma observação que é uma pena que o Brasil sempre faz isso, né?
03:54A gente perde esse potencial porque a maior indústria de produção de fábrica desses painéis fotovoltaicos
04:01não está no Nordeste, o que é um absurdo, né?
04:04A gente tem que exportar.
04:05Até pouco tempo a gente tem que realmente importar isso de outros países.
04:09Agora, São Paulo já tem uma indústria pesada disso e está caminhando para abrir na Bahia, no Ceará,
04:14estão caminhando para se instalar fábricas que vão produzir esse tipo de material.
04:20Mas hoje ainda temos muito pouco material desse tipo sendo produzido aqui no Nordeste,
04:25o que é uma pena, né?
04:26Porque a gente tem o produto final, tem uma demanda absurda de produção de energia solar,
04:31mas a gente precisa industrializar isso, precisa fechar o ciclo, né?
04:35Produzir aqui, inclusive incorporar outras tecnologias, que pode ser até um tema para outras colunas, né?
04:43Com certeza.
04:43Agora, Fernando, quando a gente fala sobre a energia solar,
04:47a gente fala justamente desse alto potencial que a nossa região, ela tem.
04:53Mas, ao mesmo tempo, na sua opinião, você acredita que isso será de fácil acesso para,
05:01por exemplo, o desenvolvimento da agricultura familiar,
05:04que é uma outra demanda também que tem.
05:06Claro que a gente fala na indústria, no desenvolvimento do comércio,
05:10mas muito tem se falado também para que a energia solar seja ali uma grande aliada
05:14para a agricultura familiar a partir da chegada das águas da transposição.
05:19Sim, com certeza.
05:20É uma diversificação, né?
05:22Sempre que a gente fala nesse tema, a gente tem que falar que é uma incorporação na matriz.
05:28Por exemplo, o Brasil nunca vai deixar de ter as hidrelétricas.
05:32Eu tenho uma opinião bem contrária às hidrelétricas para se produzir nova,
05:38porque tem outras fontes, tem hidrogênio verde, tem a fissão nuclear,
05:43que é uma tecnologia que é a mais eficiente do mundo hoje na produção energética,
05:47mas a gente tem que diversificar essa matriz.
05:49Não se pode ter isso em todos os locais.
05:52O Nordeste tem um potencial absurdo para a produção de energia solar.
05:56Então, aqui, nessa região em específico, você supre essa demanda justamente com a energia elétrica.
06:03O Brasil caminhava para isso.
06:05Teve as resoluções, como eu disse, de 2012, que foi a adaptação para o sistema,
06:10baseado lá no sistema alemão, que é o One Grid, para ligar na rede.
06:14Em 2018, teve um aperfeiçoamento dessas diretrizes,
06:18só que, aparentemente, o Brasil começou a caminhar no sentido contrário.
06:23Parece que despertaram-se os políticos para o potencial econômico que vê isso
06:28e começaram a aumentar as taxas, a burocracia.
06:32Então, isso dificulta demais a vida, inclusive, do pequeno produtor.
06:37Creio que você, quando falou em pequeno produtor, seja, por exemplo,
06:41o que acontece em alguns países do mundo, que você pode fabricar sua energia solar,
06:45aquele excedente você vende.
06:47Comercializa mesmo.
06:48Você entrega a energia, você monta uma fábrica, por exemplo,
06:52o pequeno agricultor ou da agricultura familiar,
06:55poderia fazer isso, produzir a própria energia
06:57e o excedente ele poderia comercializar.
07:00Hoje, o Brasil não permite.
07:03Eu achava, se a gente estivesse conversando lá por 2017, 2018,
07:09eu achava que o Brasil ia caminhar para isso.
07:10Só que, com o andar do sistema, eu acho que não.
07:15Porque, aparentemente, com essas taxações na produção de energia solar,
07:21o caminho que eu estou vendo, que eu estou vislumbrando,
07:24é justamente para a proibição dessa comercialização.
07:26E comercialização que eu estou falando é de fato.
07:28Hoje, você pode trocar.
07:30Então, você produz um excedente e aí você abaixa na sua conta de energia,
07:35ganha algum bônus que a concessionária dá.
07:38Mas tem alguns países que já permite vender mesmo, vender.
07:41Você tem lá um excedente, custa X.
07:43Você recebe esse valor na sua conta de transferência PIX
07:46pelo fornecimento de energia.
07:48Ao meu ver, que é uma opinião pessoal, apesar de técnico,
07:51mas é uma opinião pessoal,
07:53esse é o sistema melhor empregado,
07:55tanto para a agricultura familiar,
07:57quanto para fomentar a economia aqui na nossa região.
08:00Fernando está no arroba...
08:02Isso.
08:02No Instagram é arroba Fernando Figueiredo,
08:04tem um S no final.
08:05E no YouTube é arroba Direito à Engenharia.
08:10Você também me encontra lá.