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00:00Puxa para baixo e vire para a sua direita.
00:05Se forçar, vai quebrá-la.
00:07Isso não sai, Bob. Empurre a chave para frente.
00:10Uma única lâmpada está impedindo que um moderno jato de passageiros aterrisse.
00:15Estamos lutando com uma lâmpada de 20 centavos, justo neste avião.
00:19Na tentativa de consertar um problema pequeno, um problema muito mais sério tem início.
00:24Continuamos a 2000, não é?
00:26Ei, o que está havendo aqui?
00:30O avião cai em um pântano distante.
00:37Os sobreviventes enfrentam um novo perigo.
00:40O pântano está cheio de combustível do jato.
00:44Ninguém acende nenhum fósforo.
00:46O acidente com o 401 da Eastern foi importantíssimo na história da aviação.
00:50O acidente levaria os investigadores a um perigo espantoso.
00:54Se oculta na cabine de todos os jatos comerciais.
01:00May Day. Desastres aéreos.
01:16Esta é uma história real baseada em relatórios oficiais e relatos de testemunhas.
01:20Distração fatal.
01:2529 de dezembro de 1972.
01:28O despertar da era do Jumbo.
01:31A caminho da Flórida, esse TriStar L-1011 é o jato de passageiros mais moderno do mundo.
01:37O Lockheed TriStar era um pássaro fascinante, um belo avião.
01:41Tinha uma enorme potência e inúmeras inovações.
01:44A cabine de passageiros desse jato da Eastern Airlines é grande e silenciosa.
01:50O serviço é de primeira classe.
01:54Bob Loft é o comandante do voo 401 da Eastern Airlines.
01:58Ele está com a empresa há mais de 30 anos.
02:01Seu copiloto é Albert Stockstill.
02:04E seu segundo oficial é Donald Ripple.
02:07O jato deixou para trás o frio cortante de Nova York.
02:11E agora desce em direção a Miami.
02:13Bem-vindos a Miami.
02:15A temperatura está por volta de 20 graus e está uma bela noite lá fora.
02:21Vá em frente e os acione.
02:30Ângelo Donadeu é especialista de manutenção da Eastern Airlines,
02:34que está de folga e pegando uma carona de volta para Miami.
02:39Há 176 pessoas a bordo do voo dessa noite.
02:43A maior parte indo para o sul para comemorar o ano novo.
02:48Ron e Lily Infantino estão casados há apenas 20 dias.
02:53E acabaram de passar o Natal com a família dele.
02:56O aviso de segurança surgiu como sempre.
02:59Estávamos na aproximação final.
03:00Olhei pela janela.
03:01Dava para ver as luzes do aeroporto.
03:06Próximo da meia-noite, o avião começa a sua aproximação do aeroporto internacional de Miami.
03:12Stockstill pilota o avião, enquanto Ripple faz uma verificação da lista para a aterrissagem.
03:17Radar.
03:18Para cima.
03:19Desligado.
03:19Painéis hidráulicos verificados.
03:223533.
03:23Descer, trem de pouso.
03:26O comandante percebe um problema.
03:29Aquela chave está ligada?
03:34Sem trem de pouso.
03:36A luz que mostra que o trem do nariz está travado não acendeu.
03:40Vou levantar de volta.
03:41O trem de pouso pode não ter descido completamente.
03:48Loft tenta outra vez.
03:51O barulho do trem de pouso ecoa pelo avião.
03:55Houve um rangido muito alto e se você já voou muitas vezes, já se acostumou com aquele barulho.
04:00Por isso os pilotos fizeram aquilo várias vezes e...
04:03Não nos alarmamos.
04:04É apenas uma daquelas coisas que às vezes acontecem.
04:07E simplesmente olhamos uma para a outra e dissemos...
04:09Que ótimo, vamos chegar tarde em casa.
04:11Ainda sem luz.
04:16Loft não tem certeza se seu trem de pouso dianteiro está travado.
04:19Se não estiver, a aterrissagem poderá ser desastrosa.
04:24Controle, aqui é Eastern 401.
04:27Ao que parece, vamos ter de voar em círculos.
04:29Ainda não temos a luz do nosso trem de pouso.
04:32Eastern 401, heavy, câmbio.
04:34Suba direto para 2000, volte para controle de aproximação.
04:391, 2, 8, 6.
04:41Quer que eu teste as luzes ou não?
04:45Quero, faço o teste.
04:47Ripple, o engenheiro de voo, faz um teste apelidado de Árvore de Natal, que acende todas as luzes de alarme da cabine, para ver se as lâmpadas estão funcionando.
04:57A luz indicadora do trem de pouso do nariz falha no teste.
05:01É provável que a lâmpada esteja queimada.
05:04Mas existe uma pequena possibilidade de uma falha dupla.
05:09Tanto a lâmpada quanto o trem de pouso podem estar com problemas.
05:13Bob, pode mexer um pouco na lâmpada?
05:14Mas a luz com problema está fora do alcance do comandante.
05:20Em terra, o controle de tráfego direciona o voo 401 para que suba para 2000 pés e voe em círculos, distante do aeroporto, até que o problema seja resolvido.
05:32Quer que eu pilote, Bob?
05:34Em que frequência ele nos queria, Bert?
05:37Um, dois, oito, seis.
05:38Vou falar com ele.
05:40Está bem acima daquela vermelha, não está?
05:41Não consigo alcançá-la daqui.
05:45Eu também não consigo.
05:51É uma noite sem lua.
05:53Enquanto o avião se distancia de Miami, está totalmente escuro lá fora.
05:57De repente ficou totalmente escuro novamente.
06:03E aquilo era a volta para o oeste, em direção a Everglades.
06:07O copiloto Stocksteel está pilotando o avião, mas o comandante Loft precisa da ajuda dele para solucionar o problema.
06:15Acione o piloto automático aqui.
06:17O Troy Star está equipado com o piloto automático mais sofisticado da história.
06:21Na verdade, ele tem a capacidade de aterrissar o avião sozinho.
06:25Stocksteel o programa para voar a dois mil pés.
06:32Veja se consegue tirar aquela lâmpada.
06:34Está bem.
06:43A lâmpada finalmente é retirada.
06:45Richard Pragluski é engenheiro aeronáutico.
06:57Ele pega esse voo normalmente e sabe que o avião está com problemas técnicos.
07:05Ele estava indo em direção a Everglades e eu sabia que havia algo errado com o avião.
07:10Pois se você tem um atraso, eles vão te fazer voar em círculos.
07:12O problema irritante não está se resolvendo.
07:16Agora Stocksteel não consegue colocar a luz de volta.
07:19Agora empurre a chave só.
07:21Empurre para frente.
07:22Tudo bem.
07:23Você colocou de lado, então.
07:25Eastern 401, vire para a esquerda em direção a A300.
07:28Certo.
07:29300.
07:29Eastern 401.
07:30Desça e veja se aquele maldito trem do nariz abaixou.
07:35O compartimento de eletrônicos no avião fica abaixo da cabine.
07:39O local, apelidado de Buraco do Inferno, é uma característica singular de jatos grandes.
07:45O mecanismo do trem de pouso dianteiro pode ser visto dali.
07:48Tem um lenço ou alguma coisa que possa me ajudar?
07:50Puxe para baixo e vire para a sua direita.
07:52Qualquer coisa que me ajude com isso aqui...
07:53Agora para a sua esquerda uma vez.
07:54Desça e veja se aquele maldito...
07:56Isso não vai sair, Bob.
07:57Se eu tivesse um alicate, eu poderia calçar com aquele papel toalha.
08:00Eu te dou o alicate, mas se você forçar, vai quebrá-la.
08:02Acredite.
08:03Que diabos, que diabos.
08:04Desça e veja se está alinhado com a luz vermelha.
08:07Isso é tudo que importa.
08:09Estamos lutando com uma lâmpada de 20 centavos.
08:12Justo neste avião.
08:17Enquanto a tripulação luta para resolver o problema...
08:20Na cabine, Richard Pragluski vê algo peculiar por sua janela.
08:26Eu conseguia ver uma torre à minha direita, à distância.
08:32E parecíamos estar entrando em um voo planado.
08:36O que eu achei muito estranho.
08:38Pragluski percebeu uma coisa que os pilotos não perceberam.
08:42O avião estava cada vez mais perto do pântano abaixo.
08:47Colocou errado, não?
08:49Para mim parece quadrado.
08:50Não consegue alinhar a entrada?
08:52Não sei o que está prendendo aquela porcaria ali.
08:55É sempre alguma coisa.
08:56Já devia ter sido visto.
08:59Sem uma luz verde, eles ainda não sabem se o trem de pouso está travado.
09:10O engenheiro de voo, Don Ripple, está agora na barriga do avião.
09:16Há uma janela no buraco do inferno...
09:18...que deveria lhe permitir ver se as rodas da frente estão travadas no lugar.
09:23Droga!
09:23Eu não as vejo lá embaixo.
09:28Não consigo ver.
09:30Não está alinhada?
09:30Eu não consigo ver.
09:31Está muito escuro, eu usei a luz, mas não adiantou.
09:36As luzes nas rodas estão acesas?
09:38Como?
09:38As luzes nas rodas estão acesas?
09:41O comandante se esqueceu de acender as luzes do lado de fora do avião...
09:45...que iluminam o trem de pouso.
09:46Tente agora.
09:559737-0074
09:58No Aeroporto Internacional de Miami, o controlador Charlie Johnson acaba de lidar com um outro avião com problema.
10:08O voo 607 da National aterrissou sem problemas.
10:11Os carros de bombeiros estavam de prontidão, mas não foram usados.
10:13Ele percebe que o voo 401 parece ter caído de 2 mil pés para 900.
10:26Mas ele não está muito preocupado.
10:29Não é incomum receber leituras falsas de várias varreduras de radar em sequência.
10:33Eastern 401...
10:36Como estão as coisas por aí?
10:38Tudo bem, gostaríamos de virar e voltar.
10:43O comandante Loft acredita que logo terá a confirmação de que seu trem de pouso está travado.
10:48Ele quer voltar para o aeroporto.
10:50Eastern 401, vire para a esquerda em direção a 180.
11:03O avião está indo para o oeste, distanciando-se do aeroporto.
11:10Levará vários minutos para que ele se alinhe para a aterrissagem.
11:18Em Everglades, Bob Marks está caçando sapos com um amigo.
11:25O voo 401 da Eastern Airlines passa com estrondo por eles.
11:29A única coisa que eu vi foram as luzes piscando no céu.
11:36Estava escuro.
11:37Nenhum horizonte a oeste e...
11:40Dava para dizer a que altura o avião estava.
11:42De repente, os pilotos observam algo alarmante.
11:46Fizemos alguma coisa com a altitude?
11:48Como?
11:48Continuamos a 2 mil, não é?
11:50Ei, o que está acontecendo aqui?
11:59Eu vi as luzes na cabine, simplesmente piscando.
12:08E em seguida, ouvi um barulho.
12:10Houve uma sensação de ser puxado violentamente.
12:14De repente, foi o inferno.
12:15Charlie Johnson percebe que a leitura de altitude do voo 401 agora está ao nível litorâneo, ou nível do mar.
12:34Eastern 401, eu perdi no radar o seu transponder.
12:38Qual é a sua altitude?
12:40Não há resposta do voo 401.
12:42Outro avião dá uma informação perturbadora.
12:50A aproximação de Miami, aqui é o 611 da National.
12:53Acabamos de ver um grande clarão.
12:54Parece ter vindo do oeste.
12:55Eu não sei o que significa, mas queríamos avisá-lo.
13:05Em um pântano distante e escuro, aqueles que sobreviveram ao acidente vivem um pesadelo.
13:12Bob Marques corre até o local do acidente.
13:22Eu estava indo mais rápido que podia, mas acho que levei uns 15 minutos para chegar ao local do acidente.
13:28Surpreendentemente, Richard Pragluski está vivo.
13:51Eu sabia que estava seriamente ferido porque eu conseguia ver minhas roupas dependuradas de meu corpo.
13:59Eu quase não tinha roupa na parte de cima do corpo.
14:03Eu podia ver pele dependurada por meus braços.
14:05Eu também sabia que quando estamos em estado de choque, não sentimos dor.
14:10Por isso eu sabia que eu estava seriamente ferido e comecei a pensar...
14:13Bom, a dor virá depois.
14:16Mas como é que eu podia ficar calmo e sair dali?
14:19Porque quanto mais tempo eu ficasse no pântano, nas condições em que eu estava, mais perigoso seria.
14:25Com o choque, Ron Infantino foi lançado para fora do avião.
14:30Ele acorda no pântano.
14:31Eu havia sido jogado para longe.
14:33Estava bem distante dos demais.
14:35Não havia mais ninguém perto de mim.
14:38Lily?
14:43Lily?
14:45Ele está seriamente ferido.
14:48Sua esposa estava sentada ao lado dele.
14:51Mas agora ele não consegue vê-la.
14:53A água do pântano apagou as primeiras chamas.
15:02Mas 20 mil quilos de combustível de jato vazaram no local.
15:09Uma única faísca poderia iniciar um incêndio mortal.
15:13Ninguém acenda nenhum fósforo.
15:17Tem muito combustível aqui.
15:18Que terrível ter sobrevivido àquele acidente.
15:24De repente alguém faz algo idiota, como acender um fósforo e explodiria tudo.
15:29Esse era o verdadeiro medo.
15:34Esperando ajudar os sobreviventes, Bob Marks pula no pântano.
15:39E imediatamente ele sente a ardência causada pelo combustível de jato em contato com sua pele.
15:45Aquilo queimou minhas pernas e tive de fazer um tratamento para queimadura por cerca de uma semana.
15:50Não se preocupe.
15:52Eu peguei você.
15:53Peguei você.
15:55Bob Marks salva dezenas de vidas, evitando que muitas pessoas morressem afogadas.
16:02Isolado dos demais sobreviventes e incapaz de se mexer,
16:07Ron Infantino tem agora uma nova razão para temer por sua vida.
16:11Depois de algum tempo eu já ouvia jacarés e cobras se aproximando entre a vegetação.
16:18E era possível ouvir o ruído dos jacarés, pois eles começavam a voltar para seu habitat natural.
16:26Se um jacaré ou cobra se aproximasse de mim, eu seria um homem morto, pois eu não tinha como me defender.
16:31Em minutos, helicópteros da guarda costeira são enviados para procurar o local do acidente.
16:42Mas na noite escura, eles não conseguem achar os destroços.
16:47Bob Marks tenta sinalizar para os helicópteros distantes.
16:50Eu podia ver onde eles estavam e iam para a direção errada.
16:57Aí acendei a luz para eles, até que eles viram a luz e voltaram em nossa direção.
17:01Pareciamos estar no pântano por muito tempo, quando ouvimos um helicóptero e foi um barulho tão bem-vindo,
17:21porque significava que alguém sabia que estávamos ali.
17:24Menos de meia hora depois do acidente, chega a guarda costeira.
17:36Mas o local de aterrissagem mais próximo está a 100 metros de distância.
17:41Marks corre até o helicóptero e leva a equipe de resgate até o local do acidente.
17:47Seu primeiro passageiro é Don Schneck.
17:50Cheguei até o barco e ele me perguntou onde está a equipe de resgate.
17:57E eu disse a esta, vamos lá.
18:03Ele nos levou pelo pântano até um determinado ponto e então disse,
18:08não quero ir além disso, porque não quero atropelar ninguém.
18:12Ele disse, há corpos aqui no pântano por toda a parte.
18:20Eu me aproximei daquele grande objeto que eu tinha visto a uma pequena distância
18:31e percebi que era o nariz, o nariz do avião.
18:36Ele fica surpreso em ver que o comandante Bob Loft sobreviveu ao acidente.
18:48Ele estava muito mal.
18:50Tinha cortes profundos e por isso eu sabia que ele tinha costeiras quebradas.
18:57Dava para ver que ele estava em choque.
18:59Então eu acalmei e disse, sou a única pessoa aqui agora, mas eles estão vindo.
19:05Aguente firme.
19:07Eu acho que vou morrer.
19:10Ele disse isso e eu discuti com ele.
19:12Fiz tudo o que podia para mantê-lo firme.
19:18Aquilo me fez sentir tão mal, porque só tinha eu ali.
19:24Eu olhei ao redor, olhei para trás em direção a Miami e pensei, onde será que está todo mundo?
19:31E quando olhei de novo, devo ter visto umas cinquenta luzes se aproximando.
19:38E aí agradeci a Deus.
19:41O copiloto Stocksteel morreu na queda.
19:47Logo, o comandante Bob Loft morre no local.
19:50Angelo Donadeu e Don Ripple sobreviveram e foram levados ao hospital.
20:01Ao todo, setenta e sete pessoas sobreviveram ao acidente.
20:06Noventa e nove pessoas morreram.
20:11Ao amanhecer, todos os feridos haviam sido levados para os hospitais de Miami.
20:19Ron Infantino é um dos muitos que está lutando para sobreviver.
20:24Um padre chega e me dá os últimos sacramentos.
20:26Então, eu soube que estava muito mal e é um pensamento assustador.
20:31E claro, naquele momento eu ainda perguntava por Lily.
20:34Eles a haviam visto.
20:35Aquela noite foi uma loucura.
20:37Você pode imaginar.
20:38Lily.
20:41Onde está Lily?
20:48O acidente é manchete nos jornais do mundo todo.
20:53É o primeiro acidente de um jumbo.
20:54E com o maior número de mortes na história da aviação civil dos Estados Unidos.
21:00Há uma enorme pressão sobre os investigadores do Conselho Nacional de Segurança dos Transmédios.
21:05Para descobrir o que aconteceu.
21:08Era um enorme quebra-cabeça, pois aquele era o avião mais novo e mais sofisticado.
21:16Melhor avião e aparentemente estava em perfeitas condições de funcionamento.
21:21Por isso, o NTSB percebeu que aquela seria uma investigação bastante longa, que envolveria problemas potenciais em vários níveis.
21:31O próprio local do acidente é uma importante pista para os investigadores que chegam ao local.
21:37A trilha de destroços é incrivelmente longa.
21:41Aquilo sugere que o avião atingiria o pântano quase na mesma posição, de nariz para cima, que ele teria quando estivesse aterrissando em um aeroporto.
21:50Sua descida fora claramente lenta e gradual.
21:53Os investigadores do NTSB documentam as definições finais de muitos dos instrumentos na cabine.
22:01Eles descobrem que o copiloto automático estava ajustado para manter uma altitude de 2 mil pés.
22:08E então, por que ele não a mantivera?
22:10O especialista em manutenção, Ângelo Donadeu, é entrevistado.
22:16Tudo o que ele pode dizer é que a tripulação estava tentando consertar uma lâmpada antes do acidente.
22:23Em alguns dias, as duas caixas pretas do avião são recuperadas.
22:27Os investigadores esperam que elas lhes forneçam algumas respostas.
22:32Antes que eles possam extrair os dados, o engenheiro de voo, Don Ripple, morre no hospital.
22:37Ron Infantino também recebe notícias devastadoras.
22:43O corpo de sua esposa Lily havia sido encontrado sob a asa do avião.
22:52Ela era uma pessoa maravilhosa. Eu tinha 27 anos e ela tinha a mesma idade.
22:57Foi o meu primeiro amor.
22:59Infantino é assombrado pela memória de ter mudado de assento com Lily pouco antes do acidente.
23:05Eles haviam trocado de assento, por acaso, um pouco antes, durante o voo, quando ela se levantou para ir ao toalete.
23:13Ela fora jogada no pântano e se afogara e ele havia sobrevivido.
23:18O pântano acaba sendo tanto uma benção quanto uma maldição para os sobreviventes.
23:23Aquilo foi o que salvou a maioria das pessoas, na verdade.
23:26Porque quando o avião caiu, o pântano absorveu toda a energia.
23:30A lama absorveu o impacto e partes do avião foram atiradas por uma grande área.
23:35A água do pântano é tão espessa por causa da lama, que ela também cobre os ferimentos dos sobreviventes,
23:42evitando que muitos deles sangrem até morrer.
23:46Mas alguns dos sobreviventes enfrentam uma ameaça nova e mortal.
23:53Seus ferimentos infeccionaram, contaminados por organismos mortais encontrados na lama preta de Everglades.
24:00O organismo produz uma infecção chamada gangrena gasosa, capaz de matar uma pessoa em apenas dois dias.
24:13A gangrena gasosa só pode ser destruída em uma câmera hiperbárica.
24:19Trata-se de um contêiner pressurizado com altos níveis de oxigênio.
24:23O oxigênio é forçado para dentro dos ferimentos, matando a bactéria.
24:30Oito dos sobreviventes estão infectados com gangrena gasosa.
24:36É preciso que sejam encontradas câmeras hiperbáricas para todos eles.
24:41A única outra maneira de salvar os pacientes é amputando o membro afetado.
24:46O braço de Ron Infantino está seriamente infectado.
24:52O médico chegou e disse, nós o diagnosticamos com uma gangrena gasosa.
24:57E ele disse, temos que amputar seu braço imediatamente ou colocar você em uma câmera hiperbárica.
25:02Ele disse, a única câmera hiperbárica está no Hospital Mercy e está sendo usada.
25:07A menos que os médicos consigam encontrar uma câmera logo, Infantino irá perder seu braço.
25:13Enquanto os médicos procuram uma câmera para Ron Infantino, os investigadores examinam o que restou do avião.
25:22Eles testam seus controles de voo, motores, instrumentos e sistemas elétricos e hidráulicos.
25:32O avião era praticamente novo.
25:35Estava em perfeitas condições.
25:37Não havia sido encontrada nenhuma falha mecânica que tivesse levado ao acidente.
25:41Na verdade, algumas partes do avião estão em condições tão boas que o NTSB as devolve a Eastern Airlines para que possam ser instaladas em outros aviões de sua frota.
25:52Finalmente, uma câmera hiperbárica disponível é encontrada em uma base naval na cidade do Panamá.
26:06Ele passa 40 horas na câmera.
26:10O oxigênio pressurizado mata a bactéria e salva sua vida.
26:15Senhores, temos três possíveis causas para este acidente.
26:21Um jato de passageiros de primeira linha mergulhará a dois mil pés sem que a tripulação percebesse.
26:26Os investigadores sabem que o avião estava mecanicamente em ordem.
26:30Agora eles se concentram em outras possíveis razões para a descida não percebida.
26:34No topo da lista está leve incapacidade do piloto.
26:41A autópsia do comandante Bob Loft revelará algo terrível.
26:46O comandante Loft tinha um tumor grande e não detectado crescendo em seu cérebro.
26:54Ele estava pressionando parte de seu cérebro responsável pela visão.
26:58Relatórios médicos revelam que entre 50 e 52 anos, a visão no olho esquerdo do piloto havia deteriorado rapidamente.
27:07Os médicos acreditam que pode ter havido uma redução da visão periférica.
27:12O tumor pode ter provocado pontos secos.
27:16Enquanto sua atenção estava na luz com problemas, ele pode não ter percebido os terríveis alertas de seu altímetro.
27:25Ainda estamos a dois mil, não é?
27:26Ei, o que está acontecendo aqui?
27:30Os investigadores descobrem tudo o que é possível a respeito do comandante Bob Loft.
27:37Eles entrevistam pessoas que o conheciam e investigam seus relatórios médicos.
27:41Os investigadores ficaram sabendo, segundo sua família e amigos, que ele tinha uma visão perfeita.
27:48Ele era um exímio atirador.
27:49Atirava em pombos, em especial que são ovos bastante pequenos.
27:53Os registros de Loft mostram que, numa recente consulta, o médico havia lhe receitado óculos para pilotar.
28:00Mas aquela evidência não sustentava a ideia de que sua visão estivesse perigosamente comprometida.
28:07Ele tinha 55 anos.
28:09E quem chega aos 55 anos sem usar óculos para leitura?
28:12Poucas pessoas.
28:12O Dr. Joe Davis, que fez autópsia, me disse que embora o tumor estivesse pressionando as áreas do cérebro que controlavam a visão,
28:21não havia razão para imaginar que já tivesse começado a afetar tais áreas.
28:25Ele achava que aquilo não tinha relação alguma com o acidente.
28:28Os investigadores ainda não sabem por que o voo 401 começou a descer.
28:36Acione o piloto automático aqui.
28:40Poderia o piloto automático, que deveria manter o avião a dois mil pés, ter tido problemas?
28:45Os computadores do avião sobreviveram ao acidente.
28:49Eles são retirados do local e examinados.
28:5211 dias depois do acidente, os computadores do piloto automático são instalados em outro Tristar.
29:01Ele faz a mesma rocha que o voo 401 fez.
29:07O piloto automático mantém aquele avião a dois mil pés.
29:11Então, por que isso não ocorrera naquela noite?
29:15Os investigadores precisarão explorar outras pistas para ter a resposta.
29:22Há uma outra questão que acompanha essa investigação.
29:26Por que a torre de Miami não alertar a tripulação de que seu avião estava caindo?
29:32O primeiro radar tridimensional do mundo havia sido instalado ali recentemente.
29:38Isso significava que o controlador Charlie Johnson sabia a localização, a altitude e a velocidade do voo 401.
29:52Os investigadores estudam as gravações das conversas de Johnson e descobrem que na noite do acidente, outro avião havia exigido quase toda a atenção dele.
30:06O voo 607 da National Airlines estava se aproximando para a aterrissagem logo à frente do voo 401.
30:13Aquele voo estava tendo seus próprios problemas com o trem de porta.
30:17A turista 9 vai precisar de bombeiros e ambulância imediatamente.
30:21Enquanto se concentrava na emergência, Johnson passou o voo 401 para outro controlador.
30:26Mas no exato momento em que o voo 607 da National chegava para uma aterrissagem de emergência,
30:32o outro controlador telefonou para Johnson e lhe devolveu o voo 401.
30:36Mr. 401, Reb, está voltando para você. Problemas com o trem de pouso dianteiro.
30:39Oh, não.
30:40Naquele momento, o voo 401 já estava sobrevoando o pântano.
30:46Johnson tinha de monitorar cinco outros aviões.
30:49Ele também estava lidando com os desdobramentos de seu pouso de emergência.
30:53607 da National aterrissou sem problemas. Carros de bombeiros foram enviados.
30:56Foi então que ele percebeu que a altitude do voo 401 havia caído para 900 pés.
31:01A maneira como os radares funcionavam, até certo ponto isso acontece, mas naquela época era ainda pior.
31:06O chamado Coast Mode era um fenômeno bastante conhecido.
31:09Você pode perder o alvo por dois ou três minutos, do que diz respeito à transmissão da sua altitude,
31:13e então ele lhe dá uma altitude estranha, e em seguida, bom, tudo volta ao normal.
31:18Mas o controlador não parou aí, e isso foi mérito dele.
31:21Johnson resolveu contatar o voo 401.
31:24Eastern 401, como estão as coisas por aí?
31:29Tudo bem. Gostaríamos de virar e voltar.
31:33Eastern 401, vire para a esquerda em direção a 180.
31:41Depois daquela curta conversa, Johnson supôs que não havia problemas.
31:46Eastern 401, como estão as coisas por aí?
31:51Os investigadores concluem que naquele momento o controlador Johnson
31:55era a única pessoa que poderia ver que o avião estava perdendo altitude.
31:59Por que ele não passou tal informação para a tripulação?
32:04As normas do governo dos Estados Unidos para controladores de tráfego aéreo respondem tal pergunta.
32:11Simplesmente, não era parte do trabalho de um controlador.
32:14Na época do acidente, a FAA exigia que os controladores de aproximação mantivessem uma distância entre os aviões
32:26e não era sua função manter a altitude do avião em relação ao solo.
32:32Agora os investigadores tentam determinar como o próprio sistema de alerta do avião falhou
32:38ao não avisar os pilotos acerca do perigo crescente.
32:41O L-1011 é equipado com um alarme que dispara se o avião estiver 250 pés acima
32:47ou abaixo da altitude selecionada pelos pilotos.
32:51Ao ouvirem novamente a gravação da caixa preta,
32:54eles ouvem claramente aquele alarme soar na cabine
32:57quando o avião ultrapassa 1.750 pés.
33:01Você ouviu isso?
33:03Como foi que eles não ouviram?
33:05Os investigadores examinam a transcrição da gravação da cabine com atenção,
33:10tentando compreender como o alarme não for ouvido.
33:13Colocou errado, não?
33:15Para mim parece quadrado.
33:16Os investigadores percebem que pouco antes do alarme soar na cabine,
33:20alertando a tripulação de que o avião estava baixo demais,
33:23os dois pilotos estavam completamente envolvidos com a luz do trem de pouso.
33:27Ao ouvirem a conversa, os investigadores também ficam sabendo
33:30que o engenheiro de voo estava na parte de baixo do avião,
33:33no buraco do inferno,
33:34e o alarme soou de um alto-falante na estação de trabalho dele.
33:38Os investigadores começam a perceber
33:39que os dois pilotos não conseguiram ouvir um alarme perfeitamente audível,
33:43pois estavam totalmente concentrados na solução de um outro problema.
33:48Seu alarme, perfeitamente audível no gravador de voz da cabine,
33:53não estava sendo registrado na mente de todos os homens naquele deck de voo,
33:57não porque eles não estivessem tentando prestar atenção,
33:59mas porque estão concentrados nesse problema em particular.
34:02É isso que fazemos como seres humanos.
34:04Agora os investigadores se concentram na distração da tripulação,
34:08como uma provável causa desse acidente.
34:11Vários instrumentos teriam mostrado a altitude que baixava.
34:15A principal pergunta era,
34:17por que os pilotos estavam tão preocupados a ponto de não prestarem atenção
34:20a nenhum deles no painel de instrumentos?
34:23Eles tinham de analisar os seres humanos,
34:25tinham de analisar a interação,
34:27eles precisavam verificar por que ninguém estava prestando atenção no avião
34:30quando ele começou a sair de dois mil pés.
34:33E aquele era um território assustador em 72.
34:36Os investigadores entrevistam vários pilotos
34:39e fazem uma descoberta alarmante.
34:42Os pilotos admitiram confiar muito
34:44nos pilotos automáticos novos e modernos
34:46que navegam seus aviões.
34:48Eles podem ter se tornado dependentes demais da tecnologia.
34:53Acione o piloto automático aqui, tá?
34:55Os investigadores suspeitam que a tripulação da Eastern
34:58estava tão confiante em seu piloto automático
35:00que não monitorou seus instrumentos tão atentamente como deveria.
35:04Veja se consegue tirar aquela lâmpada.
35:06Com o piloto automático acionado,
35:10nenhum dos pilotos prestou muita atenção
35:12para, de fato, pilotar o avião.
35:18Ainda precisamos descobrir
35:20por que aquele avião caiu.
35:23Os investigadores ainda não determinaram
35:25a informação mais crucial.
35:28Se o piloto automático estava funcionando,
35:31por que o avião mergulhara no pântano?
35:36Fizemos alguma coisa com a altitude?
35:38Como?
35:39A conversa dos pilotos mostra claramente
35:41que eles ainda não haviam começado a descida.
35:43Continuamos a 2000, não é?
35:45Ei, o que está acontecendo aqui?
35:47Então, por que isso aconteceu?
35:51A resposta chega de forma dramática
35:54quando o NTSB realiza uma audiência pública em Miami
35:57dois meses depois do acidente.
35:59Antes da audiência,
36:03um piloto da Eastern Airlines
36:05chamando Daniel Gellert
36:07escreveram ao presidente do NTSB
36:09oferecendo-se para depor por conta própria.
36:13Ele havia pilotado o L-1011
36:15e havia percebido algumas
36:17anormalidades.
36:18O mundo dos pilotos
36:22e empresas aéreas
36:23em 72
36:23era hostil
36:24a um piloto que abordasse
36:26seu comandante
36:26e sua empresa aérea
36:27e manifestasse sua opinião
36:29para o NTSB
36:30dizendo
36:30Ei, um minuto,
36:31tive um problema como esse também.
36:32As empresas aéreas
36:33eram muito menos liberais
36:34do que hoje.
36:36Na audiência,
36:37Gellert diz
36:38que durante um voo recente
36:39em um TriStar
36:40ele havia acidentalmente
36:41deixado cair um mapa
36:43sobre o chão da cabine.
36:45Ao se abaixar
36:46para apanhá-lo
36:46ele esbarra no manche.
36:50Ele imediatamente percebeu
36:52que o piloto automático
36:53havia sido afetado.
36:55O dispositivo do piloto automático
36:57que controla a altitude
36:58fora desligado.
36:59Piloto automático
37:00poderia ter causado
37:02acidente.
37:04O NTSB descobre
37:06que a experiência de Gellert
37:07é partilhada por outros.
37:10Na verdade,
37:1117 dias depois do acidente
37:13a Eastern Airlines
37:14afixava uma nota
37:16em um quadro de avisos
37:17da empresa
37:17e também a enviava
37:19a todos os seus pilotos
37:20do TriStar.
37:22O boletim alertava
37:24contra esparrões acidentais
37:25no manche.
37:28Uma coisa que incorporamos
37:29a todos os jatos
37:30de passageiros modernos
37:31é simplesmente
37:32o botão de pressão.
37:33Por isso,
37:34se o piloto precisar assumir,
37:35ele não vai querer
37:36perder tempo aqui no painel
37:37desligando o piloto automático.
37:38Ele simplesmente o pega
37:39e o piloto automático
37:40é desligado.
37:41O gravador de dados
37:43do voo
37:44fornece aos investigadores
37:45o momento exato
37:46em que a altitude
37:47do avião
37:47começou a cair.
37:49Eram 11 horas,
37:5037 minutos
37:51e 8 segundos.
37:56Analisando a transcrição
37:57do gravador de voz,
37:58os investigadores
37:59conseguem saber
38:00o que estava acontecendo
38:01na cabine
38:02naquele exato momento.
38:05Ei, desça
38:06e veja se aquele
38:06maldito trem do nariz
38:07abaixou.
38:08Ao virar-se
38:10para falar
38:10com o engenheiro
38:11de voo,
38:12os investigadores
38:12acreditam
38:13que o comandante
38:14Loft
38:14tem esbarrado
38:15no manche.
38:16A pressão
38:16fora suficiente
38:17para desligar
38:18o dispositivo
38:19do piloto automático
38:20que estava controlando
38:21a altitude do avião.
38:22Sem que ninguém
38:23percebesse,
38:24uma simples cotovelada
38:25no manche
38:26dera início
38:26a uma descida gradual.
38:29Em uma noite
38:30escura e sem lua,
38:31os pilotos
38:32não tinham referências
38:33visuais para lhes dizer
38:34que estavam caindo.
38:35Ficou determinado
38:39que com uma leve
38:40batida
38:41um piloto automático
38:42fora desligado.
38:45Então antes do acidente
38:46isso não fazia parte
38:47do seu treinamento?
38:47O diretor de treinamento
38:48da Eastern Airlines
38:50acaba revelando
38:51que antes do acidente
38:52de Everglades
38:53nunca havia sido dito
38:54aos pilotos
38:55que uma batida
38:55no piloto automático
38:56poderia desligá-lo.
38:59O NTSB
39:00chega a uma grave conclusão.
39:02A causa do acidente
39:03fora erro do piloto.
39:05A tripulação
39:06estava distraída.
39:07Ela havia tratado
39:08de forma equivocada
39:09o sofisticado
39:10sistema de automação
39:11do avião
39:11e não havia sido
39:13devidamente treinada.
39:15O acidente
39:15do voo 401
39:16da Eastern
39:17foi um acidente
39:18importantíssimo
39:18na história
39:19da segurança
39:19da aviação
39:20e não soubemos
39:21disso por cerca
39:21de 10 ou 15 anos
39:22no sentido
39:23da importância
39:24que aquilo
39:24realmente nos trouxera
39:25no que diz respeito
39:26a voltar nossa atenção
39:27para o fato
39:28de que nosso comportamento
39:29na cabine
39:29era não só incorreto
39:30mas perigoso.
39:32Os investigadores
39:32também descobrem
39:33algo desalentador.
39:36Quando o conjunto
39:36de luzes indicadoras
39:38do trem de pouso
39:39do nariz
39:39é examinado
39:40descobre-se
39:41que uma lâmpada
39:42está queimada.
39:46Vai em frente
39:46e tira daí.
39:47O trem de pouso
39:48do voo 401
39:50estava travado.
39:51O avião
39:51poderia ter aterrissado.
39:53A única peça
39:54do avião
39:55que falhara
39:55fora uma lâmpada
39:57de 12 dólares.
39:59O legado
40:00completo
40:01do voo 401
40:02levaria anos
40:03para ser esclarecido.
40:06Ele acabaria
40:06alterando
40:07a maneira
40:07como os pilotos
40:08são treinados
40:09e como os acidentes
40:10são investigados.
40:12Mas antes
40:13a história
40:14do voo 401
40:15da Easter Airlines
40:16sofreria
40:17uma estranha
40:18reviravolta.
40:19No que se refere
40:24ao NDSB
40:25a investigação
40:26do voo 401
40:27da Easter Airlines
40:28está concluída.
40:31Várias recomendações
40:32foram estabelecidas
40:33a fim de evitar
40:33acidentes semelhantes.
40:35Elas incluem
40:36novas normas
40:37instruindo os
40:38controladores
40:38de tráfego aéreo
40:39para que alerte
40:40os pilotos
40:40quando estiverem
40:41muito próximos do sol.
40:43Mas
40:44quatro anos
40:45depois
40:45ficou claro
40:46que havia
40:46uma lição
40:47maior a ser
40:48aprendida
40:48com o voo 401
40:50da Easter Airlines.
40:52Em 1977
40:532747
40:55colidiram
40:56em uma pista
40:56em Tenerife
40:57nas Ilhas Canárias.
40:59Foi o desastre
40:59de avião
41:00com maior número
41:01de mortes
41:02de todos os tempos.
41:04E nos preparando
41:05para decolar.
41:07Certo,
41:07aguarde para a decolagem
41:08eu chamo vocês.
41:10Estamos prontos
41:11para decolar
41:11pista liberada.
41:13Aquele acidente
41:14foi causado
41:15por uma série
41:15de falhas
41:16de comunicação
41:16na cabine.
41:17Ele não deixou
41:18a pista?
41:18O que você está
41:20dizendo?
41:20O Pan-American
41:21não deixou
41:22a pista.
41:22É claro.
41:24Os investigadores
41:25estabelecem
41:26que 70%
41:26dos acidentes
41:27foram provocados
41:28por erros
41:29dos pilotos.
41:35Nesses dois
41:35acidentes,
41:37o de Tenerife
41:37e o do voo 401,
41:39o que se vê
41:39são tripulações
41:40dedicadas
41:41a fazerem
41:41um bom trabalho.
41:42Mas sem se dar
41:43conta de que
41:44são seres humanos.
41:45Sem levar isso em conta,
41:46tudo pode dar errado
41:47se não reconhecemos
41:48como o ser humano
41:49falha.
41:50No final da década
41:51de 70,
41:52a NASA começa
41:53a explorar
41:54uma nova ciência
41:55comportamental
41:55com o objetivo
41:56de diminuir
41:57os erros
41:58de pilotos.
41:59Gerenciando
41:59o comportamento
42:00observado
42:01padrão.
42:02Estabelecendo
42:02padrões.
42:03Chama-se
42:03gerenciamento
42:04de recursos
42:05da tripulação
42:06ou CRM.
42:07O gerenciamento
42:08de recursos
42:08da tripulação
42:09simplesmente significa
42:10que não vamos ter
42:11um piloto liderando
42:11e todos os demais
42:12o seguindo.
42:13significa que
42:13o comandante
42:14tem de ser
42:14um líder
42:15e ouvir
42:16e interagir
42:16com seus subordinados
42:17e os membros
42:18subordinados
42:19da tripulação
42:19precisam se fazer
42:20ouvir.
42:22Décadas depois,
42:23o voo 401
42:24faz parte
42:25dos cursos
42:26de aviação
42:26no mundo todo
42:27como exemplo
42:28de gerenciamento
42:28falho
42:29dos recursos
42:30da tripulação.
42:33O problema
42:34é que não
42:34ensinamos
42:35a Bob Loft
42:36ou Stock Steel
42:37ou a qualquer um
42:38naquela época
42:39que quando alguma
42:40coisa vai mal
42:41a primeira responsabilidade
42:42do comandante
42:43é manter o controle
42:44da aeronave
42:44ou ele faz isso
42:45ou delega isso
42:46a alguém.
42:47Estamos a dois mil.
42:49Quer que eu pilote, Bob?
42:50Em que frequência
42:52mesmo ele nos queria, Bert?
42:53Um, dois, oito, meia.
42:54Vou falar com ele.
42:56No voo 401
42:57o comandante Loft
42:58não esclareceu
42:59quem deveria
43:00estar fazendo o que.
43:01Em vez disso
43:02todos os três membros
43:03da tripulação
43:04trabalharam no mesmo problema.
43:06Bob, pode mexer
43:07um pouco na lâmpada?
43:10Você tem que girar
43:11um pouquinho
43:12e empurrar a lâmpada?
43:14Uma vez que o copiloto
43:15estava pilotando o avião
43:16e o comandante
43:17da poltrona esquerda
43:18comandava
43:18já havia algo errado.
43:20Está bem acima
43:20daquela vermelha,
43:21não está?
43:22Eu não consigo
43:23alcançá-la daqui.
43:24E havia um quadrante
43:24de luz
43:25que o comandante
43:25não conseguia alcançar
43:26e que o copiloto
43:27conseguia
43:28mas era o copiloto
43:29quem estava
43:29pilotando o avião.
43:30Havia tudo
43:30para um grande problema
43:32e adivinhe,
43:33sistematicamente
43:34nunca os ensinamos
43:34o que fazer.
43:35hoje o CRM
43:38também treina
43:38as tripulações
43:39para não se intimidarem
43:41pelo humor
43:41de um membro
43:42da tripulação.
43:44Você tem um lenço
43:45ou alguma coisa
43:46que possa me ajudar
43:46com isso aqui?
43:48Qualquer coisa
43:48que possa me ajudar.
43:49Desça e veja
43:50se aquele maldito trem...
43:51Isso não sai, Bob.
43:52Se quem está na liderança
43:53está tendo problemas
43:54nesse caso com a lâmpada...
43:56Ah, tudo bem.
43:57Você colocou de lado, então.
43:58E está realmente
43:59irritado com isso
44:00e o copiloto agora
44:01deixou o problema pior
44:02e o copiloto
44:02não vai ficar satisfeito
44:03consigo mesmo com isso.
44:05Não sei o que está
44:06prendendo aquela porcaria
44:07ali dentro.
44:08Don Ripple
44:08não vai ficar satisfeito
44:09por ter descido
44:10para tentar solucionar
44:11o problema,
44:11não ter conseguido ver nada
44:12e agora ter de subir
44:13e relatar isso.
44:14Eu não consigo ver.
44:15E são todos tensos.
44:16Não está alinhado.
44:17Eu não consigo ver.
44:18E quando se tem
44:19uma tripulação
44:19nesse estado de tensão
44:20não é hora de se voltar
44:21para o comandante
44:22e dizer
44:22você não devia ter feito aquilo.
44:24Mas isso faz parte
44:24da evolução
44:25do que a segurança no ar
44:26aprendeu
44:27e do que tem sido capaz
44:28de ensinar
44:28a tantas outras indústrias.
44:29O legado duradouro
44:31do voo 401
44:33foi a distribuição
44:34de tarefas específicas
44:35na cabine.
44:37O resultado
44:38são menos acidentes.
44:41Houve também fatos
44:42muito mais bizarros
44:43a partir do acidente.
44:46Durante algum tempo
44:48a tripulação
44:49do voo 401
44:50parecia estar assombrando
44:52outros voos
44:53da Eastern Airlines.
44:55Durante algum tempo
44:56depois do acidente
44:56tripulações e passageiros
44:58relataram ter visto
44:59aparições vívidas
45:00da tripulação
45:01do voo 401.
45:08Muitas das visões
45:09de fantasmas
45:10foram em aviões
45:11que tinham peças
45:12recuperadas
45:13do voo 401.
45:15As histórias
45:16de fantasmas
45:17se espalharam rapidamente.
45:18Um livro
45:19dedicado inteiramente
45:20àquelas histórias
45:21sugeria
45:22que os fantasmas
45:23estavam ali
45:24para proteger
45:24os passageiros
45:25e a tripulação
45:26de futuros infortunios.
45:27A reação oficial
45:28na Eastern Airlines
45:29em relação
45:30a essas histórias
45:31de fantasmas
45:32foi de negação
45:32absoluta
45:33das histórias
45:34em público
45:34e reservadamente
45:36um certo pânico.
45:38Há tantas visões
45:40de fantasmas
45:41que a Eastern Airlines
45:42acaba retirando
45:43as partes
45:43recuperadas
45:44do voo 401
45:45de todos
45:46os outros aviões.
45:49Nenhum
45:49dos sobreviventes
45:50do acidente
45:51irá se esquecer
45:52do horror
45:53que testemunhou
45:54em Everglades
45:55aquela noite.
45:58E 35 anos
46:00depois
46:01de sua
46:01terrível experiência
46:02muitos deles
46:04voltaram
46:05ao pântano
46:05para finalmente
46:06reconhecer
46:07os esforços
46:09heróicos
46:09de Bob Marques.
46:11Estamos aqui
46:11hoje
46:12para reconhecer
46:12os heróis
46:13e agradecê-los.
46:16Muitos
46:16dos que sobreviveram
46:18sobreviveram
46:19porque Robert Marques
46:20estava lá
46:20com seu barco.
46:21ele os viu
46:23se afogando
46:23e decidiu
46:24que o que
46:24poderia fazer
46:25era salvar
46:26aqueles
46:26que conseguissem
46:27salvar.
46:32Robert Marques
46:33é o tipo
46:33de pessoa
46:34que eu espero
46:34que todos nós
46:35pudéssemos ser
46:36se fôssemos
46:37confrontados
46:38com aquele tipo
46:39de situação.
46:40Ele precisou
46:40de uma coragem
46:41especial
46:41para fazer
46:42o que fez.
46:43Ele foi um
46:43dos verdadeiros
46:44heróis
46:44naquele acidente.
46:51Versão Brasileira
47:03Centau
47:04Centau
47:05Centau
47:06Centau
47:07Centau