Durante visita oficial à China, o presidente Lula (PT) afirmou que a relação entre os dois países "nunca foi tão necessária" e destacou a harmonia no trabalho conjunto entre as nações. Nesta terça-feira (13), os países assinaram novos acordos bilaterais em áreas estratégicas da cooperação internacional.
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NotíciasTranscrição
00:00Retomando a nossa conversa, num discurso nesta terça-feira, o presidente Lula declarou que a relação entre Brasil e China nunca foi tão necessária.
00:08Vamos então falar com a Luciana Verdolim. E isso é um recado diante dos últimos movimentos dos Estados Unidos de protecionismo, né Luciana Verdolim?
00:17Ao passo em que o presidente da República fala sobre ampliar o multilateralismo. Conta pra gente, bem-vinda.
00:22É isso mesmo, Sini. Boa tarde pra você, boa tarde a todos. O presidente faz questão de ressaltar que apesar da distância que separa o Brasil da China, os dois países nunca estiveram tão próximos e estão trabalhando em harmonia.
00:41Os chineses, segundo Lula, estão inclusive muito interessados em investir na infraestrutura brasileira, o que vai significar na prática e desenvolvimento.
00:51Com relação à nova política tarifária dos Estados Unidos, Lula fez questão de ressaltar que guerras comerciais não ajudam ninguém na avaliação dele.
01:01Elas elevam preços, deprimem economias e corrói a renda dos mais vulneráveis.
01:07Por isso, defendeu a necessidade de respeito às regras da Organização Mundial do Comércio e de se aproximar, né, pro Brasil vai ser uma grande oportunidade.
01:18Se aproximar mais de países como Rússia, China, a gente tem a declaração do presidente Lula.
01:24A relação entre o Brasil e a China nunca foi tão necessária.
01:32A comunidade de futuro compartilhada por um mundo mais justo e um planeta sustentável, que estabelecemos em novembro passado, é uma alternativa às rivalidades ideológicas.
01:46Há anos, a ordem internacional já demanda reformas profundas.
01:53Nos últimos meses, o mundo se tornou mais imprevisível, mais instável e mais fragmentado.
02:02China e Brasil estão determinados a unir suas ordens contra o unilateralismo e o protecionismo.
02:11A defesa intransigente do multilateralismo é uma tarefa urgente e necessária.
02:19O presidente lembrou também da importância de se garantir a paz, a união entre os países e voltou a criticar os conflitos armados, seja da Rússia com a Ucrânia, seja na faixa de Gaza.
02:33E fez questão de ressaltar que é preciso fortalecer a ONU, a Organização das Nações Unidas, que só aí vai ser possível chegar a um acordo com os demais países do mundo.
02:44Teve também uma reunião da CELAC com a China, a comunidade dos países aqui da América do Sul e caribenhos.
02:51E o presidente Lula lembrou que isso também é uma oportunidade de crescimento, porque se tiver alguém com dificuldade na região, a região como um todo não se desenvolve.
03:03A gente também tem a declaração de Lula.
03:06Ou nós nos juntamos, entre nós, e procuramos parceiros que queiram junto conosco construir um mundo compartilhado, ou a América Latina tende a continuar sendo uma região que representa a pobreza no mundo de hoje.
03:26É importante que a gente compreenda, não depende de ninguém, não depende do presidente Xi Jinping, não depende dos Estados Unidos, não depende da União Europeia, depende pura e simplesmente se a gente quer ser grande ou a gente quer continuar pequeno.
03:44A China é o segundo maior parceiro comercial da CELAC como um todo.
03:50Segundo o presidente brasileiro, é preciso aproveitar esse bom momento de relacionamento.
03:56Muito obrigado, Luciana Verdolim, pelas informações.
03:58Gustavo Segreio, eu te pergunto.
04:00A relação com a China nunca foi tão importante?
04:05Eu não sei.
04:07Depende do ponto de vista com o que a gente olha a notícia.
04:10Do ponto de vista do resultado da balança comercial, parece importante, claro.
04:14Do ponto de vista de possíveis investimentos e reforços possíveis, porque até que o dinheiro não chega, é uma teoria.
04:23Me parece também importante.
04:24Agora, é curioso como a relação internacional, o vínculo com o Brasil e China, tem alguns critérios que, confesso, não consigo entender.
04:35Foi divulgado na China o filme Eu Estou Aqui, que fala sobre a crueldade das ditaduras.
04:45E foi apresentada num país que é uma ditadura.
04:47China é uma ditadura.
04:48A gente gosta, não gosta de uma ditadura.
04:50Eu não sei se na comitiva viajou a deputada Erika Hilton, falando sobre a necessidade de diminuir a base do trabalho na jornada 4x3.
05:02A China tem 6x1 e cada um desses 6 são 12 horas de trabalho.
05:10Mas parece que ninguém no Brasil se preocupou por isso.
05:13Então, é uma questão que me parece bastante falsificada, né?
05:19Porque, por um lado, a gente defende, mas eu não vi nenhum pio de ninguém do Brasil reclamar sobre a jornada de 12 horas por 6 dias trabalhados na China
05:30ou fazer uma menção de que também lá é uma ditadura.
05:33Da mesma forma que a menção do filme Eu Ainda Estou Aqui.
05:37Você acha que haveria necessidade dessas menções, Piperno?
05:39Não.
05:40Veja, a China, ela também tem por princípio não se intrometer em questões de nações amigas.
05:50Estou falando nações amigas.
05:51Eu não estou falando daqueles com quem a China eventualmente possa ter atritos.
05:56É uma forma clássica da diplomacia chinesa, inclusive, se comportar.
06:03A China, por exemplo, ela se relaciona aqui na América do Sul cada vez mais com todos os regimes.
06:12A China é parceira, por exemplo, da Venezuela, mas é parceira, por exemplo, cada vez maior do Paraguai,
06:20historicamente do Peru, fazendo enormes investimentos no Peru.
06:26Recentemente inaugurou o porto de Xancai.
06:28A China, inclusive, até recentemente, ela era também, digamos, parte quase que predominante lá no canal do Panamá,
06:41até a intervenção do presidente Trump e tal.
06:43Isso mudou um pouco, mas enfim.
06:45A China, ela é muito agressiva do ponto de vista comercial.
06:50Na África nem se fala.
06:51Agora, a China, ela costuma não se intrometer no quintal do vizinho.
06:58É uma forma da China...
07:00A China sabe que, obviamente, ela é muito diferente das democracias ocidentais.
07:05Então, para que ela vai querer colocar isso na balança também, né?
07:09Zé Maria Trindade, como é que o senhor avalia?
07:11Olha, primeiro, é dizer que essa foi uma visita importante do presidente Lula, a equipe de governo e o grupo de empresários.
07:23Foi uma comitiva muito grande.
07:25E foram, antes, um grupo, os ministros e também pessoas ligadas à empresariado brasileira que fizeram essa preparação para chegar a esse ponto aí.
07:38Esse foi o último ato da China.
07:39E lembrando também que, politicamente, é muito importante que, antes de chegar na China, passou pela Rússia.
07:46E, politicamente, essas visitas, elas valem tanto quanto comerciais.
07:53Elas são muito mais políticas do que comerciais.
07:55Todos os discursos do presidente Lula nessa viagem, tanto da Rússia quanto à China,
08:01foi no sentido de união de um bloco que sugere, não diz claramente, né?
08:08Antagônico ao nosso parceiro secular, que é os Estados Unidos.
08:13Eles são nossos parceiros há mais de 200 anos.
08:17Não sei precisar exatamente, mas eu sei que há mais de 200 anos.
08:19Então, assim, os primeiros a reconhecer a liberdade do Brasil, a independência do Brasil.
08:27Enfim, não é bom.
08:30Eu gostaria até que houvesse um mensageiro do futuro para dizer,
08:34olha, a China vai dominar o mundo e essa parceria agora vai garantir ao Brasil
08:39uma primazia nas relações com o futuro grande poder do mundo, algo assim.
08:46Mas não vejo que isso aconteça tão rapidamente, se isso vai acontecer.
08:52É claro que os Estados Unidos estão de olho exatamente nessas relações
08:56e nessa defesa de uma união do Bloco Sul, do Cone Sul, do lado sul do globo terrestre,
09:03que é o que defendeu lá o presidente Lula.
09:06Então, é uma relação, eu diria, perigosa e que está ficando cada vez mais próxima.
09:13O Brasil reclamou da China de investimentos na África, na área do agronegócio
09:19e poderia criar na África um grande concorrente para o Brasil.
09:24São temperaturas parecidas, solo também parecido, né?
09:27E usando a tecnologia que dá em Brapa, nossas matrizes,
09:31nós exportamos, por exemplo, matrizes vivas, gado vivo.
09:35Isso ficou muito perigoso num determinado momento.
09:38Então, agora, recebendo investimentos diretos da China e esses acordos,
09:43pode ser que isso seja revertido.
09:45Mas eu acho um discurso, eu diria, muito sensível
09:49pelo momento dessa disputa entre dois grandes, China e Estados Unidos.
09:55Alangani, o presidente da República fala sobre a necessidade de crescimento do multilateralismo
10:02num mais indireto, até mesmo direta, o presidente americano, Donald Trump,
10:05depois das decisões que ele fez, que são muito baseadas em protecionismo.
10:08Como é que você vê, então, o fato de ele colocar que essa união nunca foi tão necessária como é agora
10:15a partir de um movimento que um outro grande parceiro econômico do Brasil,
10:20como deixou claro agora o Zé Maria Trindade, que são os Estados Unidos, tomam essa decisão?
10:24Olha só que interessante, Evandro.
10:28O próprio Estados Unidos reconhece a importância da China.
10:33Por que os Estados Unidos voltaram atrás em relação às tarifas?
10:37Eles voltaram para a estaca zero, diga-se de passagem.
10:40Praticamente as mesmas tarifas que eram praticadas ali antes do Liberation Day.
10:47Estados Unidos colocava 25% contra a China, em média, agora 30%.
10:51E a China, 10%. Praticamente a mesma coisa antes do Liberation Day.
10:56Ou seja, é porque o Trump fez tudo isso, toda essa reviravolta,
11:01para as empresas migrarem para outros países,
11:04para ter perdas bilionárias no mercado de ações,
11:07para gerar incerteza nos Estados Unidos.
11:09A troco de quê que ele faz isso, Evandro?
11:11É um xadrez 5G?
11:13Ou é porque ele entendeu que a China é grande demais
11:17e traria prejuízos para o próprio Estados Unidos, né?
11:21Elevar as tarifas em 145%.
11:23Seria inviável.
11:25Então, o próprio Estados Unidos reconhece que a China é grande demais
11:30para você desprezar do ponto de vista comercial.
11:33E aí o presidente Lula faz uma leitura bastante pragmática nesse sentido
11:40de que a China é hoje a principal parceira comercial do Brasil,
11:45ainda não é a principal parceira em investimentos,
11:48ainda é os Estados Unidos,
11:50mas reforça que numa guerra tarifária,
11:52todo mundo sai perdendo, o que é verdade.
11:54Se você tem uma guerra tarifária,
11:56a gente tem uma ideia falaciosa, Evandro,
11:59de que se eu aplico tarifa contra o outro país,
12:02só eu saio ganhando e o outro país sai perdendo.
12:05Não, os dois saem perdendo e eu vou além.
12:07O país que aplicou a tarifa sai perdendo ainda mais.
12:11Sabe quem é que concordaria com esse discurso?
12:13Ronald Reagan.
12:14Sabe quem é que concordaria com esse discurso?
12:16Milton Friedman.
12:17Veja, eu não estou falando aqui de gente de esquerda,
12:19eu estou falando um dos ícones da direita norte-americana,
12:22considerado um grande estadista dos Estados Unidos,
12:25o Ronald Reagan,
12:26falando que a tarifa protecionista é um remédio que volta contra você.
12:30Você leva a decadência da sua indústria,
12:33você gera prejuízos nos consumidores,
12:36aliás, Milton Friedman também dizia a mesma coisa,
12:39é um imposto que você coloca em cima dos consumidores,
12:43você prejudica os consumidores.
12:44Então, nesse sentido, o presidente está absolutamente correto,
12:48de que a gente precisa caminhar para mais globalização.
12:52E não existe globalização asséptica,
12:55ou seja, se é aquela globalização onde só eu saio ganhando.
12:59Não, a partir do momento que você entrou para o comércio internacional
13:02e abriu a sua economia,
13:04um sai ganhando e o outro sai perdendo.
13:06É natural, você vai ter setores do seu país
13:09e empresários que não vão conseguir competir com empresários lá fora.
13:13Vai falir.
13:13Da mesma maneira que alguns setores aqui no Brasil
13:17vão ganhar de setores lá fora.
13:19E outra ideia falaciosa,
13:20desculpa me estender esse comentário,
13:22mas é porque é importante.
13:23Outra ideia falaciosa.
13:25O setor externo representa muito pouco do PIB.
13:29A maior parte do PIB vem de consumo e investimento
13:32que a gente está falando do setor interno da economia.
13:35Basicamente, 70% é consumo.
13:37Então, você pode, muitas vezes,
13:39ter um déficit em transações correntes,
13:41um déficit comercial,
13:42importar a máquina de outro país
13:44para desenvolver o seu mercado interno.
13:47Então, essa ideia, esse fetiche que tem,
13:50que só exportação que é o que importa,
13:52é uma ideia falaciosa do ponto de vista econômico.
13:55Desculpa, só uma coisa rápida.
13:57Assim, a gente também tem uma outra,
14:00desenvolve, às vezes, uma outra ideia falaciosa
14:02de que o Brasil só olha para a China,
14:04o Brasil só busca acordos com a China,
14:06vai se tornando dependente demais.
14:07Veja, o Brasil não está vetando a entrada de ninguém.
14:10Na semana passada, a gente mostrou aqui, por exemplo,
14:14o ministro Fernando Haddad participando de eventos
14:17lá nos Estados Unidos também para buscar investimentos.
14:20Tem uma delegação que está lá na Europa.
14:23Aliás, o ministro Silvio Costa viajou com o governador Tarcísio,
14:27passou por vários países para tentar captar recursos,
14:30atrair investimentos para obras de infraestrutura,
14:33como, por exemplo, o túnel Santos-Guarajal.
14:35O Brasil precisa de dinheiro para isso
14:38e está em busca de parceiros.
14:40Agora, se o Iuan se interessa mais por esse pacote
14:46do que o dólar, aí eu acho que a gente não tem lá muito a fazer,
14:50a não ser falar, venha, porque nós queremos dinheiro de fora.
14:54Eu quero trazer outros temas agora e girar um pouco a nossa.
14:56O que foi, Segre?
14:58Eu queria comentar que quando a gente toma
15:00a informação do presidente Lula na China,
15:03dizendo que somos contra o protecionismo,
15:05eu recomendaria aos assessores do presidente Lula
15:08olhar os indicadores da Câmara de Comércio Internacional,
15:10CCI, o Brasil é muito mais protecionista
15:14que os Estados Unidos, segundo essa Câmara de Comércio Internacional.
15:17Não estou eu falando isso.
15:19Então, presidente Lula, tem que ler um pouco mais,
15:21fala para os assessores, passar informações,
15:23porque fica uma situação muito constrangedora
15:26falar que é contra o protecionismo
15:28quando, segundo indicadores internacionais,
15:30o Brasil é muito mais protecionista que os Estados Unidos.
15:33Então, vamos lá, vamos lá.