O empresário Pablo Marçal recebeu a segunda condenação na Justiça Eleitoral de São Paulo. A decisão o acusa de abuso de poder econômico, captação ilícita de recurso e uso indevido de meio de comunicação social durante a campanha à Prefeitura de São Paulo, em 2024, além de aplicar uma multa de 420 mil reais. Marçal ainda pode recorrer da decisão. O atual caso, movido pelo PSB, envolve o canal de Marçal na rede social Discord durante a eleição. Na plataforma de mensagens, Marçal organizou campeonatos com prêmios em dinheiro para usuários que gerarem o maior número de visualizações de conteúdo em seu favor. Procurado, o empresário afirmou que a "decisão é temporária" e que cumpriu todos os requisitos legais durante a campanha.
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NotíciasTranscrição
00:00O empresário Pablo Marçal recebeu sua segunda condenação na Justiça Eleitoral de São Paulo.
00:08Olha só!
00:10A decisão que o condenou acusa Marçal de abuso de poder econômico,
00:17captação ilícita de recurso indevido de meio de comunicação social
00:23durante a campanha à Prefeitura de São Paulo no ano de 2024.
00:28Além disso, ele tomou uma multa de R$ 420 mil.
00:35Doído, hein?
00:36O Marçal ainda pode recorrer da decisão.
00:40O atual caso, que é movido pelo PSB, envolve o canal de Marçal na sua rede social,
00:49que é o canal Discord, durante a eleição.
00:51Na plataforma de mensagens, o Pablo Marçal chegou a organizar campeonatos com prêmio em dinheiro
00:59para usuários que gerassem o maior número de visualizações de conteúdo em seu favor.
01:07É.
01:08Procurado, o empresário Pablo Marçal afirmou que essa decisão é temporária
01:14e que cumpriu todos os requisitos legais durante a campanha.
01:20Ana Beatriz Hirsch.
01:23Ele praticamente não consumiu recursos durante a sua campanha.
01:27Ele usou realmente dessa multiplicação de manifestações em rede social.
01:35Mas eu vi que você achou que a decisão está correta.
01:38Queria te ouvir.
01:39Não, Capês.
01:40Assim, não tenho nem elementos suficientes para dizer se a decisão está correta ou não.
01:47Eu só acho que tanto o Pablo Marçal quanto todos os demais candidatos
01:52precisam seguir as regras estabelecidas de um processo eleitoral.
01:57E isso inclui uma série de limitações para não haver um desequilíbrio exacerbado entre os candidatos.
02:03Eu, por exemplo, já discuti isso algumas vezes aqui,
02:07eu acho até injusto que a gente tenha um processo eleitoral
02:10com a divisão de tempo de televisão e rádio da forma que é feita,
02:14com a própria questão da reeleição,
02:16porque a gente acaba tendo candidatos que já são muito mais conhecidos
02:20porque já estão no poder do que outros.
02:22Então, a gente não consegue fazer uma renovação política real
02:25diante dessas, como é que eu coloco,
02:28esses obstáculos que o próprio sistema nos coloca.
02:31Então, eu entendo que,
02:33se existe mesmo a prova de que ele estava se utilizando,
02:37eu não estou dizendo que é errado se utilizar da própria rede social,
02:40longe disso,
02:41mas se ele se utilizou para alavancar engajamento
02:45com base em promessas de dinheiro,
02:48fazendo sorteio, ganhar prêmio,
02:51isso esbarra numa regra eleitoral,
02:53num princípio básico do processo eleitoral.
02:55E aí tem que ser punido sim.
02:57Se você vai falar,
02:58a multa é alta, a multa não é alta,
03:00em outro caso a multa foi X,
03:01aí a multa é 10X.
03:03Isso eu realmente não tenho como dizer.
03:06Mas existem regras e elas precisam ser cumpridas por todos.
03:10Ô, Joelute, agora, o que você acha do Pablo Marçal em si?
03:14Ele surgiu praticamente do nada
03:16e com uma técnica de comunicação revolucionária,
03:21ele só não foi ao segundo turno
03:23porque, no final, cometeu equívocos imperdoáveis,
03:28sobretudo pelo seu pessoal mais novo,
03:30que não ouviu os advogados eleitorais
03:32antes de divulgar fatos sem a devida checagem,
03:35que é como aquele parecer daquele médico
03:37em relação ao candidato do PSOL.
03:41Qual a sua avaliação sobre Pablo Marçal?
03:44Perde-se um bom valor
03:46diante das precipitações e erros na campanha
03:50ou será que ainda tem chance dele retornar?
03:52Ou você acha que Marçal não é um bem para a direita?
03:56Eu tenho até dificuldade em colocá-lo na direita
03:59porque me parece que o foco essencial do Marçal
04:02é engajamento, é atrair para ele
04:04o que o discurso do momento está pegando.
04:08Até em algumas entrevistas que eu ouvi dele,
04:09ele tinha muita dificuldade em se posicionar
04:11como conservador ou defender valores
04:13típicos do conservadorismo.
04:16Então, assim, eu não sei qual que é a dele,
04:17não está muito clara.
04:19No debate, por exemplo, a questão,
04:21ele conseguiu nacionalizar o debate
04:23da Prefeitura de São Paulo, isso é inegável,
04:25ajudou a todos, inclusive o Ricardo Nunes,
04:27que entrou até com um perfil na campanha,
04:29e você vê as entrevistas do Ricardo Nunes
04:31no começo do ano e depois,
04:32no final, quando ele ganhou a eleição,
04:33é outra pessoa, ele estava muito mais combativo e tal,
04:36até ajudou, até o próprio Ricardo Nunes,
04:38que hoje tem uma outra postura de liderança,
04:39esse cacifa, inclusive, para governador do Estado
04:42de São Paulo, como vem sendo discutido.
04:44O caso específico do Marçal,
04:45ele teria feito esse campeonato
04:47nessa rede social de score,
04:48de quem fizesse mais cortes dele.
04:50A gente vê que não foi um fenômeno espontâneo,
04:52porque de um tempo nas redes sociais
04:53começaram a surgir muitos cortes do Marçal,
04:55com aqueles absurdos,
04:56que a gente sabe que você,
04:58em palestras, em aulas,
04:59acaba contando, pondo um pouco de chantilly,
05:01no seu caso, vamos colocar assim,
05:02só que ele retirado desse contexto,
05:04colocado no mundo, você passa por ridículo.
05:07Agora, se foi feito isso,
05:08no período eleitoral era proibido,
05:09que se condene que ele dê direito
05:11aos recursos a ele.
05:12Agora, que fique claro,
05:13é assim que tem que ser,
05:13condenou na primeira instância,
05:15depois vai para a segunda instância,
05:16depois para a terceira instância,
05:17depois o Supremo.
05:18Não é o Supremo chamando e julgando o Marçal.
05:20Tem que ser nesse caso assim,
05:21e isso é devido ao processo legal, Capiça.
05:23Muito bem.
05:24Palombo, qual a sua avaliação
05:26sobre o personagem político Pablo Marçal
05:30e sobre a campanha,
05:32essa última campanha para a prefeita de São Paulo?
05:34Eu achei uma campanha de muito baixo nível,
05:36para falar a verdade, viu?
05:37Não, eu concordo com o João, né?
05:38Tem que ser de baixo para cima,
05:41não de cima para baixo, né?
05:43Essa é a nossa justiça.
05:44Começa lá na primeira instância,
05:45depois vai subindo.
05:46E não como a gente tem visto aqui.
05:48Se avoca para o Supremo,
05:49e eles decidem,
05:50bate-se-canteia e cabeceia.
05:51Não pode ser desse jeito.
05:52Afinal de contas,
05:53isso não seria nem um pouco democrático.
05:55Agora, para...
05:55Ainda decide, vou jogar na turma,
05:57não no pleno,
05:57julgamento da turma.
05:58Perfeito.
06:00Exato.
06:00Agora, para quem já foi candidato,
06:02sabe que a justiça eleitoral é implacável.
06:04Para quem é policial,
06:06é muito pior que a corredoria.
06:07E os policiais temem, sim, a corredoria.
06:10E o candidato que já foi candidato,
06:12teme, sim, a justiça eleitoral.
06:14Se você comprar um copo de água,
06:16você tem que justificar isso.
06:18Eu não usei fundo partidário
06:20nas minhas campanhas, Capês,
06:21nem de vereador, nem de deputado.
06:22E, mesmo assim,
06:23fui questionado,
06:24perante a justiça eleitoral,
06:26como que eu estava pagando
06:27nos panfleteiros de determinada cidade.
06:29Falei, o dinheiro da minha família,
06:30que é o que está lá,
06:31tudo no imposto de renda.
06:32Mas, para vocês verem,
06:33o nível que eles são.
06:34Eles procuram pelo em ovo.
06:37E, se você fizer xixi fora do pinico,
06:39você vai ser punido.
06:41Não tenha dúvida disso.
06:42É o que aconteceu com ele.
06:43Se ele jogou fora das quatro linhas,
06:44ele vai tomar punição
06:45e não tem o que fazer.
06:47Guilherme Mendes,
06:48você vai falar, sim.
06:49Você, inclusive,
06:50tem conhecimentos na área eleitoral.
06:52Você fala o que você puder falar.
06:54Sem dúvida.
06:54Será que a justiça eleitoral
06:56não interfere demais
06:58no processo de escolha dos candidatos?
07:01O protagonismo que tinha que ser dos candidatos
07:03passa a ser dos juízes eleitorais?
07:04Ou você não concorda com isso?
07:06Você que trabalhou por lá.
07:07Juiz, Capês,
07:09a justiça eleitoral
07:10então somente aplica as leis eleitorais.
07:12Então, quer dizer,
07:13se há alguma perda de protagonismo
07:17dos agentes políticos
07:18perante a sociedade,
07:20isso se deve aos próprios agentes
07:22que fazem as leis.
07:23Então, muitos se questionam
07:25sobre a lei da ficha limpa,
07:26muitos se questionam
07:27sobre a soma de financiamento
07:28das campanhas políticas.
07:30Agora, quem determina essas regras
07:31são os próprios parlamentares
07:33na medida em que eles disciplinam
07:35como se dá, inclusive,
07:37o calendário eleitoral.
07:38Então, o judiciário,
07:40a gente tem colocado aqui
07:42muitas responsabilidades,
07:45muitas culpas,
07:45para usar um termo religioso,
07:48no judiciário,
07:49mas veja,
07:50se cada um dos seus poderes
07:51fizer o seu trabalho
07:53da forma como tem que ser feita,
07:54com competência,
07:56com lisura,
07:56com imparcialidade
07:58e respeitando as leis,
07:59o judiciário não vai nunca se manifestar.
08:01Ele se manifesta
08:02quando o trabalho é mal feito.
08:04E quando o trabalho é mal feito,
08:05não por uma questão política de opinião,
08:07quando ele é mal feito contra a lei.
08:08A gente cansa de ver, por exemplo,
08:10projetos de lei
08:11que vão contra a Constituição,
08:13que vão contra os princípios
08:14da moralidade administrativa
08:15e, no entanto,
08:17são protocolados por quê?
08:18Porque um determinado candidato
08:19quer ganhar like
08:20ou porque ele desconhece
08:22os princípios
08:24que regem uma lei,
08:25que é a universalidade,
08:26a impessoalidade,
08:28a questão do marco temporal.
08:30E aí,
08:30você entra lá com o projeto,
08:32alguém vai,
08:33questiona o projeto no judiciário.
08:34Agora, por que esse questionamento acontece?
08:36Porque a lei é mal feita.
08:38As boas leis,
08:39aquelas que cumprem os princípios,
08:40que seguem as boas normas do direito,
08:42não são questionadas.
08:42Da mesma maneira,
08:44os atos administrativos
08:45que muitos dos agentes públicos
08:46tomam de forma equivocada.
08:48A gente discutiu aqui
08:49há umas quatro, cinco semanas
08:51a questão do prisômetro
08:53lá na zona central,
08:56aqui,
08:56num área tombada.
08:57Não, não,
08:58o prisômetro, né?
08:59Que era uma área tombada.
09:00Então,
09:01faz parte daquele
09:02que acredita
09:03que a lei não está sendo cumprida
09:04recorrer ao judiciário,
09:06assim,
09:06ao Estado Democrático de Direito.
09:07E ele vai analisar.
09:08Não está cumprindo?
09:09Dar-se uma ordem de revogação
09:11ou, então, de prisão,
09:12o que quer que seja.
09:14Se está cumprindo,
09:15o judiciário não entra nessa questão.
09:17Agora, o fato é que,
09:18como você bem falou,
09:19o nível das casas legislativas
09:21caiu muito nos últimos anos.
09:23Muito, muito, muito.
09:24E aí,
09:24acaba caindo tudo na justiça, né?
09:26Partindo desse ponto
09:27que você colocou,
09:28da queda do nível
09:29das casas legislativas.
09:31João Belut,
09:32no momento em que
09:33as redes sociais
09:34assumem
09:35esse papel preponderante
09:37na escolha dos candidatos,
09:39isso não favorece o candidato
09:42do corte de 15 segundos,
09:45aquele que passa um recado
09:46e, com isso,
09:47leva uma superficialidade
09:49na avaliação dos candidatos?
09:52Isso não retira
09:53do pleito
09:55ou da corrida
09:56candidatos menos midiáticos,
09:58mas, no entanto,
09:59que tenham mais qualidade
10:00e poderiam dar,
10:01trazer mais contribuição
10:02para o debate eleitoral?
10:05Como é que você vê isso?
10:06Com toda certeza,
10:07concordo com a sua colocação,
10:08a gente vê também
10:09que tem algum debate
10:11entre cada pessoa
10:12de um espectro ideológico
10:13e depois saem os recortes
10:14e, se você for ver
10:15o recorte de um,
10:16você acha que essa pessoa
10:16ganhou o debate.
10:17Se você for ver
10:17o recorte do outro,
10:19você acha que o outro ganhou.
10:20Até o encadeamento
10:21das cenas, dos frames,
10:22vai sendo colocado
10:22sempre no intuito
10:24da mitada,
10:26da chamada mitada,
10:27da humilhação do outro,
10:28cada um,
10:28o seu recorte lá do lado.
10:30Tanto que até o debate
10:30depois dava mais...
10:31O debate tinha dado
10:32bastante audiência
10:33com o Pablo Marçal,
10:33mas os recortes, então,
10:35nem se falam.
10:36Agora, acho sempre questionável
10:37a justiça eleitoral
10:38se intrometendo.
10:38Acho que quanto menos leis,
10:40menos portarias, melhor.
10:41Porque a justiça eleitoral,
10:42ela cria as portarias,
10:44as regulamentações
10:44e depois ela própria julga,
10:46o que é esquisitíssimo.
10:47É uma coisa
10:47bastante pitoresca
10:49na legislação brasileira
10:50que a gente tem dificuldade
10:51em encontrar paralelos
10:53mundo afora.
10:54E também acho que
10:54é uma culpa muito grande
10:55a gente jogar no Congresso
10:57baixo nível do Congresso
10:58que ele é reflexo
10:58da sociedade.
10:59Se é um baixo nível
11:00do Congresso,
11:00é um baixo nível
11:01na sociedade brasileira também.
11:03Basta você ver,
11:04às vezes, as pessoas
11:04têm dificuldade
11:05de comunicar ideias,
11:07de fazer testes
11:08de matemática.
11:09Então, nem se fala.
11:09A gente vê a educação brasileira
11:10nos testes do PISA
11:11cada vez menor.
11:12Então, assim,
11:12há um baixo nível geral
11:15e muitos estudos
11:16apontam, inclusive,
11:16queda de QI
11:17das gerações atuais, capês.
11:20Paulo Lombo,
11:20o que você acha?
11:21A gente fala assim
11:22do nível baixo do Congresso.
11:24E quando é que foi bom?
11:26Ele fala a data
11:26que foi bom.
11:27Sempre foi a mesma coisa.
11:28Reflexa a sociedade.
11:29Lá tem de tudo.
11:31Lá tem de tudo.
11:32Tem de tudo
11:33que é do povo.
11:34Afinal de contas,
11:34nós somos do povo.
11:35Não sou de Marte.
11:36Nós recebemos voto
11:38de quem?
11:38Do povo.
11:38E nós fomos colocados lá
11:39por quem?
11:40Pelo povo.
11:40Então, agora,
11:41eu falo assim,
11:41ah, o nível do Congresso
11:42é baixo.
11:42Tá, mas fala uma data
11:43que foi boa.
11:44Que eu não lembro
11:44de uma data que foi boa.
11:45Pra mim,
11:45sempre foi desse jeito aí.
11:47Ou seja,
11:47o eleitor, então,
11:48ele tem que escolher
11:49um pouco melhor.
11:50Porque você pode perguntar
11:51aí pra qualquer eleitora
11:52e sai aqui na Paulista
11:53e pergunta
11:53quem que ele votou
11:54pra vereador,
11:54pra deputado.
11:55A maioria fala,
11:56não lembro.
11:57Eu vi,
11:58ninguém me contou
11:58aqui na Brigadeiro Faria Lima,
12:00perto da Paulista,
12:06tá nesse aqui.
12:06Eu falei,
12:07não, minha senhora,
12:08pelo amor de Deus,
12:08não faça isso.
12:09É, esse é o nível.
12:10Entendeu?
12:11Só que isso acontece
12:11em todos os lugares.
12:13Isso não é coisa
12:13de sertão, não.
12:14Não é coisa do interior.
12:15Acontece aqui em São Paulo.
12:18Inclusive,
12:18a compra de votos.
12:20Inclusive,
12:20eleitores que chegam
12:21pra o candidato,
12:23como chegaram pra mim,
12:24e falaram assim,
12:24ah, se você me dá
12:25um saco de cimento,
12:26tijolo e telhado,
12:27eu voto em você.
12:28Meu senhor,
12:28eu não sou pedreiro,
12:29nem dinheiro,
12:29não vou te dar
12:30absolutamente nada.
12:31No começo,
12:31eu ficava com raiva,
12:32e depois eu vi
12:33que é normal.
12:34Ah, então você me dá
12:35uma churrascada.
12:36Eu falei,
12:36como que eu vou te dar
12:37uma churrascada?
12:37Eu não tenho dinheiro
12:38nem a fazer minha campanha.
12:39É esse o nível.
12:40Depois,
12:40essas pessoas que têm
12:41muito dinheiro,
12:41você acaba se elegendo,
12:42Aninha.
12:43Não, mas aí,
12:44tem uma questão aqui,
12:46ouvindo a fala do Palumbo,
12:48que eu acho que é fundamental
12:49e às vezes a gente
12:50muitas vezes esquece dela.
12:52Não existe nenhum movimento
12:55de expressão
12:56pra que, por exemplo,
12:58a gente tenha
12:58uma educação política
13:01de base,
13:01né?
13:02Por que que na escola,
13:03quando a criança
13:04começa a crescer,
13:06a gente não começa
13:07a inseri-la
13:08no mundo político?
13:10Explicando o que
13:11que faz um vereador,
13:12explicando o que
13:13que faz um deputado,
13:14explicando de onde
13:15vem o dinheiro,
13:16como é feito o orçamento,
13:18o que que é importante,
13:19o que que deixa de ser.
13:20Veja,
13:20não tem esquerda,
13:21não tem direita,
13:22não tem A,
13:22nem B, nem C,
13:23que defenda
13:24que os eleitores,
13:25e o que o Palumbo
13:26coloca aqui
13:26é muito real.
13:28As pessoas
13:29mal sabem
13:30pra que elas
13:31estão votando.
13:32Elas não sabem
13:33o que que aquelas
13:34pessoas vão fazer
13:35por elas.
13:35Elas se importam
13:36o que?
13:36Com o cimento,
13:38com a churrascada,
13:39com aquilo que vai
13:40vir de forma imediata.
13:41Elas não estão pensando
13:42no médio prazo,
13:44no longo prazo,
13:45num crescimento
13:45sustentável do país.
13:47Então,
13:47eu acho que é dever
13:48do Estado
13:49explicar
13:50e esclarecer
13:52pras pessoas
13:53desde pequenas,
13:54desde cedo.
13:55E veja,
13:56aqui no Brasil,
13:57o voto é obrigatório
13:58a partir dos 18 anos,
13:59mas quem quiser
14:00pode tirar título
14:01de eleitor
14:01desde os 16.
14:03Antes disso,
14:04esses adolescentes
14:05precisam saber
14:06o que é a política,
14:07como funciona,
14:09pra que serve,
14:10pra aí então
14:10a gente conseguir
14:11falar em qualidade
14:12melhor dos nossos
14:13representantes.
14:14Porque eles vão ter sido
14:15eleitos com clareza
14:16de quem votou neles.
14:17E não simplesmente
14:18por causa de um panfleto
14:19ou do que ofereceu
14:20ou deixou de oferecer.
14:22Mas,
14:22só voltando aqui
14:23com o Paulo Lombo,
14:24esse excesso
14:25de emenda parlamentar,
14:27a importância
14:29que ganhou
14:30a emenda parlamentar,
14:31sobretudo
14:32os deputados
14:33do Centrão,
14:34tanto que a maioria
14:35deles
14:35reelegeu
14:36o seu candidato
14:37a prefeito
14:38nos seus redutos
14:39eleitorais.
14:40Isso não distorce
14:42a finalidade principal
14:43de ser um deputado
14:45da área
14:45da segurança pública.
14:47Hoje,
14:47infelizmente,
14:48a segurança pública
14:49passou a ser
14:50a principal preocupação
14:51do brasileiro.
14:52criminalidade organizada,
14:54exacerbada,
14:55quer dizer,
14:56estão lavando dinheiro,
14:57quase 200 bilhões
14:58de reais por ano,
15:00uma corrupção enorme,
15:01corrompendo policiais,
15:02UPPs que negociam
15:03com traficantes,
15:04policiais das UPPs
15:05do Rio de Janeiro
15:06negociando com traficantes,
15:08que é o chamado
15:09arrego,
15:09para não subir
15:10a polícia militar
15:11até lá.
15:12Enfim,
15:12como é que você vê
15:13essa questão?
15:14No momento que o país
15:15precisa tanto
15:16de algumas adaptações
15:17legislativas,
15:19o Congresso
15:19está perdido
15:20nessas discussões
15:21dos interesses próprios
15:22e parece que só tem
15:24dois temas
15:25da polarização
15:25que se discute,
15:26aqui é anistia ou não,
15:27não se discute mais nada
15:28de interesse da população
15:29no Congresso Internacional.
15:31Nesse ponto
15:31que eu coloco,
15:32como você sente isso
15:33dentro do Congresso
15:35sem querer falar mal
15:35dos seus colegas,
15:36fazendo uma análise
15:37mais genérica?
15:38Eu posso deixar
15:38que eu mesmo falo mal.
15:40Olha,
15:41você pega os deputados
15:43que não se preocupam
15:44com a segurança pública.
15:45qual que é o problema
15:47que mais está
15:47afundindo a sociedade?
15:49Saúde e segurança pública.
15:51Tem dezenas
15:52de projetos
15:53de lei lá
15:54para tornar a vida
15:55do bandido
15:55mais difícil,
15:56enrijecer as penas,
15:57acabar com o benefício.
15:59Tem a PEC
15:59Isabela Nardone
16:00que adivinha a autoria
16:01para acabar com a progressão
16:02de regime em casos
16:03de crimes hediondos.
16:04Eu não consegui ainda,
16:05171 assinaturas.
16:07Qual é o interesse
16:08de um deputado
16:09em não assinar
16:09essa PEC
16:10que foi um pedido
16:11inclusive da Ana Carolina
16:12Oliveira,
16:13mãe da Isabela Nardone?
16:14Eu não consigo entender.
16:15Eles estão interessados
16:16em quem?
16:16Em emendas.
16:17Porque são deputados
16:18municipalistas
16:19que mandam esse dinheiro
16:21para as prefeituras
16:22e depois vão pedir voto.
16:24Olha, eu te mandei
16:24dois milhões aí,
16:25eu vou querer tantos votos.
16:26É assim que funciona.
16:28Porque, infelizmente,
16:29eles ainda não foram
16:30atingidos pela violência.
16:31Mas pode ser
16:32que em dia sejam.
16:33E aí eles vão se arrepender
16:34porque nós estamos lá.
16:36Então a gente não vê
16:37projetos de lei
16:38de interesse da população
16:39como, por exemplo,
16:40acabar com a progressão
16:42de regime,
16:42tornar a vida do bandido
16:43mais difícil,
16:44acabar com essa série
16:45de benefícios,
16:46porque os deputados
16:47estão preocupados
16:47com as emendas,
16:48haja vista que no ano
16:49que vem tem eleição.
16:51Não vai ser com emendas
16:52parlamentares
16:53que nós vamos resolver
16:54o problema da segurança
16:54pública.
16:56Não vai ser.
16:56Aliás, sou favorável,
16:57inclusive,
16:58meu amigo professor Capês,
17:01a essas emendas,
17:01100% para a saúde.
17:03Você quer ver o sofrimento
17:04de uma população,
17:05vá numa unidade básica
17:07de saúde.
17:08Aí você vai ver
17:09o sofrimento
17:10da população.
17:11Você vai ver o tanto
17:12que a população sofre.
17:13Agora,
17:14fica-se fazendo barganha
17:15com emenda,
17:16pensando em voto,
17:17e se esquece
17:18da população aqui fora.
17:20Fica difícil.
17:21Os deputados,
17:22a maioria deles,
17:23infelizmente,
17:23estão vivendo uma bolha.
17:24Vamos dar uma voltinha.
17:26Tem uma Kombi.
17:27Aliás,
17:27eu ando de Kombi
17:28aqui pelas periferias de São Paulo.
17:29Vamos montar na minha Kombi
17:31e vamos lá
17:31para a periferia,
17:33igual eu faço.
17:33Aí vocês vão ver
17:34o que a população sofre.
17:35O deputado,
17:36o político,
17:37o senador,
17:37tem que ir para a rua.
17:38Esse negócio de ficar enclausurado
17:39lá e não sair
17:40e querer punir a população,
17:42como teve um projeto de lei
17:43que queria punir a população,
17:44que tirasse,
17:45filmasse algum deputado
17:46no aeroporto,
17:47por exemplo,
17:47que fizesse algum tipo
17:48de questionamento.
17:49Isso é absurdo.
17:50Eles estão vivendo
17:50numa bolha.
17:51Mas o que acontece, Capês?
17:52Você sabe disso?
17:53Melhor do que eu, talvez.
17:54Que chega na época de eleição,
17:56o candidato pega lá
17:57seus 3, 4 milhões de fundo
17:59e aí ele faz uma campanha
18:01muito desproporcional
18:02àquele coitado lá
18:03que tem um sonho,
18:04que tem uma ideologia,
18:05que acha que o partido político
18:07vai cumprir com a palavra com ele.
18:09Você não vai nem ter tempo de TV.
18:11Se ele vai te prometer 1 milhão,
18:12ele não vai te dar nem 10 mil de fundo.
18:14É assim que funciona
18:15a maioria das vezes.
18:16Muito bem.
18:17Agora, Guilherme Mendes,
18:18quero uma rápida observação sua
18:19com o comentário do Belut.
18:21E depois, voltando aqui
18:22para o nosso amigo,
18:24o delegado Palumbo.
18:25O voto distrital,
18:27não seria uma forma
18:29de fazer com que o eleitor
18:31tivesse maior controle
18:33sobre a atuação
18:34do seu parlamentar?
18:35Porque nós estamos vendo
18:36deputados que enviam
18:37emendas parlamentares
18:39para outro Estado,
18:41para a unidade da federação
18:42onde eles sequer têm voto.
18:44E emendas parlamentares
18:45ligadas muitas vezes
18:47a contratos arranjados
18:48com empreiteiras
18:49dos próprios parlamentares
18:50ou desvios em ONGs suspeitas
18:53que não têm transparência
18:54na gestão dos seus recursos.
18:56Como você vê a questão
18:57do voto distrital
18:59como a forma
19:00de exercitar
19:01um controle maior
19:02do eleitor?
19:03Capês,
19:03a questão do voto distrital
19:05do ponto de vista teórico
19:06ele traz ganhos
19:07e perdas,
19:08aliás,
19:09como tudo na vida.
19:10O ganho seria
19:11esse que você falou,
19:12a proximidade do eleitor
19:13com o seu representante,
19:14já que os eleitos,
19:16para você que está em casa
19:16entender,
19:17você dividiria,
19:18por exemplo,
19:19o Estado de São Paulo
19:20em uma série de distritos
19:21e cada um daqueles distritos
19:23elegeria uma quantidade
19:24X de deputados,
19:25para falar aqui
19:26exemplo dos deputados.
19:28Essa é uma vantagem?
19:29É uma vantagem.
19:30A desvantagem,
19:31o afastamento
19:32da discussão
19:33de temas globais,
19:34temas gerais
19:35que não afetam
19:35tão somente
19:36um pequeno território.
19:38Então,
19:38essa seria a desvantagem
19:40e a vantagem
19:40é a proximidade,
19:41como você bem falou.
19:42Mas,
19:43tirando fenômenos eleitorais
19:44aqui como o Palumbo,
19:46que tem muitos votos
19:47e votos espalhados
19:48para falar aqui
19:49no Estado de São Paulo
19:50por praticamente
19:51todos os municípios,
19:52já acaba acontecendo
19:54algo meio parecido.
19:55Quando você vai a Brasília,
19:56você conversa com o deputado,
19:58você sabe ali
19:59qual é a região dele.
20:00Se não é um determinado município,
20:02é uma área conurbada
20:04de alguns municípios
20:05no interior,
20:06ou ele é da Alta Mogiana,
20:07ele é do Vale do Ribeira,
20:09ele é do Litoral Norte,
20:10ele é do Vale do Paraíba,
20:11isso para dar os exemplos
20:12aqui de São Paulo.
20:13Isso já meio que
20:14acaba acontecendo.
20:16E aí,
20:16é óbvio,
20:16ele tem que voltar
20:17para a sua base eleitoral
20:18e prestar conta
20:19do seu trabalho
20:20lá em Brasília.
20:21Se ele destina emendas
20:23para uma área
20:23que não é a dele,
20:24onde ele não tem votos,
20:26aí é o eleitor
20:26que tem que fiscalizar,
20:27porque se ele vem
20:28na minha região
20:29pedir voto
20:30e na hora de mandar recursos,
20:32na hora de dialogar
20:33com a população,
20:34de fazer projetos
20:35para beneficiar a minha área,
20:37ele se esquece da base
20:38e vai para outro lugar,
20:39o problema é do eleitor,
20:40não é do candidato.
20:41né?
20:42Ue...
20:42Ue...
20:42Obrigado.