No Planeta deste sábado (12), Carol Barcellos mostra como o esporte tem influenciado as pessoas na hora de escolher os destinos para viajar! Ela conversa com um empresário que realizou o Ironman e ainda mostra como é a rotina de um montanhista brasileiro profissional!
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00:00A toda hora se fala em wellness, né? E que bom, né, gente? Porque é falar de bem-estar.
00:05Agora, você sabia que esse setor movimenta trilhões na economia?
00:09Então, segura essa informação, tá?
00:11Agora vou te fazer uma pergunta, pensa aí.
00:13Você escolheria o destino da sua viagem baseada num esporte?
00:17Sim, vou pra tal lugar pra fazer uma corrida, uma maratona.
00:21Então, hoje a gente vai conhecer gente que viaja o mundo assim.
00:25A motivação principal é o esporte.
00:28Eu sou Carol Barcelo e sou apaixonada por esporte e aventura.
00:31E você tá assistindo ao Planeta aqui no Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC.
00:38A gente veio pra Casa de Pedra, em São Paulo, que é o lugar perfeito pra quem quer começar nesse esporte, né?
00:43Quem quer começar nesse calado, quem quer se divertir e treinar.
00:46Porque é o seguinte, hoje a gente vai falar desse encontro entre esporte e economia.
00:50Como o esporte tá movimentando a economia.
00:54Pra gente começar, já dá uma aquecida.
00:55Vamos começar com o Eliseu, porque o Eliseu é montanista profissional,
00:58além de adorar música eletrônica e ser documentarista.
01:01E ele vai começar abrindo o planeta hoje pra gente.
01:05Mais um dia de chuva.
01:08Não dá pra treinar nem no muro.
01:10É um negócio de treinar aqui na escada mesmo.
01:15Pode, se pira, né?
01:16Se pira não ter, Jedi jamais será.
01:18Solar a caixa e vão fritar forte braço.
01:23Eu tenho uma rotina de treino aqui no meu muro de escalada.
01:29E quando às vezes tá chovendo muito, muito, eu acabo treinando até dentro de casa mesmo.
01:34Fazendo algum tipo de treinamento debaixo da escada.
01:38Mas uma manutenção mesmo.
01:40Não é um treino que eu vou ganhar força ou que eu vou ganhar algum tipo de resistência.
01:46Mas vai ser um treino de manutenção.
01:49E esperando que o tempo melhore.
01:51Que eu possa treinar no muro com mais seriedade.
01:54Com mais método.
01:57E, eventualmente, ir pra rocha.
02:00Mais um dia de janeiro.
02:03Com previsão de tempo ruim pra tarde.
02:06Hoje é dia de treinar.
02:08Então, alguma atividade tem que acontecer.
02:11E a opção é falésia dos olhos.
02:15Bom, demos sorte.
02:15Estamos sozinhos.
02:17Uma falésia.
02:19Os olhos inteiros pra gente.
02:21Coisa difícil no final de semana.
02:23Mas também, é lógico, que nos ajudamos.
02:26Vemos bem cedo.
02:27Um dos lugares que dá pra escalar, mesmo com chuva, aqui na região de São Bento, Sapucaí,
02:33sul de Minas, é a falésia dos olhos.
02:35Não é o lugar mais agradável pra estar escalando.
02:39É um lugar onde tem muitas vacas que acabam deixando muito esterco, muito estrume debaixo da pedra.
02:48Mas a rocha é sensacional.
02:52É uma das rochas mais bonitas que eu já vi na vida.
02:54É, com certeza, um lugar onde as cores e a feição das agarras deixa a escalada muito, muito atrativa.
03:05Pra quem gosta de escalar forte, de escalar vias esportivas de alto grau.
03:11Aqui nesse lugar tem várias vias de nono e décimo grau.
03:17Que, na verdade, a maior parte das vias gira em torno dessa graduação.
03:21E a galera local, meu, tem como um ginásio ao ar livre.
03:31É um lugar que você pode ir e realmente evoluir.
03:35E sendo que outros lugares também bacanas, como a Pedra da Divisa e outras falésias aqui da região.
03:43É, infelizmente, nessa época vão estar sempre molhadas e a frequência vai ser prejudicada por conta, às vezes, de estar escorrendo.
03:56Às vezes, o acesso de estrada está ruim.
04:00Então, a gente tem que procurar outras alternativas pra estar se mantendo motivado, né?
04:04Quando não é possível, se você tem uma greninha, viaja, que também é uma boa opção, né?
04:11A escalada, assim como o atletismo e o ciclismo, tem diversas modalidades.
04:15Assim como no atletismo tem a maratona e os 100 metros, na escalada também.
04:20Começa desde a escalada de pedras pequenas, de alto grau de dificuldade, que são os boulders.
04:25Depois, a escalada esportiva, depois a escalada de paredes, a escalada de grandes paredes, a escalada alpina.
04:32Depois, ainda tem alta montanha, né?
04:34Quando o gelo já começa a se misturar com a rocha.
04:38A minha intenção nunca foi ser extremamente especializada em uma modalidade só.
04:46Eu sempre curti fazer um pouco de tudo.
04:48Até pelo que, quando a gente escala de maneira mais diversa, é difícil você enjoar.
04:54É difícil você também ter lesões muito comuns quando você faz muita força ou tem um treino muito exaustivo, né?
05:04Eu sempre curti esse lance da escalada esportiva porque é ali que a gente fica forte para escalar grandes paredes.
05:10Principalmente por seu psicológico ficar forte no momento que você acha que pode cair, que você pode se machucar.
05:17Se você está forte, fisicamente, o seu psicológico vai estar bom também.
05:21E, pensando dessa maneira, a escalada esportiva é o melhor treino.
05:28Você vai, se diverte, pode cair, a grampeação está próxima, a proteção é boa.
05:33E é só diversão a maior parte das vezes.
05:36Tá, verão.
05:38Fogo não podia deixar de ser.
05:40Chuva.
05:40É, pô, acho que são quase 11 horas, a gente veio, escalou, começou a chover, vambora.
05:48Dias de tempo ruim, as minhas opções de treino são o treino dentro de casa.
06:10Ou, então, procurar um amigo que tenha um lugar para treino mais coberto do que o meu muro de escalada, que fica na parte externa de casa.
06:22Beleza, velho.
06:23Hoje eu vou na casa do Leonardo, ele é um escalador bem forte aqui de São Bento.
06:29Gosta de treinar, está com o pé machucado.
06:33E vai ser bom, então, porque eu faço companhia para ele, treinar em dupla sempre é melhor do que treinar sozinho.
06:39E eu também faço um treino de finger, de campus board e também levantamento de peso, que é um treino que eu não costumo fazer.
06:47Vai dar uma complementada.
06:49Então vai ser bom visitar um amigo e fazer uma força.
06:53Eu mudei de São Paulo para São Bento do Sapucaí em 89, por conta da profissão, da escalada, de gostar do meio rural.
07:09Mas também quase numa situação de refugiado ambiental.
07:14São Paulo já não me agradava mais, eu gostava mesmo de ficar perto das montanhas.
07:20Isso foi o que me levou a estar trocando a cidade de São Paulo por uma vida mais rural, mais perto do esporte que eu tanto gosto.
07:33Mas realmente não quer dizer que eu não goste de São Paulo.
07:37São Paulo sempre foi e sempre vai ser uma referência para mim.
07:39É um lugar onde eu vou para respirar cultura, respirar arte, é onde eu busco as minhas referências, é onde eu encontro muito estímulo visual, muito estímulo para estar fazendo coisas novas e bonitas.
07:58São Paulo é um lugar onde eu busco as minhas referências.
08:00São Paulo, em São Paulo, você encontra de tudo no que se refere a design, a fotografia, a produção visual gráfica mesmo, que é uma matéria que me interessa muito.
08:13Eu sempre estive envolvido em fazer guias de escalada, filmes de escalada, podcasts, tudo que se refere a essa parte da comunicação, sempre me interessou.
08:29Durante muitos anos eu publiquei um jornal de montanismo, eu ainda publico o guia de escalada da Pedra do Baú.
08:38E são trabalhos que dependem do design, do bom gosto, de você ter referência para produzir alguma coisa bonita.
08:46E desde sempre, desde que eu me conheço por gente que eu conseguia andar sozinho em São Paulo, eu gostava muito de ir na galeria do rock, andar na região da Paulista.
09:01São lugares que ainda hoje eu gosto muito de ir.
09:06Assistindo dá vontade de experimentar, né? De ter a sensação, olha só, se você quer e mora em São Paulo, aqui é o lugar perfeito, tá?
09:12Casa de Pedra é o melhor lugar para você começar, né? Aprender, entrar aí na escalada ou também para se exercitar e praticar.
09:19Estou aqui com o André, que é gerente da Casa de Pedra.
09:21André, primeiro eu queria saber assim, quem se empolgou?
09:25Quais são os primeiros passos para começar nesse esporte?
09:28E obrigada por estar com a gente no planeta, seja bem-vindo.
09:30Imagina, grato, eu agradeço pelo convite.
09:32Bom, para começar a gente fala de duas partes, né?
09:35Para começar aqui na Casa de Pedra, na escalada indoor, só se encaminhar para cá ou na outra unidade, em perdizes.
09:44Acertar um período, né?
09:45Que é um valor aí que vai ser pago, vai ser recepcionado por um dos instrutores e que vai te acolher e estar passando para você um pouco de técnica de escalada,
09:54graduação, como é que funcionam as modalidades.
09:56E aí é, bora brincar, né?
09:59Então não precisa ter conhecimento nenhum, é só...
10:02Então é para todo mundo?
10:03Para todo mundo.
10:03Qualquer fase da vida?
10:04Qualquer fase da vida.
10:05Tem uma garotada que chega aqui de cinco aninhos, começa no Lúdico.
10:09Com muito mais facilidade que a gente, na verdade.
10:11E se quiser começar na escalada, né? Outdoor, aí o recomendável é procurar ter uma primeira experiência com um bom guia de montanha, né?
10:22Com todas as suas capacidades aí, competências.
10:25Um curso de escalada e aí é botar para cima.
10:29Aí pensando na parte de investimento financeiro, um curso de escalada, por exemplo, mais ou menos quanto?
10:34De valor?
10:34Para começar, assim, para começar esse esporte.
10:36Você está falando de um curso, uns R$ 800 a R$ 1.200, um curso básico de escalada.
10:42Vão ter vários patamares de curso para você, na medida que vai adquirindo experiência, você vai galgando esse conhecimento e procurando mais dificuldades.
10:51E equipamento?
10:52Equipamento, a gente está falando aí, hoje tem umas marcas que favorecem um pouco mais aí, mas pelo menos aí seus R$ 3.000, R$ 4.000.
11:01Tem que ter primeira corda, cadeirinha, magnésio, sapatilha, costura e um parceiro.
11:09É um mercado que está crescendo? Você tem sentido esse aumento da procura?
11:12Nossa, demais, demais. Isso de uns cinco anos para cá é uma demanda muito grande de todas as classes, de todos os públicos.
11:20Desde criança, as pessoas de mais idade, as pessoas que querem sair do convencional de academia.
11:26Então, a Olimpíada deu um incentivo nisso, né?
11:29É bem grande, mas é um crescimento muito grande.
11:32Todo final de semana é lotado, é fila de espera de 40 minutos, uma hora.
11:36É isso.
11:37Para quem nunca experimentou, vai, qual o grande encanto da escalada?
11:41Eu já tentei uma favorita em minha vez, como posso falar?
11:44Eu tenho 25 anos de escalada, eu sou um apaixonado pelo esporte, mas eu acho que é superação, é lidar com seus medos, é isso.
11:52É a natureza fora daqui, né?
11:54Aqui é a prática de atividade física, é a superação de cada caminho, cada cor que você vê na parede.
12:00É um desafio proposto que um rootsetter monta, né?
12:03Que é o profissional que faz as vias.
12:06E aí é essa superação, é você com você mesmo, assim, né?
12:09É a melhor terapia.
12:10Agora, esse aquecimento no mercado, de que o André falou, não aconteceu só na escalada, tem acontecido no esporte em geral.
12:16Tendo o setor de wellness, né?
12:17Que a gente chama o setor de bem-estar, que entre 2020 e 2022 movimentou trilhões de dólares.
12:23Olha só.
12:25É isso mesmo, Carol.
12:26Conforme aponta esse estudo publicado pelo Global Wellness Institute, nesse período entre 2020 e 2022, foram movimentados cerca de 5,6 trilhões de dólares.
12:35É um dos mercados com crescimento mais acelerado no mundo.
12:38As novas gerações têm crescido em um contexto em que a atenção para o bem-estar é prioridade.
12:42Isso interfere nos hábitos de consumo e gera maior valorização com empresas alinhadas aos seus princípios e estilo de vida.
12:49Essa transformação impacta diversos setores.
12:52Na indústria da beleza, aumenta a demanda por produtos naturais.
12:55No mercado alimentício, produtos funcionais e orgânicos ganham espaço.
12:59Especialistas destacam que, para as próximas gerações, o bem-estar e a tecnologia estão interligados.
13:05Portanto, o setor de wellness não só movimenta a economia global, mas também redefine a relação entre marcas e consumidores.
13:12Carol, você imaginava que a vida saudável e o esporte movimentavam tantos recursos?
13:16Eu não tinha ideia de que o esporte movimentasse tanta economia, hein?
13:20Olha só, hoje falando de quando o esporte é protagonista de uma viagem.
13:24Porque é, tem gente que escolhe assim, tá?
13:26O próximo destino, dependendo do que ele vai praticar lá.
13:28Aliás, é o que o Juan tem feito.
13:31O Juan é empresário, mas é também Ironman.
13:33Eu falei Ironman, mas você já falou que você faz meio Ironman?
13:35Faz todas as instâncias, é isso?
13:37Prazer e seja bem-vindo ao planeta.
13:39Obrigado, um prazer estar aqui com você.
13:41O triatlo é um esporte que...
13:43Corrida, natação, bike.
13:45E tá engajado com viagem, né?
13:48Então eu sempre tô viajando, fazendo as provas fora.
13:51Isso que é o bacana.
13:52Você fez esporte há pouco tempo, né?
13:53Fiz, fiz esporte agora no México, vim de Campeche, a qual consegui a vaga pro Mundial,
13:59que vai ser em Marbella, na Espanha.
14:01Então vira e mexe a gente tá viajando, buscando novas provas.
14:04Juan, tem uma ideia do investimento inicial pro triatlo?
14:08Legal, investimento inicial, pra mim, né?
14:10Em torno de 20 mil você consegue um equipamento que consiga fazer uma prova e os extras.
14:16E quando vai pra uma viagem fora, tem um aéreo, tem um hotel, mas é muito prazeroso.
14:20E também você consegue conhecer novas culturas, culinária, então tá um pouco envolvido com tudo.
14:28Isso que é o bacana, de você poder tá aproveitando o local que você tá indo viajar,
14:35junto fazendo um esporte, é claro.
14:43Agora, quando você vai pra uma viagem que, além do turismo, tem uma prova,
14:47qual o teu gasto extra, qual o custo?
14:50É uma pergunta muito interessante, pelo fato de, tem um custo da prova,
14:54que é um custo alto, em torno de 3 mil, 2 mil e 500.
14:56Inscrição.
14:57Mais inscrição.
14:58Mais equipamento, que é uma mala extra, né?
15:01Que é o mala bike.
15:02Então estamos falando aí de um torno de 7 mil reais.
15:05Fora o custo do equipamento.
15:07Fora o custo do equipamento.
15:08É claro que dá pra começar a bicicleta desde 20 mil até 110 mil.
15:12Então, depende do equipamento e dá uma performance, claro, melhor.
15:16Próximo destino, qual é?
15:17Próximo destino, em novembro, Marbella, o campeonato mundial do Ironman 70.3.
15:22E no meio do ano, eu tô tentando achar alguma prova ali, encaixar na minha agenda,
15:27alguma prova na Europa, a gente já aproveita, faz aquela viagem e faz a prova junto.
15:3170.3, que é o meio Iron, né?
15:33Isso.
15:33Só lembra a distância pra todo mundo?
15:35Sim, 70.3, ele é 1,900 nadando, 90 pedalando e 21 correndo.
15:43E o FU é o dobro.
15:44É uma boa viagem.
15:45Obrigado.
15:46Sucesso, divirta-se.
15:46Obrigado.
15:47A gente volta com as aventuras do nosso montanhista profissional, que, aliás, passou por aqui, viu?
15:57Pela Casa de Pedra.
15:58Grande oportunidade de estar indo rever os amigos.
16:03E os pontos de encontro da galera da montanha sempre são os ginásios escalada, né?
16:09E a Casa de Pedra é um lugar onde eu treino quando eu não estou em São Bento e onde eu encontro os amigos
16:17pra dar uma sessão de treino no meio da bagunça de São Paulo.
16:24É um lugar que a Ana também frequenta quando tá em São Paulo.
16:29E a gente sente bastante a vontade nesse ambiente da Casa de Pedra.
16:34Quem escala com seriedade, quem escala com algum tipo de propósito, sempre vai precisar de um lugar pra treinar.
16:49Pô, a Casa de Pedra tem 24 anos, cara.
16:51O público já mudou muito nesse tempo todo.
16:53Então, hoje, eu acho que a gente é...
16:55Vou usar a palavra do momento.
16:57Bem inclusivo.
16:58Então, tem o escalador.
17:00O cara vem treinar pra campeonato.
17:03O cara que vem regularmente, três, quatro, cinco vezes por semana, às vezes.
17:07Tem muito profissional liberal, médico, advogado.
17:10O cara que quer desestressar à noite.
17:12E usa a escalada como uma forma de exercício físico, mental.
17:18Em vez de ir pra academia, ficar puxando ferro parado no mesmo lugar.
17:21E a gente tem uma parcela muito grande hoje de dar molecada, cara.
17:25Que vem brincar.
17:25Que há meses atrás tava brincando paintball, andando de kart, jogando boliche.
17:31E a escalada é mais uma vez.
17:34São ciclos, né?
17:34Voltou a tá na moda.
17:36Acho que muito, obviamente, por causa das Olimpíadas.
17:39Se vira o esporte olímpico.
17:41Então, a gente tá num momento de boom de novo.
17:44Um pessoal avulso, assim.
17:46Que vem tirar um a zero durante a semana.
17:48No final de semana vem muito pai e mãe com criança pequena.
17:52E tá bem legal.
17:53Tá bem diversificado.
17:54É, uma coisa bacana aqui da Casa de Pedra.
17:57Eu acho que eu mesmo, como escalador, evoluí nesses, todos esses anos, né?
18:01Fiquei mais velho, comecei aqui com vinte e poucos anos.
18:04Hoje eu sou pai de quatro crianças, né?
18:06Então a gente democratizou a escalada.
18:09A Casa de Pedra hoje é aquela escalada que quer pegar a família toda.
18:13Então, pai com criança.
18:15Desde pequenininho, três anos de idade.
18:20O mais gordinho, o mais magrinho.
18:22O cara que não tem tanto tino pro esporte pode vir.
18:26Porque a gente tem os instrutores que vão sempre acompanhar todo mundo.
18:29E aquele cara que eu sempre ouvi esses anos todos.
18:31Pô, essa escalada é muito legal, mas não é pra mim.
18:34O que a gente quer fazer aqui é justamente trazer a escalada pra todo mundo.
18:38A gente quer falar pra realmente é inclusiva.
18:40Hoje a Casa de Pedra é muito mais inclusiva do que ela jamais foi.
18:44Nesses anos todos.
18:45Na profissão de guia, você aprende a acordar com zero expectativa de atividade.
18:52E de repente olhar o seu aplicativo de mensagens ou seu e-mail.
18:58E começar a se preparar pra uma viagem longa.
19:02Eu tenho diversos clientes que têm esse perfil.
19:06São pessoas que às vezes conseguem uma folga, umas férias fora de época.
19:11Não tem com quem escalar.
19:14Me contratam pra estar escalando em algum lugar do planeta.
19:18O Rogério Jorge é uma dessas pessoas.
19:21É um cliente que já se tornou amigo.
19:23Nós já escalamos na Argentina, na França, na Itália, nos Estados Unidos, no México várias vezes.
19:29E é um cara que escala muito, muito bem.
19:31E dessa vez o Rogério tava de férias.
19:34E resolveu de virigar e combinar de escalar na Bahia.
19:40Pra quem mora nos Estados do Sul e Sudeste do Brasil, o Nordeste é a melhor opção pra escalar durante os meses de verão.
19:47O sol é quase eterno, enquanto que aqui no Sul tá chovendo pra caramba.
19:50Pra quem sai de São Paulo como nós, a puxada é forte.
19:56E mesmo o Rogério e eu rachando a direção, fica bastante cansativo.
20:02Pra quem chega em Itatim pela primeira vez, a montanha que primeiro salta aos olhos é o Morro da Toca.
20:08Onde há uma das vias mais bonitas do Brasil, com certeza, que é o Arco da Toca.
20:14Que é uma via que passa por cima da caverna principal do Morro.
20:19É uma escalada de duas, três horas, dependendo da velocidade da dupla.
20:26Com a diversão garantida, principalmente por conta da exposição no último trecho.
20:38Já começou a fritar aí.
20:40Meu, quente pra caramba.
20:43Quer cuidar, amor?
20:45É, legal.
20:46Cinco da manhã.
20:46É isso aí, né?
21:01Bom, agora é feceira enfiada.
21:04Rogério vai pegar essa.
21:07Essa daqui que é o Crux da via.
21:10Lancizinha de sétimo grau.
21:12Alguma parede daqui dá pra ver, mais negativa, escura ali em cima.
21:18É, diversão garantida, né?
21:20Porque a verticalidade aqui já começa a pegar, né?
21:24Já estamos aqui do lado da toca.
21:26E já dá uma outra sensação, né?
21:31Uma escalada bem mais aérea.
21:34Mas beleza.
21:35Rogério aí tá no domínio do sétimo grau, tranquilamente.
21:38Nossa!
21:40Show aéreo!
21:41Tchau, tchau.
21:57Tchau, tchau.
21:58Tchau, tchau.
22:28Tchau, tchau.
22:58Tchau.
23:28Tchau.
23:58Tchau.
24:28Tchau.
24:30Tchau.
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25:42Tchau.
25:44Tchau.
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25:48Tchau.
25:50Tchau.
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25:54Tchau.
25:56Tchau.
25:58Tchau.
26:00Tchau.
26:02Tchau.
26:04Tchau.
26:06Tchau.
26:08Tchau.
26:10Tchau.
26:12Tchau.
26:14Tchau.
26:16Tchau.
26:18Tchau.
26:20Tchau.
26:22Tchau.
26:24Bom, outra grande vantagem de Itatim, a proximidade das montanhas, como é uma planície, para você chegar nos Inselbergs, que é o nome dessas formações, você caminha de 5 a 20 minutos no máximo, em areia, no plano, é uma facilidade de acesso muito grande.
26:44Para entender um pouco da geologia e da geografia tão particulares de Itatim, eu fui procurar um velho conhecido, o montanhista, escalador, professor e doutor pelo UFRJ, Antônio Paulo Faria.
26:59Sul da Bahia, como também o norte de Minas Gerais, parte de Minas Gerais, em termos de geologia, para escalador, para montanhista, é um lugar fantástico, por causa da variedade de rostas, e o cenário também, claro, a paisagem.
27:13A gente pegar uma reta, por exemplo, de Itatim, ou Milagres, que é mais ou menos a mesma coisa, e em direção a Chapada Armantina, e em 200 quilômetros, linha reta, a gente vai achar uma variedade de rochas enorme.
27:27Começando por Itatim, que são guinaces e tem intrusões de granito, aí depois vem a parte de rochas carbonáticas, que são mármores, aí depois entra a faixa da Serra do Sincorá,
27:40que a gente tem conglomerados, tem quartizitos, então são, todas essas rochas são simplesmente fantásticas para escalador,
27:50por causa da quantidade de apoios naturais em agarras que elas formam.
27:56Itatim é uma depressão circundada por um planalto, então planalto, que é mais ou menos o mesmo tipo de virrocha, que são os guinaces, e o guinace, quando ele sofre um temperismo,
28:07forma uma fartura muito grande de agarras, não só de cristais, de fios de pato, como também buracos, pequenas fendas, canaletas, tudo isso.
28:15Então, Itatim, como o Milagres, é uma paisagem dominada por inselbergues, mononólitos, né?
28:25Esses inselbergues foram criados por causa da erosão desse planalto.
28:30Primeiro, eles foram aplainados, todas as montanhas que existiam foram aplainadas,
28:34depois veio uma outra fase erosiva, por essas falhas geológicas, pelas falhas que uma causava a outra,
28:39com isso foram individualizando esses blocos, depois, com um clima muito seco, com uma oscilação térmica muito grande,
28:48então isso produziu um processo de temperismo físico muito acentuado.
28:53Então, com isso, esses blocos foram diminuindo de tamanho e formando-se em inselbergues que a gente tem hoje.
29:00Curioso em saber como Itatim se relaciona com os escaladores, eu fui procurar o Helder Resende,
29:06autor do primeiro guia de escaladas à região.
29:09Hoje, a escalada em Itatim hoje tem chamado a atenção não só da questão do lazer, do esporte,
29:16da galera que quer malhar a via, a galera que quer desfrutar de um esporte de aventura,
29:22mas eu vejo que, assim, nesses últimos anos, assim como acontecia em outros estados do Brasil,
29:28que já tem escalado há mais tempo, aqui o esporte também tem se profissionalizado.
29:32Eu acho que a edição de um trabalho formal, escrito, ajudou essa profissionalização,
29:39e hoje você, indiretamente, você tem, assim, dinheiro que está entrando na cidade,
29:44recurso de fora que está entrando na cidade.
29:46Como eu sempre falei aqui com o pessoal da cidade,
29:48isso é uma coisa, é o real que está aqui, entrega, passa de uma para a outra.
29:52Outra coisa é o real do turista.
29:54Após uma semana escalando em Itatim, Rogério e eu resolvemos já começarmos a tomar o caminho de casa.
30:00Mas antes, eu havia combinado de escalar com a minha esposa na Serra de Cambotas,
30:04distante de Belo Horizonte, aproximadamente uma hora, sentido norte.
30:08A Serra de Cambotas possui uma parede impressionante de quartizito multicolorido de aproximadamente 200 metros.
30:15A rota mais clássica do lugar é chamada de clandestino,
30:18uma rota aérea que reserva muita emoção para as cordadas que vão repeti-la.
30:24Muito bem, estamos aqui na Serra de Cambotas.
30:28A Ana guiou a primeira enfiada da clandestino, Rogério está na segunda.
30:34A primeira enfiada, a Ana achou bem esfarelento, né?
30:38Sujinha.
30:39Isso, mas é típico, lógico, do quartizito.
30:44Nós chegamos à base da via, era 6h15, segunda a doutora Ana.
30:49E agora, por um pouco mais de uma hora, estamos viando a segunda enfiada.
30:58Vou pegar uma chuvinha, uma garoa de leve, mas a gente acha que é típico da Serra aqui, né?
31:04Um lugar alto.
31:05Estamos acreditando que é para nos ajudar a fazer essa escalada mais aprazível,
31:14com o frescor da manhã.
31:19Cada um acreditando no que quer, né?
31:21Cada um acreditando no que quer, né?
31:22Eu estou achando que está favorável para a gente.
31:25A gente quer acreditar.
31:27Mas está bom, está bom.
31:28É isso aí.
31:29Aê, segunda parada.
31:32Rogério que mandou essa.
31:34E aí, Rogério?
31:35Pô, fiada, show.
31:37Puta, agarra uma atrás da outra, levemente negativa.
31:41Oh, denissa.
31:41Tá, indesão.
31:44E aí, o que você achou?
31:46Denissa.
31:47Oi, foda-me.
31:48Bonita pra caramba.
31:49Gostosa.
31:52Boa, risão.
31:53Cada um vai fazer uma enfiada legal.
31:54E aí, vamos lá.
32:24Parabéns, gata. Pô, difícil a enfiada.
32:30Buracão, né?
32:31Buracão, pô, bem legal.
32:33Gostoso.
32:36Muito bem, estamos na terceira enfiada da clandestina.
32:40Terceira parada, né?
32:41A Ana acabou de guiar a terceira enfiada.
32:45Muito, muito legal.
32:46Pô, canaleta legal, os agarros legais.
32:51Aéreo, muito legal.
32:52Bonito.
32:53Olha, sinceramente, eu achei exótico.
32:58E diria que dá um mini medo.
33:01Bem exposto, viu?
33:03Exposta a canaleta.
33:04Ainda bem que é proteção ok.
33:07Mas muita garra boa que pode quebrar.
33:10Também tem uma canaleta que fica, às vezes, meu, passando mal, bate cabeça.
33:17Faz parte, né?
33:20Diversão, né?
33:22Chama isso.
33:22Por enquanto, a escalada é nota 10.
33:26Pô, muito bonita.
33:27Valeu bem a pena ter acordado cedo.
33:32Valeu a pena ter vindo ontem, deixado as cordas aqui na base, só pra conhecer o trajeto.
33:38De onde nós estamos, os pedaços aqui na canela de ema, você olhando pra parede, parece bem mais longe do que é.
33:49Mas foi 40 minutos de caminhada, mas foi 40 minutos de caminhada, a gente chegou aqui, de boa.
33:53E eu aconselho, quem vai escalar pela primeira vez, não conhece, fazer a caminhada.
34:01Deixa algum pezinho aqui, deixa água aqui, e no dia seguinte você sobe mais tranquilo, mais com gás pra fazer o climb.
34:08O piano, né?
34:26Pô, os lances não são difíceis não, e pô, agarra boa, toma cuidado pra não pegar em nada que quebre, mas é ok.
34:34Dá pra vir bem, bem tranquilinho.
34:39Porém tenso.
34:40Tranquilinho, porém tenso, é uma nova categoria.
34:57Hoje a gente tá falando de como o esporte movimenta a economia, né?
35:00De como o esporte pode ser decisivo na escolha do destino de uma viagem.
35:05Mas agora é o seguinte, vamos direto com ele?
35:07Ele que tem 40 anos de escalada, a gente volta com o incansável Eliseu.
35:12Nessa passagem pela Gruta do Baú, a gente vai aproveitar e visitar o Escalarte, que é um abrigo de montanha do amigo Dedé.
35:21Os abrigos de montanha são lugares onde a gente sabe que sempre vai ser bem recebido,
35:29que vai ter as informações dos locais a respeito da estrada, se tá boa ou não, da via de acesso,
35:36se tem horário pra entrar, horário pra sair, se as vias estão legais.
35:40Então são os melhores betas da região.
35:43E também são lugares de encontro, né?
35:44Onde a gente vai encontrar os amigos, encontrar outros escaladores e se informar.
35:51Enfim, faz parte da graça do rolê.
35:54Aqui é uma área que já vem se desenvolvendo há algumas décadas, assim.
36:01A gente tem quatro áreas escaladas já bem consolidadas, quase mil vias de escalada esportiva, mais trádio.
36:08Tem áreas em desenvolvimento aí, tem muitas novidades pro ano que vem.
36:12E a nossa ideia, cara, que a gente tem visto aqui, é que a escalada tem um potencial de geração de renda local,
36:19de desenvolvimento sustentável pras comunidades envolvidas.
36:23A gente já tem alguns abrigos, tem camping, a gente tem guias de escalada morando na região,
36:28instrutores.
36:29E é um esporte que tem muito a crescer na região.
36:33E a gente, encontrando os apoios necessários, a gente quer trazer muita novidade pra cá.
36:38É o que tem acontecido, assim.
36:41E preciso mesmo dessa compreensão das comunidades, da sociedade, do entorno, dos gestores,
36:49de entender um pouco mais desse esporte, assim, dos seus potenciais.
36:55Pá, então a nossa, o nosso, as nossas férias preferidas, né?
37:00Nossa diversão preferida.
37:04Pô, conseguir despegar os rios.
37:07Meu, às vezes é meio sem querer, assim, aparece três, quatro dias na agenda, meu,
37:12eu consigo ajeitar um pouco minha agenda, meu, eles iam ajeitar a agenda dele.
37:17A gente pega e vai conhecer um lugar que a gente não conhece,
37:20ou vai pegar uns dias pra escalar, e ficar junto, instalar junto,
37:25passa mal, cair, tá reporça.
37:27E aí a gente, tá, esquema é esse, assim, é meio, ver onde tem o que tá bom, onde tem lugar bom pra ficar,
37:38é, dá pra dormir bem, ficar lá durante o dia, fazer um cafézinho, dormir,
37:44e aí também é um tempo que a gente fica junto, fazendo o que a gente gosta.
37:47Pô, dessa vez, o Eliseu tava descendo da Bahia com o cliente,
37:54e a gente combinou de pegar quatro dias pra ficar a gente escalando.
38:00A gente combinou de vir aqui pra região de BH, perto de BH, então,
38:05seria, tipo, Lapinho, Lapa do Seu Antão, e no fim, a gente acabou vindo pra Gruta do Baú,
38:12que era um lugar que eu não conhecia.
38:14O Eliseu já tinha vindo há mil anos atrás, eu não conhecia, eu quis conhecer.
38:20Meu, foi uma bela surpresa, assim, eu esperava outra coisa,
38:25o lugar, meu, é, teve um apoio, assim, teve uma organização dos escaladores locais,
38:31meu, dá pra ver que os caras são organizados, são unidos,
38:35e negociaram o acesso com o proprietário da terra, né, que dá acesso à rocha,
38:43e, pô, o negócio é muito, muito organizado, assim, muito legal,
38:47meu, tem essa mesa, o escritório, tem, meu, banheiro,
38:52as vias são bem protegidas, identificadas, tem um croque bacana,
38:59meu, curti muito pra caramba, assim, escalada, prazer, no último grau.
39:06Tá, é, nem tanto prazer assim, né, faz força, machuca a mão,
39:13aperta o pé, churro por boca.
39:16Tomar uma açúcar faz parte, né, não pode ser tudo fácil.
39:21Tomar várias açúcares faz parte.
39:23É, mas o legal foi que esse lugar, durante quase duas décadas,
39:28esteve fechado, pré-escalada, vários problemas,
39:31proprietários com os escaladores, pô, nem sempre o pessoal respeita,
39:36nem sempre o proprietário também entende o que a gente vem fazer aqui,
39:39que é uma questão mais ligada ao esporte do que ao turismo, né,
39:46e aí que acaba que esse tipo de atividade muitas vezes é interrompida em lugares que são importantes.
39:54Aqui em Minas, historicamente, existem muitos lugares que são abertos e fechados,
40:00até por uma questão de ter mais gente da escala esportiva,
40:08que vem escalar a partir de ginásios,
40:11e que não é uma galera que às vezes tem uma noção de como se portar no ambiente natural, né,
40:17e às vezes nem conhece o proprietário do lugar.
40:19Demora um tempo para esse pessoal assimilar qual que é a forma de se portar nesse tipo de lugar.
40:26Mas, em geral, é bem contornado esse tipo de problema.
40:32E aqui existem grandes organizações, são entidades de escaladores,
40:38que brigam para manter os pontos abertos, né.
40:42Nessa região de Cárces, Lapinha, muito perto aqui de Belo Horizonte,
40:46de Lagoa Santa, Serra do Cipó, existem muitos lugares bastante importantes,
40:52significativos com a escalada esportiva.
40:57E é bom vir num lugar desse como a Bruta do Baú e ver que está tudo arrumadinho,
41:00que o proprietário hoje nos recebe bem,
41:04e, em parte, por conta desse proprietário ser um cara legal,
41:09que sacou qual que é o que a gente vai fazer aqui,
41:12que é esporte, que é evolução da pessoa, né.
41:16E também das associações de escaladores locais,
41:20tem um grupo de trabalho aqui bastante atuante,
41:22pelo que a gente ficou sabendo,
41:24que é o que mantém o lugar seguro
41:27e bastante atrativo para quem vem escalar,
41:32para o visitante que vem aqui pela primeira vez, inclusive,
41:35que consegue chegar e se localizar de maneira bem fácil.
41:37Ao contrário do que dizia a previsão do tempo,
41:41amanheceu um lindo dia de sol aqui na Serra da Mantiqueira,
41:44e acho que hoje vai dar para aproveitar para escalar na Pedra da Divisa,
41:49que é o pico de escalada aqui em São Bento, que eu mais gosto de ir.
41:52A Pedra da Divisa fica bem próximo da cidade,
41:56é um lugar que tem várias vias bacanas,
41:59são fáceis de acessar,
42:00é um ponto de escalada aqui de São Bento que virou muito tradicional.
42:05As primeiras vias foram abertas na década de 90,
42:08por volta de 94, 95,
42:11é um lugar que a proteção é muito nova,
42:14com um estilo mais moderno,
42:16e acabou virando um clássico, né.
42:19São mais de...
42:20Acho que tem hoje uns 10 setores na Pedra da Divisa,
42:24são duas fáceis, a fáceis paulista e a fáceis mineira,
42:27por isso que chama a Pedra da Divisa,
42:29está bem na Divisa de Estado.
42:30Entre a fáceis mineira, tem umas 50 vias,
42:33a fáceis paulista, mais umas 80.
42:36Pô, é muita brincadeira para a pessoa que vem aqui escalar na região,
42:40se divertir.
42:41É um lugar que para nós, que somos locais,
42:44fica bem próximo, né.
42:45Eu vou então chamar os amigos,
42:47e vamos lá dar uma escaladinha.
42:48E se a gente der sorte, a gente encontra o José Dimas,
42:51que é o proprietário do local,
42:53e a gente pede para ele contar um pouco da história,
42:55de como iniciou a escalada no quintal da casa dele.
42:57É uma pessoa de muita sabedoria,
42:59eu gosto muito de conversar com ele.
43:02Pô, vai ser muito legal se a gente conseguir ter esse depoimento
43:04do José Dimas e da Dona Maria Elza.
43:07Bom, essa história de escalada,
43:08ela é, para mim, já um pouco longa.
43:11Ela já está quase, completando 30 anos,
43:13que ela começou lá por volta de 92.
43:16Luiz, eu, o Léo, o Luiz,
43:19a turma, a galera aí.
43:21Aí, depois, por causa de dificuldade,
43:23por causa de uns palipondos,
43:25aí deram uma parada.
43:27Aí, o negócio evoluiu a partir de 95.
43:29Daí já estava, aí pegou para valer mesmo.
43:32E aí, não parou mais.
43:33Hoje, já é bastante rio.
43:38Ela foi crescendo devagarinho, devagarinho.
43:41E hoje, a divisa, hoje, já está no próximo,
43:44eu não sei se hoje, mas bem próximo de 100 rios de escalada.
43:48Então, é um campo bem potente.
43:51Se não for melhor, é um dos melhores do estado de São Paulo para se escalar.
43:54Quem explorou, todo profissional,
43:58tomando todos os cuidados, com toda a segurança,
44:02para se colocar uma via para se escalar, demora.
44:04Não é chegar, fazer a via hoje e escalar amanhã.
44:07Isso é muito importante.
44:09A gente acompanhou os trabalhos que a pessoa,
44:12o grupo ficava, assim, dois, três meses fazendo uma via.
44:15Depois, ia limpar, faxinar,
44:18e depois, liberar para a galera.
44:20Então, é um trabalho, assim, bem, bem, bem lento mesmo.
44:25Passo de mesmo mesmo, passo de chegar com sucesso.
44:29Não é chegar hoje e conquistar amanhã.
44:31Não só o Liseu, foi um grupo grande.
44:34Não lembro todo o nome.
44:36Tem Mastra, tem Janine,
44:38é Maída, é uma galera bastante.
44:41Então, essa é a história da divisa.
44:45Então, essa é a história da divisa.
45:15Não, não, não, não, não, não, não.
45:45Nossa, que beleza.
45:54E você vai pegando amor pelo lugar, pelas pessoas,
46:15até pela divisa aqui pelo dono do pico aqui, que é o seu Dimas.
46:19E ele preza muito aqui o lugar, ele gosta de todo mundo, não proíbe ninguém de escalar.
46:25Mas ele gosta do respeito, né, do lugar também, porque é dele.
46:29Mas ele gosta muito dos escaladores, ele sente que a maioria da galera da escalada é do bem, né.
46:35Então, você se identifica com isso e você pega mais amor por tudo.
46:39E isso vira um valor, né, eu aprendi muito com isso, não é só escalar, não é natureza, é paixão por estar aqui, às vezes sem fazer nada,
46:49estar com os amigos ou estar contemplando a natureza ou não fazendo nada, que é gostoso, né, que é muito bom.
46:55Então, e aí, conforme eu fui passando aqui, fui abrindo as vias também, ajudando a galerinha, um ou outro abria,
47:04mas tudo com muito respeito, que eu acho que é muito importante, sabe, porque é, abrir via é um prazer pra mim,
47:10eu não abro porque, pô, não vivo disso, mas a gente gasta dinheiro e tempo com isso, porque a gente gosta, né.
47:16E a gente, como proprietário, lá já desde o início, a gente fez uma parceria com o Liseu,
47:32uma parceria de preservação, não de dinheiro, pra que sempre isso fosse preservado,
47:39a gente nunca ia cobrar nada pela escalada, ia cobrar preservação.
47:43Eu já dei, do início, a preocupação minha era com a preservação, porque a preservação fica pra próxima geração,
47:52o dinheiro não fica, então, eu acho que a divisa, ela tem sucesso por causa disso.
47:57Os alpinistas ajudam a preservar, cada um faz sua parte, se por acaso alguma pessoa esqueceu alguma coisa,
48:03os alpinistas ajudam a levar, ajudam a preservar, então é isso, a gente é uma parceria entre escalador e proprietário,
48:10que funcionou e está funcionando até hoje.
48:13Surgem umas ideias diferentes pra modificar, mas a gente nunca aceitou, não.
48:16Sempre a gente tá focado nessa, do jeito que começou, o time que tá ganhando não se mexe, então é isso.
48:23A escalada tem que ser com qualidade, pra poder ir longe, é por aí.
48:30E tem muita coisa pra vir ainda, porque a gente vê até algum comentário, assim,
48:35que a divisa tem muita coisa pra ser explorada, mas não é pra ser explorada assim da noite pro dia.
48:40A mensagem que a gente passa pros escaladores é que a gente sempre já passou.
48:43A divisa, muitos acham que a divisa é um sinônimo que divide, a divisa não divide, a divisa ela une dois estados, une duas cidades,
48:53Então, na verdade, a divisa ela une também escaladores do mundo inteiro, desde que todo respeite, todos ajudem a preservar.
49:02Essa divisa, ela é um campo que é pra todo mundo.
49:07A gente sempre, nunca discriminou ninguém, desde que a pessoa respeite, ajude a preservar, não traga problema pro proprietário, nem pra outros escaladores.
49:20A gente sempre pretendeu a deixar o pessoal escalar à vontade.
49:26Pra isso, precisa da colaboração de todos.
49:28Essa daqui é a fila de Satã, foi a primeira via aberta na pedra da divisa, em 94.
49:43E mesmo depois de tanto tempo, ainda continua sendo uma via bastante desafiadora.
49:47Por conta do estilo, por conta das proteções e os entalamentos, não é um tipo de via muito difundido hoje.
49:58A gente sempre tem uma via bastante desafiadora, não é um tipo de via muito difundido hoje.
50:28Foi depois de um janeiro bastante chuvoso.
50:58Fevereiro nos presenteou com os dias bem bonitos de sol.
51:03Isso aqui pra gente traduz em trabalho, né?
51:07É agora que a escola começa a funcionar, com a sua atividade principal.
51:13Os cursos começam a ser marcados, as escaladas guiadas começam a aparecer.
51:17Isso é bom porque, na verdade, foi o objetivo de eu estar vindo pra São Bento Sapucaí.
51:24A escola tem diversas atividades, né?
51:26Não só os cursos e as escaladas guiadas, mas eu acho que essa é a alma do negócio.
51:33Nossa atividade principal que nos dá prazer de fazer.
51:36Principalmente pra mim.
51:38Mas é lógico, tem toda uma estrutura.
51:40Tem funcionários, tem a estrutura física da escola que depende do andamento dos cursos e das escaladas pra estar se mantendo.
51:47Eu me sinto uma pessoa muito privilegiada.
51:49Tive já a oportunidade de escalar em diversos lugares, aprender.
51:52E hoje poder passar esse conhecimento pras pessoas que vêm aqui atrás de informação é muito legal pra mim.
52:00Quando eu comecei a ministrar cursos do meio pro final dos anos 80, a maior parte das pessoas interessadas em começar a escalar
52:09eram pessoas que vinham já de uma experiência outdoor.
52:13Que seja um camping, que seja escoteiros ou então alguma atividade que envolvesse ir pro mátula.
52:21Hoje já não.
52:23A maior parte das pessoas são pessoas que moram em cidades grandes, começaram a escalar eventualmente em algum ginásio.
52:32Tiveram alguma experiência às vezes com os amigos, no que se refere a escalada em rocha.
52:39Mas às vezes não tem esse background do outdoor.
52:43É interessante ver como de uma hora pra outra as pessoas se identificam com um esporte que na verdade é um esporte perigoso.
52:51E é bom quando a pessoa vem desde o início aprender sem erros de aprendizado, sem falhas de aprendizado.
53:02Porque muitas vezes realmente o jovem tem a tendência de querer aprender com os amigos.
53:08Quer seja pra economizar dinheiro ou porque é mais legal.
53:11Não quer entrar num esquema de fazer um curso numa escola e tudo.
53:14Para os cursos básicos a escola atende principalmente a uma clientela de São Paulo.
53:22Mas nos cursos avançados eu recebo alunos do Brasil inteiro.
53:26E os cursos avançados já são pessoas que já escalam, que procuram aumentar o seu conhecimento em determinada área.
53:35Quer seja fazer escaladas mais aventurosas, quer seja escaladas maiores, de grandes paredes, dormir na parede.
53:43Não é um curso planificado como curso básico.
53:47Essas pessoas que procuram um avançado vêm aqui com experiências muito diferentes e querendo coisas diferentes.
53:53Às vezes uma pessoa que vem do Ceará está interessada em abrir vias porque lá no lugar dele não tem vias escaladas pra ele escalar.
54:01Então ele tem que abrir vias. Outros já vêm com a intenção de fazer escaladas grandes no exterior.
54:09Para os cursos básicos a escola atende principalmente a uma clientela de São Paulo.
54:16Mas nos cursos avançados eu recebo alunos do Brasil inteiro.
54:19Agora eu queria saber de vocês, que local você escolheria pra viajar, pra praticar um esporte?
54:25Comenta aqui no nosso Instagram.
54:26Vejo vocês de novo semana que vem no Planeta, aqui no Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC.
54:32Um beijo.