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O economista Arnaldo Lima, da Polo Capital, analisou os impactos da disputa comercial entre Estados Unidos e China, a alta da Selic no Brasil e o potencial de atração de capital estrangeiro no segundo semestre. O cenário fiscal e reformas estruturais também entram no radar.

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Transcrição
00:00Agora com o economista Arnaldo Lima, ele é líder de relações institucionais da Polo Capital.
00:05Arnaldo, boa noite, obrigada por ter aceitado o nosso convite.
00:09Bom, Arnaldo, semana terminando aí com vários destaques do noticiário econômico,
00:13vou citar alguns, Vinícius já citou alguns, eu vou citar outros aqui,
00:17decisão do Banco Central no Brasil, decisão do Federal Reserve nos Estados Unidos,
00:21amanhã essa reunião entre representantes de comércio dos Estados Unidos e da China.
00:26Queria começar por essa reunião, vamos começar jogando para frente.
00:31O que você espera desse encontro?
00:34Bem, boa noite a todos, obrigado pelo convite, é um prazer estar aqui com vocês.
00:38Já mostra um cenário um pouco melhor do que quando a gente iniciou ali as nossas perspectivas
00:44em relação ao Libertation Day ali em abril, né?
00:48Então, o mercado começou a precificar uma queda muito grande,
00:52tanto do crescimento econômico mundial e dos Estados Unidos,
00:55e agora a gente já começa a ver uma necessidade, uma celeridade por parte do Trump
01:01de fechar acordos e isso, de certa forma, favorecê-los no curto prazo em relação
01:06tanto ao saldo comercial, mas de alguma maneira isso começa a ter uma ruptura
01:12no padrão monetário mundial, né?
01:15Acho que o Trump meio que se inspirou ali em 1971 com o fim do padrão ouro
01:22e acabou jogando a sua palma de negociação muito duro com vários dos países
01:28e aí o que ele quer de fato é um setor econômico que gere mais emprego,
01:34favorecendo aí o que a gente chama de Roosevelt, né?
01:37Que é ali favorecendo a indústria automobilística americana,
01:41mas as pessoas estão falando muito de discussão, 80% de redução da tarifa em relação à China,
01:47mas acho que essa discussão ainda vai caminhar bastante
01:49e acredito que vai para uma discussão mais setorial.
01:52Estados Unidos querendo vantagens relativas em relação à indústria manufatureira,
01:57especialmente ao automobilístico, e a China, de certa forma,
02:00também acelerando em relação a serviços, né?
02:03Em relação à tecnologia, por exemplo.
02:04Bom, vamos falar agora do cenário interno com o Selic a 14,75% ao ano.
02:11Na sua análise, a gente chegou no teto?
02:14Então, a nossa perspectiva é que a Selic Terminal feche em 15%.
02:18Naturalmente, a gente está esperando aí a ata do Copom a ser divulgada na semana que vem,
02:24para que a gente possa começar a rever se teve um fim do ciclo ou não.
02:28Mas o importante é que se antes o Banco Central falava de um cenário assimétrico
02:32em relação ao balanço de riscos, começou a tirar tanto a perspectiva futura,
02:36o que a gente chama de guidance, e a gente está no cenário,
02:39entrando no semestre muito melhor do que no primeiro semestre, né?
02:44Então, a gente já começa a discutir o PIN, do ciclo de aperto monetário,
02:49e, de certa forma, isso, tendo em vista as vantagens relativas que o Brasil pode ter
02:54em relação a essa questão da guerra comercial, tem uma possibilidade de a gente atrair investimentos estrangeiros,
03:01favorecendo aí a apreciação do real, que pode favorecer também a queda da inflação
03:06e a reancoragem das expectativas.
03:08Mas, neste momento, a gente espera uma Selic de 15%.
03:10Vou passar para a pergunta dos nossos analistas.
03:13Vamos começar pelo Alberto Azental.
03:14Boa noite para você, Alberto, e fique à vontade para a sua pergunta.
03:18Cris, boa noite. Boa noite a todos.
03:20Arnaldo, essa semana a gente ouviu sobre a negociação entre Estados Unidos e Reino Unido,
03:28sobre a aproximação dos Estados Unidos em conversas com a Índia.
03:32E, que nem você acabou de mencionar, já se fala em outros números de barreira tarifária em relação à China.
03:39Essa crise criada, essa instabilidade criada,
03:42você está entendendo que ela já começa a reverter e isso acaba por animar ou animou os mercados?
03:51Sim, acho que o mercado sempre olha de forma prospectiva.
03:54E é bom lembrar que Japão, China, Reino Unido,
03:59detêm ali cerca de 30% da dívida pública americana, cerca de 2,5 trilhões aplicados.
04:05A partir do momento que eles começam a ir para um outro padrão de reserva
04:08ou vender esses tipos do mercado,
04:11você começa a ter desafios nos Estados Unidos em relação à própria questão fiscal deles.
04:16Então, naturalmente, o que a gente vê, a gente não acredita que os Estados Unidos ainda é muito forte,
04:22mas o que a gente vê, como foi no Covid,
04:24a gente acelerou toda a questão relacionada ao Zoom, a outros instrumentos de tecnologia.
04:30Toda essa questão relacionada à forma de negociar nos Estados Unidos
04:34fará com que novos padrões de transação de moeda comecem a surgir,
04:38especialmente em substituição ou em concorrência com o SWIFT,
04:42que demora dias e tem um custo elevado para fim de comércio exterior.
04:46E, nesse caso, a gente já vê ali na China, na Ásia,
04:50já vários novos sistemas de transação.
04:52Então, tem muita coisa acontecendo.
04:54Acho que o mais importante para a gente,
04:55tendo esse olhar doméstico,
04:58é que sem surpreender,
04:59minimamente fazer o dever de casa em relação ao fiscal,
05:02a gente pode ter um segundo semestre muito favorável ao ingresso
05:06de investidores estrangeiros,
05:08seja um investimento direto, seja em relação a aplicações.
05:11E a gente começa a ter uma taxa de juros real,
05:14que ainda que se disputa uma elevação de 0,25 pontos percentuais
05:18na próxima reunião ou não,
05:20você já começa a ver uma possível reancoragem de expectativas
05:23e fazendo com que a taxa de juros real da economia comece a cair.
05:27E aí, nesse sentido, você tem o favorecimento de novos investimentos,
05:30inclusive em renda variável.
05:32Arnaldo, quero aproveitar algo que você acabou de falar.
05:35O que é fazer o dever de casa em relação ao fiscal?
05:38Esse é um grande debate.
05:42O Brasil hoje investe muito no passado e pouco no futuro.
05:47A gente tem 93% das nossas despesas vinculadas a algum setor,
05:53isso é meritório, foi meritório pós-constituição de 88,
05:56mas hoje, naturalmente, a gente tem uma necessidade,
05:59especialmente de fazer uma nova reforma da Previdência.
06:01Se a gente pensa ali, hoje a gente precisa mais ou menos de três pessoas
06:06em atividade para financiar uma pessoa em inatividade,
06:10quando a gente olha os nossos regimes de previdenciário,
06:13de repartição simples, como o INSS, como o RPPS,
06:16você tem mais inativos do que ativos,
06:18ou seja, nós já não temos mais o bônus demográfico.
06:21Então, toda discussão tem que ser no sentido de ter uma proteção mínima,
06:26mas é fomentar com que as pessoas busquem sua longevidade financeira
06:30no setor privado, fazendo com que, de certa forma,
06:32a gente aumente nossa poupança, a nossa capacidade de investimento
06:36e nosso crescimento de potencial também.
06:39Então, de certa forma, acho que a grande prioridade,
06:41nesse momento, é estender a reforma da Previdência
06:45que foi feita na União para os estados e municípios,
06:47é uma PEC que está sendo discutida no Congresso, tem avançado,
06:50e a outra segunda grande reforma estruturante é a reforma administrativa,
06:54que foi tentada no governo Temer,
06:56foi enviada uma PEC no governo Bolsonaro,
06:59e a gente não está especificando isso.
07:01O STF acabou de fazer uma grande reforma,
07:03que é a questão de você não precisar ter toda a gestão
07:07via concurso público e também ter a estabilidade do setor público.
07:11Então, é uma discussão que está acontecendo.
07:12Então, eu vejo alguns avanços estruturantes na nossa economia.
07:15Por outro lado, precisamos investir muito em educação e inovação
07:18para que a gente possa ser um grande protagonista do setor externo.
07:22Vou passar agora para o Vinícius. Vinícius, por favor.
07:25Arnaldo, boa noite.
07:26Eu queria voltar para a história da China,
07:28porque, embora seja um sinal de distensão
07:31e até possa sair da reunião no final de semana
07:35um sinal para novas discussões,
07:38um acordo com a China, até para reduzir essas tarifas,
07:41a não ser que aconteça um milagre,
07:43vai exigir meses de conversa.
07:45A não ser que o Trump diga,
07:46olha, a gente acertou com a China que volta tudo para 20%
07:50de uma hora para outra, que é um milagre.
07:52Esses meses vão criar problemas na economia real,
07:55de abastecimento não só de produtos,
07:57como de insumos para a indústria americana.
08:00Sem contar que ainda existem tarifas de 25% sobre carro,
08:03sobre Canadá e México.
08:06Tudo isso vai fazer com que exista um encarencimento,
08:10falta de produtos e, ainda por cima,
08:12falta de perspectiva de quando vai haver
08:15alguma espécie de normalização e estabilidade.
08:18Então, a gente pode, talvez, ver um sinal
08:21de que negociações vão continuar,
08:23mas na economia real a gente vai ver problemas
08:26no segundo trimestre.
08:27Você concorda com isso?
08:28Você acha que a gente vai ver agora
08:30reflexos da política do Trump na economia real
08:34e da economia real com indicadores mais negativos
08:37para os mercados?
08:38Ou você acha que a expectativa de alguma melhora futura
08:42pode compensar isso?
08:43Quer dizer, no final eu estou perguntando,
08:45quando checar a ficha no mercado real de produtos e bens,
08:50o mercado financeiro vai sofrer de novo?
08:55Bem, isso é o que eu chamo de efeito do brinquedo
08:57Hot Wheels ali, né?
08:59Então, assim, começam a exigir triangulações,
09:02a China exportando ali para o Vietnã
09:05para depois exportar para os Estados Unidos,
09:06os Estados Unidos já reagiram.
09:07Então, isso é muito intensivo em mão de obra do setor público
09:11para poder ter esse tipo de proteção.
09:15E o tarifo nessas magnitudes, como você falou ali,
09:18é até melhor outras medidas não tarifárias
09:21e aí você começa a ter uma discussão setorial.
09:23O fato é que, de fato, como essa questão do brinquedo
09:26que eu citei aqui, já sobe de um para dois dólares, né?
09:29Então, você começa a ter problemas ali relacionados à inflação
09:32e muitas das vezes as pessoas já estão ali antecipando
09:36questões relacionadas ao Natal, por exemplo.
09:38Estão tentando comprar produtos para que você ali não tenha um desabastecimento.
09:43Então, isso gera uma pressão adicional também
09:47para que os acordos sejam fechados, né?
09:49E não à toa...
09:51O próprio Trump já tem se comunicado bastante na sua rede social.
09:56E se ele não fechar, de certa forma, muito rápido,
09:59também há um rebalanceamento das forças do Congresso
10:02e as próprias empresas de tecnologia americanas aí
10:06que tiveram uma grande exportação para a China.
10:10Então, naturalmente, isso faz com que tenha uma celeridade,
10:13mas dentro dessas rodadas de negociações internacionais
10:16é preciso contar uma história de vencedor.
10:19Então, o que vai ser contado é que, de fato,
10:21vai ter uma melhora futura aí na balança comercial americana
10:26no curto prazo, possivelmente,
10:28mas no longo prazo, os Estados Unidos aí,
10:30após toda a parte da Bretton Woods,
10:34começa a deixar de ser o porto seguro do investimento.
10:38Então, o mais importante é a gente se aproveitar
10:41dessas oportunidades, né?
10:42A gente está falando dos Estados Unidos tentando fechar
10:44acordo com o Reino Unido, com a Índia, com o Japão.
10:47E a gente entende o Brasil tendo todo um favorecimento
10:51em relação à geopolítica,
10:53não buscando nenhum tipo de conflito.
10:55A Índia, por exemplo, entrou em guerra, né?
10:57Então, acho que a gente tem uma possibilidade grande
11:00de ser receptor aí desses recursos que qualquer parte que,
11:04assim, a gente estima aí mais de 2,5 trilhões de dólares ali
11:08que foram investidos nos Estados Unidos ali
11:11pelos investidores institucionais,
11:14e começa a ir para outros países, né?
11:15Começa a ir para a Europa, começa a vir para o Brasil,
11:18e aí a gente começa a se posicionar de uma forma melhor.
11:21Mas, de novo, a gente precisa mostrar,
11:23nos promover de que nós temos segurança jurídica,
11:25temos possibilidades de aumento de produtividade
11:28para recepcionar esse recurso e dar o melhor retorno possível.
11:32Arnaldo, muito obrigada.
11:33Prazer ter você aqui com a gente.
11:35Bom fim de semana e até uma próxima.
11:38Obrigado, boa noite.
11:39Obrigado.
11:40Obrigado.
11:41Obrigado.

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