#PorAmor
Créditos: Rede Globo de Televisão
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DiversãoTranscrição
00:00Eu sei que isso pode acontecer, mas eu nunca imaginei, nunca me passou pela cabeça que você fosse ter que enfrentar uma coisa tão terrível.
00:12Eu tô muito chocada.
00:16Eu tava feliz, eu tava contente, mas acabou.
00:20Acabou, foi embora.
00:23A única coisa que eu quero agora é pegar meu filho e ir embora desse lugar horroroso.
00:30Eu não sei o que te dizer, mãe. Juro que eu não sei o que te dizer.
00:35Doada, não há nada a dizer, filho.
00:41César, como é que você explica uma situação dessa? Se é que existe uma explicação?
00:46Com licença, eu imaginei que o senhor estivesse aqui. O diretor quer falar com o senhor.
00:51Eu disse que não sabia se o senhor ainda estava no hospital.
00:54Eu tô, eu tô indo.
00:55É, existe a formalidade, se precisam ser preenchidas, né, diante do que aconteceu.
01:02Eu posso ir também, se for preciso.
01:06Se precisar, eu mando chamar a senhora.
01:09Mas a senhora não devia estar de pé, né?
01:11Quanto mais andar.
01:13O doutor Moretti falou que a senhora só vai ter alta amanhã.
01:16Aliás, as duas.
01:19Com licença.
01:20Com licença, senhora.
01:26Mãe.
01:28O que eu posso fazer pra te ajudar, mãe?
01:32Me fala pra diminuir um pouquinho, um pouquinho que seja o seu sofrimento, mãe.
01:37Me fala, eu faço qualquer coisa, qualquer coisa.
01:41Você não pode fazer nada, Eduarda.
01:43Ninguém pode.
01:44Mãe, adota uma criança agora.
01:48Agora que eu digo, agora.
01:50Antes do fim do ano, antes do Natal.
01:52Você e o Atílio têm condições pra isso.
01:55E ele vai sentir muito menos a perda.
01:58Ou então engravida de novo.
02:00Fíria, não adianta ficar se torturando e procurando explicações pro que aconteceu.
02:12Eduarda, vamos aceitar isso como uma provação.
02:17Como uma fatalidade.
02:20Uma fatalidade não se explica neste consciente.
02:24Aceita-se.
02:26Porque não há nada a fazer.
02:30Mas é muito cruel.
02:33É muito cruel perder um filho que nasceu bem, saudável e de repente...
02:40Toda perda é cruel, filha.
02:44Ai, mãe.
02:46Ai, mãe.
02:46Se isso tivesse acontecido comigo, acho que eu enlouquecia.
02:50Te juro.
02:51Eu morria de tristeza, de desespero.
02:54Acho que eu...
02:55Eu me atirava pela janela.
02:59Posso entrar?
03:00Mãe.
03:05O que aconteceu?
03:06O que aconteceu?
03:06Aconteceu uma tragédia.
03:36O que aconteceu?
03:41O que aconteceu?
03:51Nós perdemos o bebê.
03:52Nós perdemos o bebê, tia.
04:06Foi uma morte súbita durante a noite.
04:27Não havia nada a fazer.
04:34Não havia nada a fazer.
04:37Não era tempo de nada.
04:38Não é verdade.
04:55Não pode ser verdade.
05:08O que os médicos disseram?
05:16Não.
05:17Onde é que eles estão?
05:20Tem que me dizer que não é verdade?
05:24Cadê o César?
05:25Quem morreu?
05:26Onde se deu toda essa gente?
05:29Os mentirosos?
05:31Como que o bebê morre de noite assim sem que ninguém faça nada?
05:34Alguém precisa me dar uma explicação?
05:36O que?
05:37O que está acontecendo aqui?
05:39O que é que está meu filho?
05:41Por favor.
05:42Vocês estão me enganando.
05:44Vocês estão me enganando.
05:46Isso é uma tapaça.
05:48Meu filho!
05:49Me ajuda, pelo amor de Deus!
05:51Olha pra que isso!
05:53Não!
05:54Por que vocês estão me enganando?
05:55Fala.
05:56Fala que não é verdade.
05:57Fala que você está mentindo.
05:58E que o meu filho está vivo.
05:59Fala!
06:00O que é isso?
06:01Eu não estou sabendo nem de nada.
06:02O que é isso?
06:03O que é isso?
06:09O Dr. Moretti já conversou com a sua esposa e revelou a posição transparente do
06:16hospital nesse episódio lamentável.
06:19Nós estamos abertos a tudo.
06:21Não se trata de um acontecimento comum, de rotina, mas acontece.
06:28Nós temos várias hipóteses, mas não temos certeza de nada.
06:34De qualquer maneira, parece fora de dúvida que a causa foi a má formação congênita em
06:40algum órgão vital, cérebro, pulmão, coração...
06:44É, mas não se pode afirmar uma causa ou outra sem uma necrópsia.
06:52Nós estávamos aguardando o senhor para saber se quer que se proceda a necrópsia ou se prefere...
07:03Não tem necessidade.
07:05Tudo bem, mas restam ainda algumas formalidades.
07:11Seu...
07:12O Dr. César vai assinar o atestado de óbito.
07:18Saiba, Atílio, é como se fosse o meu neto.
07:25Coloque morte por causa indeterminada.
07:28Isso é permitido por uma resolução da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.
07:35A Eduarda já sabe da cirurgia pela qual teve que passar?
07:43Não.
07:46Diante do que aconteceu, eu não tive como contar.
07:50Eu também acho que o marido dela deve saber primeiro resolver a melhor maneira, a hora mais apropriada.
07:57E eu acho que essa hora ainda não chegou.
08:00Eu compreendo.
08:05Bem...
08:07Eu estou às ordens.
08:09Qualquer coisa...
08:11Eu vou ficar no hospital o dia todo.
08:14Com licença.
08:16Com licença.
08:17Com licença.
08:18Vocês acham que eu precisaria ficar mais um dia, sair só amanhã, mas eu não quero.
08:42Eu quero ir embora pra casa, eu quero descansar, longe daqui.
08:48E recomeçar.
08:58Isso não podia ter acontecido.
09:03Não podia.
09:08Tantos sonhos, tanta esperança.
09:14Jogados no lixo como se não tivessem...
09:17Nenhuma importância.
09:20Eu já devia ter me acostumado às perdas, tantas que eu já tive na minha vida, mas...
09:34É sempre como se fosse a primeira.
09:40A mesma dor, vazio, sensação de impotência.
09:44Deita-se rico, cheio de esperança.
09:53Acorda-se miserável, sem absolutamente nada.
09:58Eu entendo que, pra você, como mãe, que teve esse filho nove meses dentro de você, isso deve ser ainda mais difícil e doloroso.
10:18Como eu queria acordar e saber que nada disso aconteceu.
10:30Aconteceu.
10:31Temos que enfrentar juntos esse momento.
10:50Vai passar.
10:52Nós vamos conseguir superar.
10:56Eu não tenho muito leite, mãe.
11:10O primeiro dia é assim mesmo.
11:14É assim, fraquinho.
11:16Depois...
11:18Ele vai mamando, vai puxando e aí aumenta.
11:22Desculpa, mãe.
11:30Desculpa, mãe.
11:32Por quê, Eduarda?
11:34De mesmo...
11:36Tando triste com tudo que aconteceu, mesmo assim eu tô muito feliz com meu filho.
11:42Claro que você tem que ficar feliz com seu filho.
11:52Você acha que ele parece comigo?
11:55Ou com o Marcelo?
11:56Já dá pra ver alguma coisa?
12:00É, eu acho que tem...
12:03Tem coisas de você...
12:06É cedo ainda.
12:08Vamos esperar mais um pouco.
12:22Eu lamentei muito não poder estar aqui pra acompanhar o parto.
12:25Eu tinha prometido isso a elas duas.
12:27Só que eu não soube o que foi antecipado, Tílio.
12:31De qualquer forma, também...
12:33O que é que eu ia poder fazer, né?
12:34Aconteceu depois do parto.
12:36Que, aliás, correu muito bem.
12:38Eu conversei com um colega que acompanhou as duas cesarianas.
12:51É, Tílio, agora é...
12:53Eu acho que o negócio é tocar pra frente e...
12:56Partir, quem sabe, pra ter um outro filho.
12:59A gravidez da Helena foi tranquila, foi boa.
13:03Isso prova que ela tá em excelente forma.
13:06Essa gravidez da Helena já foi uma sorte, uma benção de Deus.
13:11Que eu não acredito que se repita.
13:15É aquela velha história de que a felicidade não bate duas vezes na mesma porta.
13:20Que isso?
13:21Isso não é verdade, Tílio.
13:22Não é verdade mesmo.
13:23Não é, não.
13:24Vocês podem perfeitamente ter mais um, dois filhos...
13:28Depois do que aconteceu vai ser difícil convencer a gente disso.
13:34Tinha que ser assim.
13:36Eu tenho que me conformar.
13:41Eu não nasci pra ser pai.
13:43Ah, pronto.
13:46O que que eu posso fazer?
13:47Eu tenho que ser.
13:49Eu preciso pegar um dia...
13:54Deixателя com prodig earthquakes
13:56Ai fãs...
13:57Ou azotas...
13:59Ouvi...
14:00Ouvi...
14:01Ouvi...
14:02Ouvi...
14:03Ouvi...
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14:05Ouvi...
14:06Ouvi...
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14:10Ouvi...
14:11Ouvi...
14:12Ouvi...